A geografia e o novo ensino médio: uma revisão sistemática da literatura
Geography and the new high school: a systematic review of the literature
La geografía y la nueva escuela secundaria: una revisión sistemática de la literatura
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil.
simonepferreira@yahoo.com.br
Universidade Federal do Pampa, Bagé, RS, Brasil.
marianaferreira.aluno@unipampa.edu.br
Universidade Federal do Pampa, Bagé, RS, Brasil.
leonardocamargo.aluno@unipampa.edu.br
Recebido em 03 de março de 2023
Aprovado em 10 de novembro de 2023
Publicado em 22 de março de 2024
RESUMO
Neste trabalho foram apresentados elementos para a discussão sobre o que está sendo pesquisado em relação a disciplina de geografia e o ensino médio, após a reforma de 2017. O ensino de geografia no ensino médio é importante para a formação de um cidadão crítico, consciente de seus direitos e deveres. A metodologia utilizada foi a revisão sistemática da literatura que buscou responder a seguinte pergunta: qual é o estado da arte nas pesquisas que envolvem o ensino de geografia no novo ensino médio? Assim, o objetivo do trabalho foi descrever o estado da arte nas pesquisas sobre o ensino de geografia no ensino médio identificando as áreas, os métodos e metodologias utilizados. Para isso, foram pesquisadas bases indexadoras de periódicos, representativas e bastante utilizadas em outros trabalhos de revisão sistemática. Após serem seguidos todos os passos da metodologia foram selecionados seis artigos, e desses, somente três traziam questionamentos sobre a reforma do ensino médio. Esse tema ainda suscita muito debate e publicações em espaços com maior visibilidade. Sugere-se uma ampliação do trabalho com a incorporação dos acervos de revistas na área de educação e geografia.
Palavras-chave: Reforma do ensino médio; Lei 13.415/2017; BNCC.
ABSTRACT
In this article, elements were presented to discuss what is being researched on geography for high school after the 2017 reform. Teaching geography in high school is important for the formation of a critical citizen, aware of their rights and duties. The methodology used was a systematic review of the literature that sought to answer the following question: what is the state of the art in research involving the teaching of geography in high school after the 2017 reform? Thus, the objective of this work was to describe the state of the art in research on teaching geography in high school, identifying the areas, methods and methodologies used. For this, databases of periodicals, which are representative and widely used in other systematic review works, were researched. After following all the steps of the methodology, six papers were chosen, and only three brought questions about the reform of secondary education. This theme still raises much debate and publications in spaces with greater visibility. It is suggested an expansion of the work with the incorporation of educational and geography periodicals.
Keywords: High School Reform; Law 13.415/2017; BNCC.
RESUMEN
Este artículo presenta elementos para discusión sobre lo que se investiga con relación a la disciplina de geografía y la enseñanza secundaria, después de la reforma de 2017. La enseñanza de la geografía en la educación secundaria es importante para la formación de un ciudadano crítico, consciente de sus derechos y deberes. La metodología utilizada fue la revisión sistemática de la literatura que buscó responder a la siguiente pregunta: ¿cuál es el estado del arte en las investigaciones que envuelven la enseñanza de la geografía en la nueva escuela secundaria? Así, el objetivo de este trabajo fue describir el estado del arte en la investigación sobre la enseñanza de la geografía en la escuela secundaria, identificando las áreas, métodos y metodologías utilizadas. Para ello, se investigaron bases de datos de periódicos, que son representativas y ampliamente utilizadas en otros trabajos de revisión sistemática. Después de seguir todos los pasos de la metodología, se seleccionaron seis artículos, y de estos, solo tres traían preguntas sobre la reforma de la educación secundaria. Este tema aún suscita mucho debate y publicaciones en espacios de mayor visibilidad. Se sugiere una ampliación del trabajo con la incorporación de colecciones de revistas en el área de educación y geografía.
Palabras clave: Reforma de la educación secundaria; Ley 13.415/2017; BNCC
O ensino de geografia tem o papel de desenvolver no aluno uma visão crítica da sociedade, da economia, política e cultura. É uma disciplina que, juntamente com as outras de humanidades, é fundamental na formação do cidadão crítico. Seu papel na escola está intimamente ligado com o cenário político em que o país se encontra ao longo do tempo(RIBEIRO; RIBEIRO, 2020, p. 5). Portanto, como é possível transmitir um conteúdo tão vasto e suscitar discussões em uma carga-horária mínima?
