Desenho de rosto de pessoa visto de perto

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Rev. Enferm. UFSM, v.13, e15, p.1-16, 2023

ISSN 2179-7692 •

Submissão: 09/11/2022 • Aprovação: 14/02/2023 • Publicação: 27/04/2023

Tela de computador com texto preto sobre fundo branco

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Introdução  1

Método  1

Resultados  1

Discussão  1

Considerações finais  1

Referências  1

 

Artigo de Reflexão                                                                                                                                                                      

Internacionalização para o incremento da produção de conhecimentos em enfermagem: estudo de reflexão

Internationalization to increase the production of knowledge in nursing: a reflection study

Internacionalización para aumentar la producción de conocimiento en enfermería: un estudio de reflexión

 

Margareth Santos ZanchettaIÍcone

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Márcia Teles de Oliveira GouveiaIIÍcone

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Cândida Caniçali PrimoIIIÍcone

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Cristina Rosa Soares Lavareda BaixinhoIVÍcone

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José Carlos Marques de CarvalhoVÍcone

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Manuel Carlos Rodrigues Fernandes ChavesVIÍcone

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Marcelo MedeirosVIIÍcone

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Cristianne Maria Famer RochaVIIIÍcone

Descrição gerada automaticamente

 

I Toronto Metropolitan University, Toronto, Ontário, Canadá

II Universidade Federal do Piauí, Teresina, Piauí, Brasil

III Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, Espírito Santo, Brasil

IV Escola Superior de Enfermagem de Lisboa, Lisboa, Portugal

V Escola Superior de Enfermagem do Porto, Porto, Portugal

VI Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Coimbra, Portugal

VII Universidade Federal de Goiás, Goiânia, Goiás, Brasil

VIII Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil

 

Resumo

Objetivo: refletir sobre oportunidades para a internacionalização da Enfermagem em países lusófonos proporcionadas por uma rede internacional de conhecimentos em Enfermagem. Método: método reflexivo que conduz à percepção modificada de uma dada situação levando a novas ideias, revelando temas de análise e propostas de possíveis soluções através de um plano de ação. A reflexão concentrou-se em diálogos interdisciplinares, inovação conceitual-metodológica e fortalecimento da liderança em Enfermagem. Resultados: a reflexão focalizou: (a) o diálogo além do contexto cultural e científico lusófono para a Rede ser reconhecida como parceiro intelectual substancial; (b) a incorporação de abordagens, referenciais e desenhos de pesquisa multidisciplinares; e (c) a mobilização de conhecimento sobre causas sociais para o fortalecimento da liderança da Enfermagem global nas questões de justiça social e equidade em saúde. Considerações finais: a Enfermagem lusófona possui expertise para inovar com estratégias para reforçar a internacionalização.

Descritores: Ciência e Desenvolvimento; Conhecimento; Disseminação de informação; Pesquisa em Enfermagem; Educação de Pós-Graduação

 

Abstract

Objective: reflect on opportunities for the internationalization of nursing in Lusophone countries provided by an international network of nursing knowledge. Method: a reflexive method leading to the modified perception of a given situation leading to new ideas, revealing themes of analysis and proposals for possible solutions through an action plan. This reflection focused on interdisciplinary dialogues, methodological-conceptual innovation, and strengthening of leadership in nursing. Results: the reflection focused on: 1) the dialogue beyond the Lusophone cultural and scientific context for the network to be recognized as a substantial intellectual partner; 2) the incorporation of multidisciplinary approaches, references, and research designs; and 3) the mobilization of knowledge about social causes to strengthen global nursing leadership in issues of social justice and health equity. Final considerations: Lusophone nursing has expertise to innovate with strategies to strengthen internationalization.

Descriptors: Science and Development; Knowledge; Information dissemination; Nursing Research; Education, Graduate

 

Resumen

Objetivo: reflexionar sobre las oportunidades de internacionalización de la Enfermería en los países de lengua portuguesa proporcionadas por una red internacional de conocimiento en Enfermería. Método: método reflexivo que conduce a una percepción modificada de una situación que lleva a nuevas ideas, revelando temas de análisis y propuestas de posibles soluciones por medio de un plan de acción. La reflexión se centró en los diálogos interdisciplinarios, la innovación conceptual-metodológica y el fortalecimiento del liderazgo en enfermería. Resultados: la reflexión tuvo como foco: (a) el diálogo más allá del contexto cultural y científico de la lengua portuguesa para que la Red sea reconocida como un socio intelectual sustancial; (b) la incorporación de enfoques, referencias y diseños de investigación multidisciplinarios; y (c) la movilización de conocimiento sobre las causas sociales para fortalecer el liderazgo mundial de enfermería en temas de justicia social y equidad en salud. Consideraciones finales: La Enfermería em países de lengua portuguesa tiene el expertise para innovar con estrategias para reforzar la internacionalización.

