Rev. Enferm. UFSM - REUFSM

Santa Maria, RS, v. 11, e70, p. 1-17, 2021

DOI: 10.5902/2179769264313

ISSN 2179-7692

 

Submissão: 22/02/2021    Aprovação: 23/06/2021    Publicação: 07/10/2021

Artigo de revisão

 

Repercussões para saúde mental de profissionais de enfermagem atuantes no enfrentamento à Covid-19: revisão integrativa

Repercussions for mental health of nursing professionals who are in the face of The Covid-19: integrative review

Repercusiones para la salud mental de los profesionales de enfermería que trabajan en el afrontamiento del Covid-19: una revisión integradora

 

 

Magda Guimarães de Araujo FariaI

Kalyane Cristine Ferreira Gonçalves FrançaII

Fernanda Costa GuedesIII

Melissa dos Santos SoaresIV

Cristiane Helena GallaschV

Luciana Valadão Vasconcelos AlvesVI

 

I Doutora em enfermagem. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Faculdade de Enfermagem. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-mail: magda.faria@live.com. Orcid: 0000-0001-9928-6392

II Estudante de Enfermagem. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Faculdade de Enfermagem. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-mail: kaly.franca@gmail.com Orcid: 0000-0001-6711-9557

III Estudante de Enfermagem. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Faculdade de Enfermagem. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-mail: fesu.guedes@gmail.com Orcid: 0000-0002-8050-3833

IV Estudante de Enfermagem. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Faculdade de Enfermagem. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-mail: melhilario100@gmail.com Orcid: 0000-0002-4717-6092

V Doutora em enfermagem. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Faculdade de Enfermagem. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-mail: cristiane.gallasch@gmail.com. Orcid: 0000-0002-0823-0818

VI Doutora em enfermagem. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense. Macaé, RJ, Brasil. E-mail: lucianavvalves@hotmail.com. Orcid: 0000-0003-2159-543X

 

Resumo: Objetivo: identificar as repercussões na saúde mental de profissionais de enfermagem atuantes no enfrentamento da Covid-19 no primeiro ano do contexto pandêmico. Método: revisão integrativa de literatura realizada em maio de 2021 nas bases de dados eletrônicas SCOPUS, Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL), Web of Science e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). Resultados: foram encontradas 1249 publicações cuja aplicação de critérios de inclusão, exclusão e leitura crítica, culminou na análise de 18 artigos provenientes de vivências da China, Turquia, Itália, Canadá, Estados Unidos, Filipinas, Brasil, Portugal e Etiópia. As principais repercussões envolvidas no adoecimento mental foram: ansiedade, depressão, estresse, síndrome de Burnout, transtornos mentais do sono e transtorno de estresse pós-traumático. Conclusão: a saúde mental dos enfermeiros encontra-se extremamente fragilizada frente ao contexto pandêmico. Essa emergência na saúde mundial, acabou por desencadear consequências físicas, emocionais e psicológicas nesses trabalhadores.

Descritores: Saúde do trabalhador; Saúde mental; Enfermeiras e enfermeiros; Infecções por coronavírus; Pandemias

 

Abstract: Objective:  To identify the repercussions on mental health of nursing professionals who are in the face of Covid-19 in the first year of the pandemic context. Method:  integrative literature review conducted in May 2021 in the electronic databases SCOPUS, Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL), Web of Science and Latin American and Caribbean Literature on Health Sciences (LILACS). Results:  1,249 publications were found whose application of inclusion, exclusion and critical reading criteria culminated in the analysis of 18 articles from experiences from China, Turkey, Italy, Canada, United States, Philippines, Brazil, Portugal and Ethiopia. The main repercussions involved in mental illness were anxiety, depression, stress, Burnout syndrome, mental sleep disorders and posttraumatic stress disorder. Conclusion: The mental health of nurses is extremely fragile in the face of the pandemic context. This emergency in world health eventually triggered physical, emotional and psychological consequences in these workers.