O ensino médio é uma etapa importante na formação do cidadão; nesse período, o aluno já começa a desenvolver a compreensão abstrata da realidade (MEC, 2017, p. 524). Baseados nisso, podemos pensar em questões como: o que propicia a formação de um pensamento crítico? Onde a Geografia pode colaborar com a criação de seu repertório sobre os aspectos importantes para a cidadania? O ensino de Geografia tem um papel importante na formação do cidadão?
No Rio grande do Sul foi assinada a portaria SEDUC/RS Nº 350/2021 em 30 de dezembro de 2021, em que dispõe a organização curricular do ensino médio para a rede pública estadual e determina a carga horária semanal de 2h no primeiro ano e 1h no segundo e terceiro ano. Nos dois últimos anos a carga horária foi reduzida à metade, comparando com a portaria SEDUC/RS Nº 163/2021 que estipula a matriz curricular para os alunos que não estão no “novo” ensino médio.
As mudanças no currículo de geografia advêm da Lei 13.415/2017, que reformulou a Lei 9.394/1996 e instaurou o chamado “Novo Ensino Médio”. Uma questão colocada por Motta e Frigotto:
[...] qual seria, de fato, a urgência da reforma do Ensino Médio diante de um cenário político-econômico de austeridade, em meio a cortes profundos no orçamento da educação, saúde, cultura, seguridade, cuja base econômica de baixo valor tecnológico agregado e alto índice de informalidade não necessitam de uma força de trabalho para atividades complexas? (MOTTA; FRIGOTTO, 2017, p. 360).
Como justificativa para as mudanças, os reformadores afirmam que: “[...] a modernização do currículo do Ensino Médio busca alterar o currículo sobrecarregado de disciplinas ‘inúteis’ ou ‘desinteressantes’, ou seja, pouco atraentes aos jovens, o que justifica a grande evasão nesse nível de escolaridade.” (MOTTA; FRIGOTTO, 2017, p. 361). Contrariando o que o Governo defende com essa mudança, Motta e Frigotto (2017, p. 357) destacam que: “[...] trata de uma reforma contra os filhos da classe trabalhadora, negando-lhes o conhecimento necessário ao trabalho complexo e à autonomia de pensamento para lutar por seus direitos.”
A tentativa de apagamento da geografia não é de hoje; Lana Cavalcanti, expondo a Geografia crítica e o processo de reformulação do ensino de Geografia iniciado no final da década de 1970, já apontava:
As propostas de reformulação do ensino de Geografia também têm em comum o fato de explicitarem as possibilidades da Geografia e da prática de ensino de cumprirem papeis politicamente voltados aos interesses das classes populares. [...] o ensino deve propiciar ao aluno a compreensão do espaço geográfico na sua concretude, nas suas contradições.(CAVALCANTI, 1998, p. 20, grifo nosso).
Michel Foucault, em A Ordem do Discurso(FOUCAULT, 2010, p. 8–9) apresenta a hipótese que “em toda sociedade a produção do discurso é ao mesmo tempo controlada, selecionada, organizada e redistribuída por certo número de procedimentos”. Assim, se o Estado é quem regulamenta o que pode ou não pode ser ensinado nas escolas, tanto públicas quanto privadas, cabe a ele a implementação das políticas públicas educacionais. É o responsável pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (LDB) e suas alterações, as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) dos cursos superiores que regulamentam a formação dos professores. Enfim, a educação brasileira é gerida pelo Estado. Mostrar ao estudante como ser um SER social e pensar a sociedade e seus espaços deveria ser uma das atribuições da atual e efetiva educação pública brasileira.
Roberto Jamil Cury, filósofo e especialista em legislação educacional, em entrevista ao jornal El País Brasil em 2017 (ROSSI, 2017),ao falar sobre a reforma do ensino médio e suas diferenças na implantação na escola pública e privada afirma: “vai confirmar algo que na história educacional do Brasil é muito recorrente, que é o que chamamos de dupla rede, a do homo sapiens e homo faber”. Sendo Homo faber um conceito criado por Henri Bergson em seu livro a Evolução Criadora (BERGSON, 2005, p. 151) e tratado no capítulo que abarca a inteligência e a capacidade de fabricação de objetos artificiais. Com isso, Cury quer nos fazer pensar quais alunos terão a formação operária e quais serão os intelectuais? Quem terá a possibilidade de escolha no seu itinerário formativo? Que tipo de escolha?
