Formação-acolhimento docente em tempos de pandemia

 

Formation-hospitality teacher in pandemic times

 

Formación-recepción docente en tiempos de la pandemia

 

Sandrelena da Silva Monteiro

Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, MG, Brasil

sandrelenasilva@yahoo.com.br

 

Ruthmary Fernanda de Souza Fernandes

Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, MG, Brasil

ruthmaryjf@gmail.com

 

Patrícia Paula de Oliveira Hamblin

Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, MG, Brasil

pavitribelmiro@gmail.com

 

Recebido em 18 de outubro de 2021

Aprovado em 21 de janeiro de 2022

Publicado em 06 de junho de 2023

 

 

RESUMO

A possibilidade de realização de uma formação-acolhimento docente em tempos de pandemia da COVID-19 foi o tema da investigação aqui apresentada. A proposta se desenvolveu de forma totalmente remota, sendo utilizadas as plataformas virtuais Google Meet, YouTube e PadLet. Participaram professoras e professores da Educação Básica. Estabeleceu-se como objetivo principal a construção de um espaço-tempo de formação-acolhimento com práticas inspiradas nos princípios do Yoga e da Meditação, em que o diálogo possibilitou colocar em pauta os desafios e possibilidades do ensino remoto emergencial  (ERE) no contexto da pandemia da COVID-19. A metodologia construída se deu na triangulação dos conceitos de círculo de cultura (FREIRE,1991), de comunidade (FRANKL, 2019) e de rodas de conversa, configurando o que nomeamos Mosaico de Conversas. Percebeu-se que é possível incentivar professoras e professores a assumirem práticas de autoacolhimento, autoaceitação e autotranscendência, permitindo que tais práticas possam se fazer presentes na sua vida cotidiana e profissional.

 

Palavras-chave: Autoacolhimento; Mosaico de Conversas; Formação docente.

 

ABSTRACT

The possibility of realization of a formation–hospitality teacher in the COVID 19 pandemic times was the investigation theme here introduced. The suggestion was developed totally in online mode, using some virtual resources like Google Meet, YouTube e PadLet, which took part basic education teachers. It was stablished as main objective to build of space-time of formation-hospitality with practices inspired by yoga and meditation principles, in which the dialog made possible to put on the agenda the challenge and the possibilities of emergency remote education (ERE) in the COVID 19 pandemic context. The methodology built happened in the triangulation of Círculo de Cultura concepts (FREIRE,1991), of community (FRANKL, 2019) and circle talks, configuring what we named by Mosaico de Conversas. It was realized that is possible to encourage teachers take on some practices like self-welcoming, self-acceptance and self-transcendence allowing such practices can be present in their professional and dayly lives.

 

Keywords: Self-welcoming; Mosaico de Conversas; Formation teacher.

 

RESUMEN

La posibilidad de realizar formación-recepición docente en tiempos de la pandemia del COVID-19 fue objeto de la investigación que aquí se presenta. La propuesta se desarrolló de forma totalmente remota, utilizando las plataformas virtuales Google Meet, YouTube y PadLet. Participaron docentes de Educación Básica. El objetivo principal fue construir un espacio-tiempo de formación-recepición con prácticas inspiradas en los principios del Yoga y la Meditación, en el que el diálogo permitiera poner en agenda los retos y posibilidades de la enseñanza  remota de emergencia (ERE) en el contexto de la pandemia de COVID-19. La metodología construida se dio en la triangulación de los conceptos círculo de cultura (FREIRE, 1991), comunidad (FRANKL, 2019) y círculos de conversación, configurando lo que llamamos Mosaico de Conversaciones. Se percibió que es posible incentivar a los docentes a asumir prácticas de autoacogida, autoaceptación y autotrascendencia, permitiendo que tales prácticas estén presentes en su vida cotidiana y profesional.

 

Palabras clave: Autoacogida; Mosaico de Conversaciones; Formación docente.

 

 

 

 

 

 

 

Introdução

 

O texto aqui apresentado é resultado de uma investigação que se deu durante um projeto de extensão que teve como principal objetivo criar, na intervenção junto a profissionais da Educação Básica, um espaço-tempo de formação-acolhimento e diálogo, colocando em pauta os desafios e possibilidades do ensino remoto emergencial no contexto da pandemia da COVID-19. Visou-se alcançar, ao mesmo tempo, uma formação para a construção de estratégias de cuidado de si e de acolhimento na relação com os estudantes tendo como inspiração princípios do Yoga e da Meditação. Esta ação é parte de um projeto maior, que envolve pesquisa e extensão, devidamente registrado no Comitê de Ética da instituição de ensino.

