Internacionalização do ensino superior: perspectivas de mobilidade e intercâmbio estudantil na graduação da UNEB
Internationalization of higher education: perspectives of mobility and student exchange in UNEB graduation
Internacionalización de la educación superior: perspectivas de movilidad e intercambio estudiantil en los estudios de grado en la UNEB
Universidade do Estado da Bahia, Serrinha, BA, Brasil
johnwollter@gmail.com
Universidade do Estado da Bahia, Serrinha, BA, Brasil
raianeacuneb@gmail.com
Universidade do Estado da Bahia, Serrinha, BA, Brasil
ivoneteeducadora623@gmail.com
Recebido em 13 de outubro de 2021
Aprovado em 21 de setembro de 2022
Publicado em 06 de julho de 2023
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo discutir os processos de Mobilidade e Intercâmbio Acadêmico Internacional da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) como contributos da internacionalização do ensino superior na formação inicial. A ação metodológica está pautada em uma abordagem qualitativa, uma vez que pretendeu refletir sobre o cenário da internacionalização do ensino superior, fundamentado nas concepções de De Wir (2013), de Maués; de Bastos (2017), de Laus (2012) e no aporte documental do Plano Nacional de Educação (2014-2024). A pesquisa documental, baseada em Pádua (2012), se constituiu como opção procedimental de discussão das perspectivas sobre internacionalização, mobilidade e intercâmbio presentes em documentos oficiais da UNEB, como Estatuto, Regimento, Anuários, Resoluções, dentre outros; e a narrativa autobiográfica de formação como instrumento de análise e descrição dos dados. Por fim, concluiu-se que o processo de internacionalização do ensino superior da UNEB, a partir dos programas de bolsas mobilidade e intercâmbio internacional de estudantes da graduação, representa um importante e estratégico instrumento de potencialização da formação inicial, principalmente do profissional docente, uma vez que os estudantes são desafiados a assumir um perfil de protagonismo representativo da própria formação.
Palavras-chave: Internacionalização do ensino superior; Mobilidade; Intercâmbio.
ABSTRACT
This article aims to discuss the Mobility and International Academic Exchange processes at the Universidade do Estado da Bahia (UNEB) as contributions to the internationalization of higher education in initial training. The methodological action is based on a qualitative approach, since it intended to reflect on the scenario of the internationalization of higher education, based on the conceptions of De Wir (2013), of Maués; Bastos (2017), Laus (2012) and the documentary contribution of the National Education Plan (2014-2024). Documentary research was constituted as a procedural option for discussing the perspectives on internationalization, mobility and exchange present in official documents of UNEB, such as Statute, Rules, Yearbooks, Resolutions, among others; and the autobiographical narrative of training as an instrument for data analysis and description. Finally, it was concluded that the process of internationalization of higher education at UNEB, based on the mobility and international exchange scholarship programs for undergraduate students, represents an important and strategic instrument for enhancing initial training, especially for teaching professionals, since students are challenged to assume a leading role representative of their own training. O resumo não deverá ser redigido na primeira pessoa e deverá conter o foco temático, objetivo, método, resultados e conclusões do trabalho.
Keywords: Internationalization of higher education; Mobility; Exchange.
RESUMEN
Este artículo tiene como objetivo discutir los procesos de Movilidad e Intercambio Académico Internacional de la Universidad del Estado de Bahía (UNEB) como contribuciones de la internacionalización de la educación superior en la formación inicial. La acción metodológica se basa en un enfoque cualitativo, ya que pretendía reflexionar sobre el escenario de la internacionalización de la educación superior, a partir de las concepciones de De Wir (2013), de Maués; de Bastos (2017), de Laus (2012) y en la aportación documental del Plan Nacional de Educación (2014-2024). La investigación documental, basada en Padua (2012), se constituyó como una opción procedimental para discutir las perspectivas sobre internacionalización, movilidad e intercambio presentes en documentos oficiales de UNEB, como Estatutos, Regimientos, Anuarios, Resoluciones, entre otros; y la narrativa autobiográfica de la formación como instrumento de análisis y descripción de los datos. Finalmente, se concluyó que el proceso de internacionalización de la educación superior en la UNEB, basado en los programas de becas de movilidad e intercambio internacional de estudiantes de pregrado, representa un instrumento importante y estratégico para mejorar la formación inicial, especialmente del profesional docente, ya que los estudiantes tienen el desafío de asumir un perfil de protagonismo representativo de la propia formación.
Palabras clave: Internacionalización de la educación superior; Movilidad; Intercambiar.
