PROEJA no IFMT: possibilidades de inclusão ou exclusão?

Autores

  • Nadir de Fátima Borges Bittencourt Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso, Cuiabá, Mato Grosso, Brasil https://orcid.org/0000-0002-0021-5437
  • Maria de Fatima Pereira Alberto Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil
  • Antonio Cezar da Costa Santos Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso, Cuiabá, Mato Grosso, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.5902/1984644435818

Palavras-chave:

Educação de adultos, Exclusão, Inclusão

Resumo

Este artigo objetiva apresentar alguns fatores de exclusão e de inclusão de alunos do PROEJA do XXX, a partir de dados de uma pesquisa qualitativa e de outra quantitativa. Como embasamento teórico, utilizou-se a teoria Histórico-Cultural de Vygotsky, que concebe o homem histórica e socialmente construído. A amostra compreendeu 184 participantes, discentes (jovens e adultos) e docentes do programa PROEJA no XXX, no período de 2010 a 2013. Analisaram-se os dados qualitativos utilizando as práticas discursivas de Spink (2004), com Mapas de Associação e repertórios interpretativos; na quantitativa, usou-se o SPSS. Os dados apontaram que existem fatores na operacionalização do PROEJA possibilitadores de inclusão, como grande alcance social, recuperação da escolaridade, efetivação da cidadania e inserção no trabalho. Por outro lado a não contextualização dos conteúdos, a não flexibilização dos cursos, os currículos não adequados e a falta de capacitação dos docentes podem desestimular o aluno e provocar a exclusão.

Biografia do Autor

Nadir de Fátima Borges Bittencourt, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso, Cuiabá, Mato Grosso, Brasil

Possui graduação em Letras pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Patos de Minas (1981) e Mestrado em Letras pela Universidade de Nancy II , França (1988). Doutora em Psicologia Social pela Universidade Federal da Paraíba (2013). Tem experiência na área de Letras, com ênfase nas Línguas Portuguesa e Francesa. Atualmente é professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT); coordenadora do grupo de pesquisa GEEJA/IFMT- Grupo de Estudos sobre Educação de Jovens e Adultos; membro do grupo de estudos GELLI/IFMT-Grupo de Estudos em Ensino de Línguas e Literatura; membro do Núcleo de Pesquisa e Estudos sobre o Desenvolvimento da Infância e Adolescência (NUPEDIA/UFPB); membro do Núcleo de Pesquisa em Geoprocessamento Ambiental-IFMT.

Maria de Fatima Pereira Alberto, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, Paraíba, Brasil

Doutora em Psicologia Social- Pertence ao departamento de Psicologoa Social da Universidade Federal da Paraíba- Coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre o Desenvolvimento da Infância e Adolescência (NUPEDIA). Representa a UFPB no Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Trabalhador Adolescente na Paraíba (FEPETI). Integra o GT Juventude, Resiliência e Vulnerabilidade da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia. Integra também a Red Iberoamericana para la Docencia e Investigación en Derechos de la Infancia (REDIDI).

Antonio Cezar da Costa Santos, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso, Cuiabá, Mato Grosso, Brasil

Departamento de Eletroeletrônica -área de Engenharia Mecânica do IFMT

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Publicado

2019-10-09

Como Citar

Bittencourt, N. de F. B., Alberto, M. de F. P., & Santos, A. C. da C. (2019). PROEJA no IFMT: possibilidades de inclusão ou exclusão?. Educação, 44, e77/ 1–20. https://doi.org/10.5902/1984644435818

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