O projeto foi desenvolvido de forma totalmente remota, no contexto de suspensão das atividades presenciais nas escolas, em função da pandemia. Essa escrita apresenta um recorte das ações desenvolvidas no período de oito semanas, em que tivemos encontros semanais síncronos, em dia e horário pré-estabelecidos. Para a realização da formação-acolhimento fizemos uso de plataformas e aplicativos digitais. Para os encontros síncronos foi usada uma sala do Google Meet®, para a ancoragem dos vídeos utilizados nas práticas uma página do YouTube® e, para registro das narrativas após cada encontro, um mural no Padlet®.

            A metodologia se deu em uma perspectiva qualitativa participativa em que a triangulação entre a proposta do círculo de cultura de Paulo Freire (1991), o conceito de comunidade apresentado por Viktor Frankl (2019) e o de rodas de conversas constitui o Mosaico de Conversas. Mais adiante voltaremos a essa construção.

            Durante os encontros síncronos era visível, nas falas e expressões dos e das profissionais o cansaço e um certo desânimo frente às incertezas do contexto pandêmico e a precariedade das condições de trabalho. Mas, também foi possível anotar indícios de que a formação-acolhimento ali desenvolvida se dava enquanto um suporte e descanso, tanto pelos exercícios de Yoga e Meditação (ÁNANDAMÚRTI, 2007; ÁNANDAMITRA, 2012; SARASWATI, 2004), quanto pela possibilidade de poder conversar, sem medo de julgamentos ou coação. Podemos afirmar que naqueles encontros prevaleceu o respeito mútuo, embalado em notas de solidariedade, empatia e acolhimento. Por fim, indícios de que, somente quando as ações de intervenção considerarem o ser-docente em sua integralidade bio-psíquica-espiritual, e nas condições histórico-sociais concretas em que se encontra poderá favorecer a promoção da saúde e do humanescer na docência (DITTRICH e RAMOS, 2017).

 

Formação-acolhimento docente em tempos de pandemia

 

            Apesar das notícias que já percorriam mundo afora sobre a severidade e poder contagiante do vírus Sars-CoV-2, causador da pandemia do COVID-19, podemos dizer que fomos “pegos de surpresa” no Brasil, quando em março de 2020, por recomendação de preservação da vida, instituições sociais tiveram suas atividades presenciais suspensas por tempo indeterminado, dentre elas, as escolas. Da Educação Infantil ao Ensino Superior, todas as atividades presenciais foram interrompidas. Inicialmente, pensávamos que seria por uma questão de dias ou semanas, no entanto, o tempo foi passando e a proliferação do vírus impôs que, por medida de biossegurança, ficássemos em casa. Após alguns meses, e sem previsão de retorno, os órgãos públicos educacionais começaram a se movimentar no sentido de construir estratégias para que o atendimento educacional pudesse ser retomado, no entanto, de forma remota (MONTEIRO, 2020).

            Esta história já é conhecida de toda a população brasileira, especialmente em função dos debates e embates que ganharam o cenário político em uma disputa, não raras vezes insana, entre os que desejavam o retorno às atividades presenciais, mesmo sem condições de garantir a segurança dos que estariam nas escolas e universidades, e aqueles que tentavam, às vezes quase que em atos de desespero, impedir que tal situação acontecesse. Foi no calor destas emoções que, aos poucos, os sistemas de ensino, em todas as instâncias, começaram a se organizar para iniciar algum tipo de atendimento educacional junto aos estudantes e suas famílias, o que se deu na forma do ensino remoto emergencial (ERE).

            Nesse emaranhado de preocupações e tensões, se muito se falava na necessidade do cuidado com os estudantes, o grupo de docentes ficou à deriva. Se as políticas públicas se ocupavam de criar documentos que garantissem o direito dos estudantes à educação, pouco ou quase nada se fez quanto à saúde física e mental da comunidade escolar.

            Diante do contexto que se desenhava construímos, no âmbito de um projeto de extensão já em andamento, a possibilidade da formação-acolhimento que ora apresentamos.

            A fundamentação teórica para a ação sustentou-se na teoria de Paulo Freire (1991, 2003, 2016), na teoria de Viktor Frankl (2015, 2018, 2019) especialmente na compreensão do sentido existente em cada situação que encontramos na vida, e, na teoria sobre Yoga e Meditação, especialmente com os autores Ánandamúrti (2007), Ánandamitra (2012) e Saraswati (2004).

Se a educação deve ser compreendida enquanto um ato de amor e coragem (FREIRE, 2003) o que encontramos, em um primeiro momento, nas narrativas dos e das profissionais foi a sombra do medo e do desamparo frente às incertezas do momento e a precariedade das condições de trabalho. Algumas vezes revelavam não ter os equipamentos necessários ao ERE e não ter como adquiri-los no momento. Outras vezes, se os tinham, não sabiam como usar, tanto os equipamentos quanto os programas sugeridos como ferramentas didáticas. À vista tínhamos o desafio de reaprender o fazer-saber docente, aprender o novo e com ele (re)inventar possibilidades para se fazer educação em um contexto tão hostil.

