Corpos silenciados e escola

Silenced bodies and school

Cuerpos silenciados y escuela

 

Jordania Lima Balbino

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brasil

jordaniabalbino@gmail.com

Tadeu João Ribeiro Baptista

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brasil

tadeujrbaptista@yahoo.com.br

 

Recebido em 12 de março de 2024

Aprovado em 18 de março de 2024

Publicado em 26 de março de 2025

 

RESUMO

Ao longo da vida escolar, é perceptível um processo de silenciamento dos corpos nesse ambiente educacional. Assim, este texto apresenta como problema: como se tem pensado o silenciamento dos corpos na escola em teses e dissertações? O objetivo central deste estudo é analisar como se tem refletido o silenciamento corporal na escola em teses e dissertações. A escrita foi feita a partir de um levantamento bibliográfico realizado de forma exploratória na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações, acerca da temática do silenciamento dos corpos no ambiente escolar, considerando o título, o resumo e as palavras-chave dessas produções, independente da área de pesquisa. Para o texto ser incluído, era necessário que correspondesse às três palavras-chave de busca: corpos, silenciamento e escola. A análise dos dados foi feita a partir do embasamento teórico no materialismo histórico-dialético. Por meio desta pesquisa, foi possível perceber que existe uma vasta bibliografia acerca das temáticas indicadas, entretanto, poucas que incluam, de forma conjunta, o silenciamento do corpo na escola. Nesse sentido, este levantamento nos provoca a escrita e reflexão sobre a temática dos corpos silenciados no ambiente escolar.

Palavras-chave: Silenciamentos; Corpos; Escola.

 

ABSTRACT

Throughout school life, there is a noticeable process of silencing bodies in this educational environment. Thus, the central objective of this text is to analyze how the silencing of bodies at school has been thought of in theses and dissertations. The text was written on the basis of an exploratory bibliographic survey carried out in the Brazilian Digital Library of Theses and Dissertations on the subject of the silencing of bodies in the school environment, considering the title, abstract and keywords of these productions, regardless of the research area. For the text to be included, it had to match the three search keywords: bodies, silencing and school. The data was analyzed using the theoretical basis of dialectical historical materialism. Through this research, it was possible to see that there is a vast bibliography on the themes indicated, but few that jointly include the body silenced at school. In this sense, this survey provokes us to write and reflect on the theme of silenced bodies in the school environment.

Keywords: Silencing; Bodies; School.

 

RESUMEN

A lo largo de la vida escolar, se observa un proceso de silenciamiento de los cuerpos en este ambiente educativo. El objetivo central de este texto es, por lo tanto, analizar cómo el silenciamiento de los cuerpos en la escuela ha sido pensado en tesis y disertaciones. El escrito se basó en un relevamiento bibliográfico exploratorio realizado en la Biblioteca Digital Brasileña de Tesis y Disertaciones sobre el tema del silenciamiento de los cuerpos en el ámbito escolar, considerando el título, el resumen y las palabras clave de estas producciones, independientemente del ámbito de investigación. Para que el texto fuera incluido, debía corresponder a las tres palabras clave de la búsqueda: cuerpos, silenciamiento y escuela. Los datos se analizaron utilizando la base teórica del materialismo histórico dialéctico. A través de esta pesquisa, fue posible constatar que existe una vasta bibliografía sobre los temas indicados, pero pocas que incluyan conjuntamente el silenciamiento del cuerpo en la escuela. En este sentido, esta pesquisa nos provoca a escribir y reflexionar sobre el tema de los cuerpos silenciados en el ambiente escolar.

Palabras clave: Silenciamiento; Cuerpos; Escuela.

 

Introdução

Quando pensamos em ambiente escolar, devemos considerar o que afirma a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), tratando desde a Educação Infantil até o Ensino Superior, ponderando, inclusive, as diversas modalidades contidas dentro destes níveis de ensino. Refletindo sobre isso, chegamos à percepção de que passamos a maior parte da vida considerando as fases da infância, da adolescência e do início da fase adulta, em instituições voltadas à educação formal, ficando evidente, deste modo, o quanto este ambiente pode influenciar na formação e na constituição de sujeitos, principalmente naquelas pessoas que conseguem concluir todas as etapas previstas, sopesando o grande nível de desigualdade de acesso e permanência nas instituições de ensino.

