Pesquisas nas Fronteiras da Epistemologia: racionalidade e historicidade do conhecimento
Research on the Frontiers of Epistemology: rationality and historicity of knowledge
Investigaciones en las fronteras de la epistemología: racionalidad e historicidad del conocimiento
Universidade La Salle, Canoas, RS, Brasil
elaine.conte@unilasalle.edu.br
Bárbara Regina da Silva Schumacher
Universidade La Salle, Canoas, RS, Brasil
barbarasschumacher@gmail.com
Universidade La Salle, Canoas, RS, Brasil
carolinewames7@gmail.com
Recebido em 13 de fevereiro de 2025
Aprovado em 18 de março de 2025
Publicado em 07 de outubro de 2025
RESUMO
A resenha aborda a obra “As Fronteiras da Epistemologia” de Luiz Carlos Bombassaro, destacando sua relevância para a discussão sobre a relação entre racionalidade e historicidade na produção do conhecimento, especialmente nas ciências humanas. Bombassaro argumenta que essas duas categorias não são opostas, mas interdependentes e complementares, moldando a própria condição do conhecimento. A resenha explora a análise do autor sobre as tendências analíticas e históricas na epistemologia, examinando as contribuições de autores como Popper, Kuhn, Lakatos, Habermas e outros. Enfatiza-se a importância de reconhecer a historicidade intrínseca ao conhecimento, superando as dicotomias tradicionais entre teoria e prática. A obra de Bombassaro convida a uma abordagem interdisciplinar, incorporando a hermenêutica para uma compreensão mais rica das dinâmicas do conhecimento. A resenha conclui ressaltando a relevância da obra como um referencial teórico valioso para a análise das práticas científico-educativas e para a promoção do debate crítico sobre as bases epistemológicas da educação.
Palavras-chave: Epistemologia; Racionalidade; Historicidade.
ABSTRACT
The review addresses the work "The Frontiers of Epistemology" by Luiz Carlos Bombassaro, highlighting its relevance to the discussion on the relationship between rationality and historicity in the production of knowledge, especially in the human sciences. Bombassaro argues that these two categories are not opposed, but interdependent and complementary, shaping the very condition of knowledge. The review explores the author’s analysis of historical and analytical trends in epistemology, examining contributions from authors such as Popper, Kuhn, Lakatos, Habermas and others. The importance of recognizing the intrinsic historicity of knowledge is emphasized, overcoming the traditional dichotomies between theory and practice. Bombassaro’s work invites an interdisciplinary approach, incorporating hermeneutics for a richer understanding of the dynamics of knowledge. The review concludes by highlighting the relevance of the work as a valuable theoretical reference for the analysis of scientific-educational practices and for the promotion of critical debate on the epistemological bases of education.
Keywords: Epistemology; Rationality; Historicity.
RESUMEN
La reseña aborda el trabajo “Las fronteras de la epistemologia” de Luiz Carlos Bombassaro, destacando su relevancia para la discusión sobre la relación entre racionalidad e historicidad en la producción del conocimiento, especialmente en las ciencias humanas. Bombassaro argumenta que estas dos categorías no son opuestas, sino interdependientes y complementarias, moldeando la propia condición del conocimiento. La reseña explora el análisis del autor sobre las tendencias analíticas e históricas en la epistemología, examinando las contribuciones de autores como Popper, Kuhn, Lakatos, Habermas y otros. Se enfatiza la importancia de reconocer la historicidad intrínseca al conocimiento, superando las dicotomías tradicionales entre teoría y práctica. La obra de Bombassaro invita a un enfoque interdisciplinario, incorporando la hermenéutica para una comprensión más rica de las dinámicas del conocimiento. La reseña concluye destacando la relevancia de la obra como un valioso referencial teórico para el análisis de las prácticas científico-educativas y para la promoción del debate crítico sobre las bases epistemológicas de la educación.
Palabras clave: Epistemología; Racionalidad; Historicidad.
O que diz a obra?
A obra “As Fronteiras da Epistemologia: uma introdução ao problema da racionalidade e da historicidade do conhecimento”, de Luiz Carlos Bombassaro, publicada em 1992, mantém sua relevância como uma contribuição significativa para o campo da epistemologia, especialmente no contexto das ciências humanas e sociais. Ao abordar a tensão e a possível complementaridade entre racionalidade e historicidade, o autor oferece um caminho para a superação de dicotomias que limitam a compreensão da produção do conhecimento. A obra convida a uma reflexão filosófica mais ampla, reconhecendo que as categorias de racionalidade e historicidade definem a condição do próprio conhecimento, constituindo-se como objeto central da investigação epistemológica.