A revisão de literatura está presente em quase todos os trabalhos publicados, sejam eles artigos, teses ou dissertações. Porém, fazer uma revisão sistemática da literatura seguindo as regras da metodologia não é uma tarefa simples (OKOLI, 2019).A metodologia é amplamente utilizada na área da saúde, onde teve sua origem, e possui regras rigorosas e padronizadas (FINK, 2014; POPE; MAYS; POPAY, 2007). A partir desse início, outras áreas do conhecimento começaram a utilizar e fazer as adaptações necessárias para seu melhor aproveitamento (KITCHENHAM, B. A., 2012; KITCHENHAM, B.; CHARTERS, 2007; PAWSON et al., 2005; PETTICREW; ROBERTS, 2008).
Okoli (2019, p. 4) coloca que em vez de serem exercícios puramente subjetivos, as revisões de literatura têm princípios objetivos para garantir seu rigor.
Uma revisão de literatura autônoma rigorosa deve ser sistemática ao seguir uma abordagem metodológica; explícita na explicação dos procedimentos pelos quais foi conduzida; abrangente em seu escopo ao incluir todo o material relevante; e, portanto, reprodutível por outros que desejem seguir a mesma abordagem na revisão do tema (OKOLI, 2019, p. 4).
Neste artigo apresentamos uma revisão sistemática da literatura que investiga o estado da arte nas pesquisas sobre o ensino da geografia para o ensino médio. Como a lei que regulamenta a reforma do ensino médio foi promulgada em fevereiro de 2017, as buscas nas bases de dados foram por artigos, revisados por pares, publicados entre março de 2017 e março de 2022.
A pesquisa desenvolvida buscou responder a seguinte pergunta: qual é o estado da arte nas pesquisas que envolvem o ensino de geografia no novo ensino médio? Desta maneira, objetivou-se descrever o estado da arte nas pesquisas sobre o ensino de geografia no ensino médio identificando as áreas, os métodos e metodologias utilizados.
O trabalho está organizado de acordo com a metodologia para escrita utilizada na revisão sistemática, com a introdução apresentando o tema, problema, justificativa e objetivos. Na sessão dois abordamos a metodologia utilizada detalhando todos os passos para que o trabalho possa ser replicado e/ou continuado. Na sessão três, são demonstrados os resultados e discussão, onde detalhamos e discutimos os seis artigos selecionados para o estudo. Por fim, tem-se as considerações finais.
Foi desenvolvida uma revisão sistemática da literatura (RSL) de natureza qualiquantitativa exploratória e descritiva com o intuito de obter uma visão ampla dos estudos sobre o ensino de geografia no novo ensino médio. Uma revisão de literatura, para Fink (2014, p. 3, tradução nossa), é “[...] um método sistemático, explícito e reprodutível para identificar, avaliar e sintetizar os trabalhos completos e publicados produzidos por pesquisadores, estudiosos e profissionais”. Além, em concordância com Gil (2008, p. 17),compreendemos que “os procedimentos estatísticos fornecem considerável reforço às conclusões obtidas”.
Para o desenvolvimento do trabalho foi adaptado o protocolo PRISMA[1] 2020 (PAGE et al., 2021). As bases pesquisadas foram Web of Science (WoS), Scientific Electronic Library On-line (SciELO), Education Resources Information Center (ERIC) e Scopus.
A WoS é multidisciplinar e pertencente à editora Clarivate, possuindo 16 bases. São indexadas aproximadamente 22 mil revistas, com atualizações diárias. A SciELO é uma base de dados brasileira, de acesso aberto para consulta e acesso aos textos completos, e está presente em outros países da América Latina, Europa, África e Ásia. A SciELO é indexada na WoS, podendo acarretar um aumento de artigos duplicados. A ERIC é uma base estadunidense que indexa recursos sobre Educação, de acesso aberto para consulta. O acesso ao texto completo depende do periódico onde está localizado o item. O site também disponibiliza um Thesaurus[2] com descritores na área de educação. Por fim, a Scopus é uma base multidisciplinar de propriedade da editora Elsevier que indexa diversos recursos e, assim como a WoS, também é atualizada diariamente.
Para o delineamento da pesquisa e tratamento dos dados utilizamos o software R (v. 4.0.5 2021-03-31) com o ambiente de desenvolvimento R Studio (v. 2021.09.0 build 351) e com auxílio do pacote Bibliometrix, Parsifal (v. 2.1.1) (https://parsif.al), os quais podem ser utilizados para a análise de big data[3] referentes a publicações científicas. Tal processo facilita a organização das variáveis, assim como proporciona análises amplas e complexas de forma sistematizada (ARIA; CUCCURULLO, 2017; PARSIFAL, 2014). Para a montagem da tabela integrada das bases de dados e a confecção dos gráficos foi utilizado o Microsoft Excel (Microsoft 365).