Descriptores: Ciencia y Desarrollo; Conocimiento; Difusión de la Información; Investigación en Enfermería; Educación de Postgrado

 

 

Introdução

Em um mundo onde a Enfermagem é ensinada, aprendida e praticada reconhecendo as enormes desigualdades socioeconômicas, étnicas, de gênero e de justiça social, sua visão tornou-se global pelo reconhecimento das iniquidades de oportunidades que afetam, de modo igual, docentes e discentes. Assim, a existência de redes em Enfermagem como um fenômeno social nos possibilita reconhecer que, em certas regiões geográficas, estar em rede significa ampliar acesso a recursos, atingir novos patamares de produção científica e expandir práticas educacionais.

A força e a capacidade de ajuda mútua entre universidades de países lusófonos para o ensino e a pesquisa de Enfermagem são inquestionáveis. A internacionalização das ações dessa Enfermagem caracteriza-se pela mobilidade entre Brasil e Portugal, fundamentalmente, por discentes dos programas de doutorado e de docentes para pós-doutoramento. Isso ocorre no bojo de acordos oficiais de cooperação científica ou mesmo em consequência de contatos emergentes em redes profissionais. A intensificação das atividades em grupos de pesquisa e de avaliação e qualificação de projetos na pós-graduação representa hoje um dos mais sólidos exemplos de como a proximidade intelectual e filosófica entre esses profissionais sustenta iniciativas mais ousadas, inovadoras e mais extensivas a muitos outros discentes e docentes/pesquisadores.

Agindo individualmente ou coletivamente, as ações cumulativas e crescentes desses indivíduos vêm consolidando os objetivos de uma rede profissional com foco central na aprendizagem e inovação.1 Assim, conhecimentos em Enfermagem são produzidos e circulam em ambos os países, confirmando a natureza da internacionalização lusófona, que é aprender sistematicamente sobre si mesma e seus processos - uma das principais características de uma rede.1 O desenvolvimento da autoconexão de uma comunidade social virtual apoia-se em raízes estruturais e relacionais que, em retorno, ajudam na valorização das relações que comportam a abertura e advocacy dessa comunidade.2

Resta, portanto, identificar como tal a documentada e exitosa internacionalização, mesmo que ainda muito restrita em número de beneficiários e pouco inclusiva para discentes de graduação, e reconhecer que o potencial de trabalho em rede da Enfermagem lusófona pode servir de parâmetro, exemplo ou inspiração para o futuro funcionamento da Rede de Conhecimentos em Enfermagem (RCE), um grupo internacional de interesse focado em conhecimentos em Enfermagem, ainda em estágio de criação. Mas precisamos, ainda, certificarmo-nos de que ambas as parceiras estejam prontas para o encontro de outras perspectivas conceituais e metodológicas, diferentes estágios de maturidade científica, com agendas políticas distintas e, ainda, níveis de consciência e autocrítica sobre o estágio de sofisticação e domínio de rigor na produção de conhecimentos em suas mais diversas formas. 

Reconhecer, desenvolver e produzir formas de conhecimento (e.g., conhecimento empírico, estético, político, teórico como proposto por Carper e aceito internacionalmente com influências em curriculum com a adoção de abordagens criativas,3 com estórias pessoais, críticas de obras de arte, princípios e códigos, entre outros) tem hoje um significado extensivo à coletividade, para assim responder às expectativas atuais da Enfermagem em colaborar para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.4 O conhecimento em Enfermagem transcende, hoje, o conhecimento individual adquirido pela erudição, em uma perspectiva atual com visão futura que considera a emergência e a contingência de macro fatores que (tradução livre):

[...] exemplificam a existência de valores fundamentais da Enfermagem como a razão fundamental para que várias maneiras de saber, incluindo o conhecimento pessoal, possam funcionar no mundo da prática cotidiana. Nós conhecemos os valores fundamentais - para nos envolvermos com eles, refletir sobre eles e lutar com eles - através da dialética de nosso trabalho teórico disciplinar e filosófico.4:6

