Perfil de tratamento com psicofármacos de usuários de um centro de atenção psicossocial infanto-juvenil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/2236583441653

Palavras-chave:

Cuidado da Criança, Psicotrópicos, Serviços de saúde mental, Uso de medicamentos.

Resumo

A presente pesquisa objetiva analisar o perfil de tratamento com psicofármacos de usuários de um Centro de Atenção Psicossocial Infanto-juvenil (CAPSi). Delineamento transversal, documental, quantitativo e analítico, realizado em um CAPSi do Noroeste do Rio Grande do Sul. Foram coletadas informações sobre idade, sexo, tratamento medicamentoso, diagnóstico e tempo de atendimento de 208 prontuários de usuários, com idade menor ou igual a 18 anos, ambos os sexos e cadastro ativo no período da pesquisa. Medicamentos classificados Anatomical Therapeutic Chemical Classification System e interações medicamentosas a partir da base de dados Micromedex® Solutions. Análise de dados com Qui-quadrado de Pearson, Odds ratio (OR) e Mann-Whitney. Identificou-se idade média dos usuários de 12,34±3,59 anos, 63,9% do sexo masculino, 82,2% em tratamento medicamentoso, desses 95,5% com ação sobre o sistema nervoso central. Os antidepressivos e antiepiléticos foram utilizados com maior frequência, 31,5% e 29,6% respectivamente. O sexo feminino apresentou quase três vezes mais chance de usar medicação e pacientes previamente hospitalizados de ambos os sexos quase quatro vezes mais. Entre os usuários, 71,6% estão expostos a pelo menos uma interação medicamentosa potencial, destas 54,9% graves. Verificou-se elevado consumo de psicofármacos e potenciais interações medicamentosas entre os usuários estudados. Evidencia-se a necessidade de novos estudos que orientem a prática clínica nessa população a fim de garantir qualidade de vida, reabilitação psicossocial e reintegração à comunidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fernanda Daiana dos Santos Borges, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Ijuí, RS

Formada em Farmácia pela UNIJUI que fica na cidade de Ijuí, estado do Rio
Grande do Sul, País Brasil.

Caroline Henz Pretto, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Ijuí, RS

Formada em Enfermagem pela UNIJUI que fica na cidade de Ijuí, estado do Rio Grande do Sul, País Brasil. Mestre em Atenção Integral à Saúde UNICRUZ/UNIJUÍ.

Vanessa Adelina Casali Bandeira, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Ijuí, RS

Formada em Farmácia pela UNIJUI que fica na cidade de Ijuí, estado do Rio Grande do Sul, País Brasil. Mestre em Atenção Integral à Saúde UNICRUZ/UNIJUÍ

Christiane Fátima Colet, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Ijuí, RS

Farmacêutica. Doutora em Ciências Farmacêuticas. Professora Adjunta do Departamento de Ciências da Vida da UNIJUI. Professora colaboradora do Mestrado em Atenção Integral a Saúde e do Mestrado em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade da UNIJUI.

Referências

Erskine HE, Baxter AJ, Patton G, Moffitt TE, Patel V, Whiteford HA, Scott JG. The global coverage of prevalence data for mental disorders in children and adolescentes. Epidemiol and Psychiatr Sci. 2017; 26 (4): 395-402. https://doi.org/10.1017/S2045796015001158

Vigo D, Thornicrift G, Atun R. Estimating the true global burden of mental illness. Lancet Psychiatry. 2016; 3 (2): 171-8. https://doi.org/10.1016/S2215-0366(15)00505-2

Souza AC, Guljor APF, Silva JLL. Refletindo sobre os centros de atenção psicossocial. Av.enferm. 2014; XXXII (2): 292-8.

Carvalho IB, Evangelista ICM, Lopes JSL, Santos MB, Dourado CSME, Costa IKSC, Medeiros MGF. Estudo das potenciais interações de medicamentos sujeitos a controle especial em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) no município de Teresina – PI. Boletim Informativo Geum. 2015; 6 (1): 7-15.

Abbas S, Ihle Peter, Adler JB, Engel S, Günster C, Linder R, Lehmkuhl G, Schubert I. Psychopharmacological Prescriptions in Children and Adolescents in Germany. Dtsch Arztebl Int. 2016; 113 (22-23): 396–403. https://doi.org/10.3238/arztebl.2016.0396

Dharni A, Coates D. Psychotropic medication profile in a community youth mental health service in Australia. Children and Youth Services Review. 2018; 90: 8–14. https://doi.org/10.1016/j.childyouth.2018.05.007

Santos LP, Oliveira AA, Salvi JO. Farmacovigilância de medicamentos psicotrópicos no município do Vale do Paraíso, Rondônia. Revista Científica FAEMA. 2015; 6 (2): 36-48.