Considerações iniciais
Nas últimas décadas, temos observado nas universidades públicas brasileiras um movimento crescente de fomento a Programas de Mobilidade e Intercâmbio Acadêmico Internacional (PMIAI), estabelecidos a partir dos convênios de cooperação firmados entre as universidades nacionais e as Instituições Estrangeiras de Ensino Superior (IEES), buscando a inserção da educação superior brasileira no processo de internacionalização da pesquisa e do ensino e aprendizagem, por meio da troca de experiências e vivências formativas proporcionadas pelos referidos programas, demarcando, no cenário científico internacional, a produção e difusão do conhecimento por parte dos pesquisadores nacionais brasileiros.
Pensar o processo de formação inicial, baseado no PMIAI, representa o quanto é relevante o recorte que se faz da educação superior brasileira, sobretudo nos dias de hoje, quando se podem observar as variadas discussões acerca do status depreciativo, o qual é atribuído à Educação, principalmente, como forma de justificar todas as mazelas sociais emergentes no país. É certo, também, que parte dessas discussões se sustenta no surgimento e ou ocorrência de problemas do cotidiano das cidades, como os variados casos de violência urbana e vulnerabilidade social.
Contudo, é importante ressaltar os esforços traçados pelos profissionais da Educação, tanto no âmbito da educação básica quanto do ensino superior, que buscam refletir e equacionar propostas de trabalho e, sobretudo, de intervenção didático-pedagógica no enfrentamento de paradigmas educacionais estabelecidos, essencialmente pelos relacionamentos interpessoais firmados no cotidiano escolar, que são dinâmicos e também complexos, por se tratarem de relações intimamente subjetivas. Neste sentido, o intercâmbio acadêmico constitui um potencial instrumento de reflexão e de aprendizagens docentes.
O processo de internacionalização da universidade pode ser compreendido como uma comunicação da comunidade acadêmica nacional com instituições de diferentes países, por meio de inúmeras ações e interlocuções entre ambas, desde a publicação em periódico científico internacional até a participação presencial em eventos internacionais. Na especificidade deste trabalho, enfocamos os programas de intercâmbio ou mobilidade em que estudantes participam in loco de atividades acadêmicas internacionais na instituição anfitriã, como cursos, conferências, seminários, entre outras atividades.
Nesse sentido, pensar esta dimensão da internacionalização na formação do indivíduo no âmbito do ensino superior, é também considerar que a fase da graduação é um momento formativo inacabado e que exige do investigador-docente, em estágio inicial, um olhar específico e não menos integrador da sua própria formação, em face do estímulo ao aperfeiçoamento das relações interpessoais que estruturam a profissão docente e que tende a ser constante na trajetória de vida e formação profissional.
Além disso, pode-se considerar também que há aspectos interacadêmicos que influenciam os processos de mobilidade e intercâmbio, pois viajar para estudar em uma universidade estrangeira também implica em conhecer alguns aspectos da cultura de um povo, provocando à consciência do indivíduo momentos de reflexão acerca de diversos temas e problemas, como diferentes paisagens ambientais, modos de vidas, contextos políticos e econômicos distintos, entre outros.
Desse modo, o PMIAI pode se constituir um recurso estratégico de fomento às de aprendizagens e experiências formativas que emergem a partir das diversas relações estabelecidas entre os sujeitos envolvidos no referido processo, na medida que os processos educativos e formativos proporcionados não se findam dentro dos muros da universidade, apesar do seu objetivo central estar alinhado exclusivamente com as atividades acadêmicas.
O presente artigo tem como objetivo discutir os processos de Mobilidade e Intercâmbio Acadêmico Internacional da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) como contributos da internacionalização do ensino superior na formação inicial. A ação metodológica está pautada em uma abordagem qualitativa, tendo os autores deste trabalho como os participantes da pesquisa, uma vez que pretendeu refletir sobre o cenário da internacionalização do ensino superior, fundamentado nas concepções de De Wir (2013), de Maués; de Bastos (2017), de Laus (2012) e no aporte documental do Plano Nacional de Educação (2014-2024).
Com efeito, a pesquisa documental se constituiu como opção procedimental de discussão das perspectivas sobre internacionalização, mobilidade e intercâmbio presentes em documentos oficiais da UNEB, como Estatuto, Regimento, Anuários, Resoluções, dentre outros; e a narrativa autobiográfica de formação como instrumento de análise e descrição dos dados.
Vale ressaltar, considerando o contexto imposto pela pandemia da COVID-19, que este trabalho não objetiva discutir os impactos do referido fenômeno no processo de internacionalização do ensino superior, apesar do mesmo considerar a sua importância em debates que possam aprofundar tais condições.
Encontra-se estruturado em cinco seções. Esta primeira seção, introdutória, apresenta a contextualização da internacionalização do ensino superior nos dias de hoje. Aborda, na segunda seção, os elementos conceituais e políticos da internacionalização do ensino superior. Na terceira seção, são discutidos os aspectos políticos da internacionalização, da mobilidade e do intercâmbio internacional no âmbito legal da UNEB. Na quarta seção, é realizada, por meio de narrativa de formação do autor, a caracterização das ações desenvolvidas no Programa de Bolsas Mobilidade e Intercâmbio Acadêmico da UNEB, Departamento de Educação – Campus XI, de Serrinha/BA. E, por fim, na quinta seção, são tratadas as considerações finais.