Considerando que formamos e somos constituídos pela sociedade que nos rodeia, obtemos a percepção, como afirma Marx em inúmeros escritos (Marx, 2008; 2010; 2011), de que estamos inseridos em um sistema de organização social da produção – o capitalista – e ainda que, por muitas vezes, estejamos alienados da nossa realidade, por sermos formados por meio e com base na lógica desse modelo societal, ainda seriam possíveis pequenos espaços de resistência, caso o entendimento dessa sociedade se tornasse concreto (Marx, 2008).

Para entender um pouco melhor o que se pretende demonstrar, quando se olha para a tensão estabelecida na luta de classes entre proprietários dos meios de produção e o proletariado, considerando a hegemonia ideológica dos primeiros sobre os segundos (Marx; Engels, 2023), a busca por comportamentos que são adequados, principalmente para os trabalhadores (como são os casos da disciplina e do não questionamento, por exemplo), torna-se essencial para o processo de reprodução do capitalismo como modo de produção, tendo em vista que uma classe trabalhadora crítica não é interessante para os burgueses detentores dos meios de produção.

Entendemos, provisoriamente, que o processo de silenciamento dos corpos estabelece relações com o processo de disciplina. Um autor que se debruçou sobre este tema foi Foucault, quando debateu as formas de controle pela sexualidade, pela prisão, pela escola e por outros dispositivos (Foucault 1999, 2002). Suas pesquisas fundamentaram também outros estudos sobre o corpo silenciado e disciplinado (Miguez; Furley; Pinel, 2022; Xavier; Müller Junior, 2020).

Apesar de Foucault ser um autor profícuo, entendemos que existe a possibilidade de se conversar com outro referencial teórico, mais próximo do Materialismo Dialético em relação a este tema como modo de estabelecer outras discussões e debates, uma vez que autores que se aproximam deste paradigma epistemológico dialogam também com uma perspectiva ontológica diferente. O silêncio é uma forma de disciplina em nossa análise.

Pensar o silêncio em sala de aula não significa, aqui, necessariamente, tratar da comunicação oral, mas de todas as expressões corporais possíveis, seja pelo não falar ou pela inquietude de crianças em sala de aula. Entende-se o corpo a partir de Baptista (2013), no que diz respeito à constituição ontológica a partir do trabalho e para o trabalho, não só neste como em outros modelos societais. Afirmar isso significa a compreensão destes corpos, como já citado, dentro de uma configuração social, como a que vivemos, uma organização socioeconômica capitalista.

Essa ideia da disciplina e da organização dos saberes passa na escola por diferentes modelos que se estabelecem na organização dos conteúdos e dos processos, como é o caso das metodologias liberais apontadas por Libâneo (2013), como a tendência tecnicista que tem ênfase nos procedimentos e tecnologias de ensino apoiada na teoria do capital humano, preocupada, predominantemente, com a aprendizagem para o mercado de trabalho. Estas tendências de caráter liberal têm certa equivalência com os modelos não críticos demonstrados por Saviani (2012), para quem a tendência tecnicista também está presente.

Para além das tendências educacionais não críticas, Saviani (2012) irá comentar sobre aquelas perspectivas que ele denomina de crítico-reprodutivistas. Entre estas, o autor destaca o modelo da violência simbólica, da escola dualista e a teoria dos Aparelhos Ideológicos do Estado. Segundo Saviani, estas reflexões críticas sobre a escola denunciam os seus problemas e os interesses presentes a partir da sociedade de classes, mas, ao mesmo tempo, não avançam para além de sua crítica. Destas três, duas se destacam para uma rápida análise.

A primeira é a escola dualista. Essa teoria produzida na França dos anos 1970 por Baudelot e Establet se esforçam em mostrar que “[...] a escola, em que pese a aparência unitária e unificadora, é uma escola dividida em duas (e não mais que duas) grandes redes, as quais correspondem à divisão da sociedade capitalista em duas classes fundamentais: a burguesia e o proletariado” (Saviani, 2012, p. 24). Este aspecto tende a demonstrar que essas grandes redes preparam as crianças de acordo com a sua classe social para a manutenção, ou seja, para a reprodução do capitalismo.