Bombassaro utiliza a metáfora das fronteiras para descrever o espaço de produção do conhecimento, entendendo-o como um processo dinâmico e contínuo de compreensão e explicação do lugar do ser humano no mundo. Essa perspectiva implica que a historicidade não é apenas um contexto externo à racionalidade científica, mas uma condição intrínseca à sua própria constituição. Para sustentar sua argumentação, o autor explora as contribuições de diversos autores seminais da filosofia da ciência do século XX, como Karl Popper, Thomas Kuhn, Imre Lakatos, Hilary Putnam, Paul Feyerabend, Stephen Toulmin, Richard Rorty, Jürgen Habermas e Karl-Otto Apel. Ao fazer isso, Bombassaro amplia os horizontes da epistemologia, incorporando tendências analíticas e históricas, a cultura e a história da ciência, e propondo uma epistemologia mobilizada por desafios, experiências e reflexões hermenêuticas.
Três décadas depois de sua publicação, permanece atual o desafio lançado por Bombassaro, mas também emerge a necessidade de perguntar: que outros conceitos, epistemologias ou perspectivas poderiam hoje ampliar esse diálogo, considerando as mutações sociotécnicas, os embates políticos e as novas práticas científicas e educativas? A tese central do livro reside na possibilidade de uma relação de interdependência e complementariedade entre racionalidade e historicidade. Bombassaro (1992, p. 76) argumenta que essas duas categorias “convergem quando tratamos de estudar o conhecimento, em geral, e o conhecimento científico, em particular”. A historicidade é, portanto, um elemento constituinte da epistemologia e o conhecimento construído pela investigação científica é intrinsecamente marcado por ela. O autor distingue três modos de compreender a presença da historicidade na investigação científica: a ciência como produção, a ciência como produto, e a historicidade intrínseca ao próprio homem, que se manifesta na historicidade do conhecimento. “É pela historicidade do homem que se instaura a historicidade do conhecimento” (Bombassaro, 1992, p. 77). Dessa forma, racionalidade e historicidade são consideradas as bases constitutivas do humano, inseparáveis na práxis do tempo e nas interfaces científicas de ser e estar com o outro.
Historicamente, a filosofia tratou a racionalidade e a historicidade de forma dualista e unilateral, opondo o teórico ao prático e identificando o racional com o teórico e o histórico com o prático. Bombassaro (1992) busca superar essa dicotomia, argumentando que o ato de conhecer envolve tanto a racionalidade quanto a historicidade. Para tanto, o autor incorpora as contribuições da filosofia da linguagem de Jürgen Habermas, especialmente no que se refere à importância da comunicação e do consenso na validação do conhecimento. Um exame da historiografia da epistemologia revela que a racionalidade e a historicidade se tornaram categorias filosóficas centrais para a análise do conhecimento, embora não haja um acordo unânime sobre essa interpretação.
Ao abordar a questão do conhecimento, é fundamental reconhecer que ele é uma atividade intelectual na qual o sujeito procura compreender e explicar o mundo que o constitui e o cerca, estabelecendo um processo de enraizamento no mundo. O conhecimento não é apenas uma atividade intelectual, mas também o resultado concreto dessa atividade, um conjunto de enunciados e processos biopsicossociais e culturais que o ser humano produz e dos quais necessita para comunicar-se e sobreviver, através de uma ação que se vincula o individual ao coletivo.
Para aprofundar a compreensão das dimensões racional e histórica do conhecimento, Bombassaro distingue os conceitos epistêmicos de saber e conhecer. Na história da filosofia, saber foi entendido como ter por verdadeiro, associado à capacidade de justificação e explicação. O conhecer, por sua vez, abrange tanto a experiência sensorial quanto a compreensão intelectual, revelando a interação complexa entre sujeito e mundo.
A historiografia da epistemologia contemporânea pode ser lida como a manifestação de duas tendências distintas: a tendência analítica e a tendência histórica (Viero; Conte; Trevisan, 2004). A teoria analítica da ciência, baseou-se no empirismo lógico, representado pelo Círculo de Viena e, posteriormente, pela filosofia de Karl Popper. As teses do Círculo de Viena, centradas na análise lógica da linguagem para tornar claras as ideias, conceitos e métodos, contribuíram para estabelecer a exigência de rigor metodológico na epistemologia. Popper, defendia a lógica dedutiva e propôs o critério da falseabilidade. Os princípios do positivismo, que caracterizam a tendência analítica, incluem a ideia da unidade do método científico e a visão da explicação científica como a subsunção de casos individuais sob leis gerais.
A tendência histórica, por sua vez, emergiu como crítica às concepções da tendência analítica, incorporando reflexões sobre pontos não tematizados, como a preocupação com os elementos históricos da epistemologia e a revalorização da ontologia e da metafísica. Essa tendência engloba a nova filosofia da ciência (Kuhn, Lakatos, Feyerabend), os representantes da negação da tendência analítica (Bachelard, Canguilhem, Foucault) e as reflexões produzidas pela Escola de Frankfurt (Adorno, Habermas). A crítica da tendência histórica centrava-se na ideia de que a epistemologia analítica era excessivamente simplista, pois deixava de considerar a ação efetiva dos homens que faziam a ciência.
