O ensino de Rela��es P�blicas em frente � cultura digital no Brasil, Argentina e Uruguai
Public Relations education facing digital culture in Brazil, Argentina, and Uruguay
Valmor Rhoden
Professor adjunto na Universidade Federal do Pampa, S�o Borja, Rio Grande do Sul, Brasil.
vrhoden6@gmail.com � http://orcid.org/0000-0001-6014-1057
Valeska Maria Fortes de Oliveira
Professora doutora na Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil.
vfortesdeoliveira@gmail.com � https://orcid.org/0000-0002-8295-1007
Recebido em 20 de fevereiro de 2018
Aprovado em 11 de setembro de 2018
Publicado em 17 de dezembro de 2019
RESUMO
Esta pesquisa teve como objetivo comparar as Diretrizes Curriculares Nacionais de Rela��es P�blicas de Brasil, Argentina e Uruguai e refletir a respeito da forma��o recebida pelos universit�rios da �rea.� A metodologia conta com pesquisa bibliogr�fica e amparo documental. O ensino superior representa a prepara��o cidad� e profissional para o mundo do trabalho e, neste artigo, compara-se a realidade brasileira com a dos pa�ses vizinhos no que tange o ensino de Rela��es P�blicas no �mbito digital. Os resultados mostraram que, apenas no Brasil, h� diretrizes curriculares especificadas em �mbito nacional, criadas em 2013. A respeito da carga hor�ria, h� diferen�a significativa entre os pa�ses estudados. E em rela��o ao presente cen�rio, que insere a profiss�o de Rela��es P�blicas na cultura digital, percebemos que tal mudan�a � discutida de forma incipiente pela documenta��o oficial brasileira. Ademais, outro ponto observado � que, na Argentina e no Uruguai, os cursos de Rela��es P�blicas t�m autonomia para criar seus conte�dos.
Palavras-chave: Ensino superior; Rela��es P�blicas; Cultura Digital.
ABSTRACT
This paper aimed to compare the National Curriculum Guidelines for Public Relations between Brazil, Argentina and Uruguay, and reflect on the training received by university students in that area. The methodology relies on bibliographic research and documentary support. Higher education represents the preparation of the professional for the world of work and in this article, the Brazilian reality is compared with that of neighboring countries in what concerns the teaching of Public Relations in the digital scope. Higher education represents the preparation of the professional for the world of work and in this article, the Brazilian reality is compared with that of neighboring countries in what concerns the teaching of Public Relations in the digital scope. Results showed that only in Brazil there are nationally specified guidelines, created in 2013. Regarding the workload, there is a significant difference between the countries under analysis. And concerning the current scenario, which inserts the profession of Public Relations in the digital culture, we realize that such a change is incipiently discussed by the official Brazilian documentation. Also, another point observed is that, in Argentina and Uruguay, Public Relations courses have the autonomy to create their own content.
Keywords: Higher education; Public relations; Digital culture.
Uma das principais pr�ticas que transformam o mundo do trabalho � a comunica��o. Barichello descreveu a implica��o desse cen�rio nas organiza��es e, consequentemente, entre os gestores comunicacionais, ressaltando a interatividade com os p�blicos e a converg�ncia propiciada pelo ambiente digital:
As organiza��es contempor�neas precisam fazer mais do que utilizar estrat�gias de comunica��o mediadas pelo computador. Elas necessitam, sobretudo, assimilar esses novos patamares espaciotemporais nas suas atividades cotidianas. � preciso utilizar, especialmente, duas propriedades estruturais da comunica��o digital: a potencializa��o da interatividade com os p�blicos e a converg�ncia de a��es poss�veis em um mesmo dispositivo de comunica��o (BARRICHELLO, 2009, p. 351).�
Tais desafios est�o postos para a �rea de Rela��es P�blicas[1] enquanto profiss�o e tamb�m se colocam como uma preocupa��o relacionada � forma��o acad�mica dos novos profissionais � quest�o que surge ao refletirmos sobre a rela��o da teoria e da pr�tica como esferas balizadoras das propostas curriculares.
Estima-se que cerca de 3,2 bilh�es de pessoas (n�mero correspondente a cerca de 40% da popula��o mundial) tem acesso � internet, de acordo com a UIT (Uni�o Internacional de Telecomunica��es) e divulgado pelo portal G1 (2015)[2]. Desse modo, o cen�rio global transforma-se em meio � crescente cultura digital, que estabelece novos modos de ser, pensar e agir com respaldo das possibilidades oferecidas pelas tecnologias digitais de informa��o e comunica��o. Por�m, estariam os cursos universit�rios de Rela��es P�blicas atentos a tais mudan�as? E no Brasil, encontramo-nos em descompasso com realidades pr�ximas, como as de pa�ses vizinhos, a exemplo de Argentina e Uruguai?
Sob esse vi�s, justifica-se a problem�tica do presente estudo, no qual buscamos compreender uma quest�o relevante para a �rea de atua��o em Rela��es P�blicas e para o ensino de n�vel superior: Em que medida as mudan�as nas Diretrizes Curriculares no ensino superior de Rela��es P�blicas, na atualidade, considerando os cen�rios de Brasil, Argentina e Uruguai, est�o respondendo aos desafios da cultura digital?
Na perspectiva te�rica educacional, esta pesquisa tem seu foco nas Pol�ticas de Educa��o Superior, que:�
[...] definem direitos e deveres, prefer�ncias, objetivos, princ�pios e formas de organiza��o do n�vel terci�rio de Educa��o, compreendendo as fun��es de ensino, pesquisa e extens�o. Dentre as principais quest�es da pol�tica educacional no Brasil est�o as relativas � democratiza��o do acesso e � qualidade do ensino, freq�entemente imbricadas na pol�mica entre os deveres e prerrogativas do Estado (o p�blico) e os interesses privados. (FRANCO; BITTAR, 2006, p. 166).
Os autores complementam que as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) s�o termos relacionados �s Pol�ticas de Educa��o Superior. Nesse �nterim, o objetivo deste artigo � analisar e estabelecer compara��es entre as DCNs de Rela��es P�blicas de Brasil, Argentina e Uruguai, pensando a forma��o de n�vel superior da �rea na atualidade em frente aos desafios da cultura digital. Assim, tem-se a inten��o de verificar se e como as diferentes propostas curriculares dos cursos superiores contemplam conte�dos e atividades que abordem a cultura digital, por meio da leitura das documenta��es a respeito da �rea nos pa�ses estudados com rela��o �s mudan�as na forma��o.
