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Rev. Enferm. UFSM, v.12, e27, p.1-10, 2022

https://doi.org/10.5902/2179769269588

ISSN 2179-7692

Submissão: 15/03/2022 • Aprovação: 10/05/2022 • Publicação: 12/07/2022

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Introdução. 3

Método. 4

Resultados. 5

Discussão. 7

Conclusão. 9

Referências. 9

 

Relato de Experiência

Ações educativas com adolescentes sobre a prevenção da COVID-19: relato de experiência

Educational activities about COVID-19 prevention with adolescents: experience report

Acciones educativas sobre prevención de la COVID-19 con adolescentes: relato de experiencia

 

Renata de Moura BubaduéIÍcone

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Carla Chiste Tomazoli SantosIÍcone

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Andressa da SilveiraIIÍcone

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Leonardo Bigolin JantschIIÍcone

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Cristilene Akiko KimuraIÍcone

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I Faculdade de Ciências e Educação Sena Aires (FACESA), Valparaíso de Goiás, Goiás, Brasil

II Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Palmeira das Missões, Rio Grande do Sul, Brasil

 

 

Resumo

Objetivo: descrever a experiência acadêmica na realização de ações educativas, com adolescentes sobre a prevenção da COVID-19. Método: relato de experiência sobre as práticas de educação em saúde realizadas com 334 adolescentes, divididos em 15 turmas, estudantes da rede municipal de ensino no município de Valparaíso de Goiás. As atividades foram desenvolvidas, em março de 2020, utilizando o referencial metodológico do círculo de cultura, mediadas por estudantes de enfermagem e fisioterapia. Resultados: as ações educativas tiveram como referencial os círculos de cultura de Paulo Freire e a problematização, a fim de que os adolescentes pudessem transitar da consciência ingênua para a consciência crítica, sobre prevenção e cuidado a respeito da COVID-19. Conclusão: ações educativas, com círculo de cultura freireano, são essenciais para fortalecer a troca e construção de saberes mediados pelos conhecimentos científicos que podem desmistificar tabus, amenizar as dúvidas e gerar possibilidades para a promoção da saúde e cuidado.

Descritores: Educação em Saúde; Saúde do Adolescente; COVID-19; Serviços de Saúde Escolar; Autocuidado

 

Abstract

Aim: to describe the academic experience on developing educational actions about COVID-19 prevention with adolescents. Method: experience report about health education practices developed with 334 adolescents, divided in 15 groups, who study in the public education system in Valparaíso de Goiás. Actions were developed, in March 2020, using the theoretical framework of culture circles, mediated by nursing and physiotherapy students. Results: educational actions were developed through Freire’s culture circles and the problematization, to assist adolescents to transit from naive conscience to critical conscience, about COVID-19 prevention and care. Conclusion: educational actions, with a Freirean culture circle, are essential to strengthen the exchange and construction of knowledge mediated by scientific knowledge that can demystify taboos, alleviate doubts, and generate possibilities for health promotion and care.

Descriptors: Health Education; Adolescent Health; COVID-19; School Health Services; Self Care

 

Resumen

Objetivo: describir la experiencia académica en el desarrollo de acciones educativas sobre la prevención de la COVID-19 con adolescentes. Método: relato de experiencia sobre prácticas de educación en salud desarrollada con 334 adolescentes, divididos en 15 grupos, que estudian en el sistema de educación pública de Valparaíso de Goiás. Las acciones fueron desarrolladas, en marzo de 2020, utilizando el referencial teórico de los círculos de cultura, mediados por estudiantes de enfermería y fisioterapia. Resultados: se desarrollaron acciones educativas a través de los círculos de cultura de Freire y la problematización, para ayudar a los adolescentes a transitar de la conciencia ingenua a la conciencia crítica, sobre la prevención y atención de la COVID-19. Conclusión: las acciones educativas, con círculo de cultura freireana, son fundamentales para fortalecer el intercambio y la construcción de saberes mediados por saberes científicos que puedan desmitificar tabúes, disipar dudas y generar posibilidades de promoción y cuidado de la salud.