O protocolo de pesquisa foi desenvolvido no Parsifal. Na etapa de planejamento foram colocados os objetivos da pesquisa: descrever o estado da arte nas pesquisas sobre o ensino de geografia no ensino médio; subdividido em: identificar as áreas que estão sendo pesquisadas, identificar os métodos empregados nos estudos e identificar as metodologias de pesquisa utilizadas nos estudos.
Para compor a string de busca utilizamos o método PICOC (PETTICREW; ROBERTS, 2008), que consiste em cinco parâmetros para compor a questão de busca (query):
• População: novo ensino médio, ensino médio, escuela secundaria, high school;
• Intervenção: geografia, geografía, geography;
• Comparação:
• Outputs (saídas):
• Contexto: ensino, instruction, teaching, enseñanza.
A questão a ser contestada pela pesquisa é: qual é o estado da arte nas pesquisas que envolvem o ensino de geografia no novo ensino médio? Apoiada pelas perguntas: quais são as características dos estudos? Quais são os temas abordados? Quais são as metodologias utilizadas? E quais são os principais resultados?
O recorte temporal foi fevereiro de 2017 até fevereiro de 2022 ou, em outras palavras, os últimos cinco anos na data em que a pesquisa foi realizada. A escolha da data inicial se deu porque foi nesse período que a lei da reforma do ensino médio foi sancionada (Lei nº 13.415/2017). Ademais, para que a pesquisa possa ser reproduzida temos que delimitar a data final.
As palavras-chave utilizadas foram: geografia, geografía (espanhol), geography (inglês), “novo ensino médio”, “ensino médio”, “escuela secundaria” (espanhol), “high school” (inglês). A string de busca montada pelo Parsifal, que chamaremos de padrão, foi: ("novo ensino médio" OR "ensino médio" OR "escuela secundaria" OR "high School") AND ("geografia" OR "geografía" OR "geography"). Os acessos às bases de dados se deram por meio do acesso CAFe[4] do portal de periódicos CAPES[5].
As buscas nas bases foram realizadas no dia 22 de abril de 2022. Na ERIC, com a busca padrão, retornaram 599 resultados. Após incorporação do limite mínimo para o ano: ("novo ensino médio" OR "ensino médio" OR "escuela secundaria" OR "high School") AND ("geografia" OR "geografía" OR "geography") pubyearmin:2017, retornaram137 resultados. Na SciELO inicialmente retornaram 31 resultados e depois de adicionarmos o filtro data para o período 2017 – 2022, retornaram 14 resultados. Na Scopus, com a busca padrão, retornaram 1088 resultados e, após limitarmos a data em: 2017 – 2022, retornaram 343 resultados. Desses, restringindo para somente artigos, restaram 248. Na WoS, com a consulta padrão, foram encontrados 562 resultados e após limitação de datas restaram 280. Na figura 1 apresentamos um gráfico com o detalhamento dos resultados das buscas descritas anteriormente.
Figura 1 – Resultados das consultas em cada base de dados
Fonte: elaborada pelos autores.
Os critérios de inclusão e exclusão dos artigos provenientes da busca foram definidos como apresentados na Tabela 1.
Tabela 1 – critério de seleção
Inclusão |
Exclusão |
artigo revisado por pares |
artigos duplicados |
artigos publicados entre 02/2017 e 02/2022 |
estudos fora do Brasil |
estudo primário |
fora do escopo |
sobre o "novo ensino médio" |
idioma diferente de português, inglês e espanhol |
Fonte: elaborada pelos autores.
Os critérios de qualidade foram definidos a partir dos seguintes questionamentos: possui pergunta de pesquisa? Apresenta metodologia? Apresenta os resultados e/ou conclusões? O resumo apresenta contextualização, objetivo, método, resultados e conclusão? Apresenta o método científico? Apresenta o objetivo? Com as seguintes pontuações: sim – 1,0; parcialmente – 0,5; não – 0 (zero).
Foram importados para o Parsifal os dados dos 679 artigos provenientes das consultas às bases de dados, com a quantidade de registros por base podendo ser observada na figura 1.