Em vista desse objetivo, observa-se que as tend�ncias do mundo do trabalho e dos curr�culos sempre est�o em certo descompasso. Barichello (2008, p. 536) salienta a import�ncia dos estudos do ensino superior para os profissionais de comunica��o, sendo a forma��o �[...] uma maneira de compreender a sua atua��o, tanto no contexto acad�mico como profissional, especialmente no sentido do reconhecimento de seus contornos identit�rios�.
A fim de cumprir a proposta de estudo, al�m da revis�o bibliogr�fica, a principal ferramenta utilizada para a condu��o do trabalho � a an�lise documental, compreendendo registros que servem de fonte relevante sobre a tem�tica. Para a constru��o do texto, foram pesquisadas refer�ncias espec�ficas da �rea, especialmente as seguintes: Resolu��o n� 2, de 27 de setembro de 2013 do Brasil; Resolu��o n� 6, de 13 de fevereiro de 1997, da Argentina; Decreto n� 104/14, de 24 de abril de 2014, do Uruguai.
E em vista do car�ter que sugerimos para este estudo, trazemos a no��o de compara��o em educa��o como uma hist�ria de significados (CUNHA; ISAIA, 2006), ou seja, os sentidos que as diferentes comunidades d�o �s suas a��es e que lhes permitem construir e reconstruir o mundo. Nesse sentido, o artigo apresenta a realidade das diretrizes da �rea de Rela��es P�blicas dos tr�s pa�ses supramencionados, que ser�o analisados e, ap�s, comparados em linhas gerais. Trata-se de uma tentativa que n�o reivindica a explica��o singular, mas que se reconhe�a na complexidade das significa��es, abrangendo os limites de sua interpreta��o. Nesse sentido, compreende-se que as diretrizes influenciam no ensino superior atrav�s de linhas m�nimas de forma��o e que h� v�rios outros fatores condicionantes que envolvem as institui��es de ensino, a gest�o dos cursos e os corpos docentes, o que torna poss�vel uma instru��o atualizada na �rea.
A forma��o de Rela��es P�blicas nos pa�ses estudados na era da cultural digital
����������� A cultura digital desenvolveu-se mais, no sentido da comunica��o e da sociabilidade, por meio do avan�o tecnol�gico. Os usu�rios assumiram os postos de produtores de conte�dos, apresentando-se como autores e atores sociais participantes de ilimitadas redes de conex�es, pelas quais as informa��es trafegam sem fronteiras. Esta � uma realidade da cultura digital, somos emissores de informa��o ao mesmo tempo em que tamb�m ocupamos o papel de receptores. Nesse sentido, como refor�a Bauman (1999, p. 84), �estamos todos em movimento�. No contexto atual, isso se d� por meio de uma din�mica em que nos conectamos, atrav�s da internet, 24 horas por dia. Em dossi� publicado pela revista Telos, �Castells define a cultura digital em seis t�picos:
1. Habilidade para comunicar ou mesclar qualquer produto baseado em uma linguagem comum digital; 2. Habilidade para comunicar desde o local at� o global em tempo real e, vice-versa, para poder aumentar o processo de intera��o; 3. Exist�ncia de m�ltiplas modalidades de comunica��o; 4. Interconex�o de todas as redes digitalizadas de bases de dados ou a realiza��o do sonho do hipertexto de Nelson com o sistema de armazenamento e recupera��o de dados, batizado como Xanad�, em 1965; 5. Capacidade de reconfigurar todas as configura��es criando um novo sentido nas diferentes camadas dos processos de comunica��o; 6. Constitui��o gradual da mente coletiva pelo trabalho em rede, mediante um conjunto de c�rebros sem limite algum. Neste ponto, me refiro �s conex�es entre c�rebros em rede e a mente coletiva. (CASTELLS, 2008, p. 03).
Ainda segundo o autor, a cultura da internet � �uma cren�a tecnocr�tica no progresso dos seres humanos atrav�s da tecnologia� (CASTELLS, 2003, p. 53). Nesta pesquisa, a cultura digital � entendida sob a mesma perspectiva defendida por Bortolazzo.
[...] compreende-se que um conjunto de elementos atrelados ao digital, incluindo os sites pessoais ou institucionais, as redes sociais, os artefatos digitais, entre muitos outros, e todos os tipos de rela��es que os sujeitos mant�m, comp�em parte de um emaranhado de conceitos e ideias que ajudam a produzir a Cultura Digital. (BORTOLAZZO, 2016, p. 13).
�Desse modo, emerge um desafio para o ensino superior, ou seja, a quest�o n�o � somente ensinar a tecnologia e obter m�tricas: � preciso saber o que fazer com todos os dados que circulam. Como refor�a Maciel (2009, p. 283), �a mera reprodu��o de teorias e m�todos n�o prepara o profissional para acompanhar a mutabilidade do mundo e da realidade de sua profiss�o�.
No �mbito da educa��o de n�vel superior no Brasil, com rela��o � �rea de Rela��es P�blicas, as DCNs s�o par�metros elaborados pelo Minist�rio da Educa��o para orientar a forma��o. Segundo a Resolu��o n� 2, de 27 de setembro de 2013:
Art. 2� A organiza��o de cursos de gradua��o em Rela��es P�blicas, resguardadas as Diretrizes Curriculares Nacionais e os Pareceres desta C�mara, dever� ser elaborada com claro estabelecimento de componentes curriculares, os quais, sem preju�zo de outros aspectos, abranger�o: I - projeto pedag�gico e matriz curricular; II - linhas de forma��o; III - articula��o te�rico-pr�tica; IV - processos de atualiza��o; V - carga hor�ria total; VI - estrutura laboratorial; VII - descri��o de compet�ncias gerais e espec�ficas; VIII - habilidades e perfil desejado para o futuro profissional; IX - conte�dos curriculares; X - est�gio curricular supervisionado; XI - acompanhamento e avalia��o; XII - atividades complementares; XIII - trabalho de conclus�o de curso (BRASIL, 2013, p. 28).