Ao estudarmos o conceito de cansaço existencial, concebido por Freire (2016, p. 172) como sendo um “cansaço que não era físico, mas espiritual, que deixava as pessoas por ele assumidas vazias de ânimo, da esperança e tomadas, sobretudo, do medo da aventura e do risco”, percebemos que as e os participantes se identificavam com ele. Nomear o que sentiam, o que perpassava seus corpos e espírito foi fundamental para que pudessem, então, começar a visualizar caminhos possíveis frente os desafios que se colocavam.

Buscando compreender a situação vivida estabelecendo um diálogo com a teoria de Paulo Freire (1991, 2003, 2016), começamos a pensar que, se a pandemia se configurava enquanto uma “situação-limite”, ou seja, um fator de inquietação, incômodo, sofrimento, também exigia de nós que não nos imobilizássemos. Quando a “situação-limite” é colocada em discussão, sem atitude negacionista, sem medo de assumir o risco de poder ir além do que achávamos que éramos capazes até então, somos capazes de agir e nesse agir, realizar verdadeiros “atos-limites”. São esses atos que nos fortalecem enquanto coletivo, nos impulsionando a sair tanto do otimismo ingênuo quanto do pessimismo destruidor. O agir, agora impulsionado por uma esperança ativa, reconfigurava a possibilidade de sonhar, de visar “inéditos-viáveis”, sonhos e ações que possibilitassem o romper de barreiras, a superação de limites, a concretização do ser integral aceito e amado em sua incompletude.

Bonsanto e Monteiro (2021, p. 4-5) nos ajudaram a entender e melhor elaborar nossa narrativa:

 

Para Freire, “situações-limite” são barreiras encontradas na vida pessoal e social que precisam ser superadas. Frente a elas, pode-se tomar a atitude de percebê-las como um obstáculo intransponível ou como algo que existe e que precisa ser rompido. Na primeira atitude, se entrega à simples adaptação, não raro, à submissão. Na segunda, há um empenho no sentido da superação. Aqui a “situação-limite” é percebida de forma crítica, destacada do que está em seu entorno, podendo, assim, ser vista como um problema. Este, ao ser “percebido” e “destacado” de forma consciente, da vida cotidiana, constitui o “percebido-destacado”, não podendo e não devendo permanecer como tal. Quanto aos “atos-limite”, são ações adotadas no sentido de romper as “situações-limite” (BONSANTO e MONTEIRO, 2021, p. 4-5).

 

 

Naquele momento, o diálogo com a Pedagogia da Esperança (FREIRE, 2016) surgiu como um referencial de possibilidades de, mesmo ante o cansaço existencial que se fazia premente, manter o bom ânimo e o amor à educação. Buscamos compreender que, se havia razões históricas, sociais, econômicas, e até mesmo emocionais para a desesperança, havia por outro lado, razões, nas mesmas dimensões, que impulsionavam a continuar. A ter a esperança como força motriz da ação de continuar, de, em um movimento de acolhimento, cuidar de si e dos estudantes. Experimentar a esperança ativa, em ação, que impulsiona e não que imobiliza. Nas palavras do autor,

 

Pensar que a esperança sozinha transforma o mundo e atuar movido por tal ingenuidade é um modo excelente de tombar na desesperança, no pessimismo, no fatalismo. Mas prescindir da esperança na luta para melhorar o mundo, como se a luta se pudesse reduzir a atos calculados apenas, à pura cientificidade, é frívola ilusão (FREIRE, 2016, p. 15).

 

A formação-acolhimento que ali era desenvolvida não se dava nos moldes de uma formação docente tradicional, pois não era visado nenhum conteúdo escolar específico. O principal objetivo era uma ação de educação em saúde que colocasse em pauta a segurança física, mental e espiritual. Em um contexto adverso e de forma totalmente remota, visava-se a tomada de consciência na relação com os próprios sentidos físicos, com os sentimentos, pensamentos e emoções tal qual se faziam presentes e como implicavam, naquele momento, à docência. Vivíamos ali um “inédito-viável”, em duplo sentido: em um primeiro uma formação docente que pautasse a dimensão espiritual do ser humano e, em um segundo, o acolhimento a docentes na situação de pandemia que vivíamos.

 

O "inédito viável" é na realidade uma coisa inédita, ainda não claramente conhecida e vivida, mas sonhada, e quando se torna um "percebido-destacado" pelos que pensam utopicamente, esses sabem, então, que o problema não é mais um sonho, que ele pode se tornar realidade (FREIRE, 2016, p.279)

 

 

O “inédito viável” não é um sonho vazio, ele exige concretude histórica, social, e de ação por parte daqueles que sonham. Com esse entendimento, foi necessário colocar em pauta o que se configurava como a “situação limite” na qual nos encontrávamos, a saber, o adoecimento docente frente o momento não apenas em função da ameaça do vírus, mas no conjunto dos acontecimentos ali implicados. Tendo sido identificada, percebida e destacada tal situação, foi possível pensar o que poderia ser feito no âmbito do projeto que já se encontrava em curso. Foi nesse analisar criticamente a situação e as condições reais de trabalho que optamos por uma intervenção que abordasse tanto o diálogo sobre o que estava sendo vivido, quanto uma prática de acolhimento inspirada em princípios do Yoga e da Meditação.

