Internacionaliza��o da Educa��o Superior: Lugar, Sujeito e Pesquisa como categorias substantivas de an�lise

Internationalization of Higher Education: Subject, Place and Research as substantive categories of analyzes

Marlize Rubin Oliveira

Professora doutora na Universidade Tecnol�gica Federal do Paran�, Pato Branco, Paran�, Brasil.

rubin@utfpr.edu.br � https://orcid.org/0000-0003-3234-7562

 

Hamilton de Godoy Wielewicki

Professor doutor na Universidade Federal de Santa Catarina, Florian�polis, Santa Catarina, Brasil.

h.g.wielewicki@ufsc.br � https://orcid.org/0000-0003-0238-141X

 

Giovanna Pezarico

Professora doutora na Universidade Tecnol�gica Federal do Paran�, Curitiba, Paran�, Brasil.

gpezarico@utfpr.edu.br https://orcid.org/0000-0001-5576-6685

 

Recebido em 17 de junho de 2018

Aprovado em 29 de agosto de 2018

Publicado em 17 de dezembro de 2019

 

RESUMO

A internacionaliza��o uma quest�o de interesse crescente no contexto da Educa��o Superior (ES), principalmente pelos impactos da globaliza��o dentro das institui��es ao longo das ltimas dcadas. Este artigo busca aprofundar a anlise de conceitos, polticas e a��es orientadoras da internacionaliza��o da ES, a partir de trs institui��es norte-americanas - Massachusetts Institute of Technology, Harvard University e Columbia University. O caminho metodolgico foi percorrido a partir da abordagem qualitativa com entrevistas semiestruturadas, observa��es e anlise documental, a partir de duas quest�es de investiga��o:1) Que concep��es de internacionaliza��o de ES est�o presentes nas institui��es? e 2) Que polticas e a��es de internacionaliza�o est�o presentes nas institui��es? Trs categorias substantivas foram identificadas: Sujeito, Lugar e Pesquisa. Essas, por sua vez, expressam conceitos que sustentam polticas e a��es de internacionaliza��o. Os Sujeitos, em vez de indivduos desprovidos de sua identidade, foram identificados como o ponto de partida e a for�a motriz dos processos de internacionaliza��o. Os Lugares s�o espa�os inerentemente repletos de contradi��es e possibilidades, reunindo Sujeitos que podem contar com apoio e meios para construir pontes para atuar dentro de zonas de fronteira, em esfor�os interdisciplinares de Pesquisa para abordar quest�es complexas que afetam a humanidade.

Palavras-chave: Internacionaliza��o;� Educa��o Superior; Universidade de Classe Mundial.

 

ABSTRACT

The internationalization is an in issue of growing interest within the context of Higher Education� (HE), especially due to the impacts of globalization upon the institutions alongside the past few decades. This paper aims at furthering the analysis of concepts, policies and actions of internationalization of HE, based on three north American institutions - Massachusetts Institute of Technology, Harvard University and Columbia University. A qualitative methodological approach was used, with semi structured interviews, observations and documental analysis carried out regarding two issues of inquiry: 1) What conceptions of internationalization of HE are present in those institutions? and 2) What policies and actions of internationalization are present in the institutions? The substantive categories have been identified: Subject, Place and Research. Those categories, in their turn, express concepts that sustain policies and actions of internationalization. The Subjects, rather than individuals devoid of their identity, have been identified as both the starting point and driving force of the processes of internationalization. Place are spaces inherently plenty of both contradictions and possibilities, gathering Subjects who could count on support and means that enable them to construct bridges to perform within borderline zones, based on an interdisciplinary approach to research in order to address some of the complex issues affecting the human kind.

Keywords: Internationalization; Higher Education; World Class Universities.

Introdu��o: um olhar sobre a internacionaliza��o da Educa��o Superior

����������� Este artigo parte dos resultados de um projeto intitulado Desafios da Internacionaliza��o da Educa��o Superior: Universidades de Classe Mundial[1], tendo como foco deste recorte aprofundar a anlise de conceitos, polticas e a��es orientadoras da internacionaliza��o da Educa��o Superior, a partir de trs institui��es norte-americanas - Massachusetts Institute of Technology (MIT), Harvard University e Columbia University.

����������� A pesquisa tem origem em algumas inquieta��es trazidas nas ltimas dcadas pelos movimentos da globaliza��o do capital e seus impactos na Educa��o Superior (ES) (ZAJDA; RUST, 2016; ALTBACH, 2004; JONES et al. 2016). A chamada sociedade global e o consequente aumento do papel atribudo ES e suas dimens�es internacionais, definiram agendas, polticas e a��es de internacionaliza��o das institui��es. Aparentemente de modo paradoxal, ao mesmo tempo surgem movimentos � n�o necessariamente conectados entre si de fechamento de fronteiras, de ataques liberdade acadmica e de antiglobalismo. Na Europa, o Brexit, nos Estados Unidos, as polticas antimigratrias e no Brasil ataques autonomia universitria e acadmica - para citar alguns movimentos contemporneos que criam assimetrias entre e dentro de pases e institui��es.

����������� A internacionaliza��o da ES cresceu tambm em import�ncia estrat�gica entre as associa��es de ES em todo o mundo. Na Europa, uma pesquisa da European University Association (EUA, 2013) indicou que a maioria das universidades tem pensado estrategicamente sobre internacionaliza��o, tem uma estratgia em vigor e/ou quer melhorar essa estratgia. A EUA (2018) tem apoiado as universidades europeias para se internacionalizar atrav�s de vrios projetos e servi�os. Isso inclui projetos como MAUNIMO - Mapping University Mobility of Students and Staff; ALISIOS - Academic Link and Strategies for the Internationalization of the Higher Education Sector e FRINDOC - Framework for the Internationalization of Doctoral Education. Outro programa que se destaca o Horizon 2020 (HORIZON, 2018), este um Programa de Investiga��o e Inova��o da Uni�o Europia (UE) com quase 80 mil milh�es de euros de financiamento, disponibilizados ao longo de 7 anos (2014 a 2020) e que, para alm do investimento, promete mais descobertas e inova��es, levando grandes ideias do laboratrio para o mercado (HORIZON, 2018).

����������� Nos Estados Unidos, o Mapping (ACE, 2017) um projeto do Center for Internationalization and Global Engagement (CIGE) da American Council Education (ACE) em sua quarta edi��o. O CIGE fornece anlise de quest�es crticas de educa��o internacional e administra programas e servi�os para apoiar estratgias de internacionaliza��o e de envolvimento global das institui��es de ensino superior norte americanas.

Um princpio central que sustenta a pesquisa e os programas do CIGE [o da] internacionaliza��o abrangente, como um processo estratgico e coordenado que busca alinhar e integrar polticas, programas e iniciativas internacionais e posiciona faculdades e universidades como mais globalmente orientadas e institui��es internacionalmente conectadas (ACE, 2017, p.1, tradu��o livre).

����������� Na Amrica Latina, a Conferncia Regional de Educa��o Superior (CRES, 2018), jem sua terceira edi��o a primeira em Havana (Cuba), em 1996; a segunda em Cartagena de Indias (Colmbia) e a terceira em Crdoba (Argentina), 2018 - tem se destacado como espa�o de reflex�o e integra��o da ES da Amrica Latina e Caribe, com vistas integra��o � Confer�ncia Mundial de Educa��o Superior, a ser realizada em Paris (Fran�a) em 2019.