Internacionalização da graduação
A política de internacionalização da graduação na Universidade do Estado da Bahia (UNEB) tem expressado anseios expansionistas, considerando o fato de alguns dos seus Departamentos, sobretudo aqueles localizados no interior do Estado baiano, promoverem propostas de Mobilidade e Intercâmbio através de convênios de cooperação firmados com Instituições Estrangeiras de Ensino Superior (IEES). Estas importantes ações fazem parte do processo de consolidação dos pilares Ensino, Pesquisa e Extensão, que dão suporte estrutural à Universidade Pública e de Qualidade, bem como de difusão e internacionalização do conhecimento.
Segundo Stallivieri (2013) a internacionalização do conhecimento das universidades brasileiras se constitui como um “[...] gatilho para a melhoria da qualidade do ensino e da pesquisa que, unidos, criam as condições para o desenvolvimento dos países e o incremento da qualidade de vida das populações.” (STALLIVIERI, 2013, p. 3). Isto é, revela que a internacionalização compõe ou deveria compor um projeto maior de nação e não se traduzir como uma série de ações pontuais e deslocadas do modo de vida do lugar de origem, principalmente, por se tratar da aplicação direta de recursos públicos oriundos da tributação geral da população.
Atravessar os limites e divisas político-administrativos do espaço geográfico baiano e brasileiro, bastante dinâmico, com o envio de estudantes a outros estados nacionais, é uma característica primordial do movimento de internacionalização da educação superior. Para De Wit (2013), tem-se tornado mais consciente a cada dia que a internacionalização não deve envolver somente aspectos como a relação entre os países, mas, sim, e igualmente importante, as relações entre culturas e entre a conexão do global e do local, inerentes tanto à carreira do indivíduo intercambista como do profissional docente-investigador.
De acordo com Maués; Bastos (2017), a internacionalização da educação superior é um fenômeno que “trouxe no seu bojo a formulação de que estava se forjando uma sociedade na qual o conhecimento seria uma força produtiva importante, a mola mestra para o desenvolvimento dos países” (MAUÉS; BASTOS, 2017, p. 334). Esta visão se evidencia quando observamos as disputas econômicas e geopolíticas atuais nas disputas por protagonismo no desenvolvimento de tecnologia 5G entre países. Nesse sentido, a concepção de Universidade, enquanto lugar de produção do conhecimento, ganha destaque no debate acerca da internacionalização do conhecimento.
De Wit (2013) explicita que se trata de uma estratégia de aprimoramento da qualidade do ensino e da pesquisa, devendo ser considerada como um meio e não “um fim em si” para que um determinado resultado seja atingido e, por isso, nessa compreensão, a internacionalização do ensino superior não deve traduzir-se interessante ao priorizar a importação de conhecimento e conceitos, ao tempo que deixa de segundo plano na sua formação aqueles produzidos no âmbito nacional, no seu lugar de vivência.
O Plano Nacional de Educação (PNE, 2014-2024), aprovado por meio da Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014, determina as diretrizes, metas e estratégias para a política educacional do Brasil nos próximos dez anos. O PNE é estruturado em quatro grupos de metas e estratégias em que o quarto grupo destina-se às metas referentes ao ensino superior. As metas de nº 12 e Nº 14 do PNE, nos itens 12.12 e 14.10, tratam sobre a internacionalização do ensino superior e propõem:
12.12) consolidar e ampliar programas e ações de incentivo à mobilidade estudantil e docente em cursos de graduação e pós-graduação, em âmbito nacional e internacional, tendo em vista o enriquecimento da formação de nível superior.
14.10) promover o intercâmbio científico e tecnológico, nacional e internacional, entre as instituições de ensino, pesquisa e extensão.
Desta forma, verifica-se que a promoção da mobilidade e intercâmbio estudantil enquanto metas a serem cumpridas, busca equacionar as diretrizes do PNE para o preenchimento de lacunas dos contextos educacionais, por meio das trocas de saberes e fazeres pedagógicos que repercutiram na melhoria da qualidade educacional destes profissionais em formação. Trata-se de uma Educação para o indivíduo que objetive não apenas a sua projeção para o trabalho, mas também e, sobretudo, para a cidadania fundamentada em valores morais e éticos que possam estruturar uma sociedade, incentivando a promoção humanística, científica, cultural, artística e tecnológica da produção do conhecimento do seu país.