A outra teoria é proposta por Althusser com os denominados Aparelhos Ideológicos do Estado (AIE). Neste caso, de acordo com o próprio Althusser (2022), o capitalismo demanda certa necessidade de reprodução de suas condições, e, neste sentido, existem dois aparelhos centrais, a saber: a) os Aparelhos Repressivos do Estado (ARE) e; b) os AIE.

Entre os ARE, encontram-se as estruturas de repressão pela força física ou não pelas condições políticas e as forças armadas (Marinha, Exército, Aeronáutica e Polícias), as quais cumprem ordens e proibições administrativas, à censura explícita ou implícita (Althusser, 2022, p. 81). Enquanto os AIE são compostos pelos Aparelhos Ideológicos religiosos, familiar, jurídico, político, sindical, de informação (como é o caso das mídias, a cultura e a escola) (Althusser, 2022, p. 74-75).

Neste caso, os AIE, sobremodo a escola, são responsáveis por atuar de modo indireto e não tão perceptível quanto à construção da ideologia da classe dominante. Afinal, como dizem Marx e Engels (2023), a ideologia nada mais é do que o conjunto de ideias prevalescentes das classes dominantes, ou seja, da burguesia.

Apesar de haver uma série de críticas quanto a estas leituras sobre a função social da escola, é inegável que essa instituição educacional traz em si uma contradição interna. Por um lado, cabe a ela a colaboração na formação das pessoas, contribuindo para uma formação omnilateral por meio de uma escola criadora e unitária (Gramsci, 2022), em contraposição ao modelo de uma escola dualista com prejuízos para a classe trabalhadora (Saviani, 2012).

Resta ainda um aspecto a ser considerado: por que tratar da questão do corpo silenciado, por que se dar ênfase ao corpo? A resposta é apresentada por Vigarello (apud Soares, 2005, p. 17):

 

O corpo é o primeiro lugar onde a mão do adulto marca a criança, ele é o primeiro espaço onde se impõem os limites sociais e psicológicos que foram dados à sua conduta, ele é o emblema onde a cultura vem inscrever seus signos como também os seus brasões.

 

Além de ser o corpo o lócus onde o adulto inscreve os limites sociais e psicológicos, as regras, segundo Daolio (2005), precisam ser “in-corpo-radas”, sendo essa palavra significativa, pois, se pensarmos do ponto de vista semântico, as regras precisam ser “colocadas dentro do corpo”. Logo desde a infância as crianças são “institucionalizadas” para que internalizem as regras sociais contidas no nosso modelo de sociedade, e muitas vezes estas regras estão vinculadas a nossa discussão acima, acerca da concepção de detentores dos meios de produção e classe trabalhadora.

Podemos pensar, de forma leiga, que essa questão econômica não influencia de forma tão direta na concepção escolar, principalmente dos estudantes, mas como vimos a partir de Saviani(2012) e Libâneo (2013) as concepções de educação e de metodologias de ensino estão e são diretamente interligadas na compreensão social dos sujeitos, ou seja, se compreende-se os indivíduos como pertencentes à classe trabalhadora, não é interessante aspectos da formação crítica, mas mais voltados a disciplinarização desses corpos.

Partindo das reflexões apresentadas até aqui, além de entendermos, empiricamente, a partir de conversas informais com profissionais de instituições escolares com as quais foi verificada uma predominância de um ambiente de silêncio em meio a questionamentos e reflexões críticas nas salas de aula, este estudo tem o seguinte problema: como se tem pensado o silenciamento dos corpos na escola em teses e dissertações? E o objetivo central é analisar como se tem refletido o silenciamento corporal na escola em teses e dissertações.

 

Metodologia

Esta pesquisa tem no materialismo histórico-dialético o seu paradigma de referência, pois, a partir dele, é possível traçar a realidade dos achados por meio de uma interpretação contextual e dialética na qual se percebam as totalidades de produção e a necessidade já evidenciada de novos trabalhos que abordem a temática proposta, avançando do abstrato ao concreto e identificando a essência do material (Marx, 2008).