����������� Alm disso, os rankings internacionais e seus indicadores trouxeram, como um de seus resultados, a visualiza��o de um conjunto de institui��es que, por seu impacto, reputa��o e relevncia, foram denominadas e passaram a corporificar o conceito de World Class Universities (WCU) (ALTBACH; SALMI, 2011; SALMI, 2009; HAZELKORN, 2011; ALTBACH; WIT; RUMBLEY, 2016). Esse conceito de universidades de classe mundial, por sua vez, tem influenciado polticas e a��es de educa��o superior ao redor do mundo. No Brasil, o volume e o alcance das pesquisas sobre o tema se avolumou (SILVA JUNIOR, 2017; LEITE; GENRO, 2012), principalmente a partir da cria��o dos primeiros rankings internacionais Times Higher Education e Shangai no incio dos anos 2000.� Por vrias raz�es, os rankings tm sido destaque em polticas e projetos tanto no que se refere s agncias de financiamento quanto s institui��es, assim como tm influenciado a reprodu��o de sua prpria lgica, por meio da elabora��o de rankings nacionais, a exemplo do Ranking das Universidades da Folha (RUF).

����������� Apesar das diferen�as de foco, abrangncia e abordagem, esses movimentos parecem compartilhar um tipo de defini��o comumente aceita de internacionaliza��o como processo intencional de integrar dimens�o internacional ou global Educa��o Superior (KNIGHT, 2004; WIT, 2018; MOROSINI, 2006). Assim, conceitos e movimentos de internacionaliza��o da ES passam n�o apenas a integrar o debate, mas tambm a influenciar polticas e a��es em nvel de sistema, bem como dentro das institui��es, com impacto direto na vida acadmica.

����������� Imersa neste debate, esta pesquisa busca aprofundar a compreens�o de conceitos, polticas e a��es de internacionaliza��o a partir de um conjunto de institui��es analisadas, recorrentemente associadas ao conceito de universidades de classe mundial. A ideia contribuir com o debate visando ampliar a compreens�o a partir de institui��es que tm influenciado a ES tanto no que se refere aos resultados de pesquisas e forma��o profissional, mas acima de tudo como modelo prototpico de universidade moderna[2], que acaba se mesclando com a prpria ideia do que hoje conhecemos por universidade.

����������� Nosso argumento que a possibilidade de explorar o tema da internacionaliza��o a partir de visitas tcnicas a institui��es de imenso destaque no cenrio da ES mundial, pode trazer outras dimens�es e categorias que contribuem para repensar nossa prpria prtica no contexto brasileiro. Aprofundar o tema da internacionaliza��o a partir de dilogos reflexivos com institui��es que se encontram no chamado centro hegemnico amplia nossas possibilidades de anlise para alm do olhar contemplativo, apontando categorias concretas para autorreflex�o, inclusive no que diz respeito a elencar uma abordagem decolonial (MIGNOLO, 2017; PETERS, 2017; SANTOS, 2015; FREIRE, 2015), aqui compreendida como pluri ou multiuniversal e que n�o se prope como nico caminho ou op��o, mas como apenas uma dentre muitas possibilidades que podem atmesmo funcionar ou ser acionadas juntas. Nesse sentido, o cosmopolitismo decolonial pode ser pensado como um localismo cosmopolita (MIGNOLO, 2017).

����������� Os resultados e reflex�es da pesquisa est�o aqui organizados em quatro se��es. Na introdu��o apresentamos os objetivos, principais inquieta��es, justificativas e conceitos necessrios a uma adequada discuss�o dos temas elencados na pesquisa. A segunda se��o, dedicada ao desafios metodolgicos, atravs da apresenta��o e justificativa das escolhas e na qual tambm s�o detalhadas as etapas da pesquisa de campo, na tentativa de mostrar desafios e riquezas do processo. A terceira se��o dedicada a discutir os achados do campo de investiga��o, trazendo trs categorias substantivas construdas: Lugar, Sujeito e Pesquisa. Por fim, as considera��es finais buscam sumarizar as principais conclus�es (provisrias) da pesquisa.

Percurso (e desafio) Metodolgico

����������� A caracterstica qualitativa da pesquisa (BOGDAN; BIKLEN, 2007), com foco na pesquisa exploratria (MINAYO, 2000) e pesquisa documental (BOGDAN; BIKLEN, 2007) sustenta possibilidades metodolgicas necessrias para o processo de investiga��o. Cautelosamente nos cabe aventar que a posi��o de privilgio no processo de investiga��o (MCCORKELL; MYERS, 2003; JOHNSON-BAILEY, 2003) nos estudos de pesquisa qualitativa, discute e aponta caminhos para pesquisadores nessa posi��o que poderia ser imputada como de privilgio (como seria o caso do pesquisador atuando, por exemplo, no ch�o de fbrica ou na escola). Contudo, esses estudos n�o nos ofereceram subsdios para a posi��o n�o privilegiada a qual nos encontramos, muitas vezes presente apenas no imaginrio dos pesquisadores. As escolhas realizadas para a realiza��o desta pesquisa resultaram, ao fim e ao cabo, em um olhar da periferia, mas que se postula central discuss�o do tema, portanto de modo n�o-perifrico. Assim, os desafios metodolgicos, sempre complexos no processo de pesquisa, nesta investiga��o nos levaram professores pesquisadores oriundos de um pas perifrico no que se refere internacionaliza��o da ES a fazer escolhas autorreflexivas constantes, visando ultrapassar preconceitos ou uma descri��o meramente contemplativa dos fenmenos. Trata-se, portanto, para alm do contemplativo e descritivo, de pesquisar especialmente a partir dos limites e das possibilidades que o lugar que ocupamos como pesquisadores (a periferia) nos permite, mediados pela interculturalidade e pela riqueza de nossos lugares.

����������� A escolha - intencional e planejada das trs institui��es� - MIT, Harvard e Columbia - se sustenta em dois fatores principais. O primeiro que s�o institui��es classificadas como WCU no topo dos rankings internacionais, com papel histrico e gnese na modernidade na constru��o do conceito de universidade que conhecemos na contemporaneidade. Com a emergncia dos Estados Unidos potncia mundial aps a segunda guerra mundial, essas institui��es ocuparam papel de destaque no cenrio global em se tratando de educa��o superior. Com caractersticas diferenciadas, elas abrangem todos os campos da cincia. O MIT (2018) carrega na sua gnese a caracterstica do ensino e da pesquisa - com relevncia para o mundo prtico como princpio orientador. Harvard (2018) a institui��o de Educa��o Superior mais antiga dos Estados Unidos, dedicada forma��o de lderes mundiais, atravs da educa��o, das artes e das cincias. Columbia (2018), por sua vez, reconhece a importncia de sua localiza��o na cidade de Nova York e procura vincular sua pesquisa e ensino aos vastos recursos de uma grande metrpole.