Descriptores: Educación en Salud; Salud del Adolescente; COVID-19; Servicios de Salud Escolar; Autocuidado

 

Introdução

Em 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que o mundo enfrentava uma pandemia por COVID-19, causada pelo vírus SARS-Cov-2.1 Até nove de abril 2022, registraram-se 2.840 casos da doença no Brasil, na faixa etária de seis a 19 anos, apresentados apenas em relação à manifestação da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) hospitalizados.2 Diante disso, é importante ressaltar que os dados oficiais apresentados no Boletim Epidemiológico não representam o panorama da infecção da COVID-19 em adolescentes, pois não consta registro de casos leves e moderados e há a incorporação da faixa etária da idade escolar (6 a 12 anos) no relatório. No entanto, a COVID-19 pode acometer todas as faixas etárias.

Estudos que relacionam a adolescência e a COVID-19 centram-se em características epidemiológicas acerca dos adolescentes frente às medidas de prevenção da infecção por SARS-Cov-2 e questões de saúde mental devido ao distanciamento social. Pesquisadores evidenciaram que adolescentes estão mais susceptíveis a interromperem as medidas de prevenção e a manutenção de atividades sociais que envolvem estudos, viagens e turismo, o que favorece a disseminação do vírus e o surgimento de novas mutações.3-6

Além disso, os índices de complicações ainda são menores, se comparados aos adultos, fortalecendo a tese de que os casos de pessoas assintomáticas são maiores nesta faixa etária. Com isso, os adolescentes podem compor um grupo de pessoas com maior potencial de infectar seus familiares por não apresentar o quadro clínico típico da doença e, consequentemente, manter sua rotina de contato e socialização sem as devidas medidas de prevenção.3,6

Reconhece-se que as principais fontes de informação sobre o primeiro surto de pandemia de COVID-19 no mundo foram mediadas pela televisão, a imprensa eletrônica e os sites de notícias, as redes sociais tiveram aceitação limitada como fontes de informação no COVID-19, as pessoas consideram que as informações sobre o COVID-19 devem ser fornecidas por fontes oficiais e que houve uma preocupação generalizada com o fenômeno das notícias falsas referentes a doença.7 Nessa perspectiva, são necessárias práticas de educação em saúde que possibilitem a sensibilização do adolescente às medidas autocuidado, sua família e inter-relações sociais, vinculadas à infecção pela SARS-CoV-2. Autocuidado considerado como cuidado para consigo mesmo quando doente ou tomada de ações e adoção de comportamentos positivos para prevenção de doenças.

Diante deste perfil epidemiológico emergente e formação integral por meio de ações de promoção, prevenção e atenção em saúde, preconizada no Programa Saúde na Escola (PSE).8 Objetiva-se descrever a experiência acadêmica na realização de ações educativas, com adolescentes sobre a prevenção da COVID-19. 

 

Método

Trata-se de um relato de experiência sobre ações educativas realizadas com adolescentes entre 14 e 17 anos de idade, vinculados à rede municipal de ensino de Valparaíso de Goiás, Brasil.  A atividade foi desenvolvida no dia 16 de março de 2020, data de publicação de um decreto com diretrizes para o fechamento de estabelecimentos de ensino, a partir do dia seguinte.9

As ações educativas integram o Projeto de Extensão “Atenção à Saúde na Escola”, coordenado pela primeira autora. A proposição de extensão objetiva: a) desenvolver ações de prevenção, promoção e acompanhamento à saúde de crianças e adolescentes inscritas na rede pública de ensino; b) disseminar conhecimento científico de saúde entre a população infanto-juvenil; e c) oferecer um espaço de ensino e aprendizado para estudantes de graduação da instituição de ensino à qual são vinculados.

Para fins de organização das ações educativas com os adolescentes escolares utilizou-se pedagogia dialógica de Paulo Freire em que o conhecimento é construído no grupo por meio do compartilhamento de experiências. Nesta perspectiva, objetiva-se a reflexão e a transição da consciência ingênua para a consciência crítica, contribuindo para a emancipação do educando.10-13

A escola que foi cenário deste relato de experiência está localizada em uma região de alta vulnerabilidade social, sendo a renda média da população de dois salários-mínimos, 11,2% da população ocupada e índice de desenvolvimento humano igual a 0,746. Esse contexto é relevante para a pedagogia dialógica, uma vez que a experiência do indivíduo ocorre em um meio, onde o educando é influenciado, mas também pode influenciar e promover a transformação.14