Com vistas a traçar caminhos voltados ao fortalecimento de estratégias de internacionalização da Enfermagem por meio de ações multidimensionais, este artigo tem como objetivo refletir sobre oportunidades para a internacionalização da Enfermagem em países lusófonos proporcionadas por uma rede internacional de conhecimentos em Enfermagem. Este segundo exercício reflexivo foi gerado pelas informações fornecidas por 24 instituições de formação universitária em Enfermagem no Brasil e em Portugal, por ocasião de um levantamento internacional de recursos institucionais para a criação de uma rede de conhecimentos em Enfermagem.5 Este relatório-síntese destacou seus desafios comuns, potencialidades disponíveis a serem mobilizadas, e áreas para desenvolvimento profissional e de incremento de competências de docentes e discentes para a produção de conhecimentos nos vários contextos de ensino-aprendizagem, pesquisa e extensão. Necessário, ainda, frisar que em um futuro próximo a RCE em si pode originar um processo inovador, envolvendo todos os atores sociais, pesquisadores, pós-graduandos, centros de pesquisa, produção de conhecimento, tecnologia e inovação que, embora específicos à Enfermagem, sejam interdependentes, como proposto para outras redes de conhecimentos.6

 

Método

Este artigo inspirou-se no chamado método reflexivo de pesquisa.7 A reflexão realizada de modo estruturado pode induzir a uma percepção diferente daquela que se tem, a princípio, sobre uma dada situação. Como resultado, novas ideias podem emergir e potencialmente revelar temas de análise e ideias para a resolução de problemas. A reflexão pode, assim, contribuir para a descrição sistemática de fatos, reconsideração de sentimentos e, ainda, a revisão de pontos negativos e positivos relacionados com o aprendizado resultante, levando à proposição de soluções factíveis através de um plano de ação. A primeira reflexão deu-se por ocasião da redação de um manuscrito científico pelos mesmos autores,8 centrado nas possibilidades e particularidades da participação das instituições de ensino superior lusófonas na RCE. O trabalho anterior foi desenvolvido entre os meses de janeiro e maio de 2022, usando o marco conceitual1 sobre rede de conhecimentos que considera indivíduos e equipes, além de fronteiras organizacionais, espaciais e disciplinares para inventar e compartilhar um corpo de conhecimentos.

Esta segunda reflexão prosseguiu a primeira, e deu-se nos meses de setembro e outubro de 2022, reconhecendo um hiato que nos permitiu retomar individualmente alguns pontos não suficientemente abordados para uma análise mais extensiva e, com isso, também completar a fase reflexiva coletiva. O método de trabalho incluiu as seguintes etapas:

(a)         solicitação de compartilhamento desses pontos pelos coautores, dando prosseguimento ao trabalho anterior, com a oportunidade de trazer à tona a confrontação de ideias e a defesa de temas considerados prioritários, segundo a óptica de cada um, considerando os contextos de prática profissional, assim como o posicionamento crítico quanto a estágio de avanço de produção de conhecimentos em suas respectivas instituições e nos atuais contextos da educação e pesquisa em Enfermagem em seus países; 

(b)        síntese das contribuições pelas primeira e segunda autoras, iniciada com leitura crítica dos acréscimos ao texto, seguida pela classificação deles nas categorias “lampejo” ou “reflexão”, assim como identificação de problemas e pistas para soluções deles;

(c)          organização dos conteúdos, seguida de confirmação dos demais coautores;

(d)        identificação de questionamentos emergentes e individuais a serem respondidos;

(e)         produção coletiva do texto analítico-discursivo; e,

(f)            confrontação de propostas para um plano de ação, revisando sua factibilidade e operacionalidade.

 

Resultados

A desmistificação da prática da pesquisa em Enfermagem pode aproximar discentes a docentes e pesquisadores experientes, o que permite a criação de relações de mentoria e aconselhamento em pesquisa para que fenômenos globais de interesse da Enfermagem sejam investigados. Por esses motivos, os autores ressaltam que produzir conhecimentos não se refere exclusivamente ao contexto da pesquisa. Seguramente há, também, o benefício para docentes e pesquisadores de poderem encontrar na RCE novos talentos e futuros profissionais na trajetória da formação de uma nova geração de cientistas da Enfermagem.9 A RCE tem ainda como foco a construção e o desenvolvimento de capacidades na área da pesquisa e treinamento na área de liderança profissional para docentes.

A RCE tem como pressuposto que a produção de conhecimentos em Enfermagem pode ocorrer em sala de aula, em laboratório de prática, em campo de estágio, em contexto administrativo, em atividades de preceptoria, tendo como atores sociais discentes de graduação e pós-graduação, docentes e, ainda, profissionais em atividades de supervisão direta e indireta de discentes. A produção também se estende às atividades de gestão de serviços de saúde e certamente inclui as atividades de pesquisa em sua diversidade de desenhos metodológicos.

