Rev. Enferm. UFSM - REUFSM

Santa Maria, RS, v. 12, e2, p. 1-18, 2022

DOI: 10.5902/2179769264972

ISSN 2179-7692

 

Submissão: 27/03/2021    Aprovação: 27/07/2021    Publicação: 16/11/2021

Artigo Original

 

Aplicabilidade do Processo de Enfermagem na atenção hospitalar: interface com as melhores práticas

Applicability of the Nursing Process in hospital care: interface with best practices

Aplicabilidad del Proceso de Enfermería en la atención hospitalaria: interfaz con las mejores prácticas

 

 

Susane Karine Kerckoff MachadoI

Edlamar Kátia AdamyII

Fabiane PertilleIII

Carla ArgentaIV

Clarissa Bohrer da SilvaV

Carine VendruscoloVI

 

I Enfermeira. Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Chapecó, Santa Catarina, Brasil. E-mail: susanekerckoff@gmail.com, Orcid: https://orcid.org/0000-0003-4740-0717

II Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Docente Adjunta do Departamento de Enfermagem da UDESC na Graduação e no Mestrado Profissional em Enfermagem na Atenção Primária à Saúde (MPEAPS), Chapecó, Santa Catarina, Brasil. E-mail: edlamar.adamy@udesc.br, Orcid: https://orcid.org/0000-0002-8490-0334

III Enfermeira. Mestre em Biociências e Saúde. Docente do curso de Graduação em Enfermagem na UDESC, Chapecó, Santa Catarina, Brasil. E-mail: fabiane.pertille@udesc.br, Orcid: https://orcid.org/0000-0003-1178-2637

IV Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Docente Adjunta do Departamento de Enfermagem da UDESC na Graduação e no MPEAPS, Chapecó, Santa Catarina, Brasil. E-mail: carla.argenta@udesc.br, Orcid: http://orcid.org/0000-0002-9729-410X

V Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Docente Adjunta da UDESC, Chapecó, Santa Catarina, Brasil. E-mail: clarissa.bohrer@udesc.br, Orcid: https://orcid.org/0000-0002-1254-019X 

VI Enfermeira. Pós Doutora em Enfermagem. Docente Adjunta da UDESC. Vice coordenadora do MPEAPS, Chapecó, Santa Catarina, Brasil. E-mail: carine.vendruscolo@udesc.br, Orcid: https://orcid.org/0000-0002-5163-4789

 

Resumo: Objetivo: analisar a aplicabilidade do Processo de Enfermagem em interface com as melhores práticas. Método: estudo transversal, realizado com 146 enfermeiros(as), mediante questionário estruturado tipo survey, aplicado entre maio e setembro de 2019, analisado por estatística descritiva e inferencial. Resultados: dos 146 enfermeiros(as), 115 (78,8%) realizavam o Processo de Enfermagem, sendo que 73 (50%) aplicavam as cinco etapas do Processo de Enfermagem. Destes 115, prevaleceram as etapas de coleta de dados 110 (95,7%) e implementação do cuidado 104 (90,4%). Houve associação significativa entre a aplicação das etapas do Processo de Enfermagem com o uso de sistemas de informação e escalas de avaliação. Algumas etapas do Processo foram associadas ao uso de Sistemas de Linguagem Padronizada e teorias de enfermagem. Conclusão: o Processo de Enfermagem configura-se como estratégia para consolidar as melhores práticas, fundamentando as ações em evidências científicas e nas necessidades do indivíduo mediante expertise clínica e qualificação dos registros.

Descritores: Enfermagem; Processo de Enfermagem; Atenção Terciária à Saúde; Padrões de Prática em Enfermagem; Registros de Enfermagem

 

Abstract: Objective: to analyze the applicability of the Nursing Process in interface with best practices. Method: cross-sectional study, conducted with 146 nurses, using a structured survey questionnaire, applied between May and September 2019, analyzed by descriptive and inferential statistics. Results: of the 146 nurses, 115 (78.8%) performed the Nursing Process, and 73 (50%) applied the five steps of the Nursing Process. Of these 115 prevailed the steps of data collection 110 (95.7%) and implementation of care 104 (90.4%). There was a significant association between the application of the steps of the Nursing Process using information systems and evaluation scales. Some steps of the Process were associated with the use of Standardized Language Systems and nursing theories. Conclusion: the Nursing Process is configured as a strategy to consolidate the best practices, basing the actions on scientific evidence and on the needs of the individual through clinical expertise and qualification of the records.