Este estudo caracteriza-se como de cunho exploratório (Gil, 2008). De acordo com este autor:

 

Pesquisas exploratórias são desenvolvidas com o objetivo de proporcionar [uma] visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato. Este tipo de pesquisa é realizado especialmente quando o tema escolhido é pouco explorado e torna-se difícil sobre ele formular hipóteses precisas e operacionalizáveis (Gil, 2008, p. 27).

 

Para realizar este estudo exploratório, recorremos a uma pesquisa de modelo bibliográfico na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações, pois este é o portal mais significativo para se realizar este tipo de levantamento. Retomando o aspecto metodológico, esta pesquisa consiste em uma abordagem qualitativa. Como afirma Triviños (1987), a caracterização deste tipo de pesquisa é muito abrangente e se qualifica por diversas particularidades, pois, destarte aqui nos limitamos a dizer que na “[...] pesquisa qualitativa de forma muito geral, segue-se a mesma rota ao realizar uma investigação. Isto é, existe uma escolha de um assunto ou problema, uma coleta e análise das informações” (Triviños, 1987, p. 131).

Nesta perspectiva, entendemos como exploratória a compreensão de fazer este estudo de pesquisa atento aos aspectos de inclusão e exclusão de trabalhos, além de usar como modelo uma revisão de literatura integrativa, tendo como modelo o Prisma, proposto por Moher et al. (2009), para realizarmos uma revisão integrativa (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analysis).

Esta pesquisa foi realizada no mês de outubro de 2023. No início da pesquisa, encontramos 170 resultados, dentre estes, 115 dissertações e 55 teses. Ao refinarmos o nível de atualidade nas pesquisas para os últimos cinco anos (2018-2023), foram encontrados 96 resultados, dentre estes estudos, 62 dissertações e 34 teses. E, finalmente, após análise dos resumos e de alguns fragmentos das teses e dissertações, restaram apenas sete estudos, que serão detalhados mais à frente.

Para se chegar aos sete estudos incluídos na análise final, foram usados como critérios de inclusão independente da área de pesquisa:

 

1.    Incluir as palavras-chave: corpo, silenciamento e escola

2.    Ter sido escrito entre os anos de 2018 a 2023.

 

Os critérios de exclusão foram:

A.   Não incluir as três palavras-chave definidas como cerne da pesquisa de modo conjunto (corpo, silenciamento e escola)

B.   Não ter sido escrito nos últimos cinco anos.

 

Com base neste modelo, elaboramos a Figura 1:

 

Figura 1: Dados selecionados a partir do modelo PRISMA.

Fonte: Elaboração Própria.

 

Para a realização da análise dos dados, usamos a análise temática proposta por Minayo (2014). Para a autora, a “[...] análise temática consiste em descobrir os núcleos de sentido que compõem uma comunicação, cuja presença ou frequência signifiquem alguma coisa para o objeto analítico visado” (Minayo, 2014, p. 316). Esta metodologia passa por três etapas, sendo elas a Pré-Análise, a Exploração do Material e, finalmente, Tratamento dos Resultados Obtidos e Interpretação (Minayo, 2014).

 

Resultados e Discussões: Sobre o silenciamento na literatura

Ao finalizar nossa coleta de dados exploratória, identificamos alguns dados interessantes. Ainda que esta pesquisa tenha perfil qualitativo, analisando quantitativamente, após a utilização dos critérios de exclusão e considerando as dissertações e teses defendidas nos últimos cinco anos (2018-2023), foram encontrados 96 resultados, dentre eles, 62 dissertações e 34 teses. A partir desse resultado, iniciamos a localização das teses e dissertações que coadunavam com o que estávamos buscando.

Nesse sentido, foram excluídos textos que não falavam sobre o silenciamento das crianças, e, sim, dos professores, como também foram excluídos textos que não abordavam as três palavras-chave da busca: silenciamento, corpos e escola. Totalizamos 88 trabalhos que não se classificaram no critério citado acima, sendo que um desses trabalhos era uma dissertação que se encontrava repetida na plataforma, restando apenas sete trabalhos, dos quais, duas eram teses, e cinco, dissertações.