Autores como Kuhn e Feyerabend questionaram a invariância do significado e a possibilidade de uma linguagem neutra para descrever o mundo, enfatizando o papel dos paradigmas e das revoluções científicas na transformação do conhecimento. Lakatos, por sua vez, propôs a metodologia dos programas de investigação, buscando superar as limitações do falseacionismo de Popper e oferecer uma visão mais dinâmica do desenvolvimento científico.
A questão da racionalidade ocupa hoje um lugar privilegiado nas investigações filosóficas, que se estendem das investigações psicolinguísticas de Chomsky à pragmática transcendental do discurso argumentativo, de uma certa maneira comum a Habermas e Apel. Nesse sentido, a forma mais comum de apresentar os tipos de racionalidade é aquela que distingue entre racionalidade teórica e racionalidade prática. Por racionalidade teórica entende-se a condição pela qual se atribui o predicado racional aos enunciados em geral (que não sejam contraditórios). Por racionalidade prática se compreende a condição pela qual o sujeito chama racionais as ações que ele mesmo pratica (práxis).
Ao lado dessa perspectiva racionalista, outras posições importantes ao pensamento filosófico defendem o primado do prático sobre o teórico. Bunge apresenta um aspecto que acreditamos ser central, os diferentes tipos de racionalidade somente podem ser compreendidos tendo em vista seu caráter sistêmico, escapando ao vício de definir uma primazia, seja do teórico sobre o prático ou vice-versa. Outra tipologia de racionalidade é apresentada por Habermas que toma como ponto de partida o processo comunicativo quando as pessoas iniciam um diálogo, tendo como pano de fundo o mundo da vida. No entender de Habermas, a esfera do mundo sistêmico é caracterizada pela racionalidade instrumental, a qual garantiu o desenvolvimento das ciências naturais, composta pelas ações que subsistem independentemente do processo comunicativo.
A falta de historicidade da epistemologia moderna é enfatizada por Adorno, Toulmin também, que se deu conta de que a epistemologia não considera a historicidade do conhecimento. Segundo o olhar defendido por Habermas, em Conhecimento e Interesse, todo conhecimento é movido por interesses e poderes que o orientam, dirigem e comandam.
Sob a ótica de Lakatos, a filosofia da ciência sem a história é vazia, assim como, a história da ciência sem a filosofia da ciência é cega. Para Lakatos, a historicidade do conhecimento constitui um elemento indispensável à epistemologia. Com a mudança paradigmática ocorrida na filosofia a partir da virada linguística, também a epistemologia é submetida a uma transformação, que substitui o modelo cognoscitivo da relação sujeito-objeto pelo modelo intersubjetivo da comunidade de comunicação. Nesse sentido, a ampliação dos limites da epistemologia, devido às investigações em torno da racionalidade e da historicidade, não significa uma redução de toda atividade filosófica à epistemologia, mas indica um movimento de transgressão em direção a uma interdisciplinaridade, que faz da conjugação da racionalidade e historicidade uma atividade que ultrapassa os limites da discussão epistemológica.
Nos últimos vinte anos, duas manifestações filosóficas significativas de Apel e Rorty podem ser citadas como uma resposta plausível ao problema da relação entre a epistemologia e outros âmbitos da atividade filosófica, relacionada à aceitação da atividade hermenêutica como complemento da reflexão metodológica. Se em 1992 foi inovador aproximar epistemologia e hermenêutica, hoje esse caminho se revela ainda mais promissor, sobretudo diante das exigências de compreender o conhecimento em redes complexas, intersubjetivas e digitais (Conte; Habowski, 2019).
Ao revisitar a obra após três décadas, não se trata apenas de constatar sua atualidade, mas de examinar como os deslocamentos epistemológicos, culturais e tecnológicos tensionam suas categorias fundamentais. Esta tem contribuído significativamente para as reflexões sobre questões epistemológicas colocadas pelas ciências humanas nas questões de racionalidade e historicidade para a construção do conhecimento. Mesmo após mais de 30 anos, a obra continua a provocar reflexão e produzir efeitos, mas é inegável que teria muito a acrescentar caso fosse reeditada, contemplando debates contemporâneos como a ecologia de saberes, a inteligência artificial, os estudos (de/contra)coloniais e as epistemologias do sul.
A aproximação da racionalidade e da historicidade, via interdependência entre filosofia da ciência e história da ciência, traz para a epistemologia uma nova posição em movimento que engloba uma capacidade crítica de fazer ciência. Através dos argumentos do autor, é possível entender a necessidade de ultrapassar os limites epistemológicos, de uma árvore epistemológica padronizada e que gerou, historicamente, gaiolas de saberes colonizadores e exclusões.
