Rev. Enferm. UFSM - REUFSM
Santa Maria, RS, v. 11, e60, p. 1-18, 2021
DOI: 10.5902/2179769263570
ISSN 2179-7692
Submissão: 15/12/2020 Aprovação: 30/06/2021 Publicação: 10/08/2021
Artigo Original
Acidentes com material biológico: uma análise com profissionais de enfermagem
Accidents with biological material: An analysis with Nursing professionals
Accidentes con material biológico: un análisis con profesionales de Enfermería
Genesio ForekeviczI
Roberta RossaII
Adriana SchwabIII
Marcela Maria BirolimIV
I Enfermeiro. UniGuairacá Centro Universitário. Guarapuava, Paraná, Brasil. E-mail: ge.forekevicz@gmail.com, Orcid: https://orcid.org/0000-0002-8485-8877
II Enfermeira. Mestranda. Universidade Estadual de Maringá. Maringá, Paraná, Brasil. E-mail: robertarossa12@gmail.com Orcid: https://orcid.org/0000-0002-6962-1783
III Fisioterapeuta. UniGuairacá Centro Universitário. Guarapuava, Paraná, Brasil. E-mail: drica.schwab@gmail.com Orcid: https://orcid.org/0000-0003-4418-465X
IV Enfermeira. Doutora em Saúde Coletiva. Docente do Departamento de Enfermagem da UniGuairacá Centro Universitário. Guarapuava, Paraná, Brasil. E-mail: marcelabirolim@hotmail.com Orcid: https://orcid.org/0000-0001-6976-4955
Resumo: Objetivo: analisar os acidentes com material biológico ocorridos com profissionais de enfermagem no Estado do Paraná em 2016. Método: estudo transversal realizado em outubro de 2018 com dados disponibilizados pelo Centro Estadual de Saúde do Trabalhador do Paraná. Utilizaram-se análises descritivas e, para as associações, o teste de qui-quadrado (p<0,05). Resultados: foram analisados 2.436 casos de acidentes na equipe de enfermagem, dos quais 1.974 registrados entre técnicos e auxiliares. Houve predomínio dos acidentes em mulheres, na faixa etária de 30 a 49 anos. A forma de exposição mais frequente foi a percutânea, as circunstâncias mais referidas foram relacionadas à punção ou administração de medicação endovenosa e observou-se redução significativa do uso de equipamento de proteção individual conforme o aumento da idade, entre profissionais do nível médio. Conclusão: evidenciou-se a necessidade de elaboração de estratégias voltadas à educação permanente desses profissionais para garantir a prevenção de acidentes e/ou doenças ocupacionais.
Descritores: Acidente Biológico; Notificação de Acidentes de Trabalho; Fatores Biológicos; Saúde do Trabalhador; Enfermagem
Abstract: Objective: to analyze the accidents involving biological material that occurred with Nursing professionals in Paraná in 2016. Method: a cross-sectional study carried out in October 2018 with data provided by the State Center for Workers' Health of Paraná. Descriptive analyses were used and, for the associations, the chi-square test (p<0.05) was employed. Results: a total of 2,436 cases of accidents in the Nursing team were analyzed, of which 1,974 were recorded among technicians and assistants. There was predominance of accidents in women, aged between 30 and 49 years old. The most frequent kind of exposure was percutaneous, the most reported circumstances were related to the puncture or administration of intravenous medication, and a significant reduction in the use of personal protective equipment was observed with increasing age among mid-level professionals. Conclusion: the need to develop strategies aimed at the permanent education of these professionals was evidenced to ensure prevention of accidents and/or occupational diseases.
Descriptors: Biological Accident; Occupational Accidents Registry; Biological Factors Occupational Health; Nursing
Resumen: Objetivo: analizar los accidentes con material biológico ocurridos con profesionales de Enfermería en el estado de Paraná en el año 2016. Método: estudio transversal realizado en octubre de 2018 con datos puestos a disposición por el Centro Estatal de Salud Laboral de Paraná. Se utilizaron análisis descriptivos y, para las asociaciones, la prueba de chi-cuadrado (p<0,05). Resultados: se analizaron 2436 casos de accidentes en el equipo de Enfermería, de los cuales 1974 se registraron entre técnicos e auxiliares. Hubo predominio de accidentes en mujeres, en el grupo etario de 30 a 49 años. La forma de exposición más frecuente fue la percutánea, las circunstancias más mencionadas estuvieron relacionadas con la punción o administración de medicación endovenosa y se observó una significativa reducción en el uso de equipos de protección personal a medida que aumentó la edad de los participantes, entre profesionales de nivel medio. Conclusión: se hizo evidente la necesidad de elaborar estrategias dirigidas a la educación permanente de estos profesionales para garantizar la prevención de accidentes y/o enfermedades laborales.