O primeiro passo foi encontrar os artigos duplicados, feito de forma automática no Parsifal. Após essa primeira seleção, ficamos com 542 registros. A seguir foram feitas as exclusões (Tabela 1) a partir da leitura dos títulos e resumo e triagem (Figura 2)no próprio programa. Exceto a base SciElo, as outras indexam artigos pelo título e resumo em inglês, por isso necessitamos fazer uma leitura conjunta do título e resumo (abstract) para poder identificar se o estudo se tratava do “novo ensino médio”. Muitos estudos já traziam no título o local onde havia sido feita a pesquisa, o que facilitou a classificação; nesse momento foram excluídos 283 artigos (Figura 3). Concomitantemente, para os que não pudemos identificar o local, buscamos ver se podia se enquadrar na reforma do ensino médio e, por não atenderem o requisito, foram exclusas 253 produções (Figura 3). Nessas exclusões, encontramos artigos publicados em congressos; artigos da área da saúde que apresentaram as palavras “high school” e “geography” no resumo; e outros que, após a leitura do abstract, pudemos observar que seu assunto não abarcava o “novo ensino médio”. Na Figura 2 apresentamos o fluxograma do protocolo Prisma detalhando o número de artigos em cada uma das etapas de identificação, triagem e inclusão.
Após a triagem (Figura 2) restaram seis artigos para efetuarmos a análise detalhada. Todo o processo de rejeição dos artigos foi feito manualmente com a leitura dos títulos e resumos de cada um dos trabalhos candidatos. Para a maior parte dos artigos escritos em português foi necessária a leitura do resumo em português, pois o Parsifal apresenta somente o abstract que, em sua maioria, apresentavam baixa qualidade na tradução para o inglês. A seguir, na figura 4, apresentamos o resultado após classificação.
Figura 2 – Fluxograma Prisma
Fonte: elaborada pelos autores.
O software Parsifal foi utilizado para a organização do protocolo de pesquisa, exclusão dos artigos duplicados e seleção dos aceitos, todas as etapas presentes na Figura 2. Recomendamos a utilização do software nessa etapa, pois tornou o processo rápido e seguro. Já o pacote Bibliometrix pode ser de grande ajuda quando o número de artigos aceitos for maior, incluindo assim diversidade de autores, fontes, países de origem e periódicos. Neste artigo somente o utilizamos para formar a nuvem de palavras (Figura 3) a partir das palavras-chave e resumo dos artigos selecionados.
Figura 4 – Motivos das exclusões
Fonte: elaborada pelos autores.
Figura 5 – Resultado da classificação dos artigos provenientes das consultas
Fonte: elaborada pelos autores.
O software Microsoft Excel foi utilizado na integração das bases de dados de cada um dos indexadores, pois o Bibliometrix não retornou resultados satisfatórios nessa etapa. A integração foi feita manualmente, pois os campos da base SciELO não se integram automaticamente com os da WoS, sendo os nomes das colunas diferentes para cada base. Também o utilizamos para a elaboração dos gráficos e organização do quadro dos resultados.
Como exposto na Figura 4, podemos observar o pequeno número de artigos (seis) que foram aceitos para a análise detalhada neste estudo de RSL. Esperávamos, ao iniciar a RSL, encontrar um número maior de artigos para incluir na revisão, assim como um aumento gradativo de sua quantidade. Sabemos que existem trabalhos publicados sobre o tema não indexados nas bases escolhidas, porém, para seguir os protocolos da RSL, temos que definir as bases de busca. Abaixo expomos relação entre os trabalhados elegidos a partir de base de dados e ano.
Podemos constatar, baseado na Figura 5, que o ano de 2019 foi o ano com o maior número de publicações – três – de acordo com os critérios de seleção. No ano de 2020 nenhum artigo atendeu aos critérios de inclusão e em 2021, apenas um. A revista com maior número de artigos foi a GeoSaberes, revista criada em 2010 e associada ao Programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade Federal do Ceará.
Figura 6 – Número de artigos selecionados por ano em cada revista e a respectiva base de dados
Fonte: elaborada pelos autores.
Como 50% dos artigos selecionados pertencem a mesma revista, fomos buscar uma resposta no Qualis-Capes. Na Tabela 2 realizamos comparativo dos Qualis das revistas selecionadas, devido ao Qualis das revistas acadêmicas serem amplamente utilizados em seleções (concursos, bolsas de pesquisa, seleções de pós-graduação) e na escolha das revistas na hora de publicar. Fizemos a comparação dos Qualis no momento da submissão e a classificação vigente atualmente (2022) apresentada na tabela 2.
Tabela2 – Qualis
Revista |
Qualis |
|
2013 - 2016 |
2019 - |
|
Geographia-UFF |
|
B1 |
Educação (UFSM) |
Geografia B4 Educação A1 |
A2 |
Geosaberes |
Geografia B2 Educação C |
A1 |
Trabalho, educação e saúde |
Interdisciplinar B1 Educação A2 |
B2 |
Fonte: elaborada pelos autores.
Todos os artigos em seu momento de submissão, na área de geografia, foram enviados para revistas que estavam no extrato B. Isso não explica o porquê da escolha pela revista GeoSaberes. De acordo com a proposta do Qualis eram revistas em nível intermediário.
Na nuvem de palavras da Figura 6 podemos ver as palavras que mais aparecem nos títulos e resumos: geografia, médio, ensino, aulas, juvenil, raciocínio; essas e outras palavras fazem parte do discurso do Governo e dos “apoiadores” da reforma, sendo que geografia, ensino e médio faziam parte das palavras-chave. Dentre os seis artigos selecionados, somente três abordam explicitamente a temática da reforma do ensino médio e suas consequências, enquanto os outros apresentam técnicas/experiências de ensino de geografia.
Figura 7 – Nuvem de palavras dos títulos e resumos
Fonte: elaborada pelos autores.
A seguir, na Tabela 3, apresentamos os artigos selecionados
e as informações correspondentes aos objetivos secundários da pesquisa.
Tabela 3 – Artigos selecionados
Referência |
Autores |
Título |
Revista |
Área de Estudo |
Afiliações |
Tipo de pesquisa |
Método |
Metodologia |
(GIROTTO, 2021) |
Eduardo Donizeti Girotto |
Qual raciocínio? Qual geografia? Considerações sobre o raciocínio geográfico na base nacional comum curricular |
Geographia-UFF |
Raciocínio geográfico Espacialidade |
USP[6] |
Qualitativa |
Crítico Marxista |
Ensaio |
(PEREIRA; KUENZER; TEIXEIRA, 2019) |
Ana Maria de Oliveira Pereira Acacia Zeneida Kuenze Adriano Canabarro Teixeira |
Metodologias ativas nas aulas de geografia no ensino médio como estímulo ao protagonismo juvenil |
Educação (UFSM) |
Tecnologias digitais |
UFFS[7] FEEVALE UPF[8] |
Qualiquantitativa exploratória |
Estudo de casos múltiplos Sala de aula invertida |
|
(SACRAMENTO; BARROSO, 2019) |
Ana Claudia Ramos Sacramento Taíza Nunes de Souza Barroso |
A importância do estudo da geomorfologia costeira nas aulas de geografia por meio do trabalho de campo |
Geosaberes |
Sistemas costeiros geomorfologia |
UERJ[9] |
Qualitativa |
Histórico-crítico |
Trabalho de campo |
(SILVA, 2018) |
Maciel Pereira da Silva |
A geografia escolar no contexto da reforma do ensino médio: uma análise para além do lugar |
Geosaberes |
Reforma do ensino médio |
UNB[10] |
Qualitativa |
categoria totalidade – Milton Santos crítico |
Pesquisa bibliográfica |
(SOARES et al., 2018) |
Marcelo Henrique Viana soares Lucas Pereira Soares Fábio Souza e Silva da Cunha Ernane Cortez Lima |
A interpretação de carta-imagem como proposta para o ensino-aprendizagem de geografia no ensino médio |
Geosaberes |
Carta imagem SIG |
UFC[11] UVA[12] |
Qualiquantitativa |
Aula prática Questionário |
|
(OLIVEIRA, 2018) |
Ramon de Oliveira |
O ensino médio e a inserção juvenil no mercado de trabalho |
Trabalho, educação e saúde |
Reforma do ensino médio Mercado de trabalho |
UFP[13] |
Qualiquantitativa |
Crítico |
Pesquisa em bases de dados estatísticos |
Fonte: elaborado pelos autores
O ensaio escrito pelo professor Eduardo Girotto (GIROTTO, 2021) (Tabela 3) trata do conceito de raciocínio geográfico, presente na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que serve como currículo básico para as escolas. O autor critica a forma com que a BNCC apresenta o tema “raciocínio geográfico” e a relação com os autores que construíram o conceito. Ainda coloca a forma “rasa”, mais de modismo, na qual o conceito é apresentado, sem que faça relação com o princípio teórico-metodológico crítico.
Girotto (2021, p. 8) expõe que os conceitos-chave da geografia são colocados para o ensino médio, na forma de habilidade, sem o devido espaço para que o aluno desenvolva seu próprio raciocínio geográfico embasado em princípios sólidos. Nas considerações finais Eduardo Girotto define a BNCC (2018) como
um conjunto de prescrições, a BNCC reproduz a ideia do professor como técnico, incapaz de pensar acerca dos conhecimentos do ensino, dos procedimentos, métodos, análises e, portanto, alguém que demanda um currículo único, padronizado, engessado. Nestes termos, esvaziado do sentido de pesquisador de sua própria prática e da ciência de que partilha, a lógica docente hegemônica na BNCC interessa aos principais grupos privados de produção de material didático que encontrarão, neste docente precarizado em suas condições de formação e trabalho, o principal consumidor de sua rentável mercadoria.(GIROTTO, 2021, p. 10).
Em seguida propõe subverter o conceito de raciocínio geográfico presente na BNCC, transformando-o num saber-poder ensinado a todos, e não somente a uns poucos sujeitos.
O artigo de Pereira, Kuenzer e Teixeira (2019) foi selecionado por apresentar uma das palavras mais utilizadas nas propagandas do novo ensino médio, o protagonismo juvenil, pois os autores não deixam claro o período do ano de 2017 em que a pesquisa foi realizada. Os autores utilizam o Google Earth para as aulas de geografia destacando a importância do professor de geografia como mediador na construção do conhecimento por parte dos alunos.
Pautar a atividade profissional do professor de Geografia somente à reprodução teórica não condiz com a realidade a qual se vive, porém, reduzir as aulas ao senso comum também não. É necessário fazer a relação entre a ciência e a vida em sociedade, pois o conhecimento científico é materializado ou se materializa a partir da sociedade. Assim, as novas necessidades do mundo do trabalho apresentam novas demandas para o exercício da docência. (PEREIRA; KUENZER; TEIXEIRA, 2019, p. 11).
Embora a experiência tenha ocorrido em 2017, ano de aprovação da lei que regulamenta a reforma do ensino médio, percebemos uso de expressões como “mundo do trabalho”, também muito utilizada pelos defensores da reforma.
Os autores defendem o uso das tecnologias digitais da informação e comunicação “como mediadoras em processos de ensino e aprendizagem de Geografia no Ensino Médio que, além de proporcionar maior envolvimento do estudante com o conteúdo, é um estimulador do protagonismo juvenil” (PEREIRA; KUENZER; TEIXEIRA, 2019, p. 20). O contraponto é que as três disciplinas criadas de acordo com as expressões repetidas pelos autores (Mundo do trabalho, Projeto de Vida e Cultura e Tecnologias Digitais) possuem carga horária superior à de geografia, no currículo básico.
No artigo de Sacramento e Barroso (2019), as autoras descrevem como realizaram o trabalho de campo com os alunos de uma escola estadual do município de São Gonçalo, localizado no estado do Rio de Janeiro. Destacaram a importância do trabalho de campo para despertar a curiosidade e a reflexão por parte dos alunos de ensino médio. Já Maciel Silva (SILVA, 2018) apresenta questionamentos sobre a reforma do ensino médio:
qual o real significado da reforma do ensino médio? Quais grupos serão beneficiados com a implementação dessa nova modalidade de ensino? Quais serão as consequências para a Geografia Escolar e para os cursos de Geografia no Brasil? Quais serão os prejuízos para o processo formativo dos estudantes? A reforma do ensino médio sinaliza desvalorização às ciências humanas em detrimento a outras ciências? (SILVA, 2018, p. 3)
O autor descreve as manobras do poder público para conseguir apoio da população. Aponta as contradições, como, por exemplo, o aumento no número de escolas de tempo integral e a lei do teto dos gastos públicos. Expõe também a provável diferença entre o ensino das escolas públicas e privadas, a intencionalidade da reforma para atender os requisitos da Organização de Cooperação para o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e Banco Mundial; e conclui: “defendemos a manutenção do ensino de Geografia ao longo de toda a formação básica, por entender que seja a ciência capaz de desenvolver, no aluno, o pensamento crítico e contribuir para a construção de um mundo mais justo.” (SILVA, 2018, p. 10).
Os autores Soares et al. (2018) explicam os procedimentos metodológicos do uso de imagens de satélite e software livre para a confecção de carta-imagem. Não há detalhamento se os alunos fizeram suas próprias cartas-imagem ou se foi feita uma única para toda a turma. Concluem que a utilização da carta-imagem permitiu tornar a aula mais dinâmica e atrativa.
Por fim, Oliveira (2018) faz crítica tanto à reforma do ensino médio quanto ao currículo mínimo obrigatório. “Esta sonegação de acesso a conteúdos aponta para a precarização da formação escolar e contribuirá para o empobrecimento da formação de trabalhadores, direcionando-os a postos de trabalho precarizados.” (OLIVEIRA, 2018, p. 85). O autor defende sua tese com base em dados estatísticos públicos. Coloca que a reforma é fortalecedora da precarização do ensino e conclui:
Esta reforma não objetiva assegurar um novo princípio educativo. Expressa, sim, o princípio que visa aprofundar as relações de subordinação das camadas populares ao processo de acumulação do capital. De uma forma dissimulada e contando com o apoio da grande imprensa, objetiva assegurar uma nova hegemonia das classes ligadas ao capital internacional. (OLIVEIRA, 2018, p. 94)
Dentre os artigos selecionados, três são estudos de caso de aulas práticas de geografia para o ensino médio. O uso de tecnologias digitais é defendido por Pereira; Kuenzer e Teixeira (2019) que utilizam em seu texto jargões da propaganda pró-reforma do ensino médio. Destacam o papel do professor como mediador do conhecimento. Na mesma linha, Soares et al. (2018) utilizam software livre para confecção de cartas-imagem em seu estudo de caso. O artigo de Sacramento e Barroso (2019) atua como um relato de experiência na área ambiental. Os três artigos não contribuem para discussão do papel da geografia, tampouco detalham a metodologia utilizada de uma forma que possa ser replicada por outros professores.
Os outros, são artigos (ensaios) que criticam a precarização do ensino de geografia com base na reforma do ensino médio e a nova BNCC. A necessidade do ensino dos conteúdos básicos (epistemologia) da geografia é abordada por Girotto (2021). O autor defende a subversão do conceito de raciocínio geográfico proposto pela BNCC para o empoderamento das classes menos privilegiadas. Maciel Silva (SILVA, 2018) apresenta várias questões sobre a reforma do ensino, e o faz de uma forma crítica, salientando as contradições presentes na propaganda utilizada para conseguir apoio da população. Oliveira (2018) critica a reforma em relação ao currículo mínimo obrigatório destacando a debilitação do ensino que contribuirá para a formação de mão de obra para serviços precários.
A pesquisa foi feita em algumas das principais bases de dados que indexam periódicos na área de educação e ciências humanas. Devido ao pequeno número de artigos que puderam ser selecionados, de acordo com os critérios estabelecidos na pesquisa, podemos inferir que há espaço para a discussão do tema. Além disso, somente três artigos contribuem para uma discussão crítica do lugar da geografia na proposta educacional para os jovens brasileiros.
Considerações finais
Em síntese, a revisão sistemática da literatura mostra que existe uma quase inexistência de trabalhos, nas bases pesquisadas, que tratam sobre o papel, a inserção e a sobrevida da geografia no ensino médio após a reforma sancionada na forma de lei em 2017. O pequeno número de artigos nos mostra que há muito o que ser pesquisado, debatido e estudado. Dentre os seis artigos, somente três discutiam a inserção da geografia no currículo escolar e as consequências do pequeno espaço da disciplina na formação de cidadãos, em toda a sua plenitude, conscientes de seus direitos e deveres.
Como parte do protocolo da revisão sistemática tivemos que ler vários resumos para fazer a inclusão ou não dos artigos, e o que pudemos constatar foi a baixa qualidade dos abstracts dos artigos escritos em português.
Para aumentar a visibilidade e difusão das pesquisas recomendamos a inclusão de revistas que sejam das áreas de geografia e educação na plataforma SciELO, que é nacional, proporciona a ciência aberta e a disponibilização gratuita dos artigos. Para aumentar a divulgação internacional dos trabalhos, aconselhamos um maior cuidado na elaboração dos abstracts, visto que o inglês é a língua “universal” das ciências.
Ademais, sugerimos a ampliação das buscas para revistas da área da educação e geografia que não façam parte das bases pesquisadas. Se o protocolo utilizado for o mesmo, o trabalho será a ampliação dessa pesquisa.
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[1]Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses.
[2] É um vocabulário controlado que reúne termos e conceitos relacionados entre si. No Brasil tem o Brased (http://pergamum.inep.gov.br/pergamumweb/biblioteca/pesquisa_thesauro. php).
[3]É um conjunto de dados maior e mais complexo, especialmente de novas fontes de dados. Tais conjuntos são tão volumosos que o software tradicional de processamento de dados simplesmente não consegue gerenciá-los (https://www.oracle.com/br/big-data/what-is-big-data/).
[4] Comunidade Acadêmica Federada.
[5] Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior.
[6] USP – Universidade de São Paulo
[7]UFFS – Universidade Federal da Fronteira Sul
[8]UPF – Universidade de Passo Fundo
[9]UERJ – Universidade Estadual do Rio de Janeiro
[10]UNB - Universidade de Brasília
[11]UFC – Universidade Federal do Ceará
[12]UVA – Universidade do Vale do Acaraú
[13]UFP – Universidade Federal de Pernambuco
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