����������� As diretrizes curriculares constituem-se, no entender do Conselho Nacional de Educa��o (BRASIL, 1997), como orienta��es para a elabora��o dos curr�culos, que devem ser necessariamente respeitadas por todas as institui��es de ensino superior do pa�s, em quaisquer �reas de forma��o. Visando assegurar a flexibilidade e a qualidade do ensino, as diretrizes devem observar os seguintes princ�pios:
1) Assegurar �s institui��es de ensino superior ampla liberdade na composi��o da carga hor�ria a ser cumprida para a integraliza��o dos curr�culos, assim como na especifica��o das unidades de estudos a serem ministradas; 2) Indicar os t�picos ou campos de estudo e demais experi�ncias de ensino-aprendizagem que compor�o os curr�culos, evitando ao m�ximo a fixa��o de conte�dos espec�ficos com 3 cargas hor�rias pr�-determinadas, as quais n�o poder�o exceder 50% da carga hor�ria total dos cursos; 3) Evitar o prolongamento desnecess�rio da dura��o dos cursos de gradua��o; 4) Incentivar uma s�lida forma��o geral, necess�ria para que o futuro graduado possa vir a superar os desafios de renovadas condi��es de exerc�cio profissional e de produ��o do conhecimento, permitindo variados tipos de forma��o e habilita��es diferenciadas em um mesmo programa; 5) Estimular pr�ticas de estudo independente, visando uma progressiva autonomia profissional e intelectual do aluno; 6) Encorajar o reconhecimento de conhecimentos, habilidades e compet�ncias adquiridas fora do ambiente escolar, inclusive as que se referiram � experi�ncia profissional julgada relevante para a �rea de forma��o considerada; 7) Fortalecer a articula��o da teoria com a pr�tica, valorizando a pesquisa individual e coletiva, assim como os est�gios e a participa��o em atividades de extens�o; 8) Incluir orienta��es para a condu��o de avalia��es peri�dicas que utilizem instrumentos variados e sirvam para informar a docentes e a discentes acerca do desenvolvimento das atividades did�ticas. (BRASIL, 1997, p. 2-3).
Assim, o Conselho Nacional de Educa��o (CNE) decidiu adotar uma orienta��o comum para as diretrizes, garantindo certa flexibilidade, criatividade e responsabilidade para as institui��es elaborarem suas propostas curriculares. N�o obstante, como j� mencionado, h� linhas gerais previstas que devem orientar os cursos e as institui��es de ensino na elabora��o do Protejo Pedag�gico de Curso (PPC). Portanto, � importante entender a rela��o te�rico-pr�tica, que rompe com a dicotomia presente na percep��o positivista de ci�ncia, na qual a pr�tica � compreendida como aplica��o da teoria. Nessa perspectiva, os componentes integram o sistema did�tico-curricular, que � algo complexo, com elementos heterog�neos, interdefinidos e interdependentes (LUCARELLI, 2009).
No debate sobre inova��o na educa��o superior � poss�vel afirmar que:
La gran acumulaci�n de conocimiento, su r�pida obsolencia y la renovaci�n y nacimiento de nuevos cuerpos de contenidos marcan la necesidad de pensar en otras formas de organizar los contenidos program�ticos y de dise�ar nuevas estrategias de ense�anza-aprendizaje (E-A) y de evaluaci�n de dichos aprendizajes. (CARRASCO, 2013, p. 49).
A forma como vem sendo concebida e organizada a discuss�o curricular, no contexto da educa��o superior, obstaculiza pensar em propostas de trabalho e media��o pedag�gica capazes de responder a diferentes demandas da sociedade do conhecimento e do mundo do trabalho, que precisam ser problematizadas e enfrentadas no espa�o da universidade. As representa��es dos professores universit�rios, formados numa l�gica da especializa��o e monodisciplinar, t�m criado dificuldades para o exerc�cio imaginativo de outros desenhos curriculares.
Esta concep��o produz ainda, dificuldades de a��es e propostas de trabalhos interdisciplinares em que as tem�ticas seriam agregadoras de abordagens mais complexas e menos redutoras (reducionistas) como aponta Morin (1994, 2001). A l�gica monodisciplinar dos nossos curr�culos de forma��o de professores acabou por configurar uma professoralidade especializada e isolada. (OLIVEIRA, 2003, p. 254).
Essa concep��o, em outras �reas que n�o a forma��o de professores, configura-se como uma profissionaliza��o especializada, n�o permitindo ao estudante, no espa�o da universidade, a religa��o de saberes, que, no mundo do trabalho e da vida, apresentam-se inter-relacionados. Ainda, o isolamento de algumas propostas curriculares da esfera profissional e das demandas da sociedade atual produz, no aluno, ao se inserir no seu campo de atua��o, a sensa��o de que foi preparado para desafios que j� s�o outros.
Agora, em um momento de constantes mudan�as, em raz�o da expans�o da cultura digital, o contexto do ensino superior de Rela��es P�blicas na cultura digital encontra-se em meio � complexidade, n�o podendo ser estudado de forma gen�rica, o que implicaria o risco de encobrir perspectivas espec�ficas.
O avan�o da internet e a expans�o dos meios de comunica��o digitais criaram descompasso entre o mundo do trabalho e os cursos que preparam os futuros profissionais de Rela��es P�blicas. O ritmo acelerado do desenvolvimento tecnol�gico, atrelado a todas as atividades sociais, deixou os cursos, at� certo ponto, defasados. Os meios de comunica��o n�o s�o exclusivamente digitais, e os tradicionais podem ter uma vers�o on-line.
Para Negroponte (1995), o ser humano desenvolveu rapidamente um n�vel de compreens�o do ambiente digital. Nesse sentido, o autor ressalta, ainda, que a educa��o deveria ser mais voltada para a valoriza��o da criatividade e do desenvolvimento da autonomia, em frente � constru��o do conhecimento. Trazendo essa leitura para a �rea de Rela��es P�blicas, pode-se afirmar que a �rea precisa ser ressignificada n�o s� em raz�o do mundo do trabalho, mas, tamb�m, com rela��o ao que a profiss�o representa para a sociedade no contexto atual.
De certa forma, os conte�dos digitais t�m inser��o maior ou menor num PPC, dependendo da �nfase ensejada e do quadro docente, ressalvadas as DCNs, que devem balizar minimamente cada projeto. A centralidade da comunica��o na sociedade contempor�nea implica fortalecimento desse campo de estudos na academia. Mais do que adotar um conjunto de conhecimentos t�cnicos para o aprimoramen�to das pr�ticas comunicativas contempor�neas, � imprescind�vel o desenvolvimento de suportes te�ricos que permitam compreender o digital na contemporaneidade, recursos que n�o podem mais ser vistos como algo complementar ao contexto da comunica��o integrada, que, na vis�o de Kunsch (2008), � um composto das v�rias formas de comunica��o (institucional, mercadol�gica, interna e administrativa), permitindo a atua��o sin�rgica da pol�tica de uma organiza��o.