Descriptores: Accidente Biológico; Notificación de Accidentes del Trabajo; Factores Biológicos; Salud Laboral; Enfermería
Introdução
Os acidentes de trabalho englobam todos os eventos que envolvem o trabalhador sem que haja um local exato, e pode ocorrer na empresa ou no trajeto entre a casa e o trabalho. Já os acidentes com material biológicos ocorrem, por sua vez, com maior frequência entre os profissionais da saúde, principalmente entre enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, devido à longa permanência nos estabelecimentos de saúde.1-2 Trata-se de um contato inesperado com fluídos orgânicos, dos quais destacam-se o sangue, líquido amniótico, sêmen entre outros.3
As vias de exposição mais comuns são a pele não íntegra, mucosas ou por via percutânea. Após o contato com material biológico, o indivíduo fica exposto a inúmeros agentes patogênicos que apresentam relevância epidemiológica por provocarem doenças graves, principalmente a Hepatite B, Hepatite C e a Síndrome da Imunodeficiência Humana Adquirida (AIDS), transmitida pelo vírus (HIV).1,4
É possível identificar que os tipos de acidentes com maior frequência entre os profissionais da enfermagem acontecem com materiais perfurocortantes, seguidos pelo contato com sangue do paciente. Os momentos mais comuns da ocorrência do acidente acontecem durante a punção venosa ou arterial e o descarte de seringas e agulhas.5
Entre as principais medidas de prevenção e controle, destaca-se a exigência do uso de equipamento de proteção individual (EPI) e do equipamento de proteção coletiva (EPC), que devem ser utilizados conforme o local trabalho e a função desempenhada.2 Porém, a falta de conhecimento sobre a real importância do uso de EPI’s também é fator para a ocorrência de acidentes.6
Mesmo diante da negligência no uso dos EPI’s por muitos profissionais, é possível identificar que as luvas ainda são um dos equipamentos mais utilizados pelos trabalhadores, todavia, sua adesão em práticas que demandem o uso não atinge a totalidade dos profissionais. Outro problema identificado diz respeito aos outros equipamentos de proteção, tais como avental, botas ou calçados adequados, máscara, óculos e proteção facial.7
A notificação do acidente e o preenchimento adequado do protocolo de Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) são importantes para que o acidentado seja assistido de forma adequada e receba os direitos que lhe convém neste momento.2 Entretanto, alguns fatores contribuem para a subnotificação dos acidentes, por exemplo, não considerar necessário comunicar o acidente, excesso de burocracia, falta de conhecimento e por considerar, muitas vezes, o acidente de baixo risco.3-4
Como disposto na portaria n° 777, de 28 de abril de 2004, os acidentes com material biológico potencialmente contaminado correspondem a um agravo de notificação compulsória, e o Instrumento de Notificação Compulsória é a Ficha de Notificação, que é padronizada pelo Ministério da Saúde e disponibilizada no Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN-NET.8 O Estado do Paraná apresenta um número crescente de acidentes com material biológico notificados no SINAN entre os anos de 2006 e 2015,9 de forma que conhecer o perfil dos profissionais envolvidos e a prevalência dos eventos é relevante.
Os membros que constituem a equipe de enfermagem estão constantemente expostos à ocorrência de acidentes de trabalho. Um dos fatores pelos quais acidentes acontecem é a alta carga de trabalho, o que gera desgaste físico e mental e torna os trabalhadores vulneráveis e suscetíveis à ocorrência de acidentes.4-5
A falta de conhecimento em relação à utilização de EPI acarreta prejuízos para a saúde do trabalhador. Desse modo, justifica-se a escolha deste tema pela importância em caracterizar o perfil dos profissionais que sofrem acidentes com material biológico, possibilitando, assim, identificar os principais fatores e materiais que levam à ocorrência do acidente, o que auxilia no planejamento de estratégias de prevenção de agravos. Neste aspecto, o estudo teve como objetivo analisar os acidentes com material biológico ocorridos com profissionais de enfermagem no Estado do Paraná em 2016.