Necessário esclarecer que os questionamentos apresentados a seguir não iniciaram o método de trabalho reflexivo7, ou seja, tais questionamentos são resultados que emergiram durante o processo reflexivo. Assim, os autores elencaram lampejos que inspiraram os seguintes questionamentos e pontos para a reflexão:

1- Para estabelecer um diálogo além do contexto cultural e científico lusófono e ser reconhecida como parceiro intelectual substancial, o que a Enfermagem lusófona deveria abandonar, renovar e inovar para expandir a internacionalização da pós-graduação em Enfermagem?

2- Como incorporar uma abordagem utilizada na pesquisa diferenciada trazendo referenciais de outras disciplinas, além da Enfermagem, para oportunizar a ampliação de conhecimento em pesquisa, metodologias e marcos teóricos e conceituais?

3- Para contribuir para o fortalecimento da liderança da Enfermagem global que expande o papel da profissão nas questões de justiça social e equidade em saúde, como pode a Enfermagem lusófona mobilizar seu conhecimento sobre causas sociais globais?

Nos próximos parágrafos, são propostas algumas perspectivas de mudança, ações, ponderações e reflexões que delas emanaram, visando ao sucesso da participação lusófona na RCE por intermédio da internacionalização.

 

Reconhecimento das contribuições intelectuais do contexto lusófono

A proposta de criação da RCE traz em si a possibilidade de celebrar e mobilizar o potencial criador de docentes e discentes que, com ousadia e audácia criativa, somam talentos para a produção de conhecimentos e valorização da ciência da Enfermagem, consolidando e refinando o ensino e a prática da pesquisa na área. A Enfermagem lusófona parece-nos particularmente pronta para transferir a perícia construída ao longo de décadas em internacionalização e criação de dinâmicas de cooperação intelectual para o compartilhamento de conhecimentos. Os membros lusófonos podem potencializar processos de internacionalização na pós-graduação em Enfermagem, com a incorporação de atividades interdisciplinares com disciplinas afins das ciências sociais, humanas e tecnológicas. Os resultados já documentados de diferentes ações e atividades entre a Enfermagem lusófona podem ser um exemplo a ser compartilhado no interior da RCE, como a mobilidade acadêmica entre seus membros, a cooperação em pesquisa, projetos de formação integrados com disciplinas organizadas ou ofertadas pela própria rede, realização de eventos internacionais, produção intelectual e tecnológica em parceria, entre outros.

A RCE valoriza a colaboração por construções conjuntas e recíprocas, visando a um trabalho integrado com fortalecimento das relações entre os membros e as instituições envolvidas. Os membros lusófonos podem, ainda, propor inovações, enquanto a RCE pode ser a articuladora na busca de assessorias para o compartilhamento de conselhos e para a composição e operacionalização de tais equipes, indicando enfermeiros pesquisadores internacionais que participam em equipes multidisciplinares.

Outra possível ação seria inscrever-se em grupos de interesse internacional sobre saúde global e educação transformadora e emancipatória por abordagens pedagógicas experimentais com novos métodos de ensino, novas perspectivas de avaliação de aprendizado e novos entendimentos do que seja sucesso acadêmico e êxito na empreitada científica. Outra mudança necessária na área de fomentos seria o reconhecimento de que a RCE traz, como oportunidade a seus membros, a busca de fontes alternativas de fomento à pesquisa, seja no meio empresarial, start ups, agências internacionais de desenvolvimento social ou organizações não governamentais, entre outras.

 

Incorporação de abordagens, referenciais e desenhos de pesquisa multidisciplinares

                Entende-se que a internacionalização de interesse para a Enfermagem oferece oportunidades ímpares para expansão de conhecimentos, pois a Enfermagem lusófona encontra-se frente a situações contingentes que demandam metodologias de pesquisa desconhecidas em sua prática. O alcance de outras comunidades científicas (mesmo que a barreira linguística ainda exista) constitui hoje uma exigência para o reconhecimento pelos pares, oportunizando futuras parcerias acadêmicas e científicas. Trabalhar em redes, como feito por cientistas e outros produtores de conhecimento, é hoje uma tendência adotada por várias disciplinas,10 mas timidamente praticada pela Enfermagem lusófona, especificamente nas iniciativas de produção conjunta de conhecimento. A aproximação com cientistas experientes nesta área pode ser um fator acelerador para o refinamento do domínio de tais metodologias inovadoras.