A prática do Yoga e Meditação deve ser conduzida por uma pessoa que tenha formação para tal. No grupo contávamos com uma profissional formada em Tantra Yoga, que é uma prática que une princípios do Yoga e da Meditação a ensinamentos espirituais. Desta forma, nossa prática seria adequadamente conduzida. No entanto, enquanto um espaço-tempo de formação docente, desejávamos que tais práticas pudessem reverberar na construção de estratégias a serem utilizadas pelos e pelas profissionais junto aos estudantes em suas aulas. Foi com essa preocupação que optamos não por um curso de Yoga e Meditação, mas por construir exercícios inspirados em suas técnicas e princípios que pudessem ser realizados por cada pessoa que ali se encontrava e incorporado em suas práticas cotidianas. Assim, não visamos a técnica pura do Yoga, mas sim exercícios que favorecessem a conexão da pessoa consigo mesmo, ao prestar atenção aos sentidos físicos, à respiração e à possibilidade do carinho-tato com o próprio corpo.

Ao estudar Ánandamitra (2012) fomos, aos poucos, compreendendo que as técnicas do Yoga e Meditação se constituem enquanto instrumentos científicos para o aprimoramento do ser humano em sua integralidade e transcendência. São técnicas que podem ser praticadas por pessoas de qualquer idade, gênero, etnia, meio social, cultural, e têm como principal objetivo a redução do estresse e outras doenças recorrentes como consequência da vida agitada.

Em Ánandamúrti (2007) encontramos as práticas do Yoga e Meditação entendidas enquanto instrumentos de valorização da vida. Sendo concebida não apenas a vida humana, mas essa em conjunto com a vida de todos os seres vivos, propiciando a harmonia com o Universo como um todo. Na mesma perspectiva de pensamento, encontramos Saraswati (2004), que defende a prática do Yoga enquanto a “ciência do reto-viver”, devendo ser incorporada na vida diária, uma vez que traz benefícios tanto no aspecto físico, quanto ao mental e espiritual.

A experiência dessa harmonia é capaz de gerar em cada um de nós, seres humanos, sentimentos de compaixão, benevolência, caridade, hombridade e solidariedade.  Estes sentimentos, quando praticados, constituem virtudes. Essas virtudes se fazem imprescindíveis nos dias atuais, em que estamos frente a mazelas históricas, sociais, educacionais, econômicas, físicas, emocionais e espirituais desveladas em escala mundial pela a crise sanitária imposta pela pandemia do COVID-19. No nosso caso, no Brasil, junto a todos esses desafios, somavam-se as incertezas no âmbito político, a desesperança, o cansaço existencial, o vazio existencial.

As contribuições do diálogo com a teoria de Frankl (2015, 2018) ajudaram tanto a entender sentimentos que nos envolviam em momentos adversos em que o sofrimento nos espreitava, quanto a fortalecer a certeza de que “não há nenhuma situação de vida que seja realmente sem sentido” (FRANKL, 2015, p. 28). Ainda, sobre as situações de sofrimento e nossa tendência a cair na desesperança ou mesmo no desespero diante das mesmas, o autor nos diz que as pessoas que assim respondem à vida “estão se esquecendo de que, muitas vezes, é justamente uma situação exterior extremamente difícil que dá à pessoa a oportunidade de crescer interiormente para além de si mesma” (FRANKL, 2018, p. 96). Nessa perspectiva o que devemos destacar não é sofrimento em si, mas sim a resposta dada ao mesmo, ou seja, a atitude que cada ser humano assume perante as adversidades. Esta atitude dará condições para a efetivação do que o autor denomina de “valor de atitude”, ou seja, aquele valor que sustenta nossas decisões diante das “situações limites”.

Em ponto de proximidade com o conceito de “cansaço existencial”, postulado por Freire (2016), encontramos em Frankl (2015) o conceito de “vazio existencial”. Se o cansaço existencial se manifesta na forma de uma apatia e desesperança, o vazio existencial tem sua principal configuração no tédio e na desistência da vida. Quer seja nomeado de uma forma ou de outra, concretamente, a situação que se apresenta é de um sentimento de ausência de sentido na vida. Certamente um dos principais desafios da educação é ajudar o ser humano a encontrar o sentido que há em continuar a viver a vida não obstante as adversidades, quer sejam da profissão, das políticas, econômicas, relacionais etc. Isso é impossível a uma educação que se paute apenas nos aspectos materiais da vida. Somente uma educação que contemple o ser humano na sua integralidade bio-psíquica-espiritual e suas condições histórico-sociais poderia contribuir na construção de uma orientação para o sentido na vida.