Método
Trata-se de um estudo analítico, transversal com dados secundários da seção de informação e análise de situação do Centro Estadual de Saúde do Trabalhador (CEST) do Paraná, que está organizado em um CEST de abrangência estadual, instalado em Curitiba e em oito Centros de Referência em Saúde do Trabalhador Macrorregionais (CEREST-MR), distribuídas entre as 22 Regionais de Saúde do Estado.9
O material utilizado para a realização deste estudo provém do SINAN e foi cedido pela Coordenação Geral de Saúde do Trabalhador e pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (CGSAT/SVS/MS), por meio do Centro Colaborador em Vigilância dos Acidentes de Trabalho, do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia.10 Inicialmente, foi realizado o download do arquivo sobre acidentes com materiais biológicos ocorridos no Paraná no ano de 2016. Tal coleta ocorreu em outubro de 2018. Posteriormente, os dados foram selecionados e salvos em planilha do programa Microsoft Excel®, na qual foram selecionadas as variáveis de interesse para análise.
Neste estudo, foram apresentadas as seguintes variáveis: sexo, idade, situação no mercado de trabalho, tipo de exposição sofrida, material orgânico manipulado, circunstâncias do acidente, agente causador do acidente, utilização de EPI, indicação de quimioprofilaxia, situação vacinal, paciente fonte, evolução e emissão de CAT.
Para a realização das análises estatísticas, os dados disponíveis foram digitados no programa Microsoft Office Excel® e, posteriormente, analisados por meio do software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 20.0. Foram realizadas análises descritivas com a apresentação das frequências absolutas e relativas. Para as análises de associação, foi utilizado o teste qui-quadrado e adotado o nível de significância de 5% (p<0,05).
Por tratar-se de uma pesquisa com dados secundários disponíveis em endereço eletrônico, não foi necessária a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos.
Resultados
Foram analisados 2.436 casos de acidentes com material biológico ocorridos com profissionais da enfermagem do Estado do Paraná notificados no SINAN no ano de 2016, perfazendo um total de 51,9% dos casos notificados.
A distribuição desses casos entre os profissionais da enfermagem mostra que houve 462 casos entre enfermeiros e 1.974 casos entre técnicos/auxiliares de enfermagem. A média de idade dos Enfermeiros foi de 32,2 anos, e o desvio padrão de 8,1. Já a média de idade dos técnicos/auxiliares de enfermagem foi de 36,5 anos, com desvio padrão de 10,1. Houve predomínio dos acidentes no sexo feminino, na faixa etária de 30 a 49 anos e em trabalhadores com carteira assinada (Tabela 1).
Tabela 1 – Distribuição das variáveis sociodemográficas e situação no mercado de trabalho em enfermeiros e técnicos/auxiliares de enfermagem que sofreram acidente com material biológico notificados ao SINAN no Estado do Paraná, 2016.
Variáveis |
Enfermeiros (N=462) |
Técnicos/Auxiliares de Enfermagem (N=1974) |
||
N |
% |
N |
% |
|
Sexo |
|
|
|
|
Feminino |
409 |
88,7 |
1773 |
89,8 |
Masculino |
52 |
11,3 |
201 |
10,2 |
Ausentes/Ignorados |
1 |
0,2 |
- |
- |
Idade |
||||
Até 29 anos |
207 |
44,8 |
552 |
28,0 |
30 a 49 anos |
237 |
51,3 |
1190 |
60,3 |
50 anos e mais |
18 |
3,9 |
232 |
11,8 |
Situação no mercado de trabalho |
||||
Registrados com carteira |
315 |
68,2 |
1247 |
63,2 |
Servidor público estatutário |
94 |
20,3 |
503 |
25,9 |
Servidor público celetista |
20 |
4,3 |
81 |
4,1 |
Trabalho temporário |
7 |
1,5 |
15 |
0,8 |
Não registrado |
4 |
0,9 |
13 |
0,7 |
Autônomo |
3 |
0,6 |
11 |
0,6 |
Desempregado |
1 |
0,2 |
1 |
0,1 |
Ausentes/Ignorados |
18 |
3,9 |
103 |
4,6 |
Fonte: SINAN (2016).
A forma de exposição percutânea entre enfermeiros e técnicos/auxiliares de enfermagem foi a mais frequente (68,6% e 75,8%, respectivamente), e a circunstância do acidente para enfermeiros foi maior na variável punção arterial/venosa não especificada (13%), seguida de administração de medicação endovenosa (12,8%), enquanto para técnicos/auxiliares de enfermagem a situação se apresentou inversa, como apresentado na tabela 2.