Descriptors: Occupational health; Mental health; Nurses; Coronavirus infections; Pandemics

 

Resumen: Objetivo: identificar las repercusiones en la salud mental de los profesionales de enfermería que trabajan en el afrontamiento del Covid-19 en el primer año del contexto pandémico. Método: revisión integrativa de la literatura realizada en mayo de 2021 en las bases de datos electrónicas SCOPUS, Índice Acumulativo de Literatura de Enfermería y Afines en Salud (CINAHL), Web of Science y Literatura de Ciencias de la Salud de América Latina y el Caribe (LILACS). Resultados: se encontraron 1249 publicaciones cuya aplicación de criterios de inclusión, exclusión y lectura crítica culminó en el análisis de 18 artículos de experiencias en China, Turquía, Italia, Canadá, Estados Unidos, Filipinas, Brasil, Portugal y Etiopía. Las principales repercusiones de la enfermedad mental fueron: ansiedad, depresión, estrés, síndrome de Burnout, trastornos del sueño mental y trastorno por estrés postraumático. Conclusión: la salud mental de las enfermeras es extremadamente frágil frente al contexto pandémico. Esta emergencia sanitaria mundial acabó provocando consecuencias físicas, emocionales y psicológicas para estos trabajadores.

Descriptores: Salud laboral; Salud mental; Enfermeras y enfermeros; Infecciones por coronavírus; Pandemias

 

 

Introdução

O dia 11 de março de 2020 foi marcado pela divulgação da primeira pandemia da história provocada por um coronavírus, demarcando a disseminação mundial da SARS-CoV-2, comumente chamada Covid-19.1 Passado o primeiro ano de pandemia, o cenário atual brasileiro aponta para um quadro ainda mais caótico, já que o número de mortes por Covid-19 até o dia 16 de maio de 2021 indica o quantitativo de mais de 435 mil, as quais mais de 153 mil foram registradas apenas nos últimos dois meses.2

O trabalho dos profissionais de saúde na linha de frente do combate à doença potencializa a vulnerabilidade em relação ao contágio,3 e no cenário mundial a contaminação destes é uma realidade. Na China, país que relatou os primeiros casos da doença, foram 23 profissionais mortos.4 Apesar da intensa e acelerada modificação nos perfis de incidência e mortalidade, observa-se que a realidade brasileira possui dados bem diferentes das estatísticas chinesas, já que em maio de 2021 apenas na categoria de enfermagem, já são quase 56 mil casos confirmados e 778 mortes.5  

Neste contexto, observa-se que a realidade global bem como a possibilidade de contaminação gera um impacto na saúde mental dos profissionais da saúde, sobretudo dos enfermeiros atuantes na assistência direta ao usuário, afetando a condição de bem-estar e na capacidade de execução de suas atividades.6 Ademais, as incessantes instruções sobre condutas pessoais no contexto da pandemia, aliadas à escassez dos materiais de proteção relatada no início da emergência sanitária, além do contato rotineiro com situações de adoecimento e morte, podem desencadear a estes profissionais inúmeros quadros de sofrimento psíquico.7

            Ademais, ressalta-se que o contexto pandêmico evidentemente trouxe modificações na práxis dos profissionais de enfermagem, gerando desconforto, medo e sensações ainda pouco exploradas que culminam em repercussões para saúde mental. Neste sentido, identificar tais repercussões são essenciais para a construção de estratégias de enfrentamento, apoio e fortalecimento destes profissionais. 

A relevância desta pesquisa está associada à necessidade de ressaltar o aspecto humano dos profissionais de saúde, que devido a fragilidade emocional ocasionada pelo contexto de crise pode culminar em processos de adoecimento, afetando a saúde, o convívio social, o núcleo familiar e seu processo de trabalho. Sabendo da repercussão na saúde mental destes profissionais, em especial da enfermagem, o objetivo deste artigo é identificar as repercussões na saúde mental de profissionais de enfermagem atuantes no enfrentamento da Covid-19 no primeiro ano do contexto pandêmico.

 

Método

Trata-se de uma pesquisa do tipo revisão integrativa de literatura (RIL), que leva em conta o agrupamento de produções científicas voltadas para um determinado assunto, de forma a sistematizar diversos estudos já publicados e sintetizá-los em uma nova obra.8 Por se tratar de uma análise de informações já publicizadas e pela ausência de qualquer tipo de coleta de dados com seres humanos, tornou-se dispensável a apreciação ética desta investigação.