����������� O segundo fator que sustentou as escolhas das institui��es foi a proximidade geogrfica. Foi necessrio considerar o tempo para realiza��o das visitas e deslocamentos frente aos recursos financeiros do projeto. Alm disso, com objetivo de compreender e aprofundar conceitos de internacionaliza��o da ES e visando uma maior aproxima��o com o objeto de estudo, foram realizadas duas outras visitas tcnicas �s institui��es com simblica e concreta fora pol�tica no cenrio da Educa��o Superior norte americana e mundial: World Bank - Banco Mundial (WB) e The American Council on Education (ACE). O Banco Mundial, em raz�o de seu papel de fomento a investimentos em todo o mundo, tem forte papel indutor na constru��o de polticas pblicas de educa��o, em geral, principalmente em pases perif�ricos e tambm conta com um setor especfico para a Educa��o Superior. O ACE a principal� organiza��o, estruturada como um conselho que rene representantes da ES dos Estados Unidos. Essas visitas tcnicas cumpriram o papel de compreender mecanismos de a��o no campo da educa��o, caso do Banco Mundial, e estabelecer contato com um centro catalisador de estudos sobre internacionaliza��o, caso do ACE. Os documentos obtidos nessas duas visitas desempenham papel auxiliar e est�o presentes nas anlises aqui realizadas.

����������� O Quadro 1 traz indicadores que ajudam a compreender os loci de investiga��o.

Quadro 1 - Indicadores MIT, Harvard e Columbia

INDICADORES

MIT

HARVARD

COLUMBIA

Funda��o

1861

1636

1754

Estudantes

11.466

22.000

32.429

Professores

1.914

2.459

4.114

Ranking Times

5

6

14

Ranking Shangai

4

1

8

Prmios

89 Nobel Laureates

58 National Medal of Science winners

29 National Medal of Technology and Innovation winners

48 MacArthur Fellows

15 A. M. Turing Award winners

48 Nobel Laureates

32 Heads of State

48 Pulitzer Prize winners

83 Nobel Laureates

Estudantes internacionais

43%

21%

35%

Pesquisadores visitantes e alunos de doutorado internacionais

2.379

4.951

3.300

Pa�ses representados

129

200

151

Estruturas no exterior

75

21

9

Fonte: MTI-Facts (2018); Harvard-Worldwide (2018); Harvard Fact Book (2018) e Columbia-Statistics & Facts (2018).

 

����������� No que se refere coleta de dados, a op��o pelas visitas tcnicas visou aprofundar os objetivos da pesquisa a partir de reuni�es, entrevistas semiestruturadas e observa��es. As visitas foram realizadas entre 05 e 19 de fevereiro de 2018. Os contatos iniciais ocorreram em outubro de 2017 e definidos a partir dos endere�os disponibilizados nas pginas (web) institucionais ou atravs dos gabinetes dos Presidentes (Reitores). A partir dos contatos iniciais,� as agendas e interlocutores foram definidos pelas prprias institui��es.

����������� As visitas foram pautadas em duas quest�es centrais de investiga��o: 1) Que concep��es de internacionaliza��o de ES est�o presentes nas institui��es? e 2) Que polticas e a��es de internacionaliza��o est�o presentes nas institui��es?

����������� Assim, ocorreram 08 encontros com tempo mdio de 40 minutos, com 12 interlocutores que ocupam posi��o institucional do nvel estratgico, administrativo ao operacional. No processo de coleta de dados foram 6 entrevistas semiestruturadas com assinatura de Informed Consent Form. E com 6 interlocutores, que ocupam posi��o institucional estratgica,� foram realizadas reuni�es de trabalho e estabelecidos dilogos, com foco nas quest�es de pesquisa e experincias administrativas no processo de internacionaliza��o.

����������� A partir dessa dinmica o processo foi conduzido em duas etapas principais. Primeira, durante as reuni�es (entrevistas e dilogos) foram realizadas notas de campo (BOGDAN; BIKLEN, 2007). Com o objetivo de ultrapassar a tradu��o, a estratgia foi utilizar notas na lngua inglesacomo� ponto de partida para a segunda etapa. Esta consistiu na anlise das notas a partir do dilogo autorreflexivo e intenso entre os pesquisadores, buscando� convergncias, dissonncias e diferen�as nas falas dos interlocutores, a partir da compreens�o de idiossincrasias e particularidades entre as diferentes culturas envolvidas, na posi��o institucional ocupada e no contexto de pas central. Nesse processo, ocorreu a constru��o de um quadro sntese a partir das 3 categorias definidas a priori, e inserido um quarto ponto de observa��es. As notas de observa��es foram construdas tambm, como sugerem Bogdan e Biklen (2007), a partir do olhar autorreflexivo durante os deslocamentos, reuni�es e entrevistas, tendo sido fundamentais para constru��o de sentidos e significados que denominamos de "filtro analticoda pesquisa, o que foi constitutivo para constru��o das categorias substantivas (MAXWELL, 2013).

����������� Por fim, a anlise documental contribuiu no processo de triangula��o da investiga��o.� Durante as visitas tcnicas, documentos institucionais foram sugeridos e incorporados an�lise. Como resultado do processo de coleta e anlise de dados, trs categorias substantivas (MAXWELL, 2013) foram identificadas: Lugar, Sujeito e Pesquisa. Estas ser�o objeto da prxima se��o. O quadro a seguir busca sintetizar os dados coletados.

Quadro 2 - S�ntese dos Dados Coletados

INTERLOCUTORES

DOCUMENTOS

OBSERVA��ES

Provost/Director (n=3)

Staff (n=5)

Faculty (n=4)

Miss�o e Vis�o

Office International Education

Website Institutional

Lester (2017) A global strategy for MIT

Harvard (2018) - Policies on International Projects and Sites

Columbia (2017) World Projects

Gabinetes e salas

Cafs e bookstore

Bibliotecas

Museus

Corredores

P�tios

Fem (n=7)

Male (n=5)

 

Fonte: Dados de Pesquisa

 

Lugar, Sujeitos e Pesquisa: categorias de internacionaliza��o

����������� A categoria Lugar aparece como fundamental no que se refere internacionaliza��o da Educa��o Superior (ES). � uma categoria construda por um lado a partir da compreens�o do lugar que as institui��es ocupam no mundo e por outro, da constru��o da conscincia dos sujeitos no lugar que ocupa. Compreendemos a categoria substantiva Lugar (SANTOS, 2015; ESCOBAR, 2005) como espa�os de contradi��o, enriquecidos com caldo cultural necessrio � proposi��o e ao exerccio de novas interpreta��es. A categoria Sujeito compreendida a partir do Sujeito (FREIRE, 2015) que se constri na e pela pr�xis; aut�nomo, coletivo, comprometido, que pode atuar de forma crtica, prospectiva e propositiva. Sujeito, tal qual concebido aqui, ocupa o Lugar de forma pragmaticamente consciente do seu papel, tanto para manuten��o dos espa�os hegemnicos quanto para a possibilidade de tensionamentos. Esse Sujeito capaz de dialogar para alm das fronteiras do conhecimento estabelecido pela cincia moderna, assim como capaz de trabalhar nas zonas de fronteira e construir pontes entre saberes hegemnicos e n�o hegemnicos. A categoria Pesquisa aparece como produ��o de conhecimento cientfico. A Pesquisa concebida aqui como interdisciplinar pela natureza e pela complexidade dos objetos que se prop�em (RAYNAUT, 2011). A categoria Pesquisa, nesse quadro, busca trazer resultados vida prtica e ao avan�o do conhecimento terico-filosfico, mas sobretudo compreendida como n�o neutra, situada histrica e socialmente, precisando� ultrapassar fronteiras de conhecimento estabelecidos pela cincia, assim como pelas fronteiras geopolticas.

����������� O Quadro 3 apresenta as trs categorias com excertos dos documentos institucionais analisados que ajudam compreender conceitos que sustentam polticas e a��es de internacionaliza��o da ES.