Tabela 2 – Tipo de Exposição e Circunstância do Acidentado em enfermeiros e técnicos/auxiliares de enfermagem que sofreram acidente com material biológico notificados ao SINAN no Estado do Paraná, 2016.
Variáveis |
Enfermeiros (N=462) |
Técnicos/Auxiliar de Enfermagem (N=1974) |
||
N |
% |
N |
% |
|
Exposição Percutânea |
||||
Sim |
317 |
68,6 |
1497 |
75,8 |
Não |
136 |
29,4 |
440 |
22,3 |
Ausentes/Ignorados |
9 |
1,9 |
37 |
1,9 |
Exposição Mucosa (oral/ocular) |
||||
Sim |
81 |
17,5 |
291 |
14,7 |
Não |
366 |
79,2 |
1626 |
82,4 |
Ausentes/Ignorados |
15 |
3,2 |
57 |
2,9 |
Exposição Pele Íntegra |
||||
Sim |
93 |
20,1 |
355 |
18,0 |
Não |
355 |
76,8 |
1568 |
79,4 |
Ausentes/Ignorados |
14 |
2,7 |
51 |
2,6 |
Exposição Pele não Íntegra |
||||
Sim |
25 |
5,4 |
79 |
4,0 |
Não |
427 |
92,4 |
1847 |
93,6 |
Ausentes/Ignorados |
10 |
2,1 |
48 |
2,4 |
Circunstância do Acidente |
||||
Punção arterial/venosa não especificada |
60 |
13,0 |
191 |
9,7 |
Administração de medicação endovenosa |
59 |
12,8 |
265 |
13,4 |
Punção arterial/venosa coleta de sangue |
48 |
10,4 |
131 |
6,6 |
Administração e medicação subcutânea |
31 |
6,7 |
162 |
8,2 |
Descarte inadequado de material perfurocortante em bancada |
27 |
5,8 |
160 |
8,1 |
Administração de medicação intramuscular |
23 |
5,0 |
133 |
6,7 |
Procedimento cirúrgico |
23 |
5,0 |
149 |
7,5 |
Manipulação de caixa com material |
20 |
4,3 |
86 |
4,4 |
Dextro |
17 |
3,7 |
95 |
4,8 |
Reencape |
13 |
2,8 |
44 |
2,2 |
Descarte inadequado de material em saco de lixo |
8 |
1,7 |
52 |
2,6 |
Administração de medicação intradérmica |
7 |
1,5 |
12 |
0,6 |
Lavagem de material |
7 |
1,5 |
83 |
4,2 |
Procedimento laboratorial |
6 |
1,3 |
28 |
1,4 |
Lavanderia |
1 |
0,2 |
4 |
0,2 |
Procedimento odontológico |
1 |
0,2 |
12 |
0,6 |
Outros |
105 |
22,7 |
345 |
17,5 |
Ausentes/Ignorados |
6 |
1,3 |
22 |
1,1 |
Fonte: SINAN (2016).
O material orgânico com que os enfermeiros e técnicos/auxiliares de enfermagem mais tiveram contado nos acidentes foi o sangue (n=367; 79,4% e n=1524; 77,2%, respectivamente). Quanto ao tipo de agente em que os trabalhadores se lesionaram, destaca-se a agulha com lúmen nas duas categorias estudadas (n=258; 55,8% e n= 1192; 60,4%). Em relação à utilização de EPI’s pelos profissionais, mais da metade deles fazia uso de luvas e avental no momento do acidente, porém um número muito pequeno fazia uso de óculos, máscara, EPI facial e botas (Tabela 3).
Tabela 3 – Uso de EPI’s em enfermeiros e técnicos/auxiliares de enfermagem que sofreram acidente com material biológico notificados ao SINAN no Estado do Paraná, 2016.
Variáveis |
Enfermeiros (N=462) |
Técnicos/Auxiliares de Enfermagem (N=1974) |
||
N |
% |
N |
% |
|
Uso de luvas |
||||
Sim |
328 |
71 |
1381 |
70,0 |
Não |
125 |
27,1 |
547 |
27,7 |
Ignorado |
9 |
1,9 |
46 |
2,3 |
Uso de avental |
||||
Sim |
238 |
51,5 |
1003 |
50,8 |
Não |
207 |
44,8 |
894 |
45,3 |
Ignorado |
17 |
3,7 |
77 |
3,9 |
Uso de óculos |
||||
Sim |
53 |
11,5 |
189 |
9,6 |
Não |
390 |
84,4 |
1710 |
86,6 |
Ignorado |
19 |
4,1 |
75 |
3,8 |
Uso de máscara |
||||
Sim |
85 |
18,4 |
304 |
15,4 |
Não |
360 |
77,9 |
1591 |
80,6 |
Ignorado |
17 |
3,7 |
79 |
4,0 |
Equipamento de proteção facial |
||||
Sim |
15 |
3,2 |
42 |
2,1 |
Não |
426 |
92,2 |
1835 |
93,0 |
Ignorado |
21 |
4,5 |
97 |
4,9 |
Uso de botas |
||||
Sim |
52 |
11,3 |
302 |
15,3 |
Não |
388 |
84,0 |
1565 |
79,3 |
Ignorado |
22 |
4,8 |
107 |
5,4 |
Fonte: SINAN (2016).