Descriptors: Nursing; Nursing Process; Tertiary Healthcare; Practice Patterns, Nurses’; Nursing Records

 

Resumen: Objetivo: analizar la aplicabilidad del Proceso de Enfermería en interfaz con las mejores prácticas. Método: estudio transversal, realizado con 146 enfermeros, utilizando un cuestionario de encuesta estructurada, aplicado entre mayo y septiembre de 2019, analizado por estadística descriptiva e inferencial. Resultados: de los 146 enfermeros, 115 (78,8%) realizaron el Proceso de Enfermería, y 73 (50%) aplicaron las cinco etapas del Proceso de Enfermería. De esos 115, prevalecieron las etapas de recolección de datos 110 (95,7%) y la implementación de la atención 104 (90,4%). Hubo asociación significativa entre la aplicación de las etapas del Proceso de Enfermería con el uso de sistemas de información y escalas de evaluación. Algunas etapas del Proceso fueron asociadas con el uso de sistemas estandarizados del lenguaje y teorías de enfermería. Conclusión: el Proceso de Enfermería se configura como una estrategia para consolidar las mejores prácticas, basando las acciones en la evidencia científica y en las necesidades del individuo a través de la experiencia clínica y la calificación de los registros.

Descriptores: Enfermería; Proceso de Enfermería; Atención Terciaria de Salud; Pautas de la Práctica en Enfermería; Registros de Enfermería

 

 

Introdução

As melhores práticas em enfermagem visam a qualificação do desempenho e dos resultados nos serviços de saúde. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), elas compreendem uma técnica que pode ser utilizada para implementar soluções que conduzem a um determinado resultado que vai ao encontro das necessidades do paciente e que pode ser replicada em situações semelhantes.1 Numa ampliação conceitual, trata-se de um conjunto indissociável de teorias, técnicas, processos e atividades mais adequadas para realizar o cuidado em contextos e situações específicas mediante conhecimentos e recursos disponíveis e com base em evidências.2

A utilização do Processo de Enfermagem (PE) converge com o conceito de melhores práticas, pois é considerado um método com a finalidade de qualificar a assistência nos ambientes em que há cuidado de enfermagem. Trata-se de um instrumento metodológico estruturado em cinco etapas: coleta de dados, diagnóstico, planejamento, implementação e avaliação, que permitem o registro do cuidado prestado.3-4

 A organização do PE deve ser pautada em evidências científicas,5 de modo a fortalecer a prática baseada em evidências (PBE) e, por consequência, as melhores práticas. Entende-se a PBE como uma maneira de fomentar e estimular ações com base em resultados de pesquisas científicas. As melhores práticas, por sua vez, são formadas por uma tríade que compreende a evidência científica, a expertise clínica e a necessidade do indivíduo.6

É importante destacar que o PE visa incitar as melhores práticas a partir de um padrão profissional que contribui com o desenvolvimento e a implementação da prática clínica do(a) enfermeiro(a) a fim de atender as demandas assistenciais e as mudanças nas dimensões da prática.7 Estabelecer diretrizes com base na PBE impacta de forma significativa nos processos formativos, no caso do Brasil, em atenção especial ao que as Diretrizes Curriculares Nacionais determinam para a formação do(a) enfermeiro(a).

Nesse sentido, a Resolução n. 573/2018 do Conselho Nacional de Saúde recomenda que as Diretrizes Curriculares da Enfermagem orientem o cuidado por meio do PE e do uso de um sistema de classificação ou, ainda, de Sistemas de Linguagem Padronizada (SLP) como tecnologia assistencial com foco nas necessidades de saúde, individuais e coletivas, considerando a legislação e as políticas de saúde vigentes.8

A execução do PE direciona para as melhores práticas, pois fundamenta a tomada de decisão embasada em conhecimento científico, experiência clínica e nas necessidades do indivíduo, perfazendo a tríade das melhores práticas.6 Além de orientar a prática profissional, o PE orienta e garante o cumprimento das normativas que regulamentam o cuidado de enfermagem. Outra característica importante das melhores práticas é o compartilhamento de conhecimentos e informações.1,3,6

No Brasil, mesmo com a obrigatoriedade legal,3 ainda há dificuldades para a implantação e implementação do PE. Estudos nacionais que abordam a percepção dos(as) enfermeiros(as) acerca do PE e sua aplicabilidade9-11 revelaram que os profissionais o realizam, quando possível, de forma fragmentada e inadequada em relação ao referencial teórico. Tais prerrogativas justificam a necessidade de conhecer como o PE está sendo realizado na região em estudo, considerando se tratar de uma legislação nacional e da identificação das necessidades de avanço no que diz respeito às melhores práticas na atenção hospitalar.