Para Laus (2012), a internacionalização do ensino superior é “[...] um meio para a melhoria ampla do ensino superior entendido como gerador de conhecimento novo, ciência, tecnologia e inovação, mas, principalmente, de valores e de cidadania [...]” (LAUS, 2012, p. 24). Vivenciar a produção intelectual de um determinado povo permite refletir a nossa própria trajetória enquanto povo e nação, além de perceber o quanto uma participação ativa e reativa do indivíduo em sociedade, ciente dos deveres e direitos, repercutem significativamente nas suas relações sociais.
A cidadania é um tema de fundamental relevância para o ensino das Ciências Humanas, pois as escolas são encarregadas de constituir novos e conscientes cidadãos que possam ter a capacidade intelectual, crítica e argumentativa para ler e analisar o espaço geográfico, suas interações espaciais, seus processos e consequências, podendo, inclusive, atuar por meio da sociedade civil ou política organizada, junto às esferas de decisões do Estado.
Os Conselhos, Sindicatos, Associações, Organizações Não Governamentais (ONG) internacionais e até mesmo o Poder Legislativo Municipal, se estruturam fundamentalmente a partir da efetiva participação de indivíduos advindos de diversos segmentos sociais organizados ou não, mas com a tarefa de representar e defender determinadas classes e interesses da sociedade.
Nos último anos, os contextos de contenção orçamentária de recursos financeiros fizeram que muitos programas de mobilidade e intercâmbio não se efetivassem, apesar da existência de movimentos de resistência e de enfrentamento à estes contextos, sobretudo, em virtude da importância de realizar os referidos programas por parte dos estudantes da graduação que estão no processo de formação inicial, pois as experiências e vivências são formativas e potencializam o perfil do futuro profissional, resultando na construção de conhecimentos significantes à trajetória de vida e de formação.
Mobilidade e intercâmbio acadêmico na UNEB
De modo geral, nos cursos de licenciatura, os estudantes são levados a estudar um conjunto de componentes curriculares diretamente ligados com os contextos da Educação Básica, além das atividades de extensão e pesquisa que podem ser desenvolvidas, simultaneamente, no percurso formativo da graduação. O intercâmbio internacional, nessa perspectiva, se apresenta como importante instrumento constituidor do perfil profissional docente pela sua relevante função de superar as dimensões tradicionais da sala de aula, ao possibilitar a oportunidade de o estudante torna-se protagonista da própria formação em outro espaço-tempo formativo.
As discussões apreendidas nesta seção são frutos de pesquisa documental realizada por meio de consultas a documentos oficiais, que de acordo com Pádua (2012), consiste na pesquisa
[...] realizada a partir de documentos, contemporâneos e retrospectivos, considerados cientificamente autênticos (não fraudados); tem sido largamente utilizada nas ciências sociais, na investigação histórica, a fim de descrever/comparar fatos sociais, estabelecendo suas características ou tendências; além das fontes primárias, os documentos propriamente ditos, utilizam-se as fontes chamadas secundárias, como dados estatísticos, elaborados por institutos especializados e considerados confiáveis para a realização da pesquisa. (PÁDUA, 2012, p. 68-69).
Trata-se de uma pesquisa que consulta inúmeros documentos com um certo grau de rigor em relação aos conteúdos analisados, de forma orientada, com parâmetros da pesquisa e com o objetivo de extrair aquelas informações que são objeto de destaque no referido percurso da investigação. No caso específico deste trabalho, foram analisados documentos de ordem jurídica da instituição investigada, como resoluções e regimentos; e também de documentos de ordem estatística, a exemplo de anuários.
Na Universidade do estado da Bahia (UNEB), o processo de internacionalização do ensino superior pode ser considerado recente, apesar das inúmeras ações já realizadas, inclusive no âmbito dos campi localizados no interior do estado da Bahia. De acordo com o art. 36, inciso XVIII, do seu Regime Geral (aprovado pela Resolução CONSU nº 864/2011), o intercâmbio com instituições e redes de pesquisa e inovação deverá visar e incentivar o estreitamento de relações entre os pesquisadores, além do desenvolvimento de projetos comuns entre as instituições.
O ato de estabelecer interlocuções como essas, está diretamente ligado com a formação do docente, uma vez que o sentimento de busca por novos desafios proporciona a visibilidade de métodos e procedimentos de construção de conhecimentos, fundamentais ao percurso científico e princípio básico da rotina do professor-pesquisador. Para tanto, é necessário dispor de qualificação complementar, daí a importância da internacionalização na formação acadêmica, com advento das inter-relações pessoais e institucionais que caracterizam o processo, como a maneira de se comunicar as atitudes educativas, os hábitos culturais, entre outros.