Em relação aos exames realizados no momento em que o acidente ocorreu, definido como momento zero, é possível identificar um elevado percentual de resultados negativos nos testes sorológicos para detecção do HIV e antígeno de superfície da hepatite B (HbsAg). Em todos os exames realizados, é possível identificar um elevado número de profissionais que possuem dados ausentes, definidos como ignorados ou que possuíam células em branco.
Em relação às condutas após o acidente com o material biológico, a maioria dos enfermeiros e técnicos/auxiliares de enfermagem acidentados não teve indicação para quimioprofilaxia (n=349; 75,5% e n=1443; 73,1%). Uma porcentagem maior de técnicos/auxiliares de enfermagem (2,1%) recusou a profilaxia indicada quando comparado aos enfermeiros (0,9%) (Tabela 4).
Tabela 4 – Condutas iniciais e evolução dos casos nos profissionais de saúde que sofreram acidente com material biológico notificados ao SINAN no Estado do Paraná, 2016.
Variáveis |
Enfermeiros (N=462) |
Técnicos/Auxiliares de Enfermagem (N=1974) |
||
N |
% |
N |
% |
|
Sem indicação de quimioprofilaxia |
||||
Sim |
349 |
75,5 |
1443 |
73,1 |
Não |
83 |
18,0 |
361 |
18,3 |
Ignorado |
10 |
2,2 |
45 |
2,3 |
Em branco |
20 |
4,3 |
125 |
6,3 |
Recusou quimioprofilaxia indicada |
||||
Sim |
4 |
0,9 |
41 |
2,1 |
Não |
411 |
89,0 |
1685 |
85,4 |
Ignorado |
11 |
2,4 |
52 |
2,6 |
Em branco |
36 |
7,8 |
196 |
9,9 |
Status de vacinação contra hepatite B (3 doses) |
||||
Vacinado |
442 |
95,7 |
1839 |
93,2 |
Não vacinado |
7 |
1,5 |
49 |
2,5 |
Ignorado |
9 |
1,9 |
59 |
3,0 |
Em branco |
4 |
0,9 |
27 |
1,4 |
Evolução do caso |
||||
Alta com conversão sorológica |
2 |
0,4 |
14 |
0,7 |
Alta sem conversão sorológica |
94 |
20,3 |
341 |
17,3 |
Alta paciente fonte negativo |
132 |
28,6 |
523 |
26,5 |
Abandono |
45 |
9,7 |
165 |
8,4 |
Ignorado |
18 |
3,9 |
106 |
5,4 |
Em branco |
171 |
37,0 |
825 |
41,8 |
Emissão da Comunicação de Acidente no Trabalho |
||||
Sim |
347 |
75,1 |
1435 |
72,7 |
Não |
64 |
13,9 |
292 |
14,8 |
Não se aplica |
6 |
1,3 |
23 |
1,2 |
Ignorado |
45 |
9,7 |
224 |
11,3 |
Fonte: SINAN (2016).
Quanto ao acompanhamento e evolução dos profissionais acidentados, identifica-se que, entre os dois grupos, existe maior porcentagem de que enfermeiros abandonou o acompanhamento clínico. Em relação à evolução, observa-se um elevado número de células em branco, tanto para enfermeiros quanto para técnicos/auxiliares de enfermagem (n=171; 37% e n=825; 41,8%). Não foram registrados óbitos decorrentes da exposição ao material biológico, nem por outras causas. Destaca-se que, no período analisado, entre os profissionais que sofreram acidentes com material biológico no Paraná, a emissão de CAT foi realizada em 75,1% dos acidentes que envolveram enfermeiros, e em 72,7% em que os acometidos foram técnicos/auxiliares de enfermagem.
Na análise de associação que buscou identificar se havia diferença significativa entre o uso