Desenho de rosto de pessoa visto de perto

Descrição gerada automaticamente com confiança média

Rev. Enferm. UFSM, v.12, e42, p.1-16, 2022

https://doi.org/10.5902/2179769268599

ISSN 2179-7692

Submissão: 23/11/2021 • Aprovação: 21/06/2022 • Publicação: 31/08/ 2022

Tela de computador com texto preto sobre fundo branco

Descrição gerada automaticamente com confiança média

Introdução. 1

Método. 1

Resultados. 1

Pré-operatório imediato. 1

Discussão. 1

Conclusão. 1

Referências. 1

 

Artigo original

Análise das variáveis perioperatórias e sua relação com as complicações em Sala de Recuperação Pós-Anestésica*

Analysis of perioperative variables and their relationship with complications in the Post-Anesthetic Care Unit*

Análisis de variables perioperatorias y su relación con complicaciones en la Unidad de Cuidados Postanestésicos*

 

 

Thaise Loyanne Felix DiasIÍcone

Descrição gerada automaticamente

Célio Melo dos AnjosIIÍcone

Descrição gerada automaticamente

 Joanlise Marco Leon de AndradeIÍcone

Descrição gerada automaticamente

Mani Indiana FunezIÍcone

Descrição gerada automaticamente

 

I Universidade de Brasília, Brasília, DF, Brasil

II Secretaria do Estado de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), Brasília, DF, Brasil

 

 

* Extraído da dissertação “Estudo das complicações em sala de recuperação pós-anestésica e suas relações com fatores pré, intra e pós-operatórios”, Programa de Pós-Graduação em Ciências e Tecnologias em Saúde, Universidade de Brasília, 2020.

 

 

Resumo

Objetivo: analisar as frequências das complicações em Sala de Recuperação Pós-Anestésica (SRPA) por especialidades cirúrgicas e sua associação com variáveis pré, intra e pós-operatórias imediatas. Método: estudo transversal, com 98 pacientes. Utilizaram-se dados perioperatórios, coletados por meio de entrevista, exame físico e prontuário eletrônico; e análises descritivas, bivariadas e regressão logística. Resultados: hipotermia foi mais frequente nas cirurgias geral e ginecológica em mulheres, sendo associada às anestesias geral ou raquidiana e ao posicionamento litotômico (p<0,05). Náuseas em cirurgias gerais e ginecológicas (p=0,05), e vômitos nas gerais (p=0,01). Dor nas cirurgias gerais, associada à anestesia geral e à prescrição de analgésicos no intraoperatório (p<0,05). Cirurgia geral aumenta 3,5 vezes as chances de dor em SRPA (p=0,01). Conclusão: encontrou-se maior frequência de hipotermia, dor e náuseas/vômitos, associadas às especialidades ginecológica e geral, ao sexo feminino, posicionamento cirúrgico litotômico, à prescrição de analgésicos no intraoperatório e às anestesias raquidiana e geral.

Descritores: Período de Recuperação da Anestesia; Procedimentos Cirúrgicos Operatórios; Período Pós-Operatório; Complicações Pós-Operatórias; Enfermagem Perioperatória

 

Abstract

Objective: to analyze the frequencies of complications in the Post-Anesthetic Care Unit (PACU) by surgical specialties and their association with pre-, intra- and immediate postoperative variables. Method: cross-sectional study with 98 patients. Perioperative data were used, collected through interviews, physical examination and electronic medical records; and descriptive, bivariate and logistic regression analyses. Results: hypothermia was more frequent in general and gynecological surgeries in women, being associated with general or spinal anesthesia and lithotomy positioning (p<0.05); nausea in general and gynecological surgeries (p=0.05), and vomiting in general (p=0.01); pain in general surgeries, associated with general anesthesia and intraoperative prescription of analgesics (p<0.05). General surgery increased the chances of pain in the PACU by 3.5 times (p=0.01). Conclusion: there was a higher frequency of hypothermia, pain and nausea/vomiting associated with gynecological and general specialties, female sex, lithotomy surgical position, intraoperative analgesic prescription and spinal and general anesthesia.

Descriptors: Anesthesia Recovery Period; Operative Surgical Procedures; Postoperative period; Postoperative Complications; Perioperative Nursing

 

Resumen

Objetivo: analizar las frecuencias de las complicaciones en la Unidad de Cuidados Post Anestésicos (UCPA) por especialidades quirúrgicas y su asociación con variables pre, intra y postoperatorias inmediatas. Método: estudio transversal con 98 pacientes. Se utilizaron datos perioperatorios, recolectados a través de entrevistas, examen físico y prontuario electrónico; y análisis de regresión descriptiva, bivariada y logística. Resultados: la hipotermia fue más frecuente en cirugías generales y ginecológicas en mujeres, asociándose a anestesia general o espinal y posicionamiento litotómico (p<0.05). Náuseas en general y cirugías ginecológicas (p=0.05), y vómitos en general (p=0.01). Dolor en cirugías generales, asociado a anestesia general y prescripción intraoperatoria de analgésicos (p<0.05). La cirugía general aumenta las posibilidades de dolor en la UCPA 3.5 veces (p=0.01). Conclusión: hubo mayor frecuencia de hipotermia, dolor y náuseas/vómitos, asociados a especialidades ginecológicas y generales, sexo femenino, posicionamiento quirúrgico litotómico, prescripción analgésica intraoperatoria y anestesia raquídea y general.