Participaram como mediadores dos encontros, 15 graduandos do departamento de ciências da saúde dos cursos de graduação em Fisioterapia e Enfermagem, cujo preparo para implementar a abordagem freiriana ocorreu ao longo de sua participação no projeto no curso de um semestre. Já a capacitação do tema se deu em uma manhã em um encontro mediado pelas duas coordenadoras da atividade. A seleção dos estudantes ocorreu a partir da aprovação nas unidades curriculares de Pediatria dos referidos cursos, sendo aberta a todos que se apresentavam disponíveis e motivados a participar da atividade.  

 Os estudantes foram mediadores do diálogo científico acerca da prevenção e cuidados da COVID-19, sob orientação de uma docente de Enfermagem e outra de Fisioterapia. Os estudantes foram distribuídos em grupos de três pessoas e mediaram diálogo com 15 turmas de adolescentes. Cada turma era composta por 22 estudantes em média, totalizando 334 participantes. As rodas de conversa duraram, em média, 29 minutos cada, sendo a de menor tempo 21 minutos e a de maior 37 minutos.

A realização dos encontros ocorreu na própria sala e no último dia de aula presencial no município. Munidos de recursos visuais estáticos (cartazes), produzidos por estudantes e professores, os cinco trios de estudantes de graduação mediaram uma conversa informal com três turmas de 21 a 24 adolescentes de 14 a 17 anos de idade, seguindo a lógica dialógica dos círculos de cultura de Paulo Freire e a problematização, a fim de que os adolescentes pudessem transitar da consciência ingênua para a consciência crítica sobre prevenção e cuidado a respeito da COVID-19, cujas quatro etapas estão descritas nos resultados.

 

Resultados

As intervenções educativas foram realizadas em quatro momentos, cuja abordagem dialógica freiriana ofereceu mobilidade e liberdade para os estudantes direcionarem a discussão. No primeiro momento, houve a apresentação de estudantes de enfermagem e fisioterapia como pessoas interessadas na área da saúde e dos adolescentes, que compartilharam seus interesses e perspectivas para o futuro. Esse tipo de linguagem e conversa foram escolhidos para tentar estabelecer um vínculo de confiança com os estudantes, tendo em vista que o tempo de preparo e execução da atividade foi curto em decorrência do contexto situacional emergente, de pandemia.

Por se tratar de um projeto de extensão contínuo, cujas atividades antecedem o dia das ações, os adolescentes tinham conhecimento da faculdade a qual estava vinculado e isso adicionou familiaridade ao processo, estabelecido pelos extensionistas, o que favoreceu a constituição do vínculo, sendo facilitador para a implementação da atividade.

Nesse sentido, os estudantes selecionados para a atividade já estavam em contínuo encontros de educação em saúde e da importância da prática baseada em evidência/conhecimento científico. Com isso, o processo de educação em saúde ocorreu com poucos recursos visuais, sendo os cartazes utilizados somente como divulgação de informação em plano de fundo a partir do segundo momento.

Nele, os estudantes questionaram os adolescentes acerca de seu conhecimento sobre a COVID-19. Nesta etapa, ocorreu o estadiamento do conhecimento e a identificação dos principais pontos a serem discutidos no grupo. Emergiram, no grupo, os seguintes temas: diferença entre o SARS-CoV-2 e a COVID-19, convívio com pessoas dentro do grupo de risco da COVID-19 e medidas de prevenção que poderiam ser tomadas pelos adolescentes no contexto da época.

No primeiro tema, alguns adolescentes se referiram ao vírus COVID-19, confundindo a doença com o agente etiológico. Já o segundo tema se deu por meio da compreensão de que apenas as pessoas do grupo de risco estavam susceptíveis à doença. E o terceiro tema demonstrou que os adolescentes compreendiam as recomendações para controle da pandemia, sendo o isolamento social, a lavagem das mãos e o uso de álcool gel destacados pelos participantes das ações. Naquela época, o uso de máscaras ainda não era popularizado enquanto informação de prevenção de saúde, por se tratar dos primeiros dias de pandemia, quando os primeiros casos foram identificados no sudeste do Brasil.