Foram cumpridos os seis passos da RIL, a citar: 1. delineamento da pergunta norteadora; 2. Estabelecimento dos critérios de inclusão, exclusão e estratégias de busca; 3. definição das informações que serão extraídas e analisadas dos estudos elencados; 4. Avaliação dos manuscritos; 5. interpretação dos resultados; 6. apresentação da síntese dos resultados.8-9 

Primeiramente, selecionou-se a temática e delineou-se a pergunta com o emprego da estratégia PICo (População, fenômeno de Interesse e Contexto).8,10 Definiu-se como População (P) os profissionais de enfermagem, para o Fenômeno de Interesse (I), as repercussões para a saúde mental no primeiro ano pandêmico e para o Contexto (Co), o cenário de pandemia da Covid-19. Assim, obteve-se a questão de revisão: Quais são as repercussões na saúde mental dos profissionais de enfermagem atuantes no enfrentamento à Covid-19 no primeiro ano do contexto pandêmico?

No segundo passo foram estabelecidos os critérios de elegibiliade, considerou-se para inclusão: publicações no formato artigo científico, publicados em português, inglês ou espanhol com o uso de restrição temporal referente aos anos 2020-2021.8 Foram considerados critérios de exclusão: revisões de literatura, manuscritos teóricos ou reflexivos, investigações cuja coleta de dados se deu antes do reconhecimento da pandemia e aqueles que não contemplavam a pergunta de pesquisa, ou seja, impertinência temática. Vale salientar que os manuscritos duplicados foram computados uma única vez.

Para esta busca, optou-se pela utilização de descritores nas bases de dados eletrônicas SCOPUS, Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL), Web of Science e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). Os descritores escolhidos e pesquisados por seus equivalentes em inglês, de acordo com os termos do Medical Subject Headings. O levantamento foi realizado em maio de 2021 de modo com os termos: ((Nursing) OR (Nurse) OR (Nursing, team)) AND (Mental Health) AND ((Covid-19) OR (SARS-CoV-2)). 

Para o terceiro passo, definiu-se as informações que seriam extraídas e analisadas dos estudos elencados, a citar: título do artigo, país de publicação, ano de publicação, objetivo do estudo e repercussões para a saúde mental.8

O quarto passo da RIL refere-se a análise dos estudos. O fluxograma com a representação de elegibilidade e inclusão de artigos na seleção dos estudos está disposto na Figura 1.

Figura 1 - Fluxograma com representação de elegibilidade e inclusão de artigos na seleção dos estudos

 

No quinto passo foi realizada a análise dos estudos de forma descritiva e interpretativa, considerando os aspectos éticos, respeitando a autoria das ideias, os conceitos e as definições apontadas pelos autores. A avaliação dos estudos relevantes concentrou-se no administrador de referências denominado Rayyan11 com a colaboração de três avaliadores independentes.

            A sexta etapa da RIL é a apresentação da revisão em formato de quadro sinóptico para sintetizar os achados.8 As variáveis para compor o quadro foram as mesmas utilizadas na etapa três da RIL: amostra e local do estudo, objetivo e repercussões para saúde mental.

 

 

Resultados

Foram encontradas 1.249 publicações, cuja aplicação de filtros, exclusão de duplicatas e leitura completa gerou uma amostra de 18 artigos,12-29 conforme descrito no Quadro 1.

Quadro 1. Síntese dos artigos incluídos no estudo – Brasil, 2021

Amostra, período de coleta e local do estudo

Objetivo

Repercussões na Saúde Mental

180 enfermeiros, março-abril 2020, China12

Investigar os papéis mediadores do afeto positivo e negativo na relação entre resiliência e burnout em hospitais de Wuhan no pico da pandemia COVID-19

Burnout

169 enfermeiros, abril-agosto, 2020, Turquia13

Examinar o estresse percebido e os fatores que afetam relacionados à pandemia COVID-19 de enfermeiras de emergência no primeiro estágio da pandemia

Estresse

1005 enfermeiros, fevereiro-abril, 2020, Itália14

Avaliar a prevalência de ansiedade, distúrbios do sono e autoeficácia e seus fatores preditivos entre enfermeiros que enfrentam o COVID -19

Ansiedade e transtornos mentais do sono

270 enfermeiros, maio, 2020, Turquia15

Determinar os níveis de ansiedade dos enfermeiros causados ​​pelas mudanças vivenciadas durante a pandemia de Covid-19