 

Sobre os encontros síncronos, os aprendizados, as narrativas

 

            Como dito alhures, esta ação de formação-acolhimento foi desenvolvida totalmente de forma remota, fazendo uso de plataformas e aplicativos digitais. Inicialmente foi realizada uma inscrição, com assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, que nos autorizou o compartilhamento que aqui fazemos. O segundo passo foi o contato com os inscritos com a criação de um grupo no WhatsApp®, o que facilitou a comunicação entre a equipe organizadora, participantes e destes entre si. Para os encontros síncronos, que aconteciam uma vez por semana, fizemos uso de uma sala do Google Meet®. Por uma questão de acolhimento e cuidado com cada participante os encontros não eram gravados, nem fotografados e nem se exigia uma lista de presença. Entendemos que a participação, a cada dia, deveria ser livre, sem qualquer forma de cobranças ou imposição.

Os encontros síncronos foram nomeados de Mosaico de Conversas. A reconfiguração da ideia de Roda de Conversa como Mosaico de Conversas se deu no encontro do conceito de “círculo de cultura” (FREIRE, 2018) com a ideia de comunidade desenvolvida por Frankl (2019).

No entendimento do conceito de “círculo de cultura”, buscamos a prática do diálogo, a desconstrução das barreiras hierárquicas e a valorização da cultura de cada participante, entendendo que o “diálogo tem significação precisamente porque os sujeitos dialógicos não apenas conservam sua identidade, mas a defendem e assim crescem um com o outro” (FREIRE, 2021, p. 162).  Ao mirar a construção dos saberes e o compartilhar dos fazeres de forma respeitosa e acolhedora, o “círculo de cultura” tornou-se um importante referencial.

Na ideia de comunidade de Frankl (2018) encontramos o caráter de irrepetibilidade do ser humano, e, ao mesmo tempo, sua importância na constituição da comunidade e desta na constituição daquele. Para ele o “sentido da individualidade só se atinge plenamente na comunidade. Nesta medida, o valor do indivíduo depende da comunidade. De modo que, se a comunidade, por si, tiver sentido, não poderá prescindir da individualidade dos indivíduos que a formam” (p. 153). Nos Mosaico de Conversas, cada participante era peça fundamental, irrepetível e insubstituível, como na arte que compõem um mosaico. Juntos formávamos uma bela composição em que solidariedade e benevolência faziam-se fatores de comunhão entre as experiências compartilhadas. A consciência de nossa inconclusão apontava para o fato de que sozinhos éramos apenas peças soltas, vulneráveis às adversidades do momento. Por outro lado, quando nos permitíamos o encontro com as “outras peças” e nos abríamos ao estar junto, transcendíamos em movimentos de empatia e respeito mútuo. O uno e o múltiplo se encontravam e constituíam uma comunidade colaborativa, uma rede de apoio com estratégias de cuidado e resiliência. Não éramos apenas uma imagem na tela do computador, mas, em nossa existência concreta, seres integrais, vivendo sua integralidade bio-psíquica-espiritual.

Os encontros Mosaico de Conversas tiveram como temática geral os “Desafios do ERE na Educação Básica”, no entanto, a cada semana um tema gerador (FREIRE, 2018) mais específico conduzia a reflexão. O tema gerador é uma temática significativa que permite ao grupo uma compreensão crítica da realidade. Essa leitura do mundo, do contexto e das condições imediatas que vivíamos era fundamental para que pudesse haver a abertura tanto ao autoacolhimento quanto ao acolhimento ao outro. Em síntese, os temas geradores configuravam as concepções, ideias, dúvidas e valores que perpassavam aquele grupo. Nas palavras de Freire (2018)

 

 

A representação concreta de muitas destas ideias, destes valores, destas concepções e esperanças, como também os obstáculos ao ser mais dos homens, constituem os temas da época. Frente a este “universo” de temas que dialeticamente se contradizem, os homens tomam suas posições também contraditórias, realizando tarefas em favor, uns, da manutenção das estruturas, outros, da mudança. [...] Os temas se encontram, em última análise, de um lado, envolvidos, de outro, envolvendo as “situações-limite”, enquanto as tarefas que eles implicam, quando cumpridas, constituem os “atos-limite” [...]. (FREIRE, 2018, p. 128-129).

 

 

            Esta foi a compreensão que se fez presente a cada encontro permitindo que, em diálogo respeitoso, cada participante pudesse se expressar. As narrativas ali construídas algumas vezes ficavam ali, outras, por iniciativa autônoma, eram registradas em um mural construído na plataforma PadLet® e ficava à disposição de todos e todas do grupo, para que pudessem retomá-la a qualquer outro momento.