Reconhecemos, assim, a importância de Bombassaro ter introduzido no debate acadêmico brasileiro a noção de aceitabilidade racional, conceito que continua a oferecer fecundidade para as discussões sobre a legitimidade do conhecimento e seus vínculos com a historicidade. As dimensões epistemológicas de natureza interdisciplinar do conhecimento, desveladas por Bombassaro (1992), provocam o deslocamento do olhar em experiências de encontro com a diversidade sócio-histórico-cultural, que podem ser exploradas hoje em pesquisas de recontextualização em novas dimensões pela práxis dialógica, repercutindo na produção coletiva de conhecimentos em redes educativas. Enfim, a racionalidade discursiva e aprendente impõe à epistemologia uma maneira completamente diferente de considerar o conhecimento, na medida em que não se torna mais possível encontrar padrões de racionalidade independentemente do mundo prático, onde o conhecimento é produzido e no qual a historicidade constitui-se em elemento central.
Nesse cenário, as dimensões epistemológicas nos ajudam a enfrentar os negacionismos da ciência, as disputas em meio a guerra de narrativas, as polarizações da política global de luta e apego ao poder, além das produções artificiais de estilo pastiche e cliches. “Em tempos de endeusamento da Inteligência Artificial, será que não está na hora de iniciarmos um movimento de valorização daquilo que ainda nos faz essencialmente humanos?” (Trevisan, 2025, online). Esse debate permite reexaminar o legado da tradição em novas bases que descobre outras metáforas do conhecimento, para além do domínio do saber já colocado em xeque por Habermas que aponta a necessidade para a abertura ao aprender como uma forma de consolidar a evolução dos saberes socioculturais.
Em tempos de desconexão com a natureza ecológica, de interconexão entre experiências presenciais e virtuais hipercomplexas, precisamos reconciliar os sujeitos com suas histórias de formação que demandam um relacionamento com os saberes indagadores e cocriativos da condição humana. Enfim, a racionalidade discursiva e aprendente dos processos impõe à epistemologia construir pontes que levem em consideração o interesse pelo conhecimento solidário onde ele é produzido na formação escolar e no qual a historicidade constitui-se em elemento central.
A relevância da obra de Bombassaro para as pesquisas contemporâneas reside na sua contribuição para as discussões sobre epistemologia, racionalidade e historicidade, temas recorrentes nas publicações científicas. A obra de Bombassaro oferece um referencial teórico valioso para a análise das práticas educativas, considerando a importância do contexto histórico e social na produção do conhecimento pedagógico. Em um contexto de busca em promover o debate crítico sobre as bases epistemológicas da educação, a obra de Bombassaro se apresenta como uma leitura fundamental para pesquisadores e educadores interessados em aprofundar a compreensão das complexas relações entre racionalidade, historicidade e produção do conhecimento no campo educacional. A resenha reforça a importância da obra enquanto um legado cultural para a análise dos desafios da educação contemporânea e nos convida a redescobrir os seus impactos, sugerindo uma epistemologia sem fronteiras para o (re)conhecimento dialógico.
O campo de investigação permanece aberto: a obra convida não apenas à retomada crítica do legado de Bombassaro, mas também à atualização de suas categorias à luz das transformações socioculturais e tecnológicas que desafiam a epistemologia e a educação. Assim, a obra de Bombassaro não se encerra em si mesma, mas permanece viva e como um ponto de partida para novas investigações, convidando-nos a expandir o horizonte epistemológico rumo a diálogos interdisciplinares, interculturais e tecnológicos que hoje se impõem à educação e à filosofia.
Referências
BOMBASSARO, Luiz Carlos. As Fronteiras da Epistemologia: uma introdução ao problema da racionalidade e da historicidade do conhecimento. Petrópolis: Vozes, 1992.
CONTE, Elaine; HABOWSKI, Adilson Cristiano. O agir comunicativo na educação como dispositivo e autoridade epistêmica à práxis tecnológica. Educação & Sociedade, Campinas, v. 40, p. 1-16, 2019. DOI: https://doi.org/10.1590/ES0101-73302019193424
TREVISAN, Amarildo Luiz. O último refúgio da palavra: o desafio de escrever como gente. Escrever com alma, sentimento... “é mais do que desafio. É ato de resistência”. Claudemir Pereira [online], 8 fev. 2025.
VIERO, Catia Piccolo; CONTE, Elaine; TREVISAN, Amarildo Luiz. Filosofia da Educação a partir do Diálogo Contemporâneo entre Analíticos e Continentais. Abstracta, Niterói, v. 1, p. 92-107, 2004. DOI: https://doi.org/10.24338/abs-2004.349.
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