Ansiedade

3676 enfermeiros, junho-julho, 2020, Canadá16

Examinar o impacto das condições de trabalho do COVID-19 nos resultados de saúde mental dos enfermeiros

Transtorno de estresse pós-traumático, ansiedade, depressão

587 enfermeiros, maio-junho, 2020, EUA17

Descrever os níveis de insônia, fadiga e bem-estar psicológico relacionadas às equipes de enfermagem durante a pandemia de COVID-19 nos Estados Unidos

Transtornos mentais do sono, transtorno de estresse pós-traumático, ansiedade e depressão

291 enfermeiros, março-abril, 2020, Itália18

Avaliar a síndrome de Burnout em enfermeiros que prestam assistência a pacientes com doença por coronavírus

Burnout

12596 enfermeiros, março-abril, 2020, China19

Avaliar trauma, Burnout e transtorno de estresse pós-traumático entre enfermeiras na pandemia de COVID-19

Transtorno de estresse pós-traumático, Burnout

325 enfermeiros, abril-maio, 2020, Filipinas20

Identificar a influência relativa da resiliência pessoal, suporte social e suporte organizacional na redução da ansiedade entre enfermeiros atuantes na linha de frente

Ansiedade

123 enfermeiros, abril, 2020, Turquia21

Investigar a ansiedade relacionada à pandemia em enfermeiras que trabalham em um hospital universitário na Turquia

Ansiedade

713 enfermeiros, maio-julho, 2020, Turquia22

Determinar os níveis de estresse, depressão e Burnout de enfermeiras da linha de frente durante a pandemia de COVID-19

Estresse, depressão e Burnout

1794 enfermeiros, março, 2020, China23

Investigar a prevalência de insônia entre enfermeiras da linha de frente que lutam contra COVID-19 em Wuhan

Transtornos mentais do sono

388 profissionais de enfermagem, março-abril, 2020, Brasil24

Identificar a prevalência e fatores associados à ansiedade e depressão em profissionais de enfermagem que atuam no enfrentamento da COVID-19 em hospital universitário

Ansiedade e depressão

767 enfermeiros, março-abril, 2020, Portugal25

Descrever o estado de saúde mental dos enfermeiros durante o surto de Covid-19

Depressão, ansiedade e estresse

320 enfermeiros, abril-maio, 2020, EUA26

Examinar o impacto de vários fatores que afetam a saúde mental dos enfermeiros durante a pandemia COVID-19

Depressão, ansiedade e estresse

1457 enfermeiros, abril-maio, 2020, Turquia27

Investigar os níveis de ansiedade de enfermeiros que prestam cuidados a pacientes com COVID-19 na Turquia

Ansiedade

109 enfermeiros, maio, 2020, Canadá28

Examinar a saúde mental os enfermeiros que prestam atendimento direto ao paciente durante a fase inicial da pandemia COVID-19 no Canadá

Transtorno de estresse pós-traumático, ansiedade, depressão, estresse

302 enfermeiros, setembro-outubro, 2020, Etiópia29

Avaliar a prevalência e os fatores associados de ansiedade, depressão e estresse entre enfermeiros que trabalham em hospitais de referência do noroeste de Amhara

Depressão, ansiedade e estresse

 

Ressalta-se que os estudos analisados foram investigações de natureza quantitativa e descritiva, classificados como nível de evidência 4, ou seja, são estudo com delineamento não experimental como pesquisas descritivas correlacionais e/ou qualitativa como estudos de caso.30 Observou-se a existência de seis repercussões para a saúde mental dos profissionais de enfermagem atuantes na linha de frente do enfrentamento à Covid-19, a citar: ansiedade, depressão, estresse, transtorno de estresse pós-traumático, transtornos mentais do sono e Burnout.