Considerando o exposto, questiona-se: a aplicação do PE pode contribuir para a consolidação das melhores práticas em enfermagem? Por conseguinte, objetivou-se analisar a aplicabilidade do PE em interface com as melhores práticas.

 

Método

Trata-se de um estudo transversal realizado em oito unidades hospitalares localizadas em duas Macrorregiões de Saúde do Estado de Santa Catarina. Tais hospitais foram selecionados por serem unidades de referência para atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS).

Os participantes foram enfermeiros(as) que atuam na atenção hospitalar e seus respectivos contatos foram fornecidos pela Associação Brasileira de Enfermagem - Seção Santa Catarina (ABEn/SC), totalizando 272 profissionais.  Destes, estimou-se a necessidade de 136 retornos, em consonância com o cálculo amostral, que considerou o intervalo de confiança igual ou maior que 90%, a proporção de 50%, e a margem de erro de 5%.

Como critério de inclusão, estabeleceu-se ser enfermeiro(a), com atuação mínima de um ano na atenção hospitalar. Como critério de exclusão, enfermeiros(as) que se encontravam em licença ou afastados do serviço por qualquer motivo no período de coleta de dados. Obteve-se a resposta de 152 enfermeiros(as); destes, seis foram excluídos por não atenderem aos critérios de inclusão, totalizando 146 enfermeiros(as) participantes.

Foi utilizado um questionário do tipo survey, estruturado no Google Formulários, contendo variáveis que contemplaram a realização do PE na atenção hospitalar (etapas do PE e uso de SLP e teoria de enfermagem) e aspectos de trabalho (uso de sistemas de informação e indicadores, escalas de avaliação de pacientes, atendimento multiprofissionais). O survey foi encaminhado via e-mail e a coleta de dados ocorreu entre maio e setembro de 2019.

Os dados foram organizados em uma planilha no software Microsoft Excel® e importados para análise no programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences (IBM SPSS®) versão 20.0. Foi realizada a análise descritiva com variáveis apresentadas em frequência absoluta e relativa e testes paramétricos. Para a análise de associação das variáveis, utilizou-se o Teste Qui-quadrado de Pearson ou Exato de Fisher. Foi considerada significância estatística quando p<0,05. 

Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos local conforme o parecer nº 2.380.748, de 14 de novembro de 2017. O e-mail enviado aos enfermeiros(as) continha um convite para participar do estudo e o link do survey, no qual constava o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, atendendo as Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas envolvendo Seres Humanos (Resolução 466/2012). O acesso e resposta ao questionário formalizava a anuência à participação na pesquisa.

 

Resultados

A aplicação do PE, considerando as cinco etapas, foi realizada por 73 enfermeiros(as) (50%), dos quais 42 (28,8%) realizam algumas etapas do PE e 31 (21,2%) referem não realizar o cuidado com base nas etapas do PE. Essas etapas referem-se à coleta de dados, diagnóstico, planejamento, implementação e avaliação de enfermagem. Elas foram realizadas de forma integral ou parcial por 115 (78,8%) dos 146 participantes do estudo. A descrição da realização das etapas do PE, que poderia ser feita de forma integral ou parcial, está apresentada na Tabela 1.