Para Grunig (2009), o cen�rio digital reflete-se na atividade dos profissionais de Rela��es P�blicas, atribuindo um grau de flexibilidade e precis�o da informa��o, em tempo real, o que, h� pouco tempo, n�o fazia parte da realidade do comunicador, imprimindo mais velocidade e interatividade.
A trajet�ria do ensino superior de Rela��es P�blicas no Brasil
Considerando-se como marco hist�rico a cria��o do curso de Jornalismo pela Universidade do Distrito Federal, em 1947, o ensino de comunica��o, no Brasil, tem 70 anos. A forma��o na �rea come�ou vinculada ao Jornalismo, devido a seus precursores, em sua maioria, terem sido, originariamente, integrantes da imprensa, mas havia uma refer�ncia �s Rela��es P�blicas (MOURA, 2002).
J� o primeiro curso superior de Rela��es P�blicas, com dura��o de quatro anos, foi criado 20 anos depois, em 1967, com a funda��o da Escola de Comunica��es Culturais, na Universidade de S�o Paulo, conhecida, atualmente, como Escola de Comunica��o e Artes (TEIXEIRA, 2002). Nesse per�odo foi sancionada a Lei n�. 5.377 (BRASIL, 1967) disciplinando a profiss�o e tornando o Brasil o primeiro pa�s do mundo a adotar uma legisla��o espec�fica para a �rea de Rela��es P�blicas. Esse fato desencadeou a cria��o de v�rias faculdades e departamentos em �mbito nacional.
De acordo com Campanella (2008 p. 68-9), �[...] o n�mero de faculdades de comunica��o, no Brasil, em 1974 � nem todas possuindo o Curso de Rela��es P�blicas � era de 54, sendo 15 em S�o Paulo, dez, no Rio de Janeiro e as demais nos outros estados�. A qualidade de ensino ministrada era problem�tica, segundo apontado por Marques de Melo (2007), com programas desatualizados e distantes da realidade brasileira.
Em 1984 formulou-se um novo curr�culo m�nimo com a Resolu��o n� 2/84, que trouxe exig�ncias de infraestrutura para instala��es, laborat�rios e equipamentos adequados � forma��o profissional nas diferentes �reas da comunica��o, al�m dos projetos experimentais obrigat�rios nos cursos de Rela��es P�blicas. O processo de redemocratiza��o do Brasil, que desencadeou as elei��es diretas em 1984, foi um aspecto que auxiliou para que a profiss�o deixasse o vi�s apenas governamental, muito atrelado a cerimonial e protocolo durante o per�odo dos governos militares, e come�asse a se inserir no �mbito organizacional (MOURA, 2002).
A d�cada de 1990 denotou um marco especialmente importante, devido ao desenvolvimento da internet e ao surgimento das tecnologias digitais. Esse per�odo tamb�m se destaca em raz�o das discuss�es para a implementa��o das DCNs, que entraram em vigor no in�cio da d�cada seguinte. Em meio aos avan�os, nos anos 2000, muitos cursos de Rela��es P�blicas foram criados no Brasil[3]. As discuss�es sobre o perfil do profissional continuaram no come�o do novo mil�nio. Segundo o INEP/MEC (2017), 73 cursos de Rela��es P�blicas est�o em funcionamento, sendo 20 deles em institui��es p�blicas e 53 em institui��es privadas.
Uma altera��o que pode mexer bastante com o ensino, mas que ainda n�o tem reais reflexos sobre a forma��o superior, � com rela��o �s DCNs para a �rea de Rela��es P�blicas, aprovadas em 2013, que est�o apresentadas a seguir.
As Diretrizes Curriculares Nacionais de Rela��es P�blicas do Brasil de 2013
Apesar de n�o fazer refer�ncia espec�fica � emerg�ncia da cultura digital, o documento de 2013 que estabelece as DCNs de Rela��es P�blicas menciona que o profissional deve ter dom�nio do processo comunicacional nas diversas m�dias. Outra orienta��o do documento consta nos princ�pios gerais, quando se refere � quest�o da atualiza��o dos cursos, responsabilizando-os pela oferta de condi��es, aos alunos, para que estes desenvolvam conhecimentos e pr�ticas em m�dias digitais, com recursos tecnol�gicos atualizados e constantes capacita��es do corpo docente (BRASIL, 2013).
Em comparativo �s antigas diretrizes, aprovadas em 2001 (BRASIL, 2002), que n�o eram espec�ficas para a �rea de Rela��es P�blicas, h� tr�s aspectos novos: a obrigatoriedade do est�gio curricular, o aumento da carga hor�ria m�nima obrigat�ria do curso (de 2.700 para 3.200 horas) e a apresenta��o da estrutura, que, de conte�dos b�sicos e complementares, passou a ser descrita em eixos, com quatro aspectos previstos e estudo do cen�rio digital. Apesar de serem poucas qualitativamente, em termos de escopo, mexem muito com a estrutura atual dos cursos no pa�s.
A implanta��o das diretrizes de 2013, em frente �s anteriores, trouxe um t�mido avan�o com rela��o ao cen�rio digital. Entre outros fatores, a baixa participa��o das comunidades acad�mica e profissional no processo de discuss�o, tanto na consulta virtual quanto nas audi�ncias p�blicas, provavelmente contribuiu para esse resultado. A estrutura que contempla os conte�dos curriculares do curso de Rela��es P�blicas apresenta uma divis�o em quatro eixos: Forma��o Geral; Comunica��o; Rela��es P�blicas; Forma��o Suplementar. No item �Comunica��o�, o documento prev� estudos sobre o cen�rio digital em dois itens: a) estudos das m�dias, das tecnologias de informa��o e de comunica��o e b) estudos sobre cibercultura. J� no eixo �Rela��es P�blicas�, h� dois incisos voltados ao cen�rio digital, sendo: a) gerenciamento de crises, reda��o institucional, produ��o de m�dias impressas, audiovisuais e digitais e b) comunica��o em rede.
Em meio ao processo de transforma��es, � poss�vel afirmar que as diretrizes atualizadas servem como linhas norteadoras gerais do que se espera do profissional de Rela��es P�blicas no cen�rio digital e no que diz respeito �s suas habilidades e compet�ncias comunicacionais, de modo que os estudantes n�o tenham uma forma��o desproporcional com rela��o �s das demais �reas da comunica��o. No Brasil, todos os cursos de Rela��es P�blicas s�o de bacharelado. J� na Argentina, a situa��o � diferente, como veremos na sess�o a seguir.