Quadro 3 - Lugar, Sujeito e Pesquisa: categorias substantivas.

CATEGORIAS

MIT*

HARVARD**

COLUMBIA***

Lugar

Aprender sobre o mundo, ajudar a resolver os maiores problemas do mundo e trabalhar com colaboradores internacionais que compartilham nossa curiosidade e compromisso com a investiga��o cient�fica rigorosa s�o valores fundamentais para o MIT.

Nosso robusto compromisso com a internacionaliza��o n�o � um acess�rio acidental ou dispens�vel. � parte integral de tudo o que fazemos, no laborat�rio, na sala de aula, nas confer�ncias, no mundo.

H� tr�s etapas principais no pensamento que leva aos Columbia World Projects (CWP), come�ando com uma compreens�o dos pontos fortes, bem como dos pontos potencialmente fortes de universidades de pesquisa [como Columbia], a partir da� para o estado do mundo e suas necessidades prementes e, finalmente, para o delineamento geral dos CWP.

Sujeito

Membros do corpo docente individualmente iniciam e implementam a maioria das atividades internacionais do MIT. O papel da administra��o do MIT � incentivar e apoiar essas atividades e salvaguardar a liberdade dos membros do corpo docente para realiz�-las.

Temos que atrair e apoiar os alunos e professores mais talentosos e fornecer-lhes os recursos para fazer o seu trabalho da melhor forma. Devemos sustentar a not�vel comunidade de pesquisadores, professores e alunos, que s�o o cora��o e o motor de tudo o que aspiramos� ser e� fazer.

Os Centros Globais de Columbia facilitam o envolvimento colaborativo de professores, alunos e ex-alunos da Universidade com o mundo, para melhorar a compreens�o, enfrentar os desafios globais e fazer avan�ar� o conhecimento.

Pesquisa

Na pesquisa esta ideia [de uma universidade movida pelo impacto]� reflete a tend�ncia crescente de organizar colabora��es interdisciplinares em torno de problemas sociais complexos - energia, �gua, alimentos, transporte, seguran�a, sa�de, qualidade ambiental, desenvolvimento econ�mico e assim por diante. [�] A pesquisa orientada para resolu��o de problema tornou-se mais vis�vel em nosso campus, e agora est� sendo ampliada por um foco crescente em �megaproblemas� ainda mais complexos, como mudan�a clim�tica e urbaniza��o, cada um dos quais engloba v�rios problemas sociais importantes.

Precisamos oferecer mais destaque � inova��o e as descobertas pr�ticas inerente � engenharia, �s artes e ao design, bem como, a aprendizagem pela� experi�ncia al�m da sala de aula. Todos esses s�o componentes cr�ticos do pensamento e do conhecimento e� compromisso de Harvard

A Columbia Global visa capturar a import�ncia das rela��es entre as disciplinas tradicionais. A universidade tem in�meros centros, institutos, programas e iniciativas de alcance global, e a Columbia Global serve para complement�-los, agregando � nossa hist�ria global. Os usu�rios podem explorar problemas tem�ticos, por t�pico e por regi�o geogr�fica. N�s apenas come�amos a cole��o de conte�do que ilustra a profundidade da nossa hist�ria. Com o tempo, � medida que esse lugar/locus se tornar mais robustos, a vastid�o do alcance da Columbia se tornar� mais evidente

 

Fonte: *Lester (2017); *** Harvard Policies (2018) e Faust ( 2017); ***Columbia (2017).

 

����������� Na categoria Lugar identificamos a constru��o histrica do lugar no qual as institui��es se colocam. Essa defini��o aparece claramente exposta no que se denomina de� Alma Mater[3]. S�o institui��es que atravessam toda sua histria, por vezes de sculos, sem que a miss�o institucional se altere. As polticas e a��es institucionais s�o estruturadas pela miss�o voltada ao lugar que ocupam no mundo e para o mundo. A Alma Mater sustenta o conceito institucional e a miss�o das institui��es. Observando as campanhas e frases possvel perceber que no centro esta responsabilidade que a institui��o evoca para si em rela��o aos problemas complexos da humanidade. Isso tambm colocado na fala dos interlocutores como central Miss�o institucional, como parte da histria a ser preservada e ampliada no contexto contemporneo.

����������� O MIT tem hoje como campanha MIT for the better world- o MIT para um mundo melhor. Harvard sinaliza sua dedica��o "cria��o e dissemina��o do conhecimento e da educa��o das lideran�as com sabedoria para iluminar o passado e moldar e servir ao futuro[4].� Columbia, por sua vez, "espera que todas as reas da Universidade fa�am avan�ar o conhecimento e a aprendizagem nos mais altos nveis e fazer chegar ao mundo o produto de seus esfor�os[5]�.

����������� As frases e ideias colocadas nas campanhas, hoje principalmente na mdia eletrnica, s�o uma forma de sntese do foco estabelecido.� S�o o ponto de partida para polticas e a��es e expressam nessas frases uma profunda compreens�o dos objetivos e da miss�o institucional. Esta compress�o expressa o que denominados de Lugar, conscincia da posi��o e do papel que essas institui��es ocupam no mundo. Este movimento se refere tanto aos estudantes, professores-pesquisadores, gestores e tcnicos como aos Alumni[6].

����������� A internacionaliza��o da institui��o estno conhecimento e no sentido que o conhecimento� toma quando produzido nesse Lugar. Desta forma, as institui��es t�m como pressuposto serem� internacionais pelo conhecimento produzido no Lugar em que elas se colocam no mundo. Nesse contexto, o processo de constru��o do conhecimento tratado na sua gnese como� internacional e a institui��o organizada para esse processo de produ��o. Uma das primeiras a��es parece ser a busca de Sujeitos - melhores professores-pesquisadores, melhores equipes administrativas e de suporte e melhores alunos - para produzir solu��es para problemas complexos da humanidade. Nesse Lugar deve ser produzido� conhecimento , conforme codificado no lema� MIT of the world. In the world. For the world[7](MIT, 2018). O conceito de internationalization at home[8] (KNIGHT, 2004, p.20) contribui para compreendermos a ideia de cultura ou clima promovido pela institui��o, que promove e apia atividades interculturais em atividades no prprio campus.

����������� O conceito de Lugar traz na gnese o espa�o geopoltico definido (norte) com pressupostos claramente alicer�ados na racionalidade/modernidade ocidental. Escobar (2005)� argumenta que a modernidade tem a ver tanto com a rela��o entre o lugar e o espa�o, como com a rela��o entre o espa�o e o tempo.� Assim, hnesse Lugar uma clara compreens�o de que� solu��es para problemas complexos da humanidade ser�o produzidos ali,� com a identidade do idioma hegemnico, a lngua inglesa, ao mesmo tempo que este Lugar n�o apenas uma defini��o geogrfica. Hoje estas institui��es est�o presentes em todos os continentes. � possvel perceber que este movimento, de levar as institui��es para outros espa�os territoriais, tem origem� nos movimentos de globaliza��o nos anos 1990 e hoje nos foi relatado como sendo um processo que uma das prioridades das institui��es. Estes novos lugares s�o espa�os de forma��o e de pesquisa e tambm espa�os nos quais os alunos dos campus sede est�o sendo cada vez mais incentivados a participar de estgios, prticas de pesquisas, visitas de curta dura��o, entre outros, como parte do processo de forma��o, com objetivo de constituir experincias internacionais.