Descriptores: Período de Recuperación Anestésica; Procedimientos Quirúrgicos Operatorios; Período Postoperatorio; Complicaciones Postoperatorias; Enfermería Perioperatoria

 

Introdução

O período perioperatório é o intervalo que compreende as etapas de pré-operatório imediato, transoperatório, intraoperatório, recuperação anestésica e pós-operatório imediato.1 O pré-operatório imediato consiste nas 24 horas que antecedem a cirurgia. O período transoperatório ocorre desde a entrada do paciente ao Centro Cirúrgico (CC) até a saída da Sala Operatória (SO).1 Por sua vez, o intraoperatório ocorre desde a entrada até a saída da SO. O período pós-operatório imediato abrange as primeiras 24 horas após a cirurgia.1

 A recuperação anestésica ocorre dentro do período pós-operatório imediato e se dá em uma área do CC denominada Sala de Recuperação Pós-Anestésica (SRPA), a qual tem como objetivo proporcionar condições para a recuperação de consciência e estabilidade de sinais vitais de pacientes submetidos a procedimentos anestésico-cirúrgicos.1

Do ponto de vista de complicações, a etapa de recuperação pós-anestésica é considerada crítica, sendo que estas podem afetar dramaticamente a recuperação dos pacientes e aumentar o tempo de internação, influenciando no fluxo do centro cirúrgico.2-3

Desta forma, o cuidado ao paciente em recuperação anestésica envolve prevenção e assistência imediata de complicações, sendo este um dos objetivos da equipe de Enfermagem que atua em SRPA.1 Para isso, é fundamental a identificação de riscos, estabelecimento de protocolos de segurança do paciente, otimização de resultados cirúrgicos e promoção de aceleração do processo de recuperação pós-operatória.3-4

As complicações que ocorrem em SRPA têm diversos fatores relacionados, cujo conhecimento auxilia na identificação de riscos.5 Dentre estes, encontra-se a especialidade cirúrgica,6 a qual pode auxiliar na identificação do perfil clínico em procedimentos aos quais os pacientes estão expostos. A partir da análise de dados secundários, é descrita uma relação com maiores taxas de complicações para as especialidades geral, ginecológica e ortopédica.7 Porém, não há análise dos riscos relacionados na literatura.

Neste cenário, há estudos que abordam as complicações em SRPA,5–8 porém, nos últimos 10 anos, não houve publicações crescentes na temática.7 Assim, o presente estudo propôs-se a realizar uma análise envolvendo dados primários, identificando as relações entre o conjunto de possíveis complicações, considerando variáveis inerentes aos pacientes e procedimentos anestésicos-cirúrgicos, dentre eles a especialidade cirúrgica. 

Em virtude de altas taxas de complicações em SRPA e ausência de publicações recentes na temática,1,7 é importante a realização de estudos primários que forneçam evidências científicas para fundamentar a prática clínica, subsidiando a identificação do perfil de pacientes com maior risco entre as especialidades cirúrgicas e, consequentemente, prevenir complicações.

O objetivo deste estudo foi analisar as frequências das complicações em SRPA por especialidades cirúrgicas e sua associação com variáveis pré, intra e pós-operatórias imediatas.

 

Método

Trata-se de um estudo observacional, transversal e exploratório, realizado na SRPA de um hospital vinculado ao Sistema de Único de Saúde Brasileiro, localizado em periferia urbana do Distrito Federal (DF).

A amostragem foi não probabilística, sendo constituída de 98 pacientes. A seleção ocorreu no período pré-operatório e por critério de conveniência, consistindo em abordar todos os pacientes elegíveis para a pesquisa em datas previamente estabelecidas e definidas de acordo com a dinâmica do serviço onde a pesquisa foi realizada e a agenda da pesquisadora que coletou os dados. Foram incluídos indivíduos submetidos a procedimento cirúrgico eletivo de ambos os sexos, com idade ≥18 anos, internados na SRPA. Foram excluídos aqueles sem condições de responder por si no pré-operatório, que vieram a óbito no intraoperatório e/ou submetidos à anestesia local. 