 

Tabela 1 – Descrição da realização das etapas do PE, Santa Catarina, Brasil, 2020. (n=115)

Variáveis

n

 %

Realiza etapa de coleta de dados

 

 

Sim

110

95,7

Não

5

4,3

Na etapa de coleta de dados, há realização do Histórico de enfermagem

 

 

Cada setor tem o seu modelo

56

38,4

Possui um modelo padrão para todas as unidades

44

30,1

Não tem um modelo de histórico de enfermagem

15

10,3

Na etapa de coleta de dados, há realização do Exame Físico

 

 

Em momentos distintos na internação do paciente

80

69,6

Apenas na admissão do paciente

29

25,2

Não realiza exame físico

6

4,1

Realiza etapa de diagnóstico de enfermagem

 

 

Sim

96

83,5

Não

19

16,5

Os diagnósticos de enfermagem são renovados a cada 24 horas

 

 

Sim

93

80,9

Não

22

19,1

Realiza etapa de planejamento de enfermagem

 

 

Sim

90

78,3

Não

25

21,7

Realiza etapa de implementação

 

 

Sim

104

90,4

Não

11

9,6

As prescrições de enfermagem são registradas em prontuário

 

 

Sim, com aprazamento e checagem

96

83,5

Sim, mas sem aprazamento e checagem

6

5,2

Não

13

11,3

Realiza etapa de avaliação de enfermagem

 

 

Sim

92

80

Não

 

 

Registram a avaliação de enfermagem em prontuário

 

 

Sim

80

69,6

Não

35

30,4

 

            Para a aplicação do PE, o(a) enfermeiro(a) pode utilizar dados de sistemas de informação, indicadores de saúde e escalas que auxiliam na tomada de decisão clínica (Tabela 2).

 

 

 

Tabela 2 – Utilização de dados de sistemas de informação, indicadores de saúde e escalas para a aplicabilidade do PE, Santa Catarina, Brasil, 2020. (n=146).

Variáveis

Aplica o Processo de Enfermagem

 

Sim, todas as etapas

n                 %

Sim, com algumas etapas

n                         %

Não

 

n           %

p

Utiliza dados dos sistemas de informação e/ou indicadores para planejar e avaliar as atividades

 

 

 

0,018*

Sim, para planejar e avaliar

46             31,5

15                    10,3

11       7,5

 

Sim, para alguma necessidade pontual

14               9,6

15                    10,3

13       8,9

 

Não utiliza

13               8,9

12                      8,2

7         4,8

 

Utiliza escalas de avaliação dos pacientes na unidade/setor

 

 

 

0,015*

Sim

63             43,2

34                    23,3

19     13,0

 

Não

10               6,8

8                        5,5

12       8,2

 

*Teste Qui-quadrado de Pearson

 

A Tabela 3 apresenta as variáveis relacionadas à realização das etapas do PE considerando os SLP, teorias de enfermagem, atendimento multiprofissional, sistemas de informação e/ou indicadores para planejar e avaliar as ações de enfermagem e da equipe.

Tabela 3 - Utilização de Sistemas de Linguagem Padronizada e teorias de enfermagem na aplicabilidade do PE, Santa Catarina, Brasil, 2020. (n=115)

Variáveis

 

 

 

Sim

n                     %

Não

n               %

p

Realiza Diagnóstico de Enfermagem

Utiliza SLP

 

 

 

0,021*

Sim

53                46,1

5               4,3

 

Não

43                37,4

14           12,2

 

Realiza Planejamento de Enfermagem

O PE‡ é pautado em alguma teoria de enfermagem (n=84)

 

 

 

0,014¦

Sim

64                76,1

10           11,9

 

Não

5                    6,0

5               6,0

 

Utiliza algum dos SLP

 

 

0,037*

Sim

50                43,5

8               7,0

 

Não

40                34,8

17           14,8

 

Realiza a etapa de Implementação

Utiliza algum dos SLP

 

 

 

0,004¦

Sim

57                49,6

1               0,9

 

Não

47                40,9

10             8,7

 

Participa de atendimentos multiprofissionais no seu ambiente de trabalho

 

 

0,006¦

Sim

94                81,7

6               5,2

 

Não

10                  8,7

5               4,3

 

Realiza Avaliação de Enfermagem

O PE‡ é pautado em alguma teoria de enfermagem (n=84)

 

 

 

0,014¦

Sim

64                76,1

10           11,9

 

Não

5                    6,0

5               6,0

 

Utiliza as informações dos sistemas de informação e/ou indicadores para planejar e avaliar suas ações e as ações da equipe

 

 

0,050*

Sim, para planejar e avaliar

54                47,0

7               6,1

 

Sim, para alguma necessidade pontual

20                17,4

9               7,8

 

Não utiliza

18                15,7

7               6,1

 