Para a UNEB, segundo o Anuário UNEB em Dados de 2018 (ano base 2017), a internacionalização é entendida como
[...] um processo de mudanças organizacionais, de inovação curricular, de desenvolvimento profissional do corpo acadêmico e da equipe administrativa, de desenvolvimento da mobilidade acadêmica com a finalidade de buscar a excelência na docência, na pesquisa e em outras atividades que são parte da função das universidades. (UNEB, 2018, p. 198)
Nesse sentido, a referida concepção aponta caminhos pragmáticos para a internacionalização da UNEB e que podem resultar na transformação de aspectos fundamentais da educação superior, com ênfase na excelência da docência, pesquisa, extensão e até na administração universitária, pois inclui o aperfeiçoamento do conjunto de profissionais docentes e técnicos da administração que compõem a comunidade acadêmica.
Para tanto, foi necessário institucionalizar as relações internacionais da instituição com a criação de um departamento específico, a Secretaria Especial de Relações Internacionais (SERINT), criada em 2014, com intuito de “[...] fomentar políticas de internacionalização da UNEB, através de cooperação e intercâmbio científico, tecnológico, cultural e acadêmico, e de assessorar a Reitoria na formulação de pautas internacionais [...]” (UNEB, 2017, p. 78), como convênios, acordos e contratos específicos com os países e instituições parceiras, além da orientação e apoio aos processos referentes às viagens (passagem, hospedagem e auxílio-alimentação).
Trata-se de um conjunto de ações que possam viabilizar a internacionalização como uma política pública universitária que resulte em novos saberes, fazeres e diálogos entre a comunidade local e internacional “[...] reconhecendo suas especificidades enquanto universidade pública, multirregional, popular e inclusiva” (UNEB, 2018, p. 198), quer seja pelo estabelecimento de termos de cooperação no desenvolvimento de projetos interinstitucionais, quer seja por meio de programas de mobilidade e intercâmbio docentes e discentes.
Em termos operacionais, visando a institucionalização da referida política de internacionalização, a SERINT tem atuado por meio dos seguintes eixos (UNEB, 2018): a) Regulamentação interna dos procedimentos e resoluções da internacionalização na UNEB; b) Elaboração e implantação de um Plano Institucional de Internacionalização da UNEB; c) Proposição de instrumentos que sistematizam o processo de celebração e acompanhamento de acordos e convênios de cooperação internacionais; d) Implantação de um programa permanente de mobilidade e intercâmbio internacional da UNEB para docentes, servidores técnicos administrativos e estudantes da graduação e pós-graduação; e) Internacionalização dos currículos da graduação e pós-graduação; f) Consolidação da participação da UNEB em redes, associações e projetos de articulação internacional.
Nesse contexto, em 2019, foram aprovados dois importantes documentos pelo Conselho Universitário (CONSU) da UNEB, institucionalizando os procedimentos e processos a serem realizados no âmbito da internacionalização da referida Universidade, que foram as Resoluções nº 1.394 e nº 1.395 de 2019. Estas ações evidenciam a atuação institucional da SERINT por meio do eixo de regulamentação interna dos procedimentos e resoluções da internacionalização na UNEB.
A Resolução nº 1.394/2019 define as normas e procedimentos de mobilidade e intercâmbio internacional para docentes, profissionais da administração universitária (técnicos) e discentes, como a realização de processo seletivo ou chamada pública e suas etapas disciplinadas por meio de editais para seleção dos candidatos, bem como as competências de execução dos programas de mobilidade e intercâmbio pelos Departamentos e respectivas instituições parceiras que tenham celebrado convênio.
O artigo 5º da presente resolução também aponta quais são os objetivos a serem atingidos no processo de promoção da mobilidade e intercâmbio internacional na UNEB:
I - Estimular a participação de Servidores docentes, técnicos administrativos e discentes em atividades acadêmicas internacionais; II - Contribuir para o fomento de experiências no âmbito do ensino, da pesquisa e da extensão na respectiva área de formação dos servidores docentes e dos discentes e, na área de atuação dos técnicos administrativos ou de interesse da UNEB; e, III - Oportunizar ações integradas entre discentes, docentes e técnicos administrativos, a partir de um Plano de Trabalho conjunto. (UNEB, 2019, p.2)
Estas noções emergem a partir da compreensão de que a internacionalização é uma ação estratégica de qualificação da comunidade universitária que, consequentemente, repercute em melhorias da educação superior com a inserção da UNEB no cenário internacional do ensino, pesquisa, extensão e também administração universitária, por abarcar a participação dos profissionais técnicos administrativos.
Outro aspecto importante desta resolução é a atribuição dada aos grupos, centros e núcleos de pesquisa de terem competência para apreciar e certificar os interessados nos projetos de mobilidade e intercâmbio dos Departamentos. Este requisito potencializa a capacidade de participação dos destes em redes e grupos de pesquisa internacionais ao estabelecer parcerias interinstitucionais com professores, pesquisadores e estudantes.
Já a Resolução nº 1.395/2019, estabelece a regulamentação da mobilidade e intercâmbio internacional de estudantes de ensino de graduação da UNEB para as Instituições Estrangerias de Ensino Superior (IEES) estrangeiras ou congêneres de estudantes das IEES na UNEB, bem como aponta os procedimentos, assistência, avaliação e validação das atividades de mobilidade e intercâmbio da universidade.