Os pacientes deste estudo foram alocados em grupos, sendo correspondentes às especialidades cirúrgicas: geral, ortopédica e ginecológica. A escolha de tais especialidades deveu-se à sua importância para a temática estudada. Tais especialidades compõem não só o perfil de cirurgias mais frequentemente realizadas e com maiores taxas de complicações no local de estudo, mas também em hospitais gerais no Brasil.7

A coleta de dados foi realizada por um único pesquisador no período de abril de 2017 na fase de estudo-piloto, sendo posteriormente conduzida de setembro a novembro de 2018. Utilizou-se um instrumento estruturado com dados referentes aos momentos de: 1) pré-operatório imediato, 2) intraoperatório e 3) recuperação pós-anestésica. Posteriormente, para uma melhor análise, os dados foram alocados em variáveis pré, intra e pós-operatórias imediatas.

Na primeira etapa (pré-operatório imediato), foram coletadas informações sociodemográficas e clínicas pré-operatórias por meio do prontuário eletrônico e de entrevista com o paciente, sendo esta realizada na unidade de internação de clínica cirúrgica ou ortopédica. Tais informações subsidiaram a classificação da American Society of Anesthesiologists (ASA) e risco cardiovascular.1,9 Na etapa de intraoperatório, foram coletados dados a partir dos relatórios do procedimento cirúrgico, anestésico e de enfermagem descritos no prontuário eletrônico do paciente. 

Na etapa de recuperação pós-anestésica, foi realizada uma avaliação criteriosa dos pacientes pela pesquisadora responsável, com vistas à identificação de complicações em SRPA. Para isto, foram aferidos sinais vitais e realizado exame físico do paciente, respeitando-se os intervalos de 15 em 15 minutos na 1ª hora após a cirurgia, de 30 em 30 minutos na 2ª hora e de 1 em 1 hora na 3ª hora.1,10 Utilizou-se também a Escala de Sedação de Ramsey, o Índice de Aldrete e Kroulik (IAK) e a Escala Numérica de Dor.1,10

Foram considerados os seguintes parâmetros de normalidade: 1) Frequência cardíaca: de 60 a 100 batimentos por minutos;11 2) Pressão Arterial (PA): inalterada se variação inferior a 20% do nível pré-anestésico;1,10 3) Frequência respiratória: de 12 a 20 incursões por minuto;11 4) Saturação de Oxigênio:  valores ≥92% em ar ambiente;1 5) Temperatura: de 36ºC a 38°C.11

Os dados foram analisados nos programas Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) para Windows, versão 22.0 e The R Project for Statistical Computing (R), versão 3.6.1. Foi realizada análise descritiva das variáveis e utilizou-se do teste Shapiro-Wilk para testar a normalidade das variáveis. Assim, utilizaram-se testes não paramétricos. As variáveis categóricas foram expressas em porcentagens e valores absolutos. Para comparação entre os grupos, utilizou-se do teste de qui-quadrado e razão de verossimilhança. Razões de chances para a presença de complicações em SRPA foram analisadas por regressão logística. Em todas as análises, foi considerado um nível de significância estatística de 5%, com intervalo de confiança de 95%.

O estudo foi aprovado em Comitê de Ética em Pesquisa, sob parecer n.º 2.000.293. Todos os procedimentos da pesquisa respeitaram os preceitos da Declaração de Helsinki (2000), da Resolução n.º 466, de 12 de dezembro de 2012, e da Resolução n.º 516, de 3 de junho de 2016, do Conselho Nacional de Saúde do Brasil. A participação dos pacientes foi voluntária e todos os participantes foram incluídos na pesquisa após concordância e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

 

Resultados

A amostra foi composta por 98 pacientes de cirurgias eletivas distribuídos nos grupos: 1) Cirurgia ortopédica (42,8%, n=42), 2) Cirurgia geral (37,8%, n=37), 3) Cirurgia ginecológica (19,4%, n=19). Analisaram-se informações coletadas no pré-operatório imediato, intraoperatório e pós-operatório imediato (SRPA). 

 

Pré-operatório imediato

As variáveis pré-operatórias analisadas incluíram dados demográficos e clínicos (Tabela 1). Houve diferenças significativas entre as especialidades cirúrgicas na frequência das variáveis: sexo feminino, dislipidemia, uso de anticoagulantes e uso de benzodiazepínicos (p≤0,05).

 

Tabela 1 – Percentuais (frequências absolutas) e p-valores das variáveis demográficas e clínicas pré-operatórias dos pacientes distribuídos por especialidades cirúrgicas (n=98). Brasil, 2018.

Variáveis

Total (n=98)

Cirurgia ortopédica (n=42)

Cirurgia geral

(n=37)

Cirurgia ginecológica (n=19)

p-valor*

 

n(%)

n(%)

n(%)

n(%)

 

Sexo

 

 

 

 

 

Feminino (53)

53(54,1)

13(31,0)

21(56,8)

19(100,0)

<0,001

Faixa etária

 

 

 

 

 

18 - 39 anos

39(39,8)

17(40,5)

17(45,9)

5(26,3)

0,17

40 - 59 anos

41(41,8)

14(33,3)

15(40,5)

12(63,2)

 

>60 anos

18(18,4)

11(26,2)

5(13,5)

2(10,5)

 

Causas externas

33(33,7)

33(78,6)

-

-

§

Comorbidades

49(50,0)