Segundo Ferrari (2004, p. 6), as Rela��es P�blicas na Argentina surgiram ainda �na �poca das col�nias, quando os primeiros �lobistas�, contra a tutela espanhola, foram os membros da primeira junta de governo de 1810�. No entanto, a autora afirma que, oficialmente, o nascimento da fun��o ocorreu apenas na metade do s�culo XX:
Em 1930 j� estavam instalados na Argentina o Banco de Gal�cia, Lever Brothers (atual Unilever), Shell, Siemens, Swift Armour, Banco Rio de la Plata, Ericsson, Colgate Palmolive, Astra, Bayer, Agfa-Gevaert, Price Waterhouse, Goodyear, Citibank, Kodak, Deloitte & Touche, Dun & Brandstreet, Esso, Ford, IBM, Duperial, Cyanamid e Banco de Boston. (FERRARI, 2004, p. 6).
No entanto, at� o in�cio dos anos 1960, o cargo de Rela��es P�blicas era geralmente exercido por jornalistas, j� que n�o existia educa��o acad�mica formal nesse campo.
Com a chegada de Frondizi � presid�ncia, em 1958, e a inser��o de sua pol�tica desenvolvimentista de abertura aos capitais estrangeiros, a economia argentina tomou outra dimens�o. As companhias multinacionais que j� existiam no pa�s passaram a crescer em volume, principalmente as automotoras e as petroleiras. Naquela �poca, o pa�s passou a tomar contato com o que estava ocorrendo no exterior, inclusive no �mbito da comunica��o empresarial. Outras datas importantes do per�odo foram:
Em 1958 foi criada a Associa��o Argentina de Rela��es P�blicas por profissionais argentinos e estrangeiros que trabalhavam com rela��es p�blicas na �poca. Em 1961 foi fundado o C�rculo Argentino de Profissionais de Rela��es P�blicas. Em 1962, o C�rculo abriu sua primeira escola de rela��es p�blicas, que outorgava t�tulo t�cnico, n�o universit�rio. Os primeiros formandos estariam entrando no mercado de trabalho somente no final da d�cada de 1960. (FERRARI, 2004, p. 9).
J� em 1962, foi aberto um curso t�cnico na Escola de Rela��es P�blicas. Segundo Kemp (2014), em 1964 a Universidad Argentina de la Empresa abriu o primeiro curso de Rela��es P�blicas que emitia o t�tulo universit�rio aprovado pelo Minist�rio de Educa��o. Em 1968, abriu-se o curso de Rela��es P�blicas na Universidad Argentina John F. Kennedy. Em 1972, foi criada a forma��o na �rea pela Universidad Nacional de Lomas de Zamora e, logo na sequ�ncia, a Universidad de Mor�n tamb�m estabeleceu o seu curso.
No �mbito pol�tico, a d�cada de 1970 foi turbulenta na Argentina, com o curto segundo per�odo de Per�n, seguido pelo de sua mulher, Isabelita. Depois, com a chegada do novo governo castrense e o fechamento do congresso, o pa�s tomou outros rumos.�
As empresas tinham a necessidade de comunicar-se mediante gest�es quase personalizadas com os poderes p�blicos que tinham um grande poder. Assim, com a presen�a de um Estado forte, as rela��es p�blicas inclu�am 80% de rela��es com o governo; al�m disso, a comunica��o nas empresas sofreu um tremendo corte or�ament�rio. Juntamente com esse quadro, as companhias multinacionais radicadas no pa�s passaram a sofrer a��es de seq�estro de seus dirigentes por parte da guerrilha armada e, tamb�m, por causa da guerra nas Malvinas. (FERRARI, 2004, p. 10).
�Entre as d�cadas de 1960 e 1980, o sentimento nacionalista aflorou na Argentina contra a for�a norte-americana. Os governos fomentaram sistematicamente o nacionalismo tamb�m para justificar o elefante branco no qual se havia convertido o Estado, que manejava as empresas que tinham o maior volume no pa�s. Assim, as multinacionais mantiveram seus n�meros, durante d�cadas, no mais baixo perfil. At� meados dos anos 1980, os jornais locais n�o dedicavam um espa�o pr�prio para as not�cias empresariais. Al�m de n�o terem os suplementos econ�micos, a se��o destinada ao tema era ocupada por assuntos de economia pol�tica do governo e de macroeconomia. Em vista disso, a grande procura, por parte dos alunos que se inscreveram para o curso de Rela��es P�blicas nos anos 1970, tomou de surpresa as universidades.
J� no final da d�cada de 1980, o processo foi id�ntico ao brasileiro, no sentido de que havia mais disposi��o para a comunica��o e uma maior necessidade desse setor, como esclarece Ferrari (2004, p. 10): �Na �rea privada, a era da terceiriza��o havia come�ado [...] e na da d�cada de 1990, a privatiza��o de empresas estatais e sua consequente racionaliza��o�. Esses fatores impulsionaram a profiss�o no pa�s argentino.
Nos anos 2000, a �rea cresceu em raz�o da cria��o de v�rias ag�ncias de comunica��o, entre elas, a Edelman Argentina, uma das l�deres em comunica��o corporativa no mundo. Em rela��o �s �reas de maior atua��o em Rela��es P�blicas, as que mais se desenvolveram no pa�s foram as de relacionamento com a imprensa, seguida das de comunica��es financeiras, planejamento estrat�gico, administra��o de crises e organiza��o de eventos, al�m de cerimonial e protocolo, servi�os que tamb�m s�o muito difundidos no pa�s.
Na Argentina est�o funcionando, atualmente, 47 cursos de Rela��es P�blicas[4], sendo 27 em n�vel de gradua��o e 20 de pregrado � o que equivale, no Brasil, a um curso t�cnico. Apesar disso, a profiss�o n�o � regulamentada.�
Diretrizes curriculares de Rela��es P�blicas na Argentina
Na Argentina, a Resolu��o n� 6/96 estabelece uma carga hor�ria m�nima de 2.600 horas para os cursos de gradua��o no pa�s. Em rela��o aos conte�dos m�nimos para o ensino superior, as carreiras se dividem em dois tipos, listados na Lei n� 24.521 (ARGENTINA, 1995), em seus artigos 42 e 43. Algumas �reas s�o reguladas pelo governo, enquanto outras, n�o. Estas �ltimas, da qual fazem parte as Rela��es P�blicas, portanto, n�o contam com conte�dos m�nimos. Por isso, as ementas dos cursos dessa �rea dependem de cada universidade.