O presente documento compreende a Mobilidade como “o ato e a possibilidade de o estudante de graduação transitar em Instituições estrangeiras ou congêneres, em um período pré-estabelecido institucionalmente e com atividades definidas” (UNEB, 2019, p. 2); e o Intercâmbio como a “troca de relações científicas e culturais, que envolvem ações pontuais e ou específicas entre IES Estrangeiras ou Congêneres em diferentes períodos” (UNEB, 2019, p. 2).
O artigo 4º da Resolução nº 1395/2019 organiza e define as seis modalidades de mobilidade e o intercâmbio internacional de estudantes como:
I - Mobilidade e intercâmbio acadêmico ou de ensino, graduação sanduíche: Realização de parte dos estudos do curso de graduação em IES Estrangeira ou Congêneres;
II - Mobilidade e intercâmbio acadêmico de pesquisa: Complementação de estudos, ou realização de pesquisa sob a orientação de algum professor da UNEB em IES Estrangeira ou Congêneres;
III - Mobilidade e intercâmbio acadêmico de extensão: Realização de atividades de Extensão em IES Estrangeira ou Congêneres;
IV - Mobilidade e intercâmbio acadêmico de estágio: Realização de atividades de estágio obrigatório ou não obrigatório em IES Estrangeira ou Congêneres;
V - Mobilidade e intercâmbio livre: Realização de atividades artístico-culturais e esportivas, cursos diversos em IES Estrangeira ou Congêneres;
VI - Participação em eventos acadêmicos internacionais: Esta ação consiste no afastamento justificado de suas atividades acadêmicas, para participar de congressos, seminários, simpósios, missões e eventos esportivos, científicos e culturais, com apresentação de trabalho. [...]. (UNEB. 2019, p. 3, grifos do autor)
Desse modo, cada modalidade possui suas etapas e critérios específicos de avaliação dos candidatos, sendo acompanhadas pelo colegiado do curso de origem e pela SERINT. Além disso, o estudante é acompanhado por um professor tutor responsável pelo acompanhamento e orientação do estudante intercambista durante o processo de internacionalização. Com isso, todas as atividades vivenciadas pelo estudante em mobilidade e intercâmbio internacional são aproveitadas, seja como crédito integralizado ao currículo formal ou como carga horária de Atividades Complementares (AC).
Ao concluir as atividades na instituição estrangeira, o estudante regressa à instituição de origem, devendo apresentar ao Departamento/Colegiado de Curso e à SERINT, um relatório em formato de relato de experiência das atividades desenvolvidas no âmbito da mobilidade e intercâmbio internacional para apresentação na condição de publicação científica em periódicos e/ou eventos. Este trabalho final é de grande importância para o estudante intercambista por documentar cada experiência vivenciada no decorrer da internacionalização. O exercício de lembrar e refletir sobre as experiências resultam na construção de aprendizagens e conhecimentos que impactam a formação inicial, como também o prosseguimento da formação continuada do profissional docente.
O programa de bolsas mobilidade e intercâmbio internacional da UNEB – Campus XI, Serrinha-BA
A pesquisa autobiográfica consiste na utilização de fontes menos convencionais em processos de investigação ligadas, principalmente, ao campo da educação e da história da educação, sendo caracterizada por considerar como fontes autobiografias, memórias, histórias de vida e formação, narrativas escritas, literatura, dentre outras (SOUZA, 2007). Trata-se de uma abordagem crescente nas pesquisas em educação e em ciências sociais, principalmente, pela abordagem especialmente qualitativa e que tem gerado importantes compreensões acerca dos processos educacionais.
Segundo Souza (2004)
As narrativas de formação expressas em diários autobiográficos demarcam um espaço onde o sujeito, ao selecionar aspectos da sua existência e tratá-los através da perspectiva oral e escrita, organiza suas idéias e potencializa a reconstrução de sua vivência pessoal e profissional de forma auto-reflexiva como suporte para compreensão de sua itinerância vivida. Provocam, também, uma reflexão sobre si mesmo e os outros, caracterizando-se como excelente estratégia de formação. (SOUZA, 2004, p. 15).
As narrativas autobiográficas representam momentos de conexão entre os eventos ocorridos, registrados em diversas formas de diário e até aqueles suportados na própria memória, e a (re)significação dos seus valores a partir da tomada de consciência que se dá pela reflexão livre. O presente trabalho é fruto deste exercício narrativo, que se constrói na medida em que as reflexões sobre as experiências vividas no intercâmbio acadêmico em Portugal foram sendo tecidas.