Os encontros síncronos aconteciam com duração média de 60 minutos, podendo se expandir por no máximo noventa minutos. A cada dia uma participante da equipe organizadora abria a sala do Google Meet® com alguns minutos de antecedência, recepcionava os participantes com uma música relaxante, que por sua vez era seguida de uma prática de acolhimento baseada no Yoga e Meditação. A duração deste acolhimento era em média de 5 a 7 minutos, que, então, precedia a discussão sobre o tema gerador do dia.

Para auxiliar as e os participantes na prática dos exercícios de autoacolhimento, a instrutora de Yoga fazia pequenos vídeos com exercícios que poderiam ser praticados durante toda a semana. Esses vídeos eram ancorados em um canal do YouTube® e o link disponibilizado no WhatsApp® do grupo.

Ao longo de dois meses nos encontramos virtualmente, nos acolhemos, refletimos criticamente e estudamos juntos sobre a educação em tempos de ERE, seus desafios, mudanças, enfrentamentos e realidades.  Findo esse tempo percebemos pelos relatos das e dos participantes, indicativos de que os objetivos da ação de extensão estavam sendo alcançados.

Durante as semanas em que os encontros aconteceram, mais que saber como ensinar algo a alguém, o esforço se fazia no sentido de aprender. Aprender a conectar consigo mesmo, a prestar a atenção os próprios sentidos físicos, à respiração, ao carinho, ao tatear o próprio corpo, sentindo-o em uma unidade que integrava a multiplicidade de cada ser, em síntese, aprender o autoacolhimento.

A cada encontro havia uma proposta de reflexão a partir de um tema gerador, porém, algumas vezes o diálogo se fazia entorno da prática de acolhimento, com narrativas sensíveis de como era importante ao relaxamento, à tomada de consciência de si e à produção de ânimo novo. Percebia-se que para muitos daqueles e daquelas profissionais, talvez em muito tempo, aquela fosse a primeira vez que se abraçavam (cada um em sua casa se abraçava carinhosamente). Outros relatavam sobre o estranhamento ao prestar a atenção à respiração, ou no movimento que o exercício da mesma provocava no corpo. Sentir o ar ao ser inspirado ou expirado, para alguns era novidade.

Não raro surgiam relatos de como percebiam que crianças e adolescentes estavam dispersos, desinteressados e desmotivados para as aulas remotas (supervisora 1). Esta avaliação vinha com uma hipótese, a de que tais atitudes poderiam ser resultados da precariedade de acesso à rede de internet e equipamentos eletrônicos, ou, até mesmo de acesso ao material impresso disponibilizado pelas escolas, já que muitas crianças não tinham quem lhes acompanhasse nos estudos em casa (professora A). Tal precariedade já seria motivo suficiente de preocupação, mas outra percepção incomodava ainda mais: há ansiedade e tristeza e mesmo preocupação entre as crianças e adolescentes frente a situação enfrentada pelas famílias no contexto pandêmico (supervisora 1). Em síntese, assim como os adultos, as crianças e adolescentes também apresentavam sinais de adoecimento. Na compreensão das e dos profissionais, se aquelas práticas de acolhimento lhes faziam bem, certamente o faria também aos estudantes.

Em um dos encontros, as reflexões nascidas do tema gerador “Ser o que se pode ser”, possibilitaram construir a compreensão de que os sentidos do corpo influenciam na forma em que nos apresentamos, nas posturas que assumimos e nas atitudes que tomamos. Na mesma direção, o modo como nos vemos, o como nos percebemos como pessoa no mundo implica nosso fazer pedagógico. Os desafios da educação ficaram acentuados e expostos com a pandemia e o distanciamento físico, no entanto, ainda tínhamos a liberdade e a responsabilidade pelas escolhas que fazíamos, especialmente no como nos relacionar com as outras pessoas e, nesse caso em particular, com os estudantes.

Ali percebíamos que a escolha por trabalhar, acolher e mediar o conteúdo escolar de forma mais afável e compassiva, resgatava o que há de mais belo no humano: sua sensibilidade, sua relação consigo, com o outro e com a natureza. Nesse dia, a reflexão e elaboração de nossos pensamentos e sentimentos provocou um movimento que se aproximou da ideia do humanescer na docência. Humanescer é um conceito que nos remete ao “amor incondicional à vida”, esse amor “se manifesta misteriosamente no ato educativo do encontro como outro” (DITTRICH e RAMOS, 2017, p. 116). Encontro esse que, em tempo pandêmico, não se faz de forma física, mas pode se fazer presente, pela tela de um computador, celular, televisão, ou pelas palavras grafadas em folhas de papel que chega até a casa daquele que se sente só. Esse humanescer aponta para um desejo do religare, não apenas com aquilo que nos transcende, mas especialmente com aquilo que me é mais íntimo. No entanto, como estar com o outro se nos tem sido tão difícil estar com nós mesmos? Segundo Dittrichi e Meller (2021) a experiência estética possibilitariam esse estar consigo mesmo.