Em cada um desses trabalhos, há uma predominância de um dos termos que pesquisamos de forma mais enfática; quatro sobre corpos (três dissertações e uma tese), dois sobre gênero e sexualidade (uma dissertação e uma tese) e um sobre linguagem (uma dissertação), exceto discussões feitas diretamente acerca do termo “silenciamento”.

A partir dos dados identificados, construímos o Quadro 1.


 

Quadro 1 – Relação dos Trabalhos identificados e analisados

Autor

Título

IES

Tipo de Trabalho

Ano de Defesa

1

Alves, Gieri Toledo

Relações étnicos raciais, ensino e afrocentricidade: corpo-identidade de meninos negros

UFSC

Dissertação

2021

2

Aquilino, Simone Martins

Entre jovens invisíveis e corpos silenciados: manifestações das sexualidades e a homofobia (des)veladas nas aulas de educação física

UNB

Dissertação

2020

3

Carvalho, Marília Alves de

“(Não) façam silêncio: ensino de arte e o direito à palavra de meninas e mulheres na escola pública”

UNESP

Dissertação

2020

4

Pinho, Camila Maria Santos de

Juventude, teatro e educação: um olhar a partir da afroperspectiva

UFMT

Dissertação

2020

5

Santos, José Carlos dos

A corporeidade criança vai à escola?

UFTM

Dissertação

2019

6

Costa, Rosilene Silva Santos da

Relações étnico-raciais na educação infantil: contribuições da teoria das representações sociais

UFPB

Tese

2019

7

Nascimento, Ana Paula Leite

Juventudes em cena no cotidiano escolar: movimentos de (re)produção de silenciamentos, regulações de gênero, subversões e resistências

UFS

Tese

2019

Fonte: Elaboração Própria

 

A partir da análise realizada em cada uma das dissertações e teses, foi possível identificar três temáticas centrais (categorias ou núcleos de sentido), de acordo com Minayo (2014), sendo elas:

1.    O corpo;

2.    Gênero e Sexualidade;

3.    Linguagem.

 

Do ponto de vista do corpo, as três dissertações que tratam sobre corpo são os trabalhos de Alves (2021); Pinho (2020) e Santos (2019). Além dessas pesquisas, identificamos também a tese de Costa (2019).

Falando sobre corpo, a dissertação de Alves (2021) pondera sobre os corpos das crianças pretas e a questão da necessidade de se tratar disso durante todo o ano letivo e em todas as disciplinas, pois é uma questão de constituição de identidade, como afirma no seguinte trecho: “Porém a escola eurocêntrica, logo ensina a uma criança negra “normal” que o seu lugar é de servir, de docilidade, de perdedora, burra, malvada, feia, ridiculizada e com menos valia do que as pessoas brancas” (Alves, 2021, p. 15). Nesta perspectiva, o trabalho critica uma abordagem generalista do corpo negro que deve ser considerado como uma questão identitária africana. Logo, a conceituação de corpo parte de uma perspectiva de identidade, e a condição de silêncio se constitui no trabalho a partir de algo que deve ser quebrado. Ou seja: há uma necessidade de anulação do silêncio em relação a essa temática, principalmente dentro da escola, entendendo-se, nesta abordagem, a escola a partir do que pensa Saviani (2012), no que diz respeito à existência de uma escola dualista que apresenta prejuízos para a constituição social dos indivíduos.

Por sua vez, Santos (2019) aborda como as crianças se movimentam em escolas específicas, se com liberdade ou se são silenciadas, tanto na sala de aula como nas aulas de Educação Física. O autor trata o corpo a partir de uma perspectiva fenomenológica e discute, justamente a partir de inquietações em seus estágios supervisionados, que os professores ou a escola disciplinava as crianças, proibindo-lhes o movimento livre, tratando-os como miniadultos. Tal concepção de escola se posiciona justamente de forma crítica a esse modelo de educação. Santos (2019) utiliza o termo silenciar nesta compreensão de não permissão de expressividade livre das crianças: “[...] há inúmeras tentativas de silenciar esta singularidade da criança e de sua infância dentro de algumas escolas que, através de padrões, normas e regras, acabam por abreviar o significado de ser livre e lúdico” (p. 17).