O Programa de Bolsas Mobilidade e Intercâmbio Acadêmico Internacional da UNEB, Departamento de Educação (DEDC) – Campus XI foi a primeira iniciativa de internacionalização de estudantes da graduação no referido DEDC. Tratou-se de um projeto piloto que ocorreu em 2018, fruto de parcerias e acordo de cooperação entre a UNEB e a Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (ULHT), localizada no centro universitário de Lisboa, em Portugal.
A ULHT foi fundada em 1998 e tem como objetivos o ensino e a investigação nos campos da ciência, cultura e tecnologias, com ênfase na perspectiva interdisciplinar que possa contribuir com o desenvolvimento dos países e povos de Língua Portuguesa. O nome da Universidade deriva do termo Lusofonia, que pode ser compreendida como o conjunto de países de Língua Portuguesa e os seus antecedentes linguísticos e culturais comuns (UNIVERSIDADE LUSÓFONA, 2019).
O referido programa de bolsas mobilidade e intercâmbio da UNEB – Campus XI – Serrinha-BA foi lançado na I Semana de Integração Universitária, que ocorreu em 2017, pela SERINT no DEDC Campus XI. Disciplinado por meio de edital, a seleção simplificada disponibilizou três vagas que foram distribuídas proporcionalmente entre os três cursos que funcionam em Campus XI – Serrinha-BA, que são as licenciaturas em Geografia e Pedagogia e o bacharelado em Administração. O programa de bolsas também previu e contemplou o custeio com passagens, hospedagem e alimentação dos estudantes durante o desenrolar das ações intercambiáveis.
No período de desenvolvimento da mobilidade e intercâmbio foram vivenciados importantes momentos formativos para a formação inicial, de acordo com o plano de ação discutido e proposto pelas instituições de origem e anfitriã. Os intercambistas frequentaram as aulas dos componentes curriculares Educação e Tecnologias; Educação, Direitos Humanos e Cidadania; Ensino Religioso; História e Cultura Portuguesa; e O fenômeno religioso no Brasil contemporâneo no âmbito do Mestrado em Ciências das Religiões, da ULHT.
Também participaram na condição de Ouvintes das Conferências intituladas “Ação Sócio Educativa dos Jesuítas e Colégio de São Fiel (1863-1910)”, “Fronteiras da Comunicação” e da Sessão Participativa em Cultura no Plano Municipal para a Integração de Migrantes de Lisboa (PMIML) 2018-2020, bem como da defesa de dissertação de Mestrado de uma colega brasileira em Ciências da Educação, intitulada “Desafios na reconstrução da prática pedagógica dos docentes de Língua Portuguesa na sociedade atual”.
No interstício de cada aula, foi possível conhecer importantes objetos arquitetônicos e turísticos de Portugal, como o Parque e Palácio Nacional da Pena (Sintra), Ponte D. Luís I (Porto), Universidade de Coimbra (Coimbra), Cabo da Roca (Colares/Lisboa), Torre de Belém (Belém/Lisboa), Praça Luís de Camões (Lisboa), Rua Augusta, Conservatório Nacional de Música, dentre outros espaços do centro histórico de Lisboa que representam parte da cultura portuguesa, além de experimentar a vasta e peculiar culinária local.
A apresentação da instituição de origem para a anfitriã também foi uma das atividades realizadas, por considerar que a caracterização do nosso lugar enquanto espaço de vivência representa rememorar uma série de significações, sentimentos e emoções inerentes à nossa formação e que são importantes para o processo de aprendizagem. Nesse sentido, também foi possível conhecer e vivenciar as atividades acadêmicas com outros estudantes estrangeiros de regiões como África e da Ásia.
No regresso de Portugal, a relatoria das atividades realizadas foi documentada e transformada em diferentes trabalhos acadêmicos que foram apresentados em eventos científicos, como o Encontro Integrado de Pesquisa, Ensino e Extensão da UNEB (ENINEPE, 2018; 2019); o X Seminário de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação: Pesquisa e Pós-Graduação em Foco (2018); o II Seminário Internacional Educação, Políticas Públicas e Desenvolvimentos Social (2018); o II Encontro de Estudantes Intercambistas da UNEB (2018); e o III Encontro de Estudantes Estrangeiros na UNEB (2018).
O projeto piloto de intercâmbio estudantil chamou a atenção para a inexistência de formas mais expressivas de internacionalização do ensino superior na UNEB de Serrinha, que se limitava a pontuais publicações em periódicos estrangeiros ou com docentes parceiros de outros países. Por isso, essa primeira experiência de intercâmbio pode ser considerada como um passo maior de inserção inicial da UNEB de Serrinha no contexto da internacionalização do ensino superior.
As experiências formativas proporcionadas no decorrer do intercâmbio contribuíram com a qualificação da formação inicial dos estudantes, tanto em termos de produção de conhecimento com a apresentação e publicação de trabalhos, quanto na obtenção de títulos curriculares das atividades realizadas em Portugal, bem como também estimularam dois dos três estudantes que participaram do Programas de Mobilidade e Intercâmbio Acadêmico Internacional (PMIAI), a buscar por uma formação continuada através da inserção em programas de pós-graduação stricto sensu.