����������� No Quadro 1 possvel identificar o nmero de pases nos quais as institui��es est�o presentes atravs de Campus, Global Centers, Office com estruturas de gest�o prprias. A inser��o atravs de cursos online pelos sistema Massive Open Online Courses (MOOCs) MOOCs -� MITx; HarvardX e� ColumbiaX, n�o foi objeto de anlise nesta pesquisa, entretanto s�o programas que parecem ter cada vez mais inser��o.

����������� A categoria Lugar nos leva a refletir a partir de dois pontos principais. O primeiro a compreens�o da hegemonia da racionalidade ocidental (SANTOS, 2015; ESCOBAR, 2005; MIGNOLO, 2017) na produ��o de conhecimento e cincia. Nos movimentos de globaliza��o, que tm como aliado as tecnologias que aproximam cada vez mais lugares e pessoas, o conhecimento hegemnico atinge de forma ainda mais preponderante diferentes lugares de diferentes formas. � importante compreender, contudo, que os espa�os para tensionamento existem e/ou podem ser construdos a partir dos Lugares hegemnicos. O desaparecimento do lugar (ESCOBAR, 2005), no sentido daquilo que local, um reflexo da assimetria existente entre o global e o local, na qual o global estassociado ao espa�o, ao capital, histria e a��o humana, enquanto o local, inversamente, vinculado ao trabalho e s tradi��es. Hde se considerar, entretanto, as condi��es concretas para tanto, superando inagenuidades. Nesse sentido, cabe o segundo ponto da anlise da categoria.

����������� O Lugar,� no contexto contemporneo, cada vez mais diverso. Santos (2015) chamou aten��o de que em nenhum momento da histria da humanidade fomos t�o diversos em espa�os fsicos t�o pequenos. Desta forma, podemos considerar este fator por si s,� como um Lugar de contradi��es, tensionamentos e possibilidades nicas na histria da produ��o humana.� A inser��o das institui��es em diferentes contextos por um lado carrega a Alma Mater institucional, mas, por outro, no dilogo com o diferente, com os outros, tambm pode ser implicada pela diversidade na qual se insere. O que precisamos considerar aqui s�o as mltiplas possibilidades dessa inser��o e a forma atravs da qual podemos atuar nesse processo. Talvez seja tempo de renovar nossa conscincia dos vnculos entre lugar, experincia e a produ��o de conhecimentocomo afirma Escobar (2005, p. 68). As possibilidades de dilogos estabelecidos a partir da busca de conhecimento e cincia podem ser uma possibilidade para a emergncia de outras racionalidades. O tensionamento pode ser estabelecido no processo de constru��o de pontes de dilogos(RAYNAUT, 2011) em zonas de fronteira de conhecimentos. E a inser��o destas institui��es em diferentes continentes, buscando dilogos entre o local e o globalcomo aparece consistentemente nos documentos e nas visitas tcnicas, pode tornar-se tanto um lugar de ressignifica��o da hegemonia, quanto a possibilidade de emergncia de outras racionalidades. O pensamento fronteiri�o que conduz op��o decolonial estse convertendo em uma forma de ser, pensar e fazer da sociedade pol�tica global� (MIGNOLO, 2017, p.29). � preciso compreender que o modelo de racionalidade hegemnica na contemporaneidade tem trazido desigualdades e exclus�es de toda natureza, entretanto, em pases perif�ricos as exclus�es deixam margem a maioria da popula��o, do acesso ao conhecimento e seus resultados.� O pensamento� decolonial requer "desobedincia epistmica� (MIGNOLO, 2017, p. 30).

����������� Nesse cenrio, parece urgente refletirmos o Lugar que ocupamos no mundo na condi��o de pas perifrico, construindo cincia na periferia, mas n�o perifrica. Assumir o sentido de pertencimento e compreender de maneira profunda o lugar parece fundamental para que internacionaliza��es tenham os lugares como referncia.

O lugar como a cultura local pode ser considerado o outro� da globaliza��o, de maneira que uma discuss�o do lugar deveria oferecer uma perspectiva importante para repensar a globaliza��o e a quest�o das alternativas ao capitalismo e modernidade (ESCOBAR, 2005, p.69).�

����������� Este sentido podernos dar outras possibilidades de produ��o de conhecimento. As caractersticas geogrficas, polticas e financeiras - na sua maioria inspitas - dos Lugares perifricos, podem assumir sentidos diversos e distintos e se transformar em tensionamento racionalidade hegemnica. A compreens�o e sentido de pertencimento, tanto da nossa gnese, quanto do lugar que ocupamos nos diferentes espa�os, nos da possibilidade de levarmos este Lugar - carregado de sentidos - para diferentes lugares. Ou seja, a partir desse sentido - sensibilidade de mundotermo utilizado por Mignolo (2017)� - podemos contribuir de forma genuna para a solu��o dos problemas complexos da humanidade em espa�os hegemnicos e n�o hegemnicos. As anlises aqui realizadas nos levam a perceber que aquilo que as institui��es parecem buscar s�o singularidades dos nossos lugares (perifricos). Somos genunos na forma de produ��o de conhecimento e na busca de solu��o aos problemas complexos cotidianos. Se estas caractersticas nos tornam interessantes na produ��o de conhecimento nestes lugares hegemnicos, podem tambm ser caractersticas para tensionar modelos hegemnicos, principalmente no fazer cientfico, no qual o sujeito o centro do processo. A partir dessa compreens�o se encontra a segunda categoria substantiva: Sujeito!

����������� Sujeitos s�o de qualquer lugar, de qualquer etnia e idioma. Trata-se, nesse sentido, de um Sujeito autnomo, capaz de propor, de questionar (FREIRE, 2015). Iniciativas individuais, como mostram os excertos no Quadro 2, s�o colocadas como a ponta inicial dos projetos de internacionaliza��o, nos quais as institui��es se colocam como mediadoras de iniciativas individuais. Isto aparece com destaque nos documentos, entrevistas e dilogos. N�o existe restri��o s iniciativas individuais, desde que fa�am sentido institui��o, ou seja, Alma Mater. Os sujeitos, fundamentais para a miss�o institucional, s�o buscados em todos os cantos do mundo, mas se espera que se transformem em conhecedores� profundos tanto da miss�o institucional, quanto de seu papel no processo. A Alma Mater � construda no e pelo sujeito no espa�o institucional (Lugar) e se perpetua a partir dos Alumni, espalhados pelo mundo. As associa��es e as doa��es financeiras dos Alumni s�o caractersticas marcantes das institui��es pesquisadas. Assim, a internacionaliza��o da institui��o tra�ada pela inser��o dos Sujeitos no mundo revestidos do sentimento de Lugar.

����������� Hde se considerar entretanto, o estabelecimento da rela��o hegemnica entre centro-periferia e o poder estabelecido a partir da linguagem. Dentre as premissas da manuten��o dessa rela��o hegemnica, este Sujeito (autnomo) presumivelmente tem que dominar a lngua inglesa como princpio. Hclareza de que conhecimento cientfico contemporneo hegemnico tem na lngua inglesa seu primeiro idioma, presente nas principais publica��es e reuni�es cientficas. As institui��es, ao buscarem os melhores profissionais e os melhores alunosno mundo para que venham a atuar nesses lugares, renem sujeitos que dominam ou se prop�em a dominar o idioma hegemnico.