As oportunidades proporcionadas a pesquisadores de Enfermagem em instituições para ações internacionais são diversas, podendo-se destacar o aperfeiçoamento de idiomas, participação em grupos de pesquisas, inserção em redes com pesquisadores experientes em estágios avançados de maturidade científica, além da possibilidade de desenvolver um trabalho articulado, com perspectivas conceituais (metodológicas e de gestão) diferentes das que habitualmente são utilizadas em seu cenário. Tais oportunidades de trabalho em rede de conhecimentos já são, há muito, reconhecidas. Em 2012, autores destacaram que o conhecimento das áreas de experiência e trabalho dos membros das diferentes equipes de investigação integradas numa rede facilita a formação e a pesquisa colaborativa.11 Além disso, esse processo facilita a incorporação e o intercâmbio de investigadores em formação, preferencialmente interdisciplinares, para a aquisição de competências já desenvolvidas em outros grupos.

Nesse contexto, as atividades colaborativas executadas em rede podem ampliar e aperfeiçoar o corpo de conhecimento científico, o que proporcionará a prática baseada em evidência. Ademais, são favorecidas a realização de projetos conjuntos e a troca de experiências, bem como a mobilidade dos pesquisadores pela divulgação de ofertas de colaboração.11 Outras ações mais específicas que podem ser adotadas incluem: (a) expandir convite a pesquisadores estrangeiros de outras disciplinas para sessões científicas, aulas magnas, debates públicos, entre outras atividades; (b) incorporar marcos teóricos e conceituais propostos por outras disciplinas a projetos de pesquisa; e, (c) reproduzir metodologias de pesquisa adotadas por outras disciplinas e países, principalmente aquelas que utilizam métodos de coleta de dados e de análise desconhecidos ou pouco aplicados na pesquisa em Enfermagem lusófona.

 

Fortalecimento da liderança da Enfermagem global nas questões de justiça social e equidade em saúde

A utilização do conhecimento em Enfermagem em defesa de seus profissionais e da população à qual assiste e cuida, constitui uma ferramenta política para ações de defesa do bem-estar social das populações. Dominar o próprio processo de produção de conhecimentos que a Enfermagem utiliza, em seus mais diversos cenários de práticas, representa a liberdade e a autonomia de usar a própria voz e poder para recriar novos cenários e contextos. A presença de líderes emergentes para que a RCE se caracterize como algo intrínseco à comunidade global de Enfermagem nas próximas décadas faz-se necessária, haja vista o momento atual da Enfermagem, que requer a tomada de consciência do nosso potencial gregário e de ação. A presença de líderes da Enfermagem capazes de influenciar politicamente a formulação de políticas públicas, através de ações instrumentais, é reconhecidamente uma área de prioridade que pode ser atendida pela troca de expertises entre líderes internacionais atuando na RCE.

Para otimizar a visibilidade do perfil de profissionais socialmente engajados e politicamente ativos, faz-se necessário que se incremente a publicação de manuscritos sobre ações políticas e outras atividades em defesa dos direitos da população, em especial a de letramento político, extensiva a docentes e discentes. Do mesmo modo, é fundamental publicar manuscritos que abordem aspectos conceituais e processos de produção de conhecimento em parceria com a sociedade civil. Tendências mais emancipatórias utilizadas na concepção de projetos de pesquisa envolvem a população, desde a etapa de formulação de perguntas de pesquisa, estratégias de coleta de dados, como também nas fases de análise/interpretação de resultados/achados. Além do mais, redesenhar a própria noção de colaboradores em pesquisa exige abandonar a postura de considerar-se a população-alvo como mera fonte de informações/dados. Para isso, a produção de conhecimentos pela Enfermagem lusófona, em suas diversas formas, requer a ousadia, a criatividade e a determinação de estabelecer parcerias em estrita colaboração intelectual com vários segmentos da sociedade e seus outros agentes sociais que militam na mesma causa (e. g., organizações não governamentais, religiosas, associações comunitárias, sindicatos profissionais, entre outros).

Portugal e Brasil têm conhecimento histórico e atualmente expandido sobre as questões relacionadas às populações em busca de refúgio/asilo político e na condição de imigrante. Além disso, o conhecimento sobre as iniquidades em saúde, vivenciadas por suas populações, devido ao comprometimento dos determinantes sociais da saúde (e. g., desenvolvimento infantil saudável, acesso aos serviços em saúde, letramento em saúde, mecanismos de enfrentamento emocional, rede de apoio social, condições de habitação, entre outros), pode ajudar na formulação de respostas imediatas e efetivas e na participação em múltiplas ações da Enfermagem global. Inquestionavelmente, existem e existirão oportunidades de representatividade da Enfermagem lusófona centradas na agenda de saúde global proposta e implementada por instituições representativas das comunidades científicas e políticas globais.  