18(42,9)

20(54,1)

11(57,9)

0,45

HAS||

27(27,6)

11(26,2)

9(24,3)

7(36,8)

0,59

DM II

16(16,3)

9(21,4)

4(10,8)

3(15,8)

0,43

Transtornos psiquiátricos

6(6,1)

2(4,8)

2(5,4)

2(10,5)

0,70

Dislipidemia

5(5,1)

-

3(8,1)

2(10,5)

0,05

DSOTC**

5(5,1)

3(7,1)

2(5,4)

-

0,31

Estilo de vida

 

 

 

 

 

Tabagismo

21(21,4)

11(26,2)

6(16,2)

4(21,1)

0,55

Tabagismo prévio

9(9,2)

3(7,1)

6(16,2)

-

0,05

Etilismo

14(14,3)

7(16,7)

6(16,2)

1(5,3)

0,38

Substâncias ilícitas

    5(5,1)

4(9,5)

1(2,7)

-

0,14

Classificação ASA††

 

 

 

 

 

I

32(32,7)

12(28,6)

12(32,4)

8(42,1)

 

II

42(42,9)

18(42,9)

17(45,9)

7(36,8)

0,83

III e IV

24(24,5)

12(28,6)

8(21,6)

4(21,1)

 

Histórico cirúrgico

39(39,8)

16(38,1)

13(35,1)

10(52,6)

0,42

Medicamentos

 

 

 

 

 

Analgésicos

12(12,2)

6(14,3)

5(13,5)

1(5,3)

0,52‡

Anticoagulantes

8(8,2)

7(16,7)

1(2,7)

-

0,01

Benzodiazepínicos

7(7,1)

1(2,4)

1(2,7)

5(26,3)

0,007

Antieméticos

6(6,1)

1(2,4)

4(10,8)

1(5,3)

0,28

Anti-hipertensivos

5(5,1)

3(7,1)

1(2,7)

1(5,3)

0,65

Opioides

4(4,1)

3(7,1)

1(2,7)

-

0,27

Antibacterianos

4(4,1)

4(9,5)

-

-

§

Antiulcerosos

4(4,1)

3(7,1)

1(2,7)

-

0,27

Antidiabéticos

2(2,0)

1(2,4)

1(2,7)

-

0,64

AINEs‡‡

2(2,0)

1(2,4)

1(2,7)

-

0,64

*Nível de significância (p<0,05); Teste Qui-quadrado; Teste Razão de Verossimilhança; §Não foi realizado teste estatístico porque todas as observações foram em uma única especialidade; ||HAS: Hipertensão Arterial Sistêmica; DM II: Diabetes Mellitus tipo II; **DSOTC: Doenças do Sistema Osteomuscular e Tecido Conjuntivo; ††ASA: American Society of Anesthesiologists; ‡‡AINEs: Anti-Inflamatórios Não-Esteroidais.

 

Intraoperatório

Quanto às variáveis intraoperatórias (Tabela 2), observaram-se diferenças significativas entre as especialidades cirúrgicas nas variáveis de: risco cardiovascular, posicionamento cirúrgico, tipo de anestésico, uso de benzodiazepínicos e relaxantes musculares adjuvantes à anestesia, medicamentos analgésicos não-opioides (dipirona), opioides e antiulcerosos administrados no intraoperatório (p≤0,05).

 

Tabela 2 – Percentuais (frequências absolutas) e p-valores das variáveis clínicas intraoperatórias dos pacientes distribuídos por especialidades cirúrgicas (n=98). Brasil, 2018.

Variáveis

Total (n=98)

Cirurgia ortopédica (n=42)

Cirurgia geral

(n=37)

Cirurgia ginecológica (n=19)

 p-valor*

 

n(%)

n(%)

n(%)

n(%)

 

Risco cardiovascular

Baixo

20(20,4)

4(9,5)

9(24,3)

7(36,8)

0,03†

Intermediário

78(79,6)

38(90,5)

28(75,7)

12(63,2)

 

Tempo cirúrgico

 

 

 

 

 

<60 min.

16(16,3)

7(16,7)

5(13,5)

4(21,1)

0,70†

60 – 120 min.

45(45,9)

20(47,6)

19(51,4)

6(31,6)

 

>120 min.