����������� Os sujeitos e os problemas complexos de pesquisa aparecem como centrais no processo de internacionaliza��o institucional. A busca de solu��o aos problemas complexos n�o ocorre por polticas ou acordos institucionais a priori. S�o as rela��es entre pesquisadores, conforme indicam as entrevistas, reuni�es e os documentos, a gnese do processo. No que se refere a acordos e parcerias, as institui��es parecem se mover na dire��o tra�ada pelos sujeitos e por seus objetos de estudo que est�o relacionados, por sua vez, compreens�o de seu Lugar na consecu��o da miss�o da institui��o. Nesse sentido, ic�nica a asser��o de um dos entrevistados de aqui [em sua institui��o] "n�o se pede permiss�o, se pede desculpas", ao se referir ao estmulo institucional capacidade de iniciativa e de agir com autonomia.

����������� A compreens�o mais profunda do papel do Sujeito como categoria para a internacionaliza��o das institui��es analisadas, nos traz sentidos e significados distintos da compreens�o de WCU trazida apenas pelos critrios dos rankings.� Os rankings estabelecem como indicador de qualidade o nmero de Prmios Nobel e Medalha Fields, nmero de pesquisadores citados, entre outros. Estes indicadores, apresentados para classificar institui��es parecem retirar o papel dos sujeitos. Essa caracterstica fundamental racionalidade moderna/hegemnica que busca desvincular os sujeitos do fazer cientfico. Os rankings produzidos por agncias externas nos seus critrios privilegiam a hegemonia� econmica e poltica de pases centrais e s�o utilizados pelas institui��es como marketing. E por n�s, como pas perifrico, como modelo a ser seguido, na maioria das vezes de maneira pouco reflexiva ou mesmo acrtica.

����������� As anlises nesta investiga��o nos possibilitaram compreender o Sujeito como sendo o sujeito autnomo, portanto, capaz de repensar prticas e escolhas. Pensar habitando a fronteira moderna/colonial, sendo consciente dessa situa��o, a condi��o necessria do pensar fronteiri�o descolonial(MIGNOLO, 2017, p.20). Entretanto, hde se considerar, a relativa autonomia dos sujeitos nos movimentos de financiamento da pesquisa cientfica. Investimentos de pesquisa s�o provenientes de agncias e institui��es (p�blicas ou privadas) que carregam concep��es, polticas e interesses definidos. Assim, preciso compreender a pesquisa como sendo n�o neutra, tampouco desprovida de interesses. Os Sujeitos, ao fazerem escolhas, conscientes ou n�o, est�o legitimando tambm conceitos e concep��es nem sempre explicitadas. Nossa participa��o - na condi��o de sujeitos da periferia - em redes de pesquisadores internacionais cada vez mais presentes no nosso cotidiano, tem que carregar a conscincia do Lugar que ocupamos como sujeitos no e do processo, expressando, portanto, nossa capacidade de refletir e de propor mudan�as. A pesquisa, por defini��o, um locus privilegiado de dilogos. A inser��o internacional das institui��es analisadas atinge hoje todos os continentes e preciso compreender as mltiplas possibilidades que estes espa�os oferecem, nos mltiplos dilogos possveis e o papel dos sujeitos locais de forma reflexiva, crtica e propositiva, revestida de histrias, condi��es, sensibilidades epistemologias diferentes� (MIGNOLO, 2017, p. 13).

����������� A terceira categoria substantiva Pesquisa, aqui qualificada como interdisciplinar,� aparece como fio condutor do processo de internacionaliza��o da ES. S�o os sujeitos, a partir da pesquisa, o pilar da estrutura. A mobilidade estudantil e de professores-pesquisadores, importante movimento nos processos de internacionaliza��o, ocorre pela pesquisa. Trata-se, contudo, de uma pesquisa com caractersticas bem definidas. � uma Pesquisa, por defini��o,� de ponta e aplicada, em todas as reas do conhecimento e que se move a partir da busca de solu��o para problemas complexos. Hoje o foco explicitado estfirmemente centrado na quest�o ambiental, na seguran�a alimental e na administra��o pblica. Os megaproblemas� s�o identificados como do mundoe, para tanto, precisam ser tratados por essas institui��es de ponta, dessa forma. O incentivo a projetos de longa dura��o� aparece na contram�o do que vivemos hoje em termos de polticas pblicas para a pesquisa no Brasil. A busca por resultados imediatos e prazos cada vez mais curtos - a exemplo da ps-gradua��o - foi apontada nos dilogos em duas das institui��es como um fator restritivo na participa��o em redes de pesquisa. Um interlocutor foi eloquente ao afirmar que o tempo necessrio para o suporte pesquisa de ponta quando ela acaba, ou seja, verbaliza-se que as condi��es e restri��es burocrticas n�o podem se sobrepor aos interesses e tempos demandados pela pesquisa.

����������� Parcerias com institui��es pblicas e privadas s�o colocadas como mecanismos para garantir o financiamento da pesquisa. A inser��o em pases perif�ricos de regi�es como a Amrica Latina e a frica, s�o indicativos do potencial percebido nestes Lugares. Potencial, tanto no que se refere complexidade dos problemas, quanto no dilogo entre o local/global. A pesquisa interdisciplinar pode construir pontes para que os lugares sejam abordados a partir da dire��o oposta,�n�o a partir de sua crtica, mas a partir de sua afirma��o; n�o do lado do global e sim do local(ESCOBAR, 2005, p.77). A� interdisciplinaridade uma categoria transversal ao processo de pesquisa e� postura dos pesquisadores, sendo aqui compreendida como caminho e mtodo (RAYNAUT, 2011) para a busca de solu��o aos problemas complexos. A produ��o de conhecimento - nas zonas de fronteira - exige postura interdisciplinar dos sujeitos. Conhecimento complexo interdisciplinar na sua gnese. Assim, o Sujeito tem que ser capaz de pensar e agir interdisciplinarmente, atravs da postura de busca de constru��o de pontes entre conhecimentos centrais e perifricos; entre conhecimento bsico e aplicado; configurando-se como sujeito capaz de construir no dilogo entre saberes (SOUZA SANTOS, 2006; RAYNAUT, 2011).

����������� Assim, o processo de pesquisa interdisciplinar - necessrio busca de solu��o dos problemas complexos - um locus privilegiado para a constru��o dos tensionamentos dos modos de produ��o hegemnica. Ou seja, ha necessidade/demanda concreta de produ��o de conhecimento (Pesquisa) e ha busca de Sujeitos para pesquisar nesse Lugar. Esta compreens�o produz uma percep��o diferente sobre o conceito de internacionaliza��o que tem orientado nossos estudos ataqui. Os movimentos de globaliza��o, principalmente a partir dos anos 1990, trouxeram ES a��es concretas como o Processo de Bolonha e os rankings internacionais, isso num contexto em que o conhecimento al�ado como capital.

����������� Esses dois movimentos nos impulsionaram a anlises externas. Ou seja, s�o movimentos que ao nosso ver impactaram o cotidiano das institui��es (WIELEWICKI; RUBIN-OLIVEIRA, 2010), o primeiro como movimento produzido de modo descendente (top down), por acordo entre ministros, e o segundo, por institui��es que ao classificarem universidades, denominando-as de classe mundial, constroem representa��es e modelos de qualidade, estreitamente vinculados internacionaliza��o, inatingveis para institui��es da periferia, mas que influenciam polticas pblicas de forma a impactar na avalia��o e no financiamento da ps-gradua��o.