O terceiro momento consistiu na discussão dos pontos supracitados. O primeiro ponto abordado foi acerca da diferença entre o vírus e a doença, fazendo um comparativo histórico com o vírus da imunodeficiência humana (HIV) e a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS). Utilizar de um exemplo conhecido facilitou a compreensão dos adolescentes sobre o agente causador e a doença em si, pois eles já haviam tido contato com o conteúdo na disciplina de biologia. Resgatá-lo fez com que eles acessassem a memória latente e construíssem a informação sobre a doença da atualidade.

 A fim de continuar a discussão dos temas, os adolescentes relataram ter conhecimento acerca dos grupos de risco para complicações da COVID-19 e da responsabilidade que têm com sua família no que tange a não infecção de seus entes queridos. O segundo e terceiro temas foram discutidos concomitantemente pois foi a partir dessa responsabilização que os adolescentes levantaram questões sobre a prevenção. Os adolescentes trouxeram informações adquiridas nas redes sociais e na imprensa, reforçando a importância do distanciamento social, higienização das mãos e uso de máscara e a sua responsabilidade de cumpri-las para não colocar em risco a vida daqueles que os cercam.

No quarto momento, os mediadores das oficinas retomaram os temas discutidos, definiram/construíram concepções teóricas científicas para/no grupo, reforçaram a importância desses conhecimentos para sua aplicação prática durante o momento de pandemia que se iniciava e o grupo se despediu. Nesta etapa, os adolescentes verbalizaram ao final das ações educativas sobre a relevância desse momento de troca de saberes que fortaleceu para maior autonomia sobre cuidados ainda desconhecidos por eles no momento pandêmico.

Apesar dos conteúdos abordados irem além das medidas preventivas (lavagem das mãos, distanciamento social e uso de máscaras), incorporando aspectos do cuidado e processo de saúde doença (diferença entre vírus e doença, sinais e sintomas, o agir mediante à infecção, o cuidado com o outro), compreende-se que o compartilhamento de informações teve como fim o conhecimento para a prevenção.

 

Discussão

Discutir um contexto novo e de risco sanitário é necessário, especialmente a população de adolescentes e jovens. Estudos apontam que práticas educativas em saúde são cruciais para responder a crises de saúde pública como a pandemia COVID-19. A quantidade de informações na era digital contemporânea, muitas vezes, está além da capacidade de uma pessoa compreendê-las em sua totalidade. Quanto menor a idade, maior o consumo de notícias e conteúdo via internet e redes sociais e é nesse contexto que adolescentes e crianças se tornam vulneráveis, visto a quantidade de dados falsos circulando nas redes.7

Em contraponto a enxurrada de informações digitais a escola e os grupos tornam-se possibilidades de inserção de práticas educacionais em saúde presenciais, efetivas e de fonte segura para os alunos. O uso de grupos para promover a educação em saúde com adolescentes é uma abordagem efetiva que fomenta a multiplicação de conhecimento entre pares, por meio do protagonismo juvenil em assuntos que tangem sua saúde. Nas escolas, esse tipo de abordagem pode favorecer o encontro da Enfermagem com esse público e engajá-los em atividades de promoção em saúde.15-16

Estabelecer vínculo com o adolescente é fundamental para a efetividade da ação de educação em saúde. A presença dos professores conhecidos pelos adolescentes, o uso da linguagem coloquial com gírias e humor, e o método de mediação de informação são fatores que interferem na forma como os adolescentes se conectam com profissionais de saúde. A construção da confiança na relação entre esses públicos permeia diversos fatores, incluindo o uso de mídias e dispositivos durante o encontro. O uso de livros e aparelhos celulares durante as trocas de informações interferem negativamente no estabelecimento de vínculo com profissionais de saúde pois é ressignificado como insegurança.17-19  

Nesse sentido, a opção pela abordagem freiriana sem dispositivos mediadores de educação e a familiaridade dos adolescentes com a instituição proponente do projeto contribuíram para a execução das oficinas. Na perspectiva freiriana, conhecer a realidade e o contexto dos educandos é fundamental para que ele faça sentido da realidade para libertar-se. A troca e o compartilhamento de experiências e informações entre educando-educador se dá em um processo que possibilita a construção de um conhecimento que faça sentido ao educando. Assim, este passa a ser não só um agente que recebe informação domesticadora, mas também alguém que constrói informação libertadora.17-18