37(37,8)

15(35,7)

13(35,1)

9(47,4)

 

Posicionamento cirúrgico

Decúbito Dorsal

77(78,6)

37(88,1)

33(89,2)

7(36,8)

<0,001†

Litotômica

14(14,3)

-

2(5,4)

12(63,2)

 

Lateral

6(6,1)

5(11,9)

1(2,7)

-

 

Decúbito Ventral

1(1,0)

-

1(2,7)

-

 

Anestesia

 

 

 

 

 

Raquidiana

65(66,3)

32(76,2)

18(48,6)

15(78,9)

<0,001†

Geral

22(22,4)

2(4,8)

17(45,9)

3(15,8)

 

Bloqueio

7(7,1)

7(16,7)

-

-

 

Geral + Epidural

4(4,1)

1(2,4)

2(5,4)

1(5,3)

 

Adjuvantes

 

 

 

 

 

Opioides

77(79,4)

29(69,0)

31(86,1)

17(89,5)

0,08†

Benzodiazepínicos

61(64,2)

31(75,6)

15(42,9)

15(78,9)

0,004‡

Relax. Musc. §

21(22,1)

1(2,4)

18(51,4)

2(10,5)

<0,001†

Complicação

37(38,1)

17(41,5)

10(27,0)

10(52,6)

0,14‡

Sem registro

61(62,2)

25(59,5)

27(73,0)

9(47,4)

 

Hipotensão

34(34,7)

15(35,7)

10(27,0)

9(47,4)

0,21†

Hemorragia

3(3,1)

2(4,8)

-

1(5,3)

 

Medicamentos

 

 

 

 

 

Antieméticos

68(69,4)

30(71,4)

23(62,2)

15(78,9)

0,40‡

Antibacterianos

65(66,3)

31(73,8)

23(62,2)

11(57,9)

0,37‡

Corticosteroides

51(52,0)

21(50,0)

17(45,9)

13(68,4)

0,26‡

Analgésicos

46(46,9)

13(31,0)

24(64,9)

9(47,4)

0,01‡

AINEs||

41(41,8)

13(31,0)

21(56,8)

7(36,8)

0,06‡

Vasoconstritores

35(35,7)

15(35,7)

10(27,0)

10(52,6)

0,16‡

Opioides

20(20,4)

3(7,1)

15(40,5)

2(10,5)

0,001†

Antiulcerosos

6(6,1)

-

4(10,8)

2(10,5)

0,03†

Coagulantes

5(5,2)

5(12,25)

-

-

*Nível de significância (p≤0,05); †Teste Razão de Verossimilhança; Teste Qui-quadrado; §Relax. Musc.: Relaxantes Musculares; ||AINEs: Anti-Inflamatórios Não-Esteroidais; Não foi realizado teste estatístico porque todas as observações foram em uma única especialidade.

 

Pós-operatório imediato – SRPA

Como variáveis pós-operatórias (Tabela 3) analisadas na SRPA observou-se maior frequência das complicações: hipotermia (85,7%), hipotensão arterial (80%), taquipneia (53,1%), bradicardia (42,9%), dessaturação de oxigênio (37,8%) e dor (34,7%).

Houve diferenças significativas na prevalência de hipotermia, dor, náuseas e vômitos entre as especialidades cirúrgicas (p≤0,05).

Tabela 3 – Percentuais (frequências absolutas) e p-valores das complicações em Sala de Recuperação Pós-Anestésica apresentados nos pacientes distribuídos por especialidades cirúrgicas (n=98). Brasil, 2018.

Variáveis

Total (n=98)

Cirurgia ortopédica (n=42)

Cirurgia geral

(n=37)

Cirurgia ginecológica (n=19)

 p-valor*

 

n(%)

n(%)

n(%)

n(%)

 

Total de complicações

97(99,0)

41(97,6)

37(100,0)

19(100,0)

0,42

Cardiovasculares

88(89,8)

38(90,5)

32(86,5)

18(94,7)

0,59

Hipotensão

80(81,6)

35(83,3)

28(75,7)

17(89,5)

0,40

Bradicardia

42(42,9)

16(38,1)

16(43,2)

10(52,6)

0,56

Taquicardia

12(12,2)

6(14,3)

6(16,2)

-

0,06

Hipertensão

5(5,1)

3(7,1)

2(5,4)

-

0,31

Metabólicas

84(85,7)

32(76,2)

33(89,2)

19(100,0)

0,01

Hipotermia

84(85,7)

32(76,2)

33(89,2)

19(100,0)

0,01

Tremores

3(3,1)

-

3(8,1)

-

§

Respiratórias

64(65,3)

23(54,8)

27(73,0)

14(73,7)

0,16

Taquipneia

52(53,1)

21(50,0)

21(56,8)

10(52,6)

0,83

Dessaturação

37(37,8)

14(33,3)

14(37,8)

9(47,4)

0,58

Dispneia

2(2,0)

1(2,4)

1(2,7)

-

0,64

Obstrução de VAS||

1(1,0)

-

1(2,7)

-

§

Neurológicas

36(36,7)

9(21,4)

19(51,4)

8(42,1)

0,02

Dor

34(34,7)

9(21,4)

18(48,6)

7(36,8)

0,03

Nível consc. alterado

2(2,0)

-

1(2,7)

1(5,3)

0,28

Tonturas

2(2,0)

-

1(2,7)

1(5,3)

0,28

Gastrointestinais

11(11,2)

1(2,4)

6(16,2)

4(21,1)

0,03

Náuseas

10(10,2)

1(2,4)

6(16,2)

3(15,8)

0,05

Vômitos

6(6,1)

-

5(13,5)

1(5,3)

0,01

Distensão abdominal

2(2,0)

-

1(2,7)

1(5,3)

0,28

Musculares

1(1,0)

-

-

1(5,3)

§

Fraqueza

1(1,0)

-

-

1(5,3)

§

*Nível de significância (p≤0,05); Teste Razão de Verossimilhança; Teste Qui-quadrado; §Não foi realizado teste estatístico porque todas as observações foram em uma única especialidade; ||VAS: Vias Aéreas Superiores; Nível consc. alterado: Nível de consciência alterado.