 

Discussão

Um dos aspectos emergentes na presente reflexão refere-se à necessidade de a Enfermagem lusófona revisitar a indissociabilidade entre ousadia-inovação-criatividade-qualidade-talento-maturidade-conscientização. Isso pode acontecer adotando uma nova perspectiva do que seja uma ação educadora emancipatória12. A coexistência da ousadia e do medo incomoda e desestabiliza, mas também impulsiona o trabalho docente.13 Essa nova perspectiva, ao ser incorporada por docentes, cientistas e discentes, visa vislumbrar resultados almejados na consecução de iniciativas de um plano de ação para a internacionalização de suas iniciativas, tanto entre si quanto com os demais países membros da RCE. Este tema global corrobora com o que o International Council of Nurses,14 em seu plano estratégico para 2019-2023, destacou sobre a inovação na educação em Enfermagem. Inovação esta que pode influenciar o perfil dos profissionais, tornando-os mais criativos, transformacionais, progressistas, com um perfil focalizado na solução de problemas e, ainda, conhecedores das práticas baseadas em evidências. Ainda, o referido Conselho reconheceu a existência de novas prioridades para a criatividade de docentes, porque esses são convidados a redesenhar estratégias para a criação de novas iniciativas de mentorado.

A internacionalização extensiva e inclusiva pode observar o que a World Health Organization15 reiterou sobre a necessidade de a Enfermagem atuar em sua capacidade máxima no que tange à sua educação e à sua capacitação, uma vez que a elevação da qualidade da educação em Enfermagem resulta na mesma dimensão quanto aos papéis profissionais da categoria. Assim sendo, a interoperabilidade da RCE, bem como a participação da Enfermagem lusófona, pode ser originadas em algumas áreas de expectativas compartilhadas entre seus membros, oriundos de contexto de ensino e pesquisa em Enfermagem, fortemente influenciados pelo status socioeconômico de seus países. Entretanto, existe o interesse comum e a necessidade de desenvolvimento e aprofundamento de capacidades e habilidades.

O estabelecimento de parcerias na Enfermagem, por meio de relações coesas que apoiem a capacitação e o fortalecimento dos sistemas de saúde, justifica-se pela crescente insuficiência de parcerias que possam cooperar com o ensino e a pesquisa.16 O diálogo sobre a internacionalização do ensino e da pesquisa em Enfermagem sustenta-se pela colaboração internacional que

[...] é reconhecida por aumentar a capacidade de abordar problemas complexos [...] permitindo identificar questões de pesquisa abrangentes que consideram as disparidades em saúde, as particularidades dos diferentes sistemas de saúde [...] a influência cultural em todos os âmbitos da saúde, além de fomentar o desenvolvimento de habilidades de pesquisa.17:1

O trabalho em rede interdisciplinar em Enfermagem também permite estimular, desenvolver e aplicar conhecimentos que viabilizem respostas às demandas de saúde da própria sociedade,17 em particular se considerarmos a população brasileira em sua condição de redução de indicadores sociais e de saúde, resultado do perfil heterogêneo da sociedade, mas, sobretudo, devido às desigualdades sociais.18 Assim, as vantagens para a Enfermagem lusófona nessa empreitada de internacionalização podem incluir a consecução de objetivos transversais do trabalho em rede. Primeiro, com o desenvolvimento de pesquisas multicêntricas, a fim de compartilhar informações, conhecimentos e evidências, metodologias e recursos tecnológicos.19 Segundo, pelo incentivo da possibilidade de uma colaboração contínua e de longa duração entre pesquisadores.20 Novas perspectivas internacionais oferecidas em distintos cenários clínicos, educacionais e de investigação proporcionam uma exposição a diferentes ideias e estratégias, assim como criam oportunidades para encontros de aprendizagem cruzada que oferecem experiências e leituras alternativas.21

Ou seja, os membros lusófonos podem se beneficiar da partilha permanente de informação, utilizando caminhos inexplorados que os enfermeiros de um país podem emprestar aos de outro país. As redes internacionais, além de expandir, podem criar perspectivas baseadas em experiências e recomendações dos envolvidos.22 Os grupos multicêntricos podem oferecer uma oportunidade de unificar recursos intelectuais e materiais para identificar e resolver problemas relevantes para a comunidade internacional, integrando a informação obtida à prática real, colaborando, assim, para a melhoria dos cuidados de saúde em nível global. Cabe ressaltar que a Enfermagem lusófona, em suas atividades internacionais, pode fomentar o desenvolvimento de novos conhecimentos.