Pinho (2020) trata sobre os corpos de jovens negros e como eles são considerados no ambiente do teatro, ou seja, trata do teatro em todos os espaços que vivenciem um processo de educação. Entendemos que o trabalho aborda o conceito de “educação pluriversal”, e a compreensão que temos desse conceito é uma educação que vivencia as mais diversas epistemologias que possibilitem a formação dos jovens, como é ressaltado no trecho: “A Afroperspectiva sustenta o conceito de educação pluriversal e orienta a busca por outras epistemologias que contemplem a formação desses jovens” (Pinho, 2020, p. 18). A relação com o corpo surge como uma questão de identidade e de reconhecimento de como esse jovem negro percebe e se relaciona com o seu corpo. Já o aspecto do silêncio surge justamente da anulação de instituições escolares acerca dos diferentes corpos negros, o que prejudica como esses jovens se percebem e se compreendem enquanto corpos negros.

Costa (2019) trata sobre o antirracismo, ou melhor, a falta de uma prática desta índole dentro das escolas, principalmente as voltadas aos corpos negros infantis. A autora discute que há uma invisibilidade desta temática na prática educacional. Nesta perspectiva, a escola se apresenta como um local que invalida a história e o corpo da criança negra, propagando estereótipos racistas, a sua discussão aborda principalmente uma forma de fazer desta temática um diálogo cotidiano dentro das escolas.

Acerca da temática gênero e sexualidade, temos a dissertação de Aquilino (2020) e a tese de Nascimento (2019). Na pesquisa de Aquilino (2020), a autora trata de abordar e ocasionar formas de evitar a homofobia nas aulas de educação física no município de Extremoz/RN. Já no início do trabalho, ela apresenta o conceito de cultura corporal, fazendo-nos compreender que visualiza a Educação Física a partir de uma perspectiva crítica. Nesse sentido, a concepção de corpo também assume esse lugar de inserido em uma determinada sociedade, de modo a precisarmos exercer a criticidade para compreendê-lo. Da mesma forma, a compreensão acerca da educação está voltada a uma perspectiva de criticidade como instrumento de mudança social. O termo silêncio, na pesquisa, evidencia-se no que diz respeito a não falar sobre os problemas de gênero existentes na escola.

Por sua vez, a tese de Nascimento (2019) faz a discussão acerca da reprodução dos silenciamentos e invisibilidades dos corpos da juventude dentro de uma instituição federal do ensino médio, bem como a resistência diante desse cenário de controle, e tem os fundamentos da pesquisa no materialismo histórico-dialético. Ao buscar compreender o conceito de escola na tese, notamos que esta instituição de educação formal é apresentada como um lugar que não dá espaço para o jovem “ser jovem”. Ou seja: suas expressividades, que são construídas socialmente, não se encaixam no perfil do que se entende como um sujeito escolar. Percebemos isso visualizando que “[...] os limites e barreiras que se mantêm no espaço escolar não permite que as reivindicações juvenis sejam ouvidas na medida em que o valor que elas possuem é menosprezado” (Nascimento, 2019, p.18). Em relação ao termo corpo, ele surge como questionamento se está ocorrendo a formação de “corpos dóceis”, entendidos por nós como corpos que são encaixados nas normas sociais convencionadas, e, neste aspecto também, é pensado o silêncio a partir da anulação da individualidade dos jovens.

 

Em nossa concepção, a relação da escola com as suas juventudes não deve ter como função prioritária a criação de mecanismos de constrangimentos através dos sermões e discursos, como práticas escolares disciplinares, sustentados por princípios morais, que, se as juventudes não nortearem seus comportamentos referenciados por tais princípios, os resultados serão reprovações morais e punições expressas nas práticas escolares disciplinares que silenciam, inibem e invisibilizam as diversidades das culturas, identidades, individualidades e subjetividades juvenis. Os discursos nas práticas escolares que justificam algumas posturas institucionalizadas as quais reprimem são enveredados pela dimensão disciplinadora, sendo que determinados processos de disciplinamentos aos quais as juventudes estão submetidas são amparados pelos discursos moral, religioso, médico e biológico que não dialogam com as diversidades das juventudes. (Nascimento, 2019, p. 22).