*Teste Qui-quadrado de Pearson. ¦Teste Exato de Fisher. †Sistemas de Linguagem Padronizada. ‡Processo de Enfermagem

 

A Tabela 4 apresenta os dados referentes à teoria de enfermagem que subsidia a aplicação do PE na forma de documentação e registro do cuidado e uso de SLP na implementação. Destaca-se que os SLP mencionados pelos participantes foram NANDA Internacional (NANDA-I), que definem os diagnósticos de enfermagem, Nursing outcomes classifications (NOC), os resultados esperados e seus respectivos indicadores e Nursing interventions classifications (NIC), as intervenções e atividades de enfermagem.

Tabela 4 – Forma de documentação, teoria de enfermagem e Sistemas de Linguagem Padronizada utilizados para aplicação do PE, Santa Catarina, Brasil, 2020.  (n=115)

Variáveis

n

%

O PE* é pautado em alguma teoria

 

 

Sim

74

64,3

Não

10

8,7

Não sei responder

31

27,0

O PE* é documentado

 

 

Em prontuário físico (em papel)

70

60,9

Em prontuário eletrônico

39

33,9

Não é documentado

6

5,2

Utiliza SLP/taxonomia para a realização do PE*

 

 

Sim

58

50,4

Não

39

33,9

Não, porque desconheço os SLP† /taxonomia

18

15,7

SLP/ taxonomia utilizados para a realização do PE* (n=58)

 

 

NANDA-I, NIC e NOC

19

32,8

Apenas NANDA-I

32

55,2

NANDA-I e NIC

4

6,9

NANDA-I e NOC

3

5,1

*Processo de Enfermagem. †Sistemas de Linguagem Padronizada

 

Discussão

As etapas do PE devem ser realizadas de forma interrelacionada, interdependente e recorrente.3 O PE, quando implementado de forma fragmentada, tende a não alcançar os resultados esperados. Os dados revelam que os(as) enfermeiros(as) coletam os dados e passam a realizar a intervenção. Em outro estudo, os autores ressaltam a necessidade de um planejamento que, por vezes, ocorre, porém de maneira incompleta e sem registro adequado.12 Na prática, o processo de pensamento que leva ao raciocínio clínico precisa ocorrer em todas as etapas do PE.13 A falha em questão diz respeito, justamente, à falta de registros, uma vez que a tomada de decisão faz parte desse raciocínio clínico do(a) enfermeiro(a).

O estudo evidencia associação significativa entre a realização do PE e a utilização de escalas de avaliação dos pacientes, que consideram que as escalas são instrumentos de avaliação elaboradas por meio de referenciais teóricos e passam por rigorosos processos de validação e acurácia para serem utilizadas. Há, portanto, sustentação de uma prática baseada em evidências por parte dos profissionais durante a aplicação do PE, o que vai ao encontro do preconizado pelas melhores práticas.14

A realização do PE em todas as suas etapas esteve relacionada, significativamente, à utilização dos sistemas de informação e/ou indicadores, para planejar e avaliar as ações do(a) enfermeiro(a) e da equipe. O PE possui uma interface com essas informações uma vez que, para monitorar indicadores, faz-se necessário o uso desses sistemas, que são essenciais para acompanhar a manutenção, progressão ou regressão do quadro clínico do paciente. Estudo revela que dados completos, precisos e devidamente registrados nos Sistemas de Informação contribuem para a estruturação de uma cultura informacional para o registro dos cuidados. As informações fomentam a apropriação crítica dos dados registrados, produzindo conhecimento e favorecendo a tomada de decisão do(a) enfermeiro(a), fatos que contribuem para a elaboração de estratégias efetivas de enfrentamento dos problemas identificados.15

Em relação à etapa de coleta de dados do PE, os resultados revelam que a maioria dos(as) enfermeiros(as) organizam o histórico de enfermagem adaptado à realidade das unidades em que atuam, o que vai ao encontro da literatura,16 que visa a compreensão do indivíduo em todas as suas dimensões, favorecendo a tomada de decisão. Quanto ao exame físico, a maioria dos participantes afirmou que o realiza em diversos momentos da internação, ressaltando a importância de realizá-lo tanto na etapa de coleta de dados inicial quanto na avaliação subsequente. O exame físico possibilita a identificação das necessidades de saúde do indivíduo, que podem ou não sofrer alterações a partir dos cuidados prestados.17