Vivenciar o cotidiano acadêmico de uma instituição estrangeira possibilitou realizar análises das formas de ensino e pesquisa desenvolvidas pela instituição anfitriã, de modo a perceber uma diversidade de posturas e atitudes empreendidas pelos profissionais docentes, baseadas na ética e no compromisso com a ciência. As vivências geraram reflexões acerca do nosso perfil profissional docente em construção na formação inicial, sobretudo, em relação a importância de o alinhamento de deve fundamentalmente existir entre teoria e prática na atuação docente.
Em termos interinstitucionais, o PMIAI repercutiu na potencialização de processos e relações de cooperação internacional por meio do estabelecimento de relacionamentos mais diretos entre as instituições participantes e os sujeitos envolvidos, de modo buscar a continuidade da parceira através da realização de outras ações no âmbito da internacionalização do ensino superior, como a participação em bancas de monografias, apresentação de trabalhos, entre outras.
O PMIAI também pode ser considerado como uma oportunidade de participação de outras categorias da comunidade acadêmica, como docentes, técnicos e analistas administrativos, em algum nível de cooperação e integração internacional no âmbito de uma internacionalização, uma vez que foi exigido aos estudantes participantes a orientação de professor da instituição de origem e o contato por parte de servidores administrativos da UNEB com os processos administrativos da instituição anfitriã.
Portanto, os esforços da UNEB de Serrinha de inserção no processo de internacionalização do ensino superior brasileiro, resultaram no estabelecimento de múltiplas relações entre os sujeitos participantes e as instituições envolvidas. O intercâmbio de estudantes da graduação em Portugal fez emergir lacunas e muitas possibilidades para que outras ações possam ser pensadas e efetivadas.
Considerações finais
O processo de internacionalização do ensino superior da UNEB, a partir dos programas de bolsas, mobilidade e intercâmbio internacional de estudantes da graduação, representou um importante e estratégico instrumento de potencialização da formação inicial, principalmente ao profissional docente, uma vez que esses estudantes são desafiados a assumir um perfil de protagonismo representativo tanto da própria formação, que se torna diferenciada, quanto da comunidade universitária a qual pertence, já que alcança uma posição de destaque midiático.
O conjunto das experiências vivenciadas são as aproximações necessárias ao cotidiano intercambista, que, fundamentalmente, faz repercutir nas aprendizagens que emergem das inter-relações estabelecidas nesse processo, quer seja entre pessoa-pessoa, quer seja entre pessoa-espaço. A mobilidade e o intercâmbio também se mostraram ser um momento formativo contínuo, desde a leitura do edital de seleção até a fase em que as lembranças persistirem na mente, já que a memória não apenas armazena como também provoca e mobiliza uma série de reflexões acerca dos momentos vividos.
Contudo, é importante registrar que se tratou de uma realidade bastante limitada no contexto da educação superior pública, principalmente em virtude dos trágicos cortes de orçamento que os programas de internacionalização do ensino, pesquisa e extensão têm sofrido nos últimos anos. Neste sentido, a internacionalização do ensino superior por meio de bolsas, mobilidade e intercâmbio de estudantes da graduação tem se tornado uma realidade de uma minoria.
Além disso, convém destacar que as reflexões tecidas neste estudo não trazem em seu bojo questões relacionadas aos impactos causados pela deflagração da pandemia da COVID-19, que paralisou todo o mundo em torno de medidas de suspensão das atividades presenciais e do isolamento das populações com intuito de não propagar a contaminação viral que tem como consequência um alto grau de letalidade e que causou a morte de milhões de pessoas no mundo. Tal contexto coloca em risco uma grama de projetos de internacionalização da pesquisa brasileira, uma vez que o Brasil encarou de forma secundária a importância da ampla vacinação da sua população, relegando ao país um cenário de periferia do mundo.
No entanto, os contextos de fechamento de fronteiras, isolamento e distanciamento espaciais e a concentração das formas de comunicação na modalidade virtual, foi e tem sido uma maneira alternativa de dar continuidade as ações de internacionalização da pesquisa e até de popularização das mesmas numa escala global, considerando que a atenção da comunidade acadêmica e científica tem estado voltada para o acesso livre e digital das produções científicas.
Deste modo, urge a necessidade do surgimento de movimentos estudantis sociais que pautam a internacionalização da educação superior como uma política pública prioritária, como um investimento humano que resultará na qualificação do ensino nas escolas, na formação profissional das universidades, nas pesquisas dos laboratórios, nos instrumentos de gestão pública e, sobretudo, nas relações de cidadania da sociedade expressas nos valores, costumes e crenças das pessoas.
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