 

Ou seja, a individualidade, as características e as próprias subjetividades dos jovens não são consideradas, e, dessa forma, compreende-se o silêncio em anular o que é ser jovem a partir de concepções populares como um indivíduo animado, autônomo e cheio de si.

E, na temática linguagem, temos a dissertação apresentada por Carvalho (2020). Essa autora aborda o silenciamento provocado de forma implícita pela escola com a utilização de estratégias visuais que enfatizam esse comportamento. De forma crítica, pontua-se:

 

Através do controle, da violência e da disciplina, a arquitetura fria e hostil ensina o não, a obediência, a ordem e a subordinação, bem recompensados por um sistema de notas, avaliação e merecimento. A contenção dos corpos, que desde os seis anos vão deixando de brincar e aprendendo a se “comportar bem” e a seguir as regras previamente estabelecidas, é incorporada e assimilada rapidamente pela maioria de estudantes. Quem não se encaixa nessa lógica prisional ou não se adequa facilmente a ela logo classifica-se como “aluna problema” e, se possível, é diagnosticada e medicada. Há várias respostas prontas para esses casos: “você acha que tem vontade própria?”, “quem manda aqui sou eu!”, “aqui você escuta e fica quieta!” (Carvalho, 2020, p. 20).

 

Neste trecho, a dissertação apresenta de forma muito clara sua concepção de corpo, compreendendo-o de forma integral, e o silêncio expresso pelo controle destes corpos nas escolas, atuando como silenciadores e normatizadores corporais.

Entendemos, a partir dos trabalhos analisados, que o silenciamento, para além da perspectiva de fala oral, trata igualmente de uma questão do corpo posta na linguagem corporal. Ou seja: crianças e jovens são silenciados a partir do momento em que não podem se apresentar como são, não podem se expressar ou exercer sua criticidade em meio a alguma situação. Inferimos isso entendendo que o silêncio, como tratado nos trabalhos encontrados, pode girar em torno de diversas temáticas, como a sexualidade, a arte, a relação étnico-racial, entre outros.

Vinculamos esta perspectiva de silenciamento ao que Marx (2017) trata sobre a força produtiva: “[...] ao mudar o modo de produção, a maneira de ganhar a vida, eles mudam todas as suas relações sociais” (p. 102). Ou seja: estamos em um contexto no qual somos guiados pelo modo de produção capitalista, e, dentro do contexto brasileiro de 2025, vivemos, em nossa realidade, a implantação parcial do “Novo Ensino Médio”, no qual a escolaridade está voltada de forma gritante para o ensino técnico, fugindo da perspectiva apresentada por Gramsci (2022) como uma escola criadora e unitária, a qual deveria ser voltada para um desenvolvimento omnilateral. Mas, ao contrário, reafirma, assim como apresenta o próprio autor italiano, uma escola tradicional, com o objetivo de potencializar o lucro burguês. Pensando na perspectiva do ensino técnico como aparentemente se proporciona no Brasil atualmente, ainda que de forma interpretativa muito superficial, a indicação que se tem é de não precisarmos de adolescentes que possuam capacidade de reflexão crítica, mas estudantes que compreendam as técnicas e os procedimentos adequados para o mercado de trabalho.

A partir deste ponto de vista, encontramo-nos muito vinculados ao que entendemos acerca da concepção pedagógica tecnicista: “[...] a pedagogia tecnicista advoga a reordenação do processo educativo de maneira que o torne objetivo e operacional” (Saviani, 2013, p.381). Nesse sentido, esta concepção de silenciamento torna-se muito útil para um ensino objetivo que propicie uma memorização para operacionalizar o trabalho na indústria, na agricultura ou em outros modelos de trabalho precarizado, muito presentes nas atividades relacionadas às plataformas digitais, como a Uber® e o IFood®. A maneira como é tratado o ensino no contexto desse silenciamento, aparentemente, direciona os adolescentes como se estes não precisassem refletir acerca do que eles estão fazendo e como se apresentam as suas condições de vida, mas apenas ouvir o que lhes é mandado e realizar a tarefa a eles designada.