J� quanto � nomenclatura, os cursos de gradua��o s�o denominados de: licenciatura em rela��es p�blicas ou, ent�o, institucionais. J� nos cursos t�cnicos (pregrado), o predom�nio de nomenclatura � para analista de rela��es p�blicas.
Na pr�xima se��o, damos sequ�ncia ao estudo apresentando os detalhes sobre a forma��o de ensino superior uruguaia voltada � �rea de Rela��es P�blicas.
As atividades de Rela��es P�blicas, no Uruguai, surgiram de maneira formal, no setor governamental, nos anos 1950, com a cria��o de um departamento especializado dentro das For�as Armadas. Na d�cada de 1960, a empresa estatal ANCAP (Administra��o Nacional de Combust�veis, �lcool e Portland) foi pioneira, ao estabelecer um departamento de Rela��es P�blicas.
No Uruguai, as entidades da categoria tamb�m tiveram um papel decisivo no desenvolvimento da �rea de Rela��es P�blicas. �Quem incentivou a cria��o da Asociaci�n Uruguaya de Relaciones P�blicas (AURP) foi Radeck Balc�rcel, ent�o gerente de Rela��es P�blicas da ANCAP e subsecret�rio do jornal El Pa�s� (FERRARI, 2004, p. 13). A associa��o, constitu�da em 19 de setembro de 1962, destaca, em seu estatuto, tr�s objetivos principais:
a) conseguir que as rela��es p�blicas sejam desenvolvidas, consolidadas e divulgadas na Rep�blica Oriental do Uruguai, com o car�ter de especialidade orientada para o bem p�blico e para uma conviv�ncia harm�nica com todos os setores da sociedade; b) promover o interc�mbio de conhecimentos, t�cnicas entre os s�cios, assim como entre as entidades do pa�s e do exterior; c) defender a atividade de rela��es p�blicas, elevando-a a categoria de profiss�o no pa�s. (FERRARI, 2004, p. 13).
A autora ainda ressalta a cria��o dos primeiros cursos da �rea no Uruguai:
Em 1966 come�am os primeiros cursos de RP, patrocinados pela AURP. Os cursos foram ministrados pelo advogado e profissional de Rela��es P�blicas argentino Dr. Carlos Panisello La Moglie. Juntamente, Rom�n Perez Senac deu-se in�cio ao curso de Rela��es P�blicas Agr�rias. Posteriormente foi criado o Instituto Uruguaio de Rela��es P�blicas onde, por v�rios anos, foram oferecidos cursos de especializa��o que formaram uma gera��o de profissionais da �rea. (FERRARI, 2004, p. 14).
Desde 1968 e durante toda a d�cada de 1970, a AURP come�ou a realizar as Jornadas Nacionais, apresentando-se em eventos interamericanos da �rea. Em 1981, a associa��o patrocinou cursos em n�vel t�cnico juntamente com o Centro de Estudos e Capacita��o do Uruguai e, em 1983, foi respons�vel pela organiza��o do 1� Encontro Mundial de Professores de Rela��es P�blicas (FERRARI, 2004).
Ainda na d�cada de 1980, os cursos foram reorganizados pela AURP, sendo divididos em tr�s n�veis: t�cnico (um ano), consultor em Rela��es P�blicas (dois anos) e manager[5] (tr�s anos). A AURP, de tal modo, contribuiu de modo formal para a capacita��o da �rea, com uma resposta decisiva por parte dos estudantes de Rela��es P�blicas, os quais ansiavam por conhecimentos que pudessem ser aplicados em suas atividades profissionais. Os cursos promovidos pela entidade espalharam-se pelo Uruguai, chegando a cobrir vinte cidades. Em meio a esse cen�rio, surgiram entidades locais, fen�meno que se deu sob o aval da AURP (FERRARI, 2004). Ainda nos anos 2000:
[...] as empresas que reconhecem a import�ncia das rela��es p�blicas s�o assessoradas por ag�ncias internacionais especializadas; tamb�m ainda � sabido que em todos os escrit�rios p�blicos, minist�rios e at� na presid�ncia da rep�blica encontram-se pessoas capacitadas pela Aurp. Segundo os profissionais de Rela��es P�blicas, o conceito da atividade de rela��es p�blicas est� mais relacionado a protocolos e eventos sociais do que � administra��o ou ao planejamento da comunica��o empresarial e institucional. (FERRARI, 2004, p. 14).
Atualmente, � poss�vel cursar Licenciatura em Comunica��o Social[6], em n�vel de gradua��o, em quatro institui��es de ensino no pa�s: Universidad ORT, Universidad Cat�lica del Uruguay, Universidad de Montevideo e Universidad de la Rep�blica. A University Business oferece um curso de Mestrado em Comunica��o Corporativa e Rela��es P�blicas.
No Uruguai, cursos universit�rios t�m dura��o de quatro anos. H� tamb�m universidades que oferecem op��es de um e dois anos, como � o caso da Universidade de la Empresa, com o curso Analista de Rela��es P�blicas, de um ano, e a Universidad ORT, com os cursos Analista de Comunica��o Corporativa e Rela��es P�blicas, de dois anos, e T�cnico de Rela��es P�blicas e Gest�o de Eventos, com dura��o de um ano.
A Universidad del Trabajo del Uruguay oferece forma��o de n�vel t�cnico e tem um curso de dois anos, concedendo o t�tulo de t�cnico em comunica��o social. Quanto aos Institutos T�cnicos, estes oferecem cursos geralmente com um ano de dura��o.
Diretrizes curriculares de Rela��es P�blicas no Uruguai
No Uruguai, o Decreto n� 104/14 (URUGUAI, 2014) d� concess�o do reconhecimento �s universidades e aos institutos sobre os diferentes cursos oferecidos, s� levando em conta a carga hor�ria, sendo a m�nima de 2.200 horas. Sobre diretrizes curriculares ou conte�do, n�o h� uma orienta��o do Minist�rio de Educa��o uruguaio, ou seja, cada institui��o tem autonomia a respeito dos cursos que oferece.