Na etapa de diagnóstico de enfermagem, a maioria dos participantes identifica os diagnósticos, relacionando-os significativamente, ao uso de SLP. O processo de raciocínio diagnóstico incorpora fatores como impressões e a subjetividade do(a) enfermeiro(a), características associadas aos conhecimentos e experiências do(a) enfermeiro(a). O uso dos SLP nesse processo permite a realização de um raciocínio diagnóstico acurado, evitando dispersões ou inconsistências no julgamento clínico. Os SLP são ferramentas que corroboram com o raciocínio diagnóstico, entretanto, torna-se fundamental que a coleta dos dados também ocorra de forma estruturada, de modo que direcione o(a) enfermeiro(a) a diagnósticos assertivos.18 Os resultados apontam para a confirmação e demonstração de que as etapas do PE ocorrem, de fato, de forma interligada e interdependente.

Para que as etapas de planejamento e implementação do PE sejam fidedignas às necessidades de cuidado do paciente, as prescrições de enfermagem precisam ser realizadas de forma individualizada e devem ser registradas, aprazadas e checadas, assim como constantemente atualizadas.19 O estudo revelou que a realização da etapa de planejamento de enfermagem é baseado em teorias e ao uso de SLP. Esta etapa do PE possibilita que o profissional foque em planejar cuidados com base nas necessidades de saúde do indivíduo.5 Entretanto, para a identificação de prioridades, o conhecimento científico precisa estar atrelado à expertise clínica do(a) enfermeiro(a), o que se torna possível a partir do uso das teorias de enfermagem, as quais conferem aporte científico, norteando as relações do cuidado.20 O planejamento de forma padronizada, por meio do uso dos SLP, facilita a comunicação entre enfermeiros(as) e com os demais membros da equipe.21 O uso dos SLP aprimora os registros de enfermagem, contudo, por vezes, o planejamento acontece, mas não é registrado.22

A etapa de implementação esteve associada à utilização de SLP e à participação dos enfermeiros(as) em atendimentos multiprofissionais. Os SLP norteiam o raciocínio clínico do(a) enfermeiro(a) e possibilitam aprimorar os cuidados a partir do conhecimento científico. Em contrapartida, a literatura evidencia que a ampliação do uso de SLP na prática clínica é um desafio,23 logo a associação significativa evidenciada demonstra uma mudança expressiva na cultura do uso dos SLP com vistas às melhores práticas na enfermagem.

No que se refere às ações multiprofissionais presentes nesta etapa do PE, cabe ressaltar que a resolução do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) n. 358/2009 menciona que somente o diagnóstico e as prescrições de enfermagem são privativas do(a) enfermeiro(a), podendo, nas demais etapas, haver a atuação de outros profissionais de enfermagem.3 A complexidade dos indivíduos e suas necessidades de cuidados fazem com que os profissionais se mantenham invariavelmente atualizados. Além disso, as constantes transformações nos serviços de saúde exigem que se tenha abordagens articuladas e integradas entre profissionais, de modo que todas as dimensões do cuidado do indivíduo sejam contempladas, descortinando, assim, a importância e efetividade do trabalho multiprofissional.24

A última etapa, de avaliação de enfermagem, esteve associada significativamente ao PE ser pautado em teoria de enfermagem e à utilização dos sistemas de informação e/ou indicadores para planejar e avaliar as ações do(a) enfermeiro(a) e da equipe. Para o registro da continuidade da assistência, estudos revelam que os modelos teóricos aplicados à avaliação apresentam resultados satisfatórios uma vez que orientam o pensamento crítico e a tomada de decisão a partir da avaliação realizada, distanciando as práticas profissionais do empirismo, ainda, que os sistemas de informação e indicadores sejam imprescindíveis para que ocorra a avaliação do paciente, pois fornecem dados e parâmetros para o cuidado.15,20