����������� A diferen�a aqui anal�tica. Ao refletirmos sobre internacionaliza��o da ES, a partir dessas institui��es pesquisadas, encontramos categorias que nos oferecem mltiplas possibilidades e pluridiversidades. O conceito de internacionaliza��o passa, nesse processo de anlise e de revisita��o, a ser revestido de sentidos e significados, produzido em Lugares, por Sujeitos (autnomos), a partir da Pesquisa (interdisciplinar). Ou seja, se por um lado, reconhecemos a hegemonia das institui��es analisadas na produ��o de conhecimento tambm hegem�nico, hde se reconhecer possibilidades concretas de tensionamentos, o ������ que nos permite refletir sobre nossa atua��o, enquanto sujeitos que atuam a partir da periferia (em rela��o a esses centros hegemnicos), mas n�o perifricos, em fun��o do potencial para tensionamento, na internacionaliza��o da ES. Entretanto,

[...] construir o lugar como um projeto, transformar o imaginrio baseado no lugar numa crtica radical do poder, e alinhar a teoria social com uma crtica do poder pelo lugar, exige aventurar-se por outros terrenos (ESCOBAR, 2005, p. 70).

����������� Ou seja, preciso em primeiro lugar descobrir se estamos dispostos aventura.

Algumas Considera��es Finais

����������� O objetivo tra�ado pela pesquisa visou aprofundar conceitos, polticas e a��es de internacionaliza��o da ES a partir de trs institui��es norte-americanas - MIT, Harvard e Columbia - a partir de visitas tcnicas (entrevistas, reuni�es e observa��es) e anlise documental.

����������� A partir das anlises realizadas construmos trs categorias substantivas que sustentam conceitos, polticas e a��es de internacionaliza��o: Lugar, Sujeito e Pesquisa. Por um lado, s�o categorias constitutivas de uma compreens�o aprofundada que buscamos de internacionaliza��o dessas institui��es, por outro, s�o categorias que permitiram ultrapassar o nosso olhar contemplativo de pesquisador e nos abriram possibilidades de� autorreflex�o, tanto do nosso papel de pesquisadores da rea de ES, quanto de nossa atua��o como sujeitos do e no processo de produ��o de conhecimento na periferia ou em centros hegemnicos. O caminho percorrido permitiu revistar nossos prprios estudos e conceitos de internacionaliza��o. Ao identificarmos estas trs categorias como substantivas, identificamos possibilidades concretas que a internacionaliza��o da ES oferece como espa�o possvel para tensionamentos na produ��o de conhecimento.

����������� Por fim, reiteramos que os Sujeitos s�o o incio dos processos de internacionaliza��o e no indivduos sem identidade. O Lugar s�o espa�os que carregam contradi��es e possibilidades, e que renem sujeitos que tm suporte e possibilidades para construir pontes de dilogos nas zonas de fronteiras a partir da pesquisa necessariamente interdisciplinar conduzida para resolver os problemas complexos da humanidade. Contudo, importante que essas categorias possam ser revisitadas por outros pesquisadores em outros contextos para que possamos avan�ar nos dilogos no que se refere � internacionaliza��o da ES.

Agradecimentos

����������� Os autores expressam agradecimento ao CNPq, por ter provido as condi��es materiais para desenvolvimento da pesquisa, s institui��es, pelo acolhimento e confian�a nos pesquisadores, Profa. Dra. Clarissa Eckert Baeta Neves, pela leitura atenta e pelas sugest�es de aprimoramento do texto, Profa. Dra. Maria Estela Dal Pai Franco, pelos questionamentos vitais pesquisa, mas sobretudo pela inspira��o e pela� motiva��o constante investiga��o no campo da Educa��o Superior, formando gera��es de pesquisadores e pesquisadoras comprometidos com os Sujeitos, Lugares e Pesquisa a partir dos quais falam.

Refer�ncias

AMERICAN COUNCIL ON EDUCATION (ACE). Mapping Internationalization on U.S. Campuses: 2017 Edition. Sponsor Nativas, Washington, DC, 2017.

ALTBACH, Philip G. Globalization and the university: Myths and realities in an unequal world, Tertiary Education & Management, 10:1, 3-25, 2004.

ALTBACH, Philip G.; SALMI, Jamil. The Road to Academic Excellence: The Making of World-Class Research Universities. The International Bank for Reconstruction and Development .The World Bank, 2011.

ALTBACH, Philip G.; WIT, Hans de; RUMBLEY Laura E.. Global Perspectives on Higher Education. Volume 34 Center for International Higher Education, Boston College, USA. Series Editors, 2016.

BOGDAN, R.C. and BIKLEN, S.K. Qualitative Research for Education: An Introduction to Theory and Methods. 5th Edition, Allyn & Bacon, Boston, 2007.

CHARLES, Chistophe; VERGER, Jacques. Hist�ria das Universidades. S�o Paulo: Editora da Universidade Paulista, 1996.

CONFER�NCIA REGIONAL DE EDUCACI�N SUPERIOR (CRES). Historia. Dispon�vel em: http://www.cres2018.org. Acesso em: 3 jan. 2018.

COLUMBIA. Columbia World Projects - Office of the President April 11, 2017. Dispon�vel em: https://president.columbia.edu/news/columbia-world-projects. Acesso em: 10 jan.2018.

COLUMBIA. Global Centers. Dispon�vel em: https://globalcenters.columbia.edu. Acesso em: 3 fev. 2018.

COLUMBIA. Statistics & Facts. Dispon�vel em: https://www.columbia.edu/content/statistics-facts. Acesso em: 10 fev. 2018.

EUROPEAN UNIVERSITY ASSOCIATION (EUA). Internationalization in European higher education: European policies, institutional strategies and EUA support, 2013.

EUROPEAN UNIVERSITY ASSOCIATION (EUA). Internalization Strategies.Dispon�vel em: http://www.eua.be/policy-representation/internationalisation-of-he-and-research/internationalisation-strategies. Acesso em: 3 marc. 2018.

ESCOBAR, Arturo (2005). O lugar da natureza e a natureza do lugar: globaliza��o ou p�s-desenvolvimento? In: LANDER, Edgardo (org.).� A colonialidade do saber: eurocentrismo e ci�ncias sociais. Perspectivas latino- americanas. Colecci�n Sur Sur, CLACSO, Ciudad Aut�noma de Buenos Aires, Argentina. setembro 2005. Dispon�vel em: http://www.clacso.org.ar/biblioteca. Acesso em 4 jun.2009.

FAUST,� Drew. We Are All Harvard. Janeiro, 29 de 2017. Dispon�vel em: https://www.harvard.edu/president/news/2017/we-are-all-harvard. Acesso em 10 jan. 2018.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necess�rios � pr�tica educativa. 50� ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2015.

HARVARD - Worldwide. Disponvel em: https://worldwide.harvard.edu/worldwide-data. Acesso em 10 jan. 2018.

HARVARD - International Affairs: Policies on International Projects and Sites. Disponvel em: https://provost.harvard.edu/links/policy-and-guideline-category/international-affairs. Acesso em 5 jan. 2018.

HARVARD - Fact and Book 2016-2017. Disponvel em: https://oir.harvard.edu/fact-book/faculty-and-staff-headcounts. Acesso em 5 jan 2018.