Tsai CY, Yang HC, Islam M, Hsieh WS, Juan SH, Chen JC, Jhan HAA, Jian WS. Psychotropic medications prescribing trends in adolescents: A nationwide population-based study in Taiwan. Int J Qual Health Care. 2017; 29 (6): 861-6. https://doi.org/10.1093/intqhc/mzx123

Nascimento YCML, Rosa LS, Souza JC, Raza e Véras YA, Brêda MZ, Trindade RFC. Perfil de Crianças e Adolescentes Acompanhados por um Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil. Rev enferm UFPE on line. 2014; 8 (5): 1261-72. https://doi.org/10.5205/reuol.5863-50531-1-ED.0805201421

Jureidini J, Tonkin A, Jureidini E. Combination Pharmacotherapy for Psychiatric Disorders in Children and Adolescents: Prevalence, Efficacy, Risksand Research Needs. Pediatr Drugs. 2013; 15 (5): 377-91. https://doi.org/10.1007/s40272-013-0032-6

Turatti ME, Marini DC. Estudo das interações medicamentosas em um consultório psiquiátrico de Mogi Guaçu. FOCO: Cadernos de Estudos e Pesquisas. 2014; 5 (7): 11-30.

Garcia MO, Rodrigues PEL, Emmendoerfer ML, Gava R, Silveira SFR. Usos da Pesquisa Documental em Estudos sobre Administração Pública no Brasil. Teoria e Prática em Administração 2016; 6 (1): 40-68. https://doi.org/10.21714/tpa.v6i1.25211

Prefeitura Municipal de Ijuí. Lei Nº 6519, de 27 de março de 2017. Dispõe sobre a Rede de Atenção Psicossocial de Ijuí, e dá outras providências [Internet]. Ijuí; 2017 [cited 2018 20 out]. Available from: https://leismunicipais.com.br/a/rs/i/ijui/lei-ordinaria/2017/651/6519/lei-ordinaria-n-6519-2017-dispoe-sobre-a-rede-de-atencao-psicossocial-de-ijui-e-da-outras-providencias

World Heatlth Organization. Anatomical Therapeutic Chemical Classification System [Internet]. [cited 2018 20 out]. Available from: https://www.whocc.no/atc_ddd_index/

Micromedex. Interações medicamentosas [Internet]. [cited 2018 20 out]. Available from: http://www.micromedexsolutions.com/micromedex2/librarian?partner=true

Lima RC, Couto MCV, Solis FP, Oliveira BDC, Delgado PGG. Atenção psicossocial a crianças e adolescentes com autismo nos CAPSi da região metropolitana do Rio de Janeiro. Saúde Soc. São Paulo. 2017; 26 (1): 196-207. http://dx.doi.org/10.1590/s0104-12902017168443

Raman N, Janse Van Rensburg ABR. Clinical and psycho-social profile of child and adolescent mental health care users and services at an urban child mental health clinic in South Africa. Afr J Psychiatry. 2013; 16 (5): 356-363. http://dx.doi.org/10.4314/ajpsy.v16i5.48

Thiengo DL, Cavalcante MT, Lovisi GM. Prevalência de transtornos mentais entre crianças e adolescentes e fatores associados: uma revisão sistemática. J Bras Psiquiatr. 2014; 63 (4): 360-72. http://dx.doi.org/10.1590/0047-2085000000046

Machado CM, Luiz AMAG, Marques Filho AB, Domingos NAM, Cabrera EMS. Ambulatório de psiquiatria infantil: prevalência de transtornos mentais em crianças e adolescentes. Revista Psicologia: Teoria e Prática 2014; 16 (2): 53 62.

Kamau JW, Omigbodun OO, Bella-Awusah, Adedokun B. Who seeks child and adolescent mental health care in Kenya? A descriptive clinic profile at a tertiary referral facility. Child Adolesc Psychiatry Ment Health. 2017; 11 (14). https://doi.org/10.1186/s13034-017-0151-x

Duarte CP, Santos ASA, Madeira KH, Lazzari A, Lasta JB. Perfil Epidemiológico das crianças atendidas no ambulatório de saúde mental de uma cidade do litoral norte do RS. Revista de Iniciação Científica da Ulbra. 2015; (13): 71-9.

