Investigando a provocação entre pares

Autores

  • Carolina Aragão Escher Marques Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Moral
  • Lívia Maria Ferreira da Silva Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Moral
  • Mariana Tavares de Almeida Oliveira
  • Telma Pileggi Vinha Docente do Departamento de Psicologia Educacional da Unicamp

DOI:

https://doi.org/10.5902/1984644428067

Palavras-chave:

provocação, conflitos interpessoais, desenvolvimento

Resumo

A provocação é um conflito peculiar, conceituado pela união da agressão e do humor, o que lhe confere um caráter de ambiguidade. Esse estudo, baseado nos pressupostos piagetianos, objetivou investigar as características das provocações vivenciadas por 250 alunos de 3 a 14 anos, de 6 escolas públicas do interior do estado de São Paulo. Buscou-se identificar as estratégias empregadas e as finalizações decorrentes. Foram realizadas 370 horas de observação sistemática e utilizou-se recursos qualitativos e quantitativos de análise. Os resultados indicaram que as características do desenvolvimento interferem na vivência da provocação. Apesar de ser frequente em todas faixas etárias, vai se tornando predominante com o desenvolvimento, sendo cada vez mais verbal e com mais marcas de insinuações. A quantidade das provocações interssexuais aumenta entre os jovens, já fortemente permeadas pela sexualidade. Em todas as faixas etárias, são utilizadas mais estratégias de revide e, ao final, as provocações são simplesmente, abandonadas.

Biografia do Autor

Telma Pileggi Vinha, Docente do Departamento de Psicologia Educacional da Unicamp

Docente do Departamento de Psicologia Educacional da Universidade Estadual de Campinas

Referências

AGLIATA, A. K.; TANTLEFF-DUNN, S.; RENK, K. Interpretation of Teasing During Early Adolescence. Journal of Clinical Psychology, Vol. 63(1), 23 – 30, 2007.

AHO, S. The teasers and the teased pupils at school. Scandinavian Journal of Educational Research , v.42, n.3, 1998.

BODINE, R. J.; CRAWFORD, D. K. The handbook of conflict resolution education: a guide to building quality programs in school . San Francisco, Jossey-Bass Publisher, 1998.

CONOLEY, C. W.; HERSHBERGER, M; GONZALEZ, L.; RINKER, S.; CROWLEY, A. K. Responding to Interpersonal Teasing. Journal of emotional abuse Vol. 7(4), 2007.

DAWE, H. C. An analysis of two hundred quarrel of preschool children. Child Development, v. 5, p. 139-157, 1934.

FERRANZ, S.; DIAZGRANADOS, S.; SELMAN, R. L. How students’ perceptions of the school climate influence their choice to upstand, bystand, or join perpetrators of bullying. Harvard Educational Review. Vol. 84 No. 2, 2014.

GORRESE, A., RUGGIERI, R. Peer attachment: a meta-analytic review of gender and age differences and associations with parent attachment. J Youth Adolescence, 41:650 – 672, 2012.

HOOVER, J. H; OLSON, G. Sticks and stones may break their bones: Teasing as bullying reclaiming children and youth;

Summer; 9, 2; 2000.

INHELDER, B.; PIAGET, J. Da lógica da criança à lógica do adolescente. Trad. Dante Moreira Leite. São Paulo: Pioneira, 1976.

JONES, D. C.; NEWMAN, J. B. Three-factor Model of Teasing: The Influence of Friendship, Gender, and Topic on Expected Emotional Reactions to Teasing during Early Adolescence. Social Development,14, 3, 2005.

KELTNER, D., CAPPS, L., KRING, A. M., YOUNG, R. C.; HEEREY, E. A. Just teasing: A conceptual analysis and Empirical review. Psychological Bulletin, 127, 229 –248, 2001.

KATZ, S. L.; SELMAN, R. L.; MASON, J. R. A study of teasing in the real world through the eyes of a practice-inspired researcher. Educational Action Research, 16:4, 469-480, 2008.

KRUGER, J.; GORDON, C. L.; KUBAN, J. Intentions in Teasing: When “Just Kidding” Just Isnt Good Enough. Journal of Personality and Social Psychology, Vol. 90, No. 3, 412 –425, 2006.

LANDAU, S.; MILICH, R.; HARRIS, M.; LARSON, S. “You really don't know how much it hurts:" Children's and reservice teachers´s reaction to childhood teasing. School Psychology Review; 30, 3; 2001.

LEARY, A.; KATZ, L. F. Observations of Aggressive Children During Peer Provocation and With a Best Friend. Developmental Psychology. Vol. 41, No. 1, 124-134, 2005.

LA RUSSO, M.; SELMAN, R. Early adolescent health risk behaviors, conflict resolution strategies and school climate. Journal of Applied Developmental Psychology 32, 2011.

MARTIN, R. A.; PUHLIK-DORIS, P.; LARSEN, G.; GRAY, J.; WEIR, K., Individual differences in uses of humor and their relation to psychological well-being: Development of the Humor Styles Questionnaire. Journal of Research on Personality, 37, 2003.

ROSS, D. M. Childhood bullying, teasing, and violence: what school personnel, other professional, and parentes can do. American Counseling Association, 2003.

SCAMBLER D.J, HARRIS M.J, MILICH R. Sticks and stones: Evaluations of responses to childhood teasing. Social Development;7:234–249, 1998.

SERRANO, G. P.; GUZMÁN, M. V. P. Aprender a convivir: el conflito como oportunidade de crecimiento. Madrid: Narcea, 2011.

SHAPIRO, J. P., BAUMEISTER, R. F., & KESSLER, J. W. A three component model of children’s teasing: Aggression, humor, and ambiguity. Journal of Social and Clinical Psychology,10, 459–472, 1991.

TRAGESSER, S. L.; LIPPMAN, L. G. Teasing: For Superiority or Solidarity? The Journal of General Psychology; 132, 3; Jul., 2005.

THIRY-CHERQUES, H. R. Saturação em pesquisa qualitativa: estimativa empírica de dimensionamento. Af Revista PMKT 03 Completa 4 cores: Layout 1 PM Page 21, 2009.

TOGNETTA, L. R. P. A Formação da personalidade ética: estratégias de trabalho com afetividade na escola. Campinas: Mercado de Letras, 2009.

VICENTIN, V. F., E quando surge a adolescência... Uma reflexão sobre o papel do educador na resolução de conflitos entre adolescentes. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2009.

VUCHINICH, S. The sequencial organization of closing in verbal family. In: Grimshaw, A. D. Conflict Talk: sociolinguistic Investigations of Arguments in Conversations. Cambridge University Press, 1990.

YOUNG, R. C.; KELTNER, D.; HEEREY, E. A.; OEMIG, C.; MONARCH, N. D. Teasing in Hierarchical and Intimate Relations. Journal of Personality and Social Psychology,Vol. 75, No. 5, 1998.

Downloads

Publicado

2018-03-29

Como Citar

Marques, C. A. E., Silva, L. M. F. da, Oliveira, M. T. de A., & Vinha, T. P. (2018). Investigando a provocação entre pares. Educação, 43(1), 127–140. https://doi.org/10.5902/1984644428067

Edição

Seção

Artigo Demanda Contínua

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)