 

Discussão

As respostas emocionais à emergência de saúde pública trazidas pela disseminação mundial do vírus SARS-CoV-2 estão associadas aos mecanismos de enfrentamento individuais e coletivos, influenciando o modo de agir de toda a população, principalmente os profissionais de saúde.31

Dessa forma, a partir dos estudos coletados, notou-se que a ansiedade é a repercussão para saúde mental mais referida entre os profissionais de enfermagem atuantes no enfrentamento a Covid-19.14–17,20-21,24–29 O sentimento de ansiedade é observado com certa frequência no cotidiano de profissionais de saúde, entretanto, a aproximação de situações como a morte iminente de pacientes pode apontar para existência de níveis de ansiedade até 40% maiores do que os normais.32

            O levantamento realizado apontou a prevalência de ansiedade variando entre 48%24 a 86%,15-16 sendo observado em um dos estudos, a existência de ansiedade disfuncional em quase 40% da amostra.20 É importante ressaltar que a prevalência de ansiedade entre profissionais de enfermagem é superior aos índices observados em outras categorias da saúde, como em relação a fisioterapia com taxa de 32%33 e medicina com prevalência de 29,7%.34

            Apesar da assistência aos usuários com Covid-19 já representar um grande motivo de ansiedade, os estudos indicam ainda outras gêneses como a exposição da família,28 preocupações sobre quantidade de Equipamento de Proteção Individual (EPI) disponível,25mudanças de protocolo de atendimento, levando a repentinas modificações no processo de trabalho.16

            Observou-se a existência de características relacionadas a alta prevalência de ansiedade, a citar: 1. Ser do sexo feminino,27 estar na assistência direta ao usuário infectado26 e, experiência na profissão que pode ser um fator determinante na percepção da vulnerabilidade vivenciada.21 

            É importante enfatizar que é percebida uma elevação dos níveis de ansiedade entre enfermeiros da linha de frente ao combate à Covid-19, sobretudo após a identificação do cenário pandêmico. Em pesquisas realizadas em fevereiro de 2020, ou seja, anteriores a identificação da pandemia, os índices de sinais de ansiedade entre enfermeiros variou entre 8%35 e 31%.36

            A depressão também foi considerada uma temática prevalente entre os profissionais atuantes no enfrentamento à Covid-19.16,22,24–26,28-29 É válido ressaltar que os índices de acometimento dos profissionais de enfermagem atuantes na linha de frente pela depressão são flutuantes variando entre 26%26 a 55% da amostra.28,29 Trata-se de uma patologia grave que atinge negativamente como o indivíduo pensa, sente e age, causando sentimento de tristeza e desinteresse sobre as atividades do dia a dia, afetando grupos funcionais do corpo, tais como: cognitivo, motivacional, somático, afetivo, comportamental e vegetativo, além da capacidade laboral do trabalhador.37

                Observou-se a tendência de níveis mais elevados de depressão entre enfermeiros com doença crônica, cuja prevalência foi superior a cinco vezes quando comparada a grupos sem esse tipo de enfermidade. O histórico de transtorno mental prévio também elevou o risco de depressão, chegando a índices até sete vezes superiores quando comparados aos demais enfermeiros.29

            Outro fator preponderante para o acometimento por depressão foi a idade dos enfermeiros, já que quanto mais jovens e com menos experiência, maior era o risco de acometimento por sintomas depressivos.22 Não obstante, o número de horas trabalhadas e o trabalho deslocado para outros setores também foram observados como importantes fatores de risco.25

            Paradoxalmente ao aspecto expositivo inerente ao trabalho de enfermagem na linha de frente, o isolamento social recomendado como estratégia de contenção da pandemia foi associado ao aumento da prevalência de depressão.26

Ressalta-se que o isolamento social foi determinante em processos de adoecimento mental em toda a população, não apenas de profissionais de saúde. Em relação aos adultos jovens, comparativos entre janeiro de 2020 e maio de 2020 apontou-se aumento estatístico na prevalência de sintomas depressivos.38 Desse modo, o isolamento social relacionado a população idosa está relacionado ao aumento de casos de depressão, configurando-se um problema de saúde pública.39

Outra repercussão evidenciada foi o estresse. Esse, em contraste com as patologias anteriormente citadas, não é definido por ser uma doença propriamente dita, mas sim como uma reação do corpo a algum tipo de mudança, podendo servir de estopim para desencadear outros problemas psicológicos13,22,25-26,28-29,40

            A taxa de prevalência de estresse observada nos estudos analisados variou de 20% a 45% da amostra.29 Novamente, ser do sexo feminino, jovem e com poucos anos de formação foram reconhecidos como importantes fatores de risco.13 Além disso, enfermeiros deslocados para novos setores, sobretudo para cuidados intensivos à vítimas de Covid-19, foram preponderantes no registro de estresse ocupacional, assim como o trabalho noturno. 25-26,29