Reconhece-se que devido às medidas sanitárias, a abordagem presencial foi única, para o grupo de adolescentes, no entanto, estudo internacional aponta que tanto intervenções mais curta, concentrada e direcionada, baseada em fatos, quanto uma intervenção mais longa, fornecendo os mesmos fatos mais a explicação dos conceitos científicos subjacentes, melhoraram o conhecimento relacionado ao COVID-19.20

Como limitações, destaca-se a impossibilidade de oferecer citações diretas das falas dos adolescentes, uma vez que essa ação está vinculada uma atividade extensionista, todavia, as proposições de extensão aproximam as práticas de ensino da realidade da população, favorecendo o ensino e as possibilidades de desenvolver o cuidado a partir da realidade dos participantes. Ademais, ressalta-se o curto período entre organização e implementação da atividade e a impossibilidade de dar continuidade da mesma em outras escolas, uma vez que essa foi desenvolvida no último dia de atividade letiva presencial antes da implementação do ensino remoto devido à pandemia da COVID-19.  

A abordagem freiriana, aplicada com adolescentes em escolas, para a prevenção da COVID-19 e promoção de saúde contribui para que a Enfermagem valorize o protagonismo dessa população, cuja vulnerabilidade se apresenta pelos escassos encontros nos serviços de saúde. Partir do conhecimento adquirido e construído pelos adolescentes favorece o processo de ensino-aprendizagem para contribuir com a sofisticação da consciência que, gradativamente, pode ir da consciência ingênua à crítica.

 

Conclusão

As ações educativas com adolescentes são essenciais para fortalecer a troca de saberes mediados pelos conhecimentos científicos que podem desmistificar tabus, amenizar as dúvidas e gerar possibilidades para a promoção da saúde e cuidado. No contexto da pandemia, em meio às diversas informações, que nem sempre são factíveis, transitar do conhecimento ingênuo e incerto sobre práticas de prevenção da COVID-19 para um conhecimento refletido e compartilhado, contribuiu para o empoderamento com vistas no autocuidado, cujas atitudes culminam, também, no cuidado do outro.  Adquirir informações de saúde pautadas na evidência científica inicia um processo de conscientização, para a mudança da realidade que o sujeito se encontra. Nesse sentido, trabalhar com os adolescentes a perspectiva do cuidado preventivo durante a pandemia favorece transição da consciência ingênua para a consciência crítica no que tange a infeção pela COVID-19. 

 

Referências

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Contribuições de Autoria

 

1 – Renata de Moura Bubadué

Enfermeira, Doutora em Enfermagem - E-mail: renatabubadue@gmail.com

Concepção e desenvolvimento da pesquisa e redação do manuscrito, revisão e aprovação da versão final.

 

2 – Carla Chiste Tomazoli Santos

Fisioterapeuta, Mestre em Ciências - E-mail:  carlachiste@senaaires.com.br

Concepção e desenvolvimento da pesquisa e redação do manuscrito, revisão e aprovação da versão final.

 

3 – Andressa da Silveira

Enfermeira, Doutora em Enfermagem - E-mail:  andressadasilveira@gmail.com

Redação do manuscrito, revisão e aprovação da versão final.

 

4 – Leonardo Bigolin Jantsch

Enfermeiro, Doutor em Enfermagem - E-mail: leo_jantsch@hotmail.com

Redação do manuscrito, revisão e aprovação da versão final.

 

5 – Cristilene Akiko Kimura

Enfermeira, Doutora em Enfermagem - E-mail:  cris.akiko7@gmail.com

Redação do manuscrito, revisão e aprovação da versão final.

 

 

Editora Científica Chefe: Cristiane Cardoso de Paula

Editora Científica: Tânia Solange Bosi de Souza Magnago

 

Como citar este artigo

Bubadué RM, Santos CCT, Silveira A, Jantsch LB, Kimura CA. Educational activities about COVID-19 prevention with adolescents: experience report. Rev. Enferm. UFSM. 2022 [Cited: Year Month Day]; vol.12 e27: 1-10. DOI: https://doi.org/10.5902/2179769269588