A interligação de contatos acadêmicos e clínicos entre diferentes países aumenta eminentemente a capacidade de conhecimento dos envolvidos através da exposição a ideias de outros.10 A colaboração internacional viabiliza o encontro com potenciais parceiros, o acesso a oportunidades de emprego, a partilha de trabalho clínico e acadêmico comum, e uma melhor compreensão dos regulamentos nacionais e internacionais que regem as práticas e os procedimentos clínicos, bem como o aumento da educação, da investigação e das oportunidades de bolsas de estudo.10,23-24 Em suma, além de potencialmente compensador e gratificante, o trabalho que se pretende desenvolver na RCE é essencial para o crescimento, o desenvolvimento e o avanço da disciplina e da profissão de Enfermagem, cujas iniciativas de internacionalização podem rentabilizar os recursos humanos e financeiros da Enfermagem lusófona.

 

Possíveis linhas de ação na internacionalização da Enfermagem lusófona

Entre as instituições informantes do levantamento de recursos para a RCE,5 encontram-se recursos altamente promissores na estrutura da Enfermagem lusófona em sua busca de novas alianças por meio de acordos de articulação, cooperação e sinergia com outras entidades, universidades ou organizações em nível internacional. Tais instituições podem oferecer a infraestrutura, a perícia e o conhecimento logístico para a operacionalização da RCE, entre os outros futuros membros lusófonos internacionais, além do binômio Brasil-Portugal.

Em Portugal, o Centro Europeu de Enfermagem Virtual para a Aprendizagem da Prática Baseada em Evidências (European Nursing Virtual Centre for Learning Evidence-Based Practice (ENCLEBP - https://europeannursingebp.eu) promove e facilita a aquisição e o aperfeiçoamento de competências para a Prática Baseada em Evidências por meio da autoaprendizagem. De interesse, estão dois de seus objetivos: (a) facilitar a colaboração entre docentes de Enfermagem que atuam em áreas semelhantes em toda a Europa; e, (b) estimular e apoiar discentes e profissionais na aprendizagem da prática baseada em evidência ou prestar assessoria técnica a entidades públicas ou privadas e a qualquer outra finalidade ou atividade de pesquisa, formação e divulgação na área de prática baseada em evidência em Enfermagem.

No Brasil, mencionamos a Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo que, enquanto Centro Colaborador da Organização Pan Americana de Saúde (OPAS) para o Desenvolvimento da Pesquisa em Enfermagem (http://www.eerp.usp.br/collaborating-centre-home/), pode potencialmente aglutinar a comunidade científica para a produção científica de conhecimentos. Ainda, destacamos a existência de grupos de pesquisa e de estudos criados pelos programas de pós-graduação em Enfermagem com filiação ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com presença significativa de pesquisadores da Enfermagem, tais como o Grupo de Estudos Qualitativos em Saúde e Enfermagem (NEQUASE - http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/31831), estabelecendo e mantendo colaborações internacionais, as quais muitas ainda não estão oficializadas para que o avanço do ensino-pesquisa nos países parceiros tornem-se possibilidade imediata.

No sentido da internacionalização e de sua oficialização institucional, as instituições lusófonas podem ostensivamente explorar em conjunto as várias representações diplomáticas em seus países sobre a existência de programas com financiamento estrangeiro que possibilitem a mobilidade internacional docente e discente. Identificar graduandos de Enfermagem com talento promissor e expô-los, principalmente às experiências internacionais de formação em pesquisa, representa uma estratégia efetiva para se investir na constituição de uma futura geração de cientistas em Enfermagem.9

Identificamos que liderança em pesquisa em Enfermagem é um ponto crucial para investimentos de esforços para o entendimento geral do conceito da inovação no ensino da pesquisa em Enfermagem. A RCE pode, ainda, facilitar ações de internacionalização entre parceiros e colaboradores lusófonos capazes de dividir seus recursos tecnológicos e o capital intelectual único para superar as crescentes barreiras ao financiamento de atividades científicas em suas diversas fases. Torna-se evidente que mudanças na estrutura, no conteúdo e na função de RCE, com a tônica dos lusófonos, devem ter ações alicerçadas em políticas públicas de fortalecimento das universidades nacionais com metas de internacionalização da ciência, possibilitando a aplicação do conhecimento criado no nível global às necessidades locais.

Sendo este um estudo reflexivo que observou o rigor metodológico do método científico adotado7 exclusivamente baseado nos pensamentos e premissas dos autores, pode não apresentar limitação metodológica. Ainda que se considere a temporalidade das premissas e dos pensamentos centrados em informações obtidas em 2021, realidades, verdades e contextos evoluem e os autores não se responsabilizem pela adequação dessa temporalidade no que tange a futuras ações da RCE com a participação da Enfermagem lusófona.