Em tempos pandêmicos, a literatura relata como situações de estresse ocupacional entre os profissionais de saúde: a falta de EPIs, o possível contágio diante da doença, o receio de transmiti-la para os familiares e o constante questionamento sobre o próprio desempenho.41-42 Além disso, a sensação de incapacidade dos profissionais em lidar com as próprias demandas psicológicas, gerando a necessidade premente de apoio, nem sempre atendida, o que por sua vez, eleva o risco de adoecimento, sendo então emergentes as ações de gestão de segurança para a saúde mental.43-44

A evolução gradual das situações de estresse aliada a outros fenômenos pode gerar a agravação do quadro psíquico, culminando na Síndrome de Burnout, a qual o esgotamento, a angústia e a desesperança são sinais recorrentes, sobretudo aliadas ao contexto do enfrentamento à Covid-19.12,18-19,22 Acrescenta-se ainda que o processo de trabalho dos profissionais de saúde traduz-se em potencial risco de desenvolvimento da síndrome de Burnout.45 

Assim sendo, a prevalência de Burnout relatada na literatura alcançou índices superiores a 50% da amostra.12 O sexo feminino e a recente formação foram fatores de risco para aumento da prevalência, entretanto, no que diz respeito às dimensões específicas da Síndrome de Burnout, apenas a exaustão emocional apresentou diferenças significativas, estando a despersonalização e a realização pessoal equiparadas quanto ao sexo dos participantes.18

Enfermeiros atuantes em emergências, cuidados intensivos ou enfermarias Covid possuíam índice superior de prevalência de Burnout quando comparados aos profissionais de outros setores do hospital. Entre os acometidos, sensações de desesperança, memórias infelizes e irritabilidade eram constantes.19 Profissionais atuantes na linha de frente que positivaram em testes para Covid-19 e foram afastados das funções laborais, também apresentaram elevados índices de Burnout após o retorno ao trabalho.22 

É necessário enfatizar a estreita relação entre o Burnout, sobrecarga e as condições de trabalho, o que geral alterações fisiológicas e psicológicas na saúde dos trabalhadores, atingindo de forma significativa o desempenho de suas atividades.46

Outra repercussão importante na saúde mental de enfermeiros da linha de frente do cuidado, são os transtornos mentais relacionados ao sono.14,22-23  O sono é primordial para o bom funcionamento físico, cognitivo, ocupacional e social do indivíduo e os profissionais de saúde possuem corriqueiramente problemas associados ao padrão de sono, sobretudo pelo ritmo de trabalho.47 Os índices de alterações do padrão do sono percebidos entre enfermeiros da linha de frente variaram entre 53%23 a 87%.17

            Ao atuar na linha de frente ao cuidado de enfermagem para usuários com Covid-19, observou-se a existência de perfis protetivos a ocorrência de transtornos mentais do sono, como ser do sexo masculino e a atuação na gestão, educação ou pesquisa e o controle da ansiedade, já que está relacionada ao aumento da prevalência de insônia.14

Acrescenta-se ainda que neste primeiro ano de enfrentamento à pandemia foram observadas sintomatologias condizentes a outros transtornos, como o transtorno de estresse pós-traumático.16-17,19,28 A prevalência deste transtorno variou entre 38%28 e 55%.17 chegando ao acometimento de 56% da amostra.28 Apesar do alto percentual de acometimento, ainda são escassos os relatos, os quais acredita-se que haverá um incremento quantitativo nos próximos meses.