Para alcançar a efetividade e eficácia do PE, se faz necessário que ele seja contínuo, integrando o processo de trabalho do(a) enfermeiro(a) na avaliação do paciente após a intervenção de enfermagem a fim de mensurar as respostas com base nos resultados esperados. A avaliação clínica permitirá afirmar se houve mudanças quanto aos resultados esperados, se o paciente manterá o mesmo diagnóstico de enfermagem, se espera novas respostas ou se ainda se fazem necessárias novas intervenções.3 Há, também, os que não realizam a etapa de avaliação, colocando, assim, em risco a integralidade do cuidado e o registro das informações acerca dos usuários do serviço, uma vez que não se tem parâmetro para mensurar os resultados alcançados após a intervenção, subestimando os seus benefícios.19

No que se refere às teorias de enfermagem, destaca-se que, por vezes, estas foram confundidas com os SLP e outros conceitos. As teorias fornecem subsídios para promover e conduzir a ação do profissional em todas as dimensões do cuidado, influenciando a atuação com qualidade, de forma holística e pautada na cientificidade. Nesta perspectiva, a atuação profissional sem base teórica tende a ser realizada à deriva de um parâmetro e modelo de assistência, prejudicando o desempenho da profissão.20 Cabe destacar que as teorias passam por uma conceituação de melhores práticas de enfermagem, alinhadas a princípios neomodernistas da ciência, propondo superar dicotomias entre teoria e prática, disciplinar e multidisciplinar, universalidade e singularidade, contribuindo, inclusive, para a consolidação do SUS de qualidade.2

Em relação à documentação do PE, o estudo revela sub registro da assistência e reforça a cultura de registros incompletos ou ausentes, por parte da enfermagem, nos serviços, fragilizando a consolidação das melhores práticas.6 Tanto a lei do exercício profissional quanto a Resolução n. 429/2012 do COFEN,25 reforçam que é de responsabilidade dos profissionais registrarem no prontuário do paciente toda e qualquer ação de enfermagem, incluindo o PE. O prontuário eletrônico do paciente (PEP) torna o processo e a comunicação entre profissionais mais ágil, com respaldo legal diante da assinatura digital. Entretanto, o desconhecimento no uso dos softwares, por vezes, dificulta esse processo, evidenciando que a utilização de recursos tecnológicos necessita de inserção e capacitação da equipe à informatização.26

Quanto aos SLP, os quais possibilitam padronizar a operacionalização e registro do PE, evidencia-se que pouco mais da metade dos participantes utilizam, com prevalência da NANDA-I. Isso representa que os(as) enfermeiros(as) desenvolvem ou, minimamente, estão no processo de desenvolvimento/aprimoramento da acurácia diagnóstica, sendo compreendido como aspecto positivo por tornar mais precisa a classificação e categorização das áreas de atuação do(a) enfermeiro(a) em relação às necessidades de saúde do paciente. A ligação NANDA-I, NIC e NOC garante que todas as etapas do PE possam ser implementadas de forma estruturada, padronizada e com base em evidência. Estudo revela que essas nomenclaturas têm sua aplicação mais voltada para a atenção hospitalar.21

Destaca-se a importância de investir na formação em enfermagem e em ações de educação permanente com vistas a contribuir com a compreensão dos(as) enfermeiros(as) acerca do PE e do uso de SLP e, consequentemente, aprimorar as ações e registros do cuidado. Os SLP favorecem o raciocínio clínico e possibilitam a comunicação de boa qualidade, fatores importantes para que a prática de enfermagem seja efetiva, visível, quantificável e qualificada.

Ações de educação permanente favorecem a aprendizagem significativa transformando processos de trabalho, reorganizando o serviço, apoiando e qualificando os registros de enfermagem nos prontuários com o propósito de orientar, esclarecer e reforçar o conhecimento sobre aspectos que são relevantes para concretizar e garantir a segurança do usuário e da equipe de enfermagem.27 Outro estudo revela que a implementação de instrumento pautado nos SLP melhora a qualidade dos registros de enfermeiros(as), assegurando a melhora na avaliação clínica, na tomada de decisão, no planejamento da assistência e nos resultados de enfermagem.28

Neste contexto, o enfrentamento dos desafios para ampliar a interface da aplicabilidade do PE sob a ótica das melhores práticas torna-se urgente. São desafios relacionados ao processo de trabalho dos(as) enfermeiros(as), da sistematização da assistência, da formação, da garantia de insumos e condições de aplicabilidade das etapas do PE e que envolvem questões da ordem do conhecimento, da gestão, da ética e da técnica assistencial para assegurar as finalidades e compromissos dos profissionais com o cuidado prestado. 