Segundo o presidente da AURP, Juan Pablo Topalian[7], h�, no pa�s:
[...] um registro profissional. Mesmo tendo em conta os dados de membros de nossa organiza��o, envolvidos em cursos de atualiza��o profissional e semin�rios e o n�mero de graduados universit�rios, atrevo-me a estimar que deve haver mais de mil profissionais que a exercem em nosso pa�s. (TOPALIAN, 2015).�
A requisi��o de t�tulo para exercer a profiss�o no pa�s � bastante recente, j� que os cursos superiores e t�cnicos oficiais n�o t�m mais de 15 anos. Atualmente, � comum a exig�ncia da forma��o em um desses cursos para a busca por vagas no mundo do trabalho. A AURP est� trabalhando no desenvolvimento de uma legisla��o para as Rela��es P�blicas e de um registro profissional, por�m, ainda n�o h� data para promulga��o.
Breve an�lise comparativa entre as diretrizes e orienta��es dos tr�s pa�ses
Conforme destacado nesta pesquisa, no Brasil, as DCNs para as Rela��es P�blicas foram publicadas em 2013. Na Argentina e no Uruguai, n�o h� documentos espec�ficos para a �rea, apenas uma legisla��o ampla relacionada �s orienta��es para o ensino superior. Nos dois pa�ses, os cursos e as institui��es t�m autonomia em rela��o aos conte�dos program�ticos.
Nesse �mbito da discuss�o, se confirma a import�ncia das Pol�ticas de Educa��o Superior:�
[...] as pol�ticas de Educa��o Superior definem os territ�rios, as pr�ticas e os signos acad�micos, reconhecidos pelo Estado e pela sociedade; dever�o sempre ter como refer�ncia a miss�o p�blica da Educa��o Superior para a forma��o pol�tica dos cidad�os, a Cultura, a Ci�ncia & Tecnologia, o desenvolvimento sustent�vel, a soberania nacional e a justi�a social, assim como a crescente demanda popular pelo direito � Educa��o, inclusive Superior. (FRANCO; BITTAR, 2006, p. 166).
Em vista disso e com base no conte�do at� aqui exposto, o Quadro 1 traz uma s�ntese comparativa entre os tr�s pa�ses, apontando as principais diferen�as em rela��o ao ensino superior de Rela��es P�blicas no cen�rio atual, especificamente no que concerne ao desenvolvimento digital. Na sequ�ncia do comparativo, segue uma explica��o mais detalhada sobre os pontos apresentados no quadro.
Quadro 1 � Comparativo das Orienta��es/Diretrizes Curriculares de Rela��es P�blicas entre Brasil, Argentina e Uruguai
ASPECTOS ANALISADOS |
BRASIL |
ARGENTINA |
URUGUAI |
Perfil de Rela��es P�blicas |
Uma refer�ncia (Art. 4�/Res. n� 2/2013) |
N�o tem |
N�o tem |
Compet�ncias espec�ficas para o cen�rio digital |
Duas refer�ncias (Eixo Forma��o em Rela��es P�blicas/Res. n� 2/2013) |
N�o tem |
N�o tem |
Carga hor�ria m�nima do curso |
3.200 horas
|
2.600 horas |
2.200 horas |
Est�gio |
Obrigat�rio |
N�o obrigat�rio |
N�o obrigat�rio |
Estrutura |
Quatro eixos: (1) Forma��o geral; (2) Forma��o em Comunica��o; (3) Forma��o em Rela��es P�blicas; (4) Forma��o suplementar. |
As institui��es de ensino/cursos t�m autonomia para criar os conte�dos. |
Os cursos t�m autonomia, n�o havendo diretriz que oriente os conte�dos. |
Fonte: Os autores.
Em rela��o ao perfil do egresso, observa-se, nas diretrizes brasileiras, a seguinte disposi��o:
O egresso do curso de Rela��es P�blicas deve ser profissional �tico, humanista, cr�tico e reflexivo, com as seguintes caracter�sticas pessoais: I - capacidade acurada de an�lise conjuntural, de forma que se lide quantitativa e qualitativamente com dados estat�sticos, econ�micos e sociais, transformando-os em indicadores para a elabora��o de pol�ticas de comunica��o; II - percep��o das din�micas socioculturais, tendo em vista interpretar as demandas dos diversos tipos de organiza��es e dos p�blicos; III - compreens�o das problem�ticas contempor�neas, decorrentes da globaliza��o, das tecnologias de informa��o[8] e da comunica��o e do desenvolvimento sustent�vel necess�ria ao planejamento de rela��es p�blicas; IV - entendimento do campo t�cnico-cient�fico da comunica��o, capaz de estabelecer vis�o sist�mica das pol�ticas e estrat�gias de relacionamentos p�blicos; V - capacidade de lideran�a, negocia��o, tomada de decis�o e vis�o empreendedora. (BRASIL, 2013).
Como n�o h� diretrizes na Argentina e no Uruguai, n�o h� descri��o do perfil do egresso para os dois pa�ses.
J� com rela��o �s compet�ncias do egresso em frente ao cen�rio digital, como mencionado anteriormente, nas diretrizes brasileiras, constam duas refer�ncias no eixo de Rela��es P�blicas � gerenciamento de crises, reda��o institucional, produ��o de m�dias impressas, audiovisuais e digitais e comunica��o em rede. J� na Argentina e no Uruguai, n�o foi encontrada descri��o para esse quesito. �
Com respeito ao per�odo de estudos, no Brasil, a carga m�nima foi aumentada em 500 horas, a partir das diretrizes de 2013, passando de 2.700 para 3.200. Na Argentina s�o, no m�nimo, 2.600 horas. No Uruguai, a carga m�nima para cursos de gradua��o � de 2.200 horas.
Quando se trata do est�gio, esta pr�tica � obrigat�ria apenas no Brasil, tendo sido incorporada na mais recente atualiza��o das DCNs. Nos outros dois pa�ses analisados, a obrigatoriedade dessa atividade n�o consta como integrante dos elementos de forma��o.
Com rela��o � estrutura, como j� informado na se��o descritiva do Brasil, o pa�s conta com quatro eixos espec�ficos de forma��o. J� na Argentina e no Uruguai, a ementa ainda � flex�vel, havendo mais autonomia na organiza��o curricular, mas, no entanto, sem diretrizes que orientem os estudos em Rela��es P�blicas.