 

A análise das razões de chances mostrou que ser submetido às cirurgias gerais aumenta 3,5 (IC: 1,3-9,6) vezes as chances de apresentar dor em SRPA (Tabela 4).

 

Tabela 4 – Razões de chances [intervalos de confiança] e p-valores determinados por análise de regressão logística das complicações em Sala de Recuperação Pós-Anestésica apresentadas nos pacientes distribuídos por especialidades cirúrgicas (cirurgia ortopédica como grupo de referência) (n=98). Brasil, 2018.

Variáveis/Complicações

Cirurgia geral

RC [IC]*

p-valor

Cirurgia ginecológica

RC [IC]*

p-valor

Cardiovasculares

0,7 [0,1-2,7]

0,6

1,9 [0,2-38,5]

0,6

Hipotensão

0,6 [0,2-1,9]

0,4

1,7 [0,4-12,2]

0,5

Bradicardia

1,2 [0,5-3,1]

0,6

1,8 [0,6-5,5]

0,3

Taquicardia

1,2 [0,3-4,1]

0,8

Hipertensão

0,7 [0,1-4,7]

0,7

Metabólicas

2 [0,6-7,03]

0,2

Hipotermia 

2,6 [0,8-10,2]

0,1

Tremores

Respiratórias

2,2 [0,9-5,9]

0,1

2,3 [0,7-8,2]

0,1

Taquipneia

1,3 [0,5-3,2]

0,5

1,1 [0,4-3,3]

0,8

Dessaturação

1,2 [0,5-3,1]

0,7

1,8 [0,6 -5,5]

0,3

Dispneia

1,1 [0,04-29,5]

0,9

Obstrução de VAS§

Neurológicas

3,9 [1,5-10,7]

0,006

2,7 [0,8-8,8]

0,1

Dor

3,5 [1,3-9,6]

0,01

2,1 [0,6-7,1]

0,2

Nível consc. alterado||

Tonturas

Gastrointestinais

7,9 [1,3-154]

0,06

10,9 [1,5-233,3]

0,03

Náuseas

7,9 [1,3-154]

0,06

7,7 [0,9-162]

0,08

Vômitos

Distensão Abdominal

Musculares

Fraqueza

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

*Razões de chances ajustadas; Nível de significância (p≤0,05); Não foi possível calcular as razões de chances, intervalos de confiança e p-valores; §VAS: Vias Aéreas Superiores; ||Nível consc. alterado: Nível de consciência alterado.

 

Discussão

Neste estudo, foram analisados dados primários coletados em SRPA de hospital da rede pública de saúde do DF. Encontraram-se relações estatisticamente significativas entre variáveis pré, intraoperatórias e complicações em SRPA, bem como nas chances de sua ocorrência, quando analisadas por especialidade cirúrgica.

Na literatura, encontram-se taxas de complicações em SRPA variando de 8,2 a 94,1%.6,12 A maior taxa encontrada nesta pesquisa de 99,1%  pode ser explicada pela utilização de dados primários e rigor nos parâmetros de avaliação adotados, os quais variam consideravelmente entre os estudos.

Hipotermia foi a complicação mais frequentemente encontrada, sendo descritas taxas de 27% a 94,1%.2,12 São fatores de risco para hipotermia: sexo feminino, tipo de cirurgia, posicionamento cirúrgico, baixa temperatura em sala operatória, infusão de líquidos e inalação de gases frios, transporte da sala operatória para a SRPA, anestesia geral e anestesia regional.1,5-6,10,12-13 Embora os valores encontrados neste estudo para cirurgia ortopédica não possam ser ignorados, maiores taxas foram observadas nas cirurgias gerais e ginecológicas, revelando a necessidade de atenção em SRPA para esta complicação em todas as especialidades com assistência imediata e adoção de medidas preventivas

A anestesia regional é mais frequentemente relatada para cirurgias ortopédicas e ginecológicas,1,14 assim como encontrado neste trabalho. A raquianestesia é descrita como fator de risco para hipotermia15 e pode ser a causa desta complicação para pacientes atendidos nestas especialidades. Esta técnica envolve maior tempo de duração do anestésico após a cirurgia, e com isso diminui-se o limiar de vasoconstrição cutânea, favorecendo a perda de calor, sendo este um importante mecanismo envolvido na termorregulação corpórea.12 O efeito dos anestésicos gerais é bem documentado como causa de hipotermia por suas ações centrais, o que explica a taxa encontrada para as cirurgias gerais.1,10 Assim, embora a anestesia geral tenha importância  para hipotermia,5 os dados apresentados neste estudo sugerem que deve-se incluir risco para hipotermia quando anestesia regional é utilizada, especialmente em pacientes do sexo feminino.