Urge destacar a importância dos diversos movimentos que vêm sendo planejados, discutidos e desenvolvidos para garantir a sustentabilidade da execução do PE como campo próprio de saber e prática para garantir a autonomia e identidade profissional, incorporando as melhores práticas da enfermagem nos cenários de desenvolvimento do conhecimento teórico e prático.

O estudo realizado apresentou limitações quanto à representatividade, se restringindo à participação de enfermeiros(as) de uma única macrorregião do Estado, o que permitiria possíveis comparações das variáveis e desfecho entre diferentes regiões. Nesse sentido, sugere-se a realização de outros estudos nacionais a fim de que se possa analisar e comparar as especificidades locais.

Este estudo contribui para a enfermagem na condição de ciência e profissão ao revelar que a realização do PE, em todas as etapas, é uma estratégia para consolidar as melhores práticas em enfermagem. Entretanto, isso só se tornará efetivo quando os(as) enfermeiros(as) entenderem a importância de práticas/ações baseadas em evidências e incorporarem o PE à sua identidade profissional e às instituições de saúde. 

 

Conclusão

A aplicabilidade do PE pode interferir na consolidação das melhores práticas dos(as) enfermeiros(as) da região estudada uma vez que os cuidados passam a ser realizados com base em evidência científica, respeitando as necessidades dos indivíduos. Essas evidências estão aliadas à expertise clínica do(a) enfermeiro(a), resultando no cuidado de excelência.

Os profissionais coletam dados com instrumentos adequados ao perfil dos pacientes atendidos e realizam o exame físico em momentos distintos da internação. Planejam, prescrevem e avaliam, no entanto, nem sempre registram essas ações no prontuário do paciente, o que dificulta a consolidação das melhores práticas. Assim, o PE atua como estratégia de qualificação dos registros de enfermagem, bem como os sistemas de informação e os indicadores, quando devidamente alimentados, fornecem subsídios para a continuidade e qualidade do cuidado.

As etapas do PE possuem associação significativa com a utilização de teorias de enfermagem e SLP, sendo a NANDA-I a nomenclatura mais prevalente, demonstrando que a etapa de diagnóstico de enfermagem vem sendo executada com base na cientificidade, instigando o aperfeiçoamento da acurácia diagnóstica. Ainda fica evidente o déficit de conhecimento dos(as) enfermeiros(as) acerca das teorias de enfermagem e dos SLP, que, eventualmente, são confundidos entre si.

 

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Editora Científica: Tânia Solange Bosi de Souza Magnago

Editora Associada: Graziele de Lima Dalmolin

 

 

Agradecimento: a Associação Brasileira de Enfermagem – ABEn seção SC

 

Autor correspondente

Edlamar Kátia Adamy

E-mail: edlamar.adamy@udesc.br

Endereço: Rua Beloni Trombetta Zanin 680E, Bairro Santo Antonio, Chapecó SC

CEP: 89815-680

 

Contribuições de Autoria

 

1 – Susane Karine Kerckoff Machado

Concepção e/ou desenho do estudo, análise e/ou interpretação dos dados.

 

2 – Edlamar Kátia Adamy

Concepção e/ou desenho do estudo; coleta, análise e/ou interpretação dos dados, revisão final com participação crítica e intelectual do manuscrito.

 

3 Fabiane Pertille

Concepção e/ou desenho do estudo; coleta, análise e/ou interpretação dos dados, revisão final com participação crítica e intelectual do manuscrito.

 

Autor 4 Carla Argenta

Revisão final com participação crítica e intelectual do manuscrito.

 

5 Clarissa Bohrer da Silva

Coleta, análise e/ou interpretação dos dados, revisão final com participação crítica e intelectual do manuscrito.

 

6 Carine Vendruscolo

Concepção e/ou desenho do estudo; coleta; análise e/ou interpretação dos dados, revisão final com participação crítica e intelectual do manuscrito.

 

 

Como citar este artigo

 

Machado SKK, Adamy EK, Pertille F, Argenta C, Silva CB, Vendruscolo C. Applicability of the Nursing Process in hospital care: interface with best practices. Rev. Enferm. UFSM. 2022 [Accessed in: Year Month Day]; vol.12 e2: 1-18. DOI: https://doi.org/10.5902/2179769264972