Smith J, Kyle RG, Daniel B, Hubbard G. Patterns of referral and waiting times for specialist child and adolescent mental health services. Child and Adolescent Mental Health 2018; 23 (1): 41-9. https://doi.org/10.1111/camh.12207

Frateschi MS, Cardoso CL. Saúde Mental na Atenção Primária à Saude: avaliacao sob a otica dos usuários. Physis 2014; 24 (2): 545-65. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-73312014000200012

Amarante P, Torre EHG. Loucura e diversidade cultural: Inovação e ruptura. Interface – Comunicação, Saúde, e Educação 2017; 21 (63): 763-74. http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622016.0881

Díaz-Caneja CM, Espliego A, Parellada M, Arango C, Moreno C. Polypharmacy with antidepressants in children and adolescents. Int J Neuropsychopharmacol. 2014; 17(7): 1063–82. https://doi.org/10.1017/S1461145712001265

Pozo Alonso AJ, Pozo Lauzan D. Tratamiento con medicamentos antiepilépticos en el niño. Revista Cubana de Pediatría 2013; 85 (4): 497-516.

Schneider C, Taylor D, Zalsman G, Frangou S, Kyriakopoulos M. Antipsychotics use in children and adolescents: An on-going challenge in clinical practice. J Psychopharmacol. 2014; 28 (7): 615-23. https://doi.org/10.1177/0269881114533599

Glesener D, Anderon G, Li X, Brown J, Amell J, Regal R, Ferguson D. Psychotropic Medication Patterns for American Indian Children in Foster Care. J Child Adolesc Psychopharmacol. 2018; 28 (3): 225-31. https://doi.org/10.1089/cap.2017.0083

Sultan RS, Correll CU, Schoenbaum M, King M, Walkup JT, Olfson M. National Patterns of Commonly Prescribed Psychotropic Medications to Young People. J Child Adolesc Psychopharmacol. 2018; 28 (3): 158–65. https://doi.org/10.1089/cap.2017.0077

Braga CP, D’Oliveira AFPL. The continuity of psychiatric hospitalization of children and adolescents within the Brazilian Psychiatric Reform scenario. Interface – Comunicação, Saúde, Educação 2015; 19 (52): 33-44. http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622014.0227

Alves F, Nicolau KW. Racionalidades leigas e governação da saúde mental. Comunicação Saúde Educação 2017; 21 (63): 799-810. http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622016.0877

Brenner SL, Southerland DG, Burns BJ, Wagner HR, Farmer EMZ. Use of Psychotropic Medications among Youth in Treatment Foster Care. J Child Fam Stud. 2014; 23 (4): 666–74. http://dx.doi.org/10.1007/s10826-013-9882-3

Bezerra IC, Morais JB, Paula ML, Silva TMR, Jorge MSB. Uso de psicofármacos na atenção psicossocial: uma análise à luz da gestão do cuidado. Saúde Debate 2016; 40 (110): 148-61. http://dx.doi.org/10.1590/0103-1104201611011

Zaniani EJM, Luzio CA. A intersetorialidade nas publicações acerca do Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil. Psicologia em Revista 2014; 20 (1): 56-77. http://dx.doi.org/DOI-10.5752/P.1678-9523.2014v20n1p56

Conceição DS, Andreoli SB, Esperidião MA, Santos DN. Atendimentos de crianças e adolescentes com transtornos por uso de substâncias psicoativas nos Centros de Atenção Psicossocial no Brasil, 2008-2012. Epidemiol. Serv. Saude 2018; 27 (2): e017206. http://dx.doi.org/10.5123/S1679-49742018000200002

Stockings E, Hall WD, Lynskey M, Morleu KI, Reavley N, Strang J, Patton G, Degenhardt L. Prevention, early intervention, harm reduction, and treatment of substance use in young people. Lancet Psychiatry. 2016; 3 (3): 280-96. https://doi.org/10.1016/S2215-0366(16)00002-X

Kreider AR, Matone M, Bellonci C, Dos Reis S, Feudtner C, Huang YS, Localio R, Rubin DM. Growth in the Concurrent Use of Antipsychotics With Other Psychotropic Medications in Medicaid-Enrolled Children. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry. 2014; 53 (9): 960-70. https://doi.org/10.1016/j.jaac.2014.05.010

Balen E, Giodani F, Cano MFF, ZonzininFHT, Klein KA, Vieira MH, Mantovani PC. Interações medicamentosas potenciais entre medicamentos psicotrópicos dispensados. J Bras Psiquiatr. 2017; 66 (3): 172-7. http://dx.doi.org/10.1590/0047-2085000000167

Silva SN, Lima MG, Ruas CM. Analysis of Potential Drug Interactions in Brazilian Mental Health Services: Prevalence and Associated Factors. J Young Pharm. 2018; 10 (2): 237-40. http://dx.doi.org/10.5530/jyp.2018.10.52

Downloads

Publicado

2020-04-17

Como Citar

Borges, F. D. dos S., Pretto, C. H., Bandeira, V. A. C., & Colet, C. F. (2020). Perfil de tratamento com psicofármacos de usuários de um centro de atenção psicossocial infanto-juvenil. Saúde (Santa Maria), 46(1). https://doi.org/10.5902/2236583441653