HAZELKORN, E. Rankings and the reshaping of higher education: The battle for world class excellence. Basingstoke: Palgrave Macmillan, 2011.

HORIZON. Policies, Information and Services. Disponvel em: https://ec.europa.eu/programmes/horizon2020/en. Acesso em: 3 marc. 2018.

JONES, Elspeth; COELEN, Robert; BEELEN, Jos; WIT, Hans de. (Ed). Global and Local Internationalization: Global Perspective in Higher Education. Volume 34. Published by: Sense Publishers, 2016.

JOHNSON-BAILEY, Juanita. Enjoining Positionality and Power in Narrative Work: Balancing Contentious and Modulating Forces. In: DEMARRAIS, Kathleen B., LAPAN, Stephen D. Foundations for Research: Methods of Inquiry in Education and the Social Sciences. New York: Routledge, 2003.

KNIGHT, Jane. Internationalization Remodeled: Definition, Approaches, and Rationales. Journal of Studies in International Education 2004; 8; 5 DOI:10.1177/1028315303260832

LEITE, Denise; GENRO, Maria Elly Herz. Quo vadis? Avalia��o e internacionaliza��o da educa��o superior na Am�rica Latina. In: LEITE, Denise et.al. Polticas de evaluaci�n universitaria em Am�rica Latina: perspectivas cr�ticas. 1a ed. - Ciudad Autnoma de Buenos Aires: CLACSO; Instituto de investigaciones Gino Germani, 2012. Disponvel em: http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/clacso/posgrados/20120914120239/Politicasde EvaluacionUniversitaria.pdf. Acesso em: 20 ago. 2016.

LESTER, Richard K. (Associate Provost). A global strategy for MIT. May 2017. Disponvel em: http://web.mit.edu/globalstrategy/. Acesso em: 10 fev.2018.

MAXWELL, Joseph A. Qualitative Research Design: An Interactive Approach: 41 (Applied Social Research Methods). 3rd ed. SAGE Publications. Kindle Edition, 2013.

MCCORKEL, Jill A.; MYERS, Kristen.� What Difference Does Difference Make? Position and Privilege in the Field. Qualitative Sociology 26(2):199-231, January 2003. DOI: 10.1023/A:1022967012774

MIGNOLO, Walter D. Colonialidade: o lado mais escuro da modernidade. RBCS. Revista Brasileira de Ci�ncias Sociais.� Vol. 32 n� 94 junho/2017, volume 32 n. 94 DOI 10.17666/329402/2017

MIANAYO, Maria Cec�lia de Souza. O desafio do conhecimento: pesquisa social em sa�de. Rio de Janeiro: Hucitec-Abrasco, 2000.

MASSACHUSETTS INSTITUTE OF TECHNOLOGY (MIT) - Facts. Disponvel em: http://web.mit.edu/facts/faqs.html. Acesso em: 10 fev. 2018.

MOROSINI, Mar�lia C. Internacionaliza��o da Educa��o Superior: um modelo em constru��o? In: AUDY, Jorge L.N.; MOROSINI, Marlia C. (orgs.) Inova��o e Empreendedorismo na Universidade. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2006, p-189-210, 2006.

PETERS, Michael A. Manifesto for the postcolonial university. Educational Philosophy and Theory, Routlendge, 20 Oct 2017.DOI: 10.1080/00131857.2017.1388660. Dispon�vel em: https://doi.org/10.1080/00131857.2017.1388660. Acesso em: 10 dez. 2017.

PLANNING AND INSTITUTIONAL RESEARCH (PIR) - Office of the Provost. Disponvel em: http://www.columbia.edu/. Acesso em: 3 mar. 2018.

RAYNAUT, Claude. Interdisciplinaridade: mundo contempor�neo, complexidade e desafios � produ��o e � aplica��o de conhecimentos. PHLILIPPI JR, Alindo & NETO, Antonio J. Silva. Interdisciplinaridade em Ci�ncia, Tecnologia & Inova��o. Barueri, SP: Manole, 2011. pp.69-105, 2011.

SALMI, Jamil . The challenge of establishing world-class universities.� 3rd International Conference on World-Class Universities (WCU-3). 2 - 4 November, 2009 Shanghai, China. Sponsored by Thomson Reuters, 2009.

SANTOS, Milton. Por uma outra globaliza��o: do pensamento �nico consci�ncia universal.� Rio de Janeiro: Record, 2015.

SOUSA SANTOS, Boaventura. A Gram�tica do Tempo: para uma nova cultura pol�tica. S�o Paulo: Cortez. (Cole��o para um novo senso comum; v.4), 2006.

SILVA JNIOR, Jo�o dos Reis. The new brazilian university: a busca por resultados comercializ�veis: para quem? Bauru: Canal 6, 2017.

WIELEWICKI, Hamilton de G. e RUBIN-OLIVEIRA, Marlize. Internacionalizaço da educaço superior: processo de Bolonha. Ensaio: Aval.Pol.Públ.Educ. Rio de Janeiro, vol.18, n.67, p215-234, Abr/Jun, 2010.

WIT, Hans de. Globalisation and Internationalisation of Higher Education. Revista de Universidad y Sociedad del Conocimiento (RUSC). vol. 8, no 2, pp. 241-248. UoC. 2011.

WIT, Hand de. Internationalization of Higher Education, Historical Perspective .In: Shin; J. C. & Teixeira, P. (eds.), Encyclopedia of International Higher Education Systems and Institutions. Disponvel em:https://doi.org/10.1007/978-94-017-9553-1_222-1, 2018. Acesso em: 10 fev.2018.

ZAJDA, Joseph & RUST, Val (Ed). Globalization and Higher Education Reforms: The Globalization, Comparative Education and Policy Research series (volumes 15). Springer. DOI 10.1007/978-3-319-28191-9, 2016.

Correspond�ncia

Marlize Rubin Oliveira � Universidade Tecnol�gica Federal do Paran� � Via do Conhecimento km 01 CEP 85501-970, Pato Branco, Paran�, Brasil.

 

Notas



[1] Projeto financiado pelo Edital Universal/CNPq/2014-2018.

[2] Comunidade (mais ou menos) autnoma de mestres e alunos reunidos para assegurar o ensino de um determinado nmero de disciplinas em um nvel superior, [...] tornou-se o elemento central dos sistemas de ensino superior [...]� (CHARLES; VERGER, 1996, p. 7-8). Aqui, entretanto o termo utilizado � �institui��es� por sua natureza conceitual.��

[3] Tem origem em meados do s�culo XVII no sentido geral "algu�m ou algo fornecendo alimento�. Do latim, literalmente "m�e generosa".

[4] No original "Harvard is dedicated to the creation and dissemination of knowledge and to the education of leaders with wisdom to illuminate the past and shape and serve the future�. Tradu��o dos autores.

[5] No original "expects all areas of the University to advance knowledge and learning at the highest level and to convey the products of its efforts to the world�. Tradu��o dos autores.

[6] Com origem no Latim em meados do sculo XVII - grupo de ex-alunos formados em uma institui��o. Na contemporaneidade marca das associa��es dos ex-alunos destas institui��es espalhadas pelo mundo.

[7] Optamos por manter o original em ingls pela sua for�a retrica. Numa tradu��o livre dos autores "MIT do mundo, no mundo e para o mundo�.

[8] Aqui novamente optamos pela manuten��o do termo original em ingls, pela sua for�a retrica.