Decúbito dorsal é indicado para cirurgias abdominais, ortopédicas e ginecológicas, enquanto o litotômico primariamente para as ginecológicas,1 o que explica as diferenças encontradas neste estudo entre as especialidades. A posição litotômica em cirurgias ginecológicas está relacionada a um maior risco de hipotermia em SRPA.6Além disso, mulheres têm menor superfície corpórea e massa muscular, estando mais susceptíveis a perda de calor.12 No presente estudo, as especialidades ginecológica e geral apresentaram maiores taxas de hipotermia e maior frequência de sexo feminino, sugerindo esta relação.

São taxas de hipotensão arterial e bradicardia em SRPA: 4% a 63% e 8,2% a 18%, respectivamente.6,16 Neste estudo, adotaram-se valores de PA inferiores a 20% do nível pré-anestésico como critério para hipotensão.1,10 É importante observar que, quando este parâmetro não é adotado, a frequência de hipotensão reduz drasticamente, podendo não ser observada.6 Assim, evidencia-se seu impacto na prevalência desta complicação6,16 e a necessidade de uniformização, tanto em estudos quanto em registros clínicos

Os fatores de risco para hipotensão em SRPA incluem: perda sanguínea no intraoperatório, uso de anticoagulantes, efeito residual de anestésicos (tanto os gerais quanto os regionais), uso de analgésicos e antieméticos, além de reposição volêmica insuficiente.1,10,17  Neste estudo, o uso de anticoagulantes no pré-operatório imediato foi maior nas cirurgias ortopédicas. Estes fármacos são indicados para profilaxia de trombose venosa profunda e tromboembolismo pulmonar, que são condições associadas à frequente necessidade de restrição de movimentos no pré-operatório de cirurgias ortopédicas. Apesar das diferenças encontradas entre os tipos de cirurgia no uso de anticoagulante em pré-operatório, não houve diferenças estatísticas nas frequências das complicações intraoperatórias hipotensão e hemorragia entre as especialidades analisadas. Desta forma, para a população do estudo, o uso de anticoagulantes não influenciou na presença destas complicações.

Embora não tenha sido encontrada diferença significativa entre as especialidades quanto à prevalência das complicações cardiovasculares, pode-se especular que suas causas não sejam as mesmas, impactando no planejamento da assistência de enfermagem perioperatória. Para a ortopedia, a principal causa pode ser o maior risco cardiovascular encontrado. Por sua vez, para as cirurgias gerais e ginecológicas, as complicações podem estar associadas à maior frequência de mulheres, que tendem a apresentar níveis pressóricos mais baixos até os 50 anos,11 além da posição litotômica.1 O tipo de anestésico também pode estar relacionado às cirurgias gerais, tendo em vista que alterações hemodinâmicas são mais frequentes na anestesia geral do que na anestesia regional.17

Taquipneia em SRPA ocorre em taxas de 10,9 a 43,3%, sendo causada pelo acúmulo de dióxido de carbono que ocorre como consequência de tremores, excitação ao despertar da anestesia, dor e ansiedade.6,18 Também pode ocorrer como resposta fisiológica compensatória à hipotermia leve (32,2 a 35°C).19 Possui relação com a dessaturação de oxigênio,11,18 sendo esta última uma das complicações mais prevalentes na amostra deste estudo, um achado semelhante ao que consta na literatura, que aponta uma taxa aproximada de 17%.7 São variáveis que influenciam em sua presença: sexo feminino, idade superior a 55 anos, tabagismo, anestesia geral, ASA II e III, ação residual de opioides e tremores.8,12,20

Não foram encontradas diferenças significativas entre as especialidades quanto à prevalência de complicações respiratórias. Porém, para as especialidades cirúrgicas geral e ginecológica, tais complicações podem estar associadas à diminuição no metabolismo causada pela hipotermia, com maior frequência em mulheres. Além disso, para a especialidade cirúrgica geral, houve maior frequência de anestesia geral e uso de opioides no intraoperatório.