            Apesar da atuação na área da enfermagem não ser apontada como fator de risco para desenvolvimento de transtorno de estresse pós-traumático, observa-se um padrão próximo a realidade demográfica da enfermagem, já que ser mulher, trabalhar em hospital e preocupar-se em possíveis contaminações são condições relacionadas ao aumento dos índices deste transtorno.48

É válido ressaltar que a associação de todas as repercussões para a saúde mental quando avaliadas em coletivo e associadas a fatores como sobrecarga de trabalho e autonomia insuficiente, podem culminar em ideação suicida.49 O fenômeno do suicídio associado a atuação na linha de frente do Covid-19 ainda é pouco estudado e carece uma meticulosa avaliação, sobretudo pela conjunção de vários fatores de risco apresentados pelos enfermeiros, contudo, ressalta-se que avaliações preliminares ao contexto pandêmico aponta para um índice de aproximadamente 6% de enfermeiros com ideações suicidas.35,50-51

Apesar das inúmeras situações que culminam em repercussões à saúde mental dos enfermeiros atuantes no enfrentamento à Covid-19, é possível reconhecer a existência de fatores protetivos como o apoio social e familiar, desenvolvimento da espiritualidade e da resiliência, diminuem a chance de adoecimento mental em até seis vezes.26

A capacidade de superação e reinvenção do profissional de enfermagem52 não substitui as necessárias intervenções ocupacionais em saúde mental que possam proporcionar o apoio social neste momento de crise, ainda que seja de maneira virtual.53

            Não obstante a isso, deve-se acentuar as limitações do presente estudo, que estão relacionadas ao elevado fluxo de informações sobre o início do momento pandêmico e um hiato investigativo ao final do segundo semestre, principalmente no contexto latino-americano.

 

Conclusão

Faz-se evidente, portanto, que a saúde mental dos profissionais de enfermagem encontra-se em estado de fragilidade no contexto de pandemia da Covid-19. Essa emergência na saúde mundial, acabou por desencadear consequências físicas e psicológicas que possivelmente se estenderão em um futuro pós-pandêmico.

            Cabe a reflexão sobre as circunstâncias que estão presentes no cotidiano desses agentes, tais como jornada de trabalho excessiva, precarização do ambiente de trabalho causada pela má gestão governamental, negligência do autocuidado e deficiências no apoio social. Desse modo, fica nítida a indispensabilidade da conscientização sobre os problemas que põe em risco a saúde mental dos enfermeiros operantes em pandemias.

            Aponta-se ainda a necessidade de realizações de novas investigações sobre a temática, evidenciando as estratégias de apoio à saúde mental dos profissionais atuantes no enfretamento à Covid-19, bem como as repercussões tardias, visto que o contexto de pandemia se estende e suas consequências ainda são imprecisas.

 

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Editora Científica: Cristiane Cardoso de Paula

Editora associada: Daiana Foggiato de Siqueira

 

 

Autor correspondente

Magda Guimarães de Araujo Faria

E-mail: magda.faria@live.com

Endereço: Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Faculdade de Enfermagem. Boulevard Vinte e Oito de Setembro - 157, Vila Isabel - Rio de Janeiro, RJ - Brasil. CEP: 20551-030

 

 

Contribuições de Autoria

 

1 – Magda Guimarães de Araujo Faria

Concepção ou desenho do estudo/pesquisa, análise e/ou interpretação dos dados, revisão final com participação crítica e intelectual no manuscrito.

 

2 – Kalyane Cristine Ferreira Gonçalves França

Concepção ou desenho do estudo/pesquisa, análise e/ou interpretação dos dados, revisão final com participação crítica e intelectual no manuscrito.

 

3 – Fernanda Costa Guedes

Concepção ou desenho do estudo/pesquisa, análise e/ou interpretação dos dados, revisão final com participação crítica e intelectual no manuscrito.

 

4 – Melissa dos Santos Soares

Concepção ou desenho do estudo/pesquisa, análise e/ou interpretação dos dados, revisão final com participação crítica e intelectual no manuscrito.

 

5 – Cristiane Helena Gallasch

Concepção ou desenho do estudo/pesquisa, análise e/ou interpretação dos dados, revisão final com participação crítica e intelectual no manuscrito.

 

6 – Luciana Valadão Vasconcelos Alves

Concepção ou desenho do estudo/pesquisa, análise e/ou interpretação dos dados, revisão final com participação crítica e intelectual no manuscrito.

 

 

Como citar este artigo

Faria MGA, France KCFG, Guedes FC, Soares MS, Gallasch CH, lvv Alves. Repercussions for mental health of nursing professionals who are in the face of Covid-19: integrativereview. Rev. Sick. Ufsm. 2021 [Access in: Years Month Day]; vol.11 e70: 1-17. DOI: https://doi.org/10.5902/2179769264313