Quando pensamos nesta compreensão de não reflexão sobre o que se faz, percebemos a destituição de construção de subjetividade por parte dos indivíduos, entendendo que a “[...] subjetividade do indivíduo implica em materializar a sua constituição corporal e, consequentemente, a maneira como este corpo da consciência se manifesta e se movimenta dentro das relações entre os homens” (Baptista, 2013, p. 77).

Nesse sentido, os indivíduos agem de forma alienada e, no limite reificada, como diria Lukács (2003), pois não possuem verdadeira consciência do que fazem nem se estabelecem dentro das relações de produção como indivíduos pensantes, mas apenas como máquinas ou apêndices que exercem uma atividade de forma desconectada. Fazendo o que discutimos acerca dos detentores de meio de produção e classe trabalhadora. Dentro deste contexto capitalista a escola segue formando crianças e adolescentes dentro de um pensar a sociedade de forma única, sem consciência da dualidade social em que vivemos.

 

Considerações Finais

Considerando o corpo como a expressão material/espiritual do ser humano na sua relação com a natureza/cultura (Baptista, 2019) e ainda que a formação ontológica tenda a se dar em diferentes espaços, inclusive as instituições formais de ensino, este texto apresenta como problema: como se tem pensado o silenciamento dos corpos na escola em teses e dissertações? E o objetivo central foi analisar como se tem refletido o silenciamento corporal na escola em teses e dissertações.

Os trabalhos encontrados enfatizam a necessidade de pesquisas que tratem as temáticas do silenciamento, corpo e escola de forma conjunta e dentro de um contexto geral, tendo em vista que os trabalhos apresentados apenas nos demonstram casos específicos de áreas mais fechadas. A análise destes textos nos permitiu perceber que há uma grande massa alienada frente aos problemas envoltos na temática dos corpos nas escolas e em uma compreensão coerente relacionada ao tema.

Analisamos diversos trabalhos que trazem a temática silenciamento, mas sempre como alguma consequência de um aspecto de invisibilidade, e nunca como um problema a ser analisado especificamente. Ou seja, discute-se o corpo, o espaço da escola, o gênero, mas não o ambiente de silenciamento destes corpos, pois não se está pensando nos corpos silenciosos das crianças, o motivo disso, nem como tem ocorrido. Ou seja, quando se trata do silêncio não é abordado o corpo de forma integral, mas a partir de uma especificidade que está sendo silenciada, como gênero; etnia/raça, entre outros.

Dentre os trabalhos, temos a percepção de haver uma preocupação muito verídica relacionada a como tem sucedido o processo de ensino nas escolas, perpetuando práticas retrógradas, como o preconceito de diferentes matizes, a exemplo do preconceito em relação a gênero, a orientação sexual e a nacionalidade, para citar alguns; e o racismo estrutural, entendido aqui como algo que faz parte organicamente da estrutura social (Almeida,2019). Tratar a escola como uma forma possível de dominação social é compreender a importância dela para a constituição humana formativa dos sujeitos, considerando que é o ambiente no qual os indivíduos passam mais tempo dos anos iniciais de sua vida, como já citado pela obrigatoriedade legal no Brasil, além de negar a possibilidade de a escola ser um lugar de formação omnilateral para a classe trabalhadora.

A percepção que temos na conclusão deste artigo é que temos várias lacunas envolvendo as nossas três palavras-chave: corpo, escola e silenciamento. Mais propriamente dito, a lacuna consiste na inter-relação destas temáticas, em como podemos compreender estes termos de forma conjunta para melhorar, assim, o ensino e a realidade dos nossos ambientes educacionais frente a outras possibilidades de constituição do corpo e, consequentemente, a nossa sociedade.

 

Referência:

ALTHUSSER, Louis. Aparelhos Ideológicos do Estado. 14. ed. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 2022.

 

ALMEIDA, Silvio Luiz de. Racismo estrutural. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen,2019.

 

ALVES, Gieri Toledo. Relações étnico-raciais, ensino e afrocentricidade: corpo-identidade de meninos negros. 2021. 158f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina, 2021.

 

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