Por fim, ainda � interessante considerar sobre a terminologia da �rea, quest�o abordada anteriormente nesta pesquisa. No Brasil, apesar de haver algumas exce��es, em sua maioria, a forma��o � denominada como Rela��es P�blicas, justificada por sua regulamenta��o, em 1967. J� na Argentina e Uruguai, aparecem outras nomenclaturas, conforme apresentado nas sess�es descritivas dos dois pa�ses.
No cen�rio digital, cabe ao profissional de Rela��es P�blicas estabelecer uma pol�tica eficaz de relacionamentos entre a organiza��o e os seus p�blicos de interesse. Ademais, qualquer pol�tica de comunica��o deve tamb�m inserir o contexto digital em todos os seus processos, desde o planejamento at� a mensura��o de a��es, tendo-se em vista, principalmente, que h� diversas ferramentas dispon�veis para o detalhamento dos resultados alcan�ados.
Considera��es finais
A tecnologia digital traz muitas facilidades, mas, tamb�m, representa um desafio para os cursos de gradua��o � em especial na �rea de Rela��es P�blicas, tema desta discuss�o. Nesse cen�rio, � importante ressaltar que a sociedade passa por muitas transforma��es, as quais nem sempre acompanhadas pelas institui��es de ensino superior. Em seu estudo, Terra (2006, p. 66) descreveu o �nascimento da comunica��o organizacional digital e das rela��es p�blicas digitais, ambas decorrentes do fen�meno da digitaliza��o e da evolu��o da sociedade�. Ou seja, h� ao menos uma d�cada, o cen�rio digital faz parte de forma incisiva no trabalho de Rela��es P�blicas e vem sendo encarado como objeto de estudo.
Nesse �nterim, como refor�a Castells (2003, p. 212), o sistema educacional, como um todo, no mundo, ��, por tudo que se sabe, lamentavelmente inadequado para o uso dessa nova metodologia de aprendizado [...] Carece de professores capazes de us�-la com efici�ncia, al�m de pedagogia e organiza��o institucional para estimular novas habilidades de aprendizado�.
O ensino superior � o que prepara ou deveria preparar o profissional para o mundo do trabalho. Um estudo descrito por Gobbi (2010) mostrou um panorama da atua��o dos graduados em Comunica��o (n�o mostra de Rela��es P�blicas especificamente, mas serve como um par�metro). �97,4% dos graduados em Comunica��o Social do pa�s atuam no mundo do trabalho, fora da pesquisa/ensino/doc�ncia, de acordo com a pesquisa.� (RHODEN, 2013, p. 20). Portanto, o que se reflete nesta pesquisa, ao comparar a realidade brasileira com a de outros pa�ses regionalmente pr�ximos, � a quest�o de que o ensino superior de Rela��es P�blicas tem de incorporar mais substancialmente a �rea no �mbito digital, de modo que esta seja uma perspectiva de atua��o e amplia��o para a vida profissional. No entanto, temos presenciado que:
La universidad enfrenta un dilema importante en relaci�n a la conjugaci�n de sus prop�sitos estrictamente acad�micos, con los requerimientos de la sociedad, ya que� a pesar de las muchas presiones, asociadas a la pertinencia social de su quehacer, conforme las caracter�sticas del contexto y de su tiempo, de estar al servicio de su entorno social, pol�tico y econ�mico, de mejor posicionar a sus egresados en el mundo profesional, no puede convertirse tan solo en un instrumento a favor de la econom�a� y de la demanda del mercado. El conocimiento que genera la investigaci�n� y la formaci�n de profesionales es consubstancial� a su existencia y por tanto, la universidad debe profundizar en lo que le es constitutivo. (CARRASCO, 2013, p. 46).
Corroborando essa vis�o, em termos de diretrizes, observou-se, na elabora��o deste artigo, que, dentre os tr�s pa�ses analisados, apenas o Brasil possui documenta��o espec�fica para a �rea de Rela��es P�blicas, e isso apenas desde 2013. Antes, a �rea integrava as orienta��es mais amplas para o campo da comunica��o como um todo. Al�m disso, a presen�a do cen�rio digital � pouco descrita, indo na contram�o das atuais mudan�as no mundo do trabalho. Na �rea de Rela��es P�blicas isso representa fun��es na gest�o das redes sociais e na inclus�o de todas as ferramentas digitais num processo de comunica��o.
Em vista dos dados expostos, entende-se que as DCNs podem ser implantadas de modo vanguardista, considerando as necessidades locais e regionais nos PPCs, com mais refer�ncias ao cen�rio digital. Isso envolve um sistema que integre o que se espera do profissional da �rea, o perfil do egresso, suas compet�ncias e habilidades, em conson�ncia com uma legisla��o pertinente e oportunidades profissionais.
No Brasil, apesar de j� haver documenta��o, percebem-se lacunas, tanto de estrutura curricular quanto de participa��o das institui��es interessadas, especialmente em meio ao cen�rio multim�dia que envolve nossa sociedade. Nos pa�ses vizinhos aqui analisados, Argentina e Uruguai, um dos principais fatores que ainda necessita de avan�os � a pr�pria estrutura��o de um documento norteador, o que refor�a a necessidade de ampliar as discuss�es a respeito do mundo do trabalho de Rela��es P�blicas em frente � era digital.
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Correspond�ncia
Valmor Rhoden � Universidade Federal do Pampa � Rua Ver. Alberto Benevenuto, 3200 Passo, CEP 97670000, S�o Borja, Rio Grande do Sul, Brasil.
Notas
[1] H� duas nomenclaturas poss�veis: Rela��es-P�blicas, com h�fen, e Rela��es P�blicas, sem h�fen. A primeira designa o profissional e a segunda, a atividade. Fonte: Portaria n� 116, de 09 de maio de 2011, do Conferp. Dispon�vel em: http://www.conferp.org.br/?p=2728. Acesso em: 12 mai. 2017.
[2] Dispon�vel em: http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2015/05/mundo-tem-32-bilhoes-de-pessoas-conectadas-internet-diz-uit.html. Acesso em: 19 fev. 2018.
[3] Dados do Inep/MEC apontavam que, em julho de 2009, havia 127 cursos presenciais credenciados no pa�s.
[4] Dados do Ministerio de Educaci�n y Deportes de Argentina. Dispon�vel em: http://titulosoficiales.siu.edu.ar. Acesso em: 31 jul. 2017.
[5] Significa gestor neste contexto.
[6] N�o Rela��es P�blicas especificamente.�
[7] Trecho retirado de mensagem eletr�nica enviada, conforme refer�ncia constante na lista ao fim deste artigo.
[8] Grifo nosso.