 

Considerações finais

Apesar da diversidade interna de seus futuros membros, no que tange à experiência acumulada e comprovada no ensinar sobre pesquisa em Enfermagem, no pesquisar e no compartilhar conhecimentos nas comunidades científicas, a colaboração interna pode ajudar-nos a ultrapassar barreiras linguísticas e atenuar as limitações impostas por questões financeiras. Interesses distintos e bem peculiares, tanto em relação à localização geográfica quanto acerca de prioridades institucionais, reforçam que o diálogo entre pares mostra-se claramente atrativo. Por meio de tal diálogo, a mobilidade docente e discente parece-nos possível, assim como a discussão para a produção de manuscritos e para o desenho de novos projetos de pesquisa. Existem, portanto, possibilidades de trocar perícias, conhecer novas alternativas de soluções de problemas no ensinar e praticar pesquisa e produzir tantas outras formas de conhecimentos enraizados na cultura e realidade socioeconômica local. Portanto, esperamos que cada membro lusófono da RCE possa agregar, brevemente, seus próprios colaboradores locais, nacionais e internacionais para que, estrategicamente, possamos consolidar laços, definir canais de comunicação, identificar, educar e apoiar líderes emergentes para que a RCE se caracterize como algo intrínseco à comunidade global de Enfermagem nas próximas décadas.

Espera-se que a consolidada parceria intelectual estabelecida pela Enfermagem lusófona possa se inspirar nas ideias desta reflexão para redesenhar seu modus operandi. Ademais, espera-se que tal parceria entre países de média e alta renda bem como acesso a diferenciados recursos financeiros para educação, inovação e pesquisa em Enfermagem possa impactar a factibilidade de parceiras nas iniciativas futuras da RCE.

Este estudo reflexivo não se aventura a prescrever ou sugerir expectativas de resultados, além das possibilidades de outras ponderações que foram mencionadas no parágrafo anterior. Questionamentos sobre resultados esperados podem ser, no momento, inapropriados, tais como a participação de países lusofónos (não apenas Brasil e Portugal) na RCE impulsionando o crescimento da Enfermagem em tais países. Outra impossibilidade refere-se à análise da previsão do fortalecimento de parcerias institucionais que requer mais informações e extrapolam a proposta do presente artigo.

 

Referências

1.             Prugh K, Prusak L. Designing effective knowledge networks. MIT Sloan Manag Rev [Internet] 2013 [acesso em 2020 mar 20];55(1):79-88. Retrieved from: https://sloanreview.mit.edu/article/designing-effective-knowledge-networks/

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3.             Carper B. Fundamental patterns of knowing in nursing. ANS. 1978;1(1):13–23. doi: https://doi.org/10.1097/00012 272-19781 0000-00004

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Contribuições de autoria

 

1 – Margareth Santos Zanchetta

Autor Correspondente

Enfermeira, Doutora - mzanchet@torontomu.ca

Concepção e redação do manuscrito, revisão e aprovação da versão final

 

2 – Márcia Teles de Oliveira Gouveia

Enfermeira, Doutora - marciateles@ufpi.edu.br

Concepção e redação do manuscrito, revisão e aprovação da versão final

 

3 – Cândida Caniçali Primo

Enfermeira, Doutora - candida.primo@ufes.br

Redação do manuscrito, revisão e aprovação da versão final

 

4 – Cristina Rosa Soares Lavareda Baixinho

Enfermeira, Doutora - crbaixinho@esel.pt

Redação do manuscrito, revisão e aprovação da versão final

 

5 – José Carlos Marques de Carvalho

Enfermeiro, Doutor - zecarlos@esenf.pt

Redação do manuscrito, revisão e aprovação da versão final

 

6 – Manuel Carlos Rodrigues Fernandes Chaves

Enfermeiro, Doutor - mchaves@esenfc.pt

Redação do manuscrito, revisão e aprovação da versão final

 

7 – Marcelo Medeiros

Enfermeiro, Doutor - marcelo@ufg.br

Redação do manuscrito, revisão e aprovação da versão final

 

8 - Cristianne Maria Famer Rocha

Professora, Doutora em Educação - cristianne.rocha@ufrgs.br

Redação do manuscrito, revisão e aprovação da versão final

 

 

Editora Científica Chefe: Cristiane Cardoso de Paula

Editora Científica: Tânia Solange Bosi de Souza Magnago

 

Como citar este artigo

Zanchetta MS, Gouveia MTO, Primo CC, Baixinho CRSL, Carvalho JCM, Chaves MCRF, Medeiros M, Rocha CMF. Internationalization to increase the production of knowledge in nursing: a reflection study. Rev. Enferm. UFSM. 2023 [Access at: Year Month Day]; vol.13, e16: 1-16. DOI: https://doi.org/10.5902/2179769272237