 

 

A experiência estética é dinâmica criativa na formação do pensar crítico, na manifestação da criatividade da pessoa, na auto-organização do seu pensar-sentir-agir- conviver reflexivo, respeitoso, amoroso e aberto às novas ideias, para novos processos de construção do conhecimento, amplamente vinculado ao humanescer (DITTRICHI e MELLER, 2021, p. 79).

 

 

Aqui entendemos os exercícios propostos enquanto uma experiência estética na relação com o próprio corpo. Saraswati (2004), defende que as técnicas do Yoga e da Meditação podem contribuir de forma significativa no fortalecimento individual para “Ser o que se pode ser” (esse foi o tema gerador de um outro encontro) no momento presente, aqui e agora.

O diálogo-reflexão propiciado nos Mosaico de Conversas levou-nos a concluir que a atitude assumida pela e pelo docente é um fator de diferenciação, pois ao propor um encontro com estudantes, que não seja mera prestação de contas, mas sim um espaço dinâmico, investigativo, criativo que proporcione o saber-fazer, ameniza a situação adversa e até mesmo de dor do atual momento pandêmico. De acordo com Frankl (2019) a nossa resposta mediante as questões que a vida nos impõe e a liberdade da vontade para tomar uma decisão frente a estas cabe apenas a nós, e isso, nenhum outro ser humano ou condição de vida pode nos tirar.

O ser humano, enquanto um ser integral, vive em integralidade e por mais que ali nossa atenção estivesse voltada para a vida interior e não para uma formação conteudista, não poderíamos ignorar a dinâmica profissional e com ela, as condições históricas, sociais, políticas que envolvem a educação.

Uma reflexão se destacou e se fez recorrente nos encontros: se é tão importante esta questão de movimento, de autoacolhimento, autocuidado, de percepção do próprio corpo, por que não implantar na escola, estas práticas que favorecem o desenvolvimento integral do ser humano? Neste momento veio à pauta a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), e as críticas a ela direcionadas. Seu “encaixotamento” de habilidades atribui um valor de significância a algumas disciplinas no currículo escolar, mas certamente não ao movimento corporal, não à integralidade humana, e com certeza não às questões de origem emocional e espiritual que perpassam a vida. Sendo assim, as práticas de acolhimento do ser humano, em sua integralidade, no ambiente escolar ficam barradas pois há prioridade para o cumprimento de metas visando avaliações futuras.

Todavia, “Sendo o que se pode ser”, as e os profissionais dialogaram sobre a importância e possibilidade de, ao se inspirarem nas experiências ali vividas, construírem estratégias de acolhimento a serem integradas em seu saber-fazer pedagógico. Ressaltando que essas estratégias precisam ter como foco a pessoa, seu corpo, seu ser integral e não a BNCC. Um convite para que a BNCC estivesse implicada com esse acolhimento e não o acolhimento a serviço daquela. Devemos colocar o conhecimento a nosso favor, nós somos os criadores e construtores da cultura, da vida.

Nos primeiros encontros o exercício de acolhimento e as reflexões envolvendo o tema gerador ficavam quase que exclusivamente a cargo da equipe organizadora, mas, aos poucos, como se desejava que o fosse, as e os outros participantes foram sentindo-se acolhidos e empoderados, assumindo em muitos momentos a condução do encontro. Uma dessas experiências de não hierarquia, de coautoria e corresponsabilidade se fez de forma mais palpável no encontro que teve como tema gerador “Fazer o que já posso fazer”. Esse encontro foi conduzido por um dos professores participantes, o qual se dispôs a elaborar e gravar vídeos com exercícios que pudessem ser praticados em sala de aula, mesmo no contexto do ERE. A iniciativa do professor, em parceria com a instrutora de Yoga, constituiu incentivo aos colegas, auxiliando-os a perceber os movimentos do corpo, a respiração e a meditação, e, como estes poderiam fazer parte de suas práticas em sala de aula.

Foram criadas duas histórias, inspiradas em técnicas e princípios do Yoga e da Meditação. Inicialmente foi estudada a temática central de cada história, que envolvia o autoacolhimento, sentimentos de respeito mútuo, percepção do próprio corpo, valorização da vida, calma e tranquilidade. Depois, a escrita de um texto que pudesse não apenas permitir que as mesmas fossem conduzidas, mas que também pudessem ser contatas às crianças criando um ambiente propício à prática. Em um terceiro momento foram gravados dois vídeos curtos, os quais foi disponibilizado aos demais participantes, fazendo uso do canal do YouTube®.  Aquela iniciativa que poderia, inicialmente, parecer simples, se configurou em uma ação de “Ser o que se pode ser” e ainda a tomada de consciência sobre o “Fazer o que já posso fazer”. As narrativas decorrentes deste encontro revelaram indícios de uma experiência que propiciou a prática da “comunhão” tal qual apontada por Freire (2016). Do estar junto, compartilhando saberes, como um fator promotor de resiliência, de empoderamento e de preparação para lidar com os desafios cotidianos.