A dor em SRPA tem taxas que variam de 25,9 a 41%,14,21 sendo associada com sexo feminino, maior classificação ASA, níveis elevados de ansiedade, especialidade cirúrgica, tamanho de incisão, tipo de anestésico e tempo prolongado de cirurgia, dentre outros.1,22–24 O presente estudo encontrou relação e maiores chances de desenvolver dor em SRPA para pacientes da cirurgia geral quando comparados aos das especialidades ginecológica e ortopédica. Porém, há evidências desta relação também para as especialidades ortopédica,7 oncológica e traumatológica,24 bem como ausência de relação da dor ou de diferenças em sua intensidade entre as especialidades cirúrgicas.6 Considerando a especialidade cirúrgica, anestesia geral tem sido descrita como fator de risco independente e preditivo para dor em SRPA em indivíduos submetidos à cirurgia geral.22–24 Esta associação pode ser estabelecida, tendo em vista que os achados do presente estudo revelam maior frequência de anestesia geral e dor em SRPA na especialidade cirúrgica geral. Além disso, observam-se maior utilização de opioides e analgésicos no intraoperatório de cirurgias gerais, sendo esta uma medida profilática baseando-se nas evidências de que dor pós-operatória é uma das complicações esperadas de cirurgias abdominais.1,22

Apesar das menores frequências de complicações gastrointestinais, encontrou-se diferença significativa para a ocorrência de náuseas e vômitos na especialidade cirúrgica geral, e náuseas para a especialidade ginecológica. Dentre os fatores de risco presentes na amostra estudada, podem-se destacar cirurgia de cavidade abdominal, anestesia geral, sexo feminino e dor pós-operatória.3,10,17 Assim, evidencia-se a relação destas complicações com as especialidades cirúrgicas geral e ginecológica.

Além de seu impacto direto diminuindo o fluxo de pacientes e o número de atendimentos, e aumentando os custos ao sistema de saúde, as complicações em SRPA são indicadores de qualidade de assistência,1 mostrando sua relevância para o bem-estar, satisfação e segurança dos pacientes. Assim, diminuí-las e melhorar tais indicadores de qualidade são objetivos a serem alcançados pelos serviços de saúde. Uma das estratégias inclui a utilização de instrumentos que permitam a análise de risco para desenvolvê-las visando à sua prevenção.1,5,25 Portanto, o estabelecimento de sua frequência e associação com variáveis perioperatórias a partir evidências científicas pode instrumentalizar o planejamento da assistência de enfermagem perioperatória.

Como fatores limitantes deste estudo, podem-se citar o tamanho e o desenho da amostra, influenciados diretamente pela utilização de dados primários e pela opção de realizar a coleta por um único pesquisador, com o intuito de evitar viés. Devido às características do serviço onde a pesquisa foi realizada e ao cronograma estabelecido para a pesquisa, não foi possível analisar a influência de modalidades de cirurgias minimamente invasivas (abordagem por videolaparoscopia ou cirurgia robótica) nas complicações em SRPA. Também não foram incluídos pacientes de cirurgias de urgência e/ou emergência, pelo fato de apresentarem perfil cirúrgico marcadamente diverso.

 

Conclusão

Este estudo encontrou uma maior frequência das complicações hipotermia, dor e náuseas/vômitos para as especialidades ginecológica e geral. Além da especialidade cirúrgica, hipotermia foi associada ao sexo feminino, anestesias geral ou raquidiana e posicionamento cirúrgico litotômico. Da mesma forma, dor foi associada à anestesia geral e à prescrição de analgésicos no intraoperatório. A análise de regressão logística demonstrou 3,5 vezes mais chances de ocorrer dor em pacientes da cirurgia geral.

Os dados evidenciam a associação entre a especialidade cirúrgica, as variáveis perioperatórias e as complicações hipotermia, dor e náuseas/vômitos em SRPA. As evidências científicas encontradas no presente estudo podem auxiliar em abordagens assistenciais mais precisas sob o ponto de vista da identificação do perfil de pacientes com maior risco e proposição de ações de prevenção de complicações em SRPA.

 

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Fomento / Agradecimento: O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.  

 

Contribuições de Autoria

1 – Thaise Loyanne Felix Dias

Enfermeira, Mestre em Ciências - E-mail: thaise.loyanne@gmail.com

Contribuições: Concepção e desenvolvimento da pesquisa, redação do manuscrito, revisão e aprovação da versão final. 

 

2 – Célio Melo dos Anjos

Enfermeiro, Especialista em Centro Cirúrgico - E-mail:  celio.meloanjos@gmail.com

Contribuições: Desenvolvimento da pesquisa e aprovação da versão final. 

 

3 – Joanlise Marco de Leon Andrade

Estatística, Doutora e Mestre em Epidemiologia - E-mail:  joanlise@unb.br

Contribuições: Desenvolvimento da pesquisa e aprovação da versão final. 

 

4 – Mani Indiana Funez

Autor Correspondente

Enfermeira, Doutora e Mestre em Ciências Biológicas - E-mail:  mani@unb.br

Contribuições: Concepção e desenvolvimento da pesquisa, redação do manuscrito, revisão e aprovação da versão final.

 

 

Editora Científica: Tânia Solange Bosi de Souza Magnago

Editora Associada: Rosângela Marion da Silva

 

 

Como citar este artigo

Dias TLF, Anjos CM, Andrade JML, Funez MI. Analysis of perioperative variables and their relationship with complications in the Post-Anesthetic Care Unit. UFSM. 2022 [Accessed in: Year Month Day]; vol.12 e42: 1-16. DOI: https://doi.org/10.5902/2179769268599