A fala, a escuta e a interação entre e no grupo foram motivos para cultivar a esperança de um sonho, um “inédito viável”, uma educação pública, gratuita, de qualidade e que acolha a profissionais, estudantes, familiares e comunidade, com uma concepção do ser humano em sua integralidade bio-psíquica-espiritual e nas condições sócio-históricas concretas.

 

Considerações finais

 

Uma proposta de formação-acolhimento pensada e planejada com tamanho carinho e desejo de ser útil, e desenvolvida em comunhão entre seus participantes não poderia ser apresentada em seus pormenores em algumas poucas páginas. No entanto, acreditamos que o objetivo proposto que foi o de compartilhar sobre a intervenção realizada junto a profissionais da Educação Básica tenha sido alcançado.

Aprendemos que se a condução das práticas de Yoga e Meditação precisa ser feita por uma pessoa com formação própria para tal, podemos, a partir da experiência bem conduzida, buscar inspiração para construir estratégias de acolhimento aos estudantes em nossas salas de aula. Não se trata aqui de, sem formação adequada, se aventurar a fazer o que não sabemos, mas sim, a partir da experiência vivida, da abertura ao autoacolhimento e autoconhecimento trazer tais elementos como práticas de acolhimento possíveis de serem desenvolvidas em sala de aula. O grande diferencial é que essa proposta não se limita às dimensões bio-psíquica, mas, passa-se a considerar uma concepção de ser humano que contemple sua dimensão espiritual. A experiência de tomada de consciência sobre a respiração e dos movimentos externos e internos do próprio corpo, considerando também a dimensão espiritual, pode implicar de forma positiva nas práticas pedagógicas que já realizamos.

Segundo Ánandamitra (2012) quando os princípios do Yoga e da Meditação são incorporados à vida cotidiana pode-se construir estratégias que auxiliem enquanto fator acolhedor e minimizador dos impactos causadas pelo cansaço, medos, angústias e frustrações, comuns à vida de toda e qualquer pessoa. Em consonância com tal pensamento, acreditamos que se as e os docentes se permitirem o autoacolhimento, o autocuidado, a autoaceitação, poderão incorporar tais princípios em suas práticas pedagógicas. Aqui se amplia o conceito de educação escolar, não mais apenas a construção de conhecimentos que envolvam tão somente as dimensões biológicas e psíquicas e as condições histórico-culturais da vida material, mas uma compreensão do ser humano integral, trazendo nessa composição sua dimensão espiritual.

            Por fim, concluímos que é possível incentivar os e as profissionais da educação a se abrirem a exercícios de autoacolhimento, autoaceitação e autotranscedência permitindo que tais práticas possam se fazer presente na sua vida cotidiana e profissional. Assim o fizemos, nos abrimos às experiências de acolhimento-formação com todo o grupo. De forma consciente buscamos a prática da esperança ativa e da coerência, uma prática que buscou “diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, de tal forma que, num dado momento, a tua fala seja a tua prática'' (Freire, 2003, p. 61).

            Naqueles encontros demos um passo na compreensão das adversidades da vida e dos desafios que se colocaram mais claros no momento pandêmico atual. Talvez tenha sido a leveza de nos sentirmos acolhidos que fez com que também víssemos os sorrisos, os olhares curiosos, as lágrimas, corpos que, à medida que respiravam iam se aquietando, se permitindo a experiência de sentir-se bem não obstante todas as dificuldades. Momentos ímpares em nossas vidas, momentos em que a empatia, o amor, o esperançar e a afetividade eram compartilhados pela tela dos equipamentos eletrônicos.

Finalizando essa escrita, é necessário compreender que “não há mudança sem sonho, como não há sonho sem esperança” (FREIRE, 2016 p.126), acreditar em si e na docência fez com que as e os participantes permanecessem na ação, buscassem mais para colaborar na discussão e aceitassem o desafio de acolher o outro, acolhendo a si mesmos.

 

Referências

 

ÁNANDAMITRA, Avadhútika Ácaryá. Yoga para a saúde integral.  Edições Ananda Marga. 5ª edição. Brasília – DF. 2012.

 

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MONTEIRO, Sandrelena da Silva.(Re)inventar educação escolar no Brasil em tempos da COVID-19. In: Revista Augustus. Rio de Janeiro, v. 25. n. 51. jul/out. 2020. p. 237-254. Disponível em: https://apl.unisuam.edu.br/index.php/revistaaugustus/article/view/552. Acesso em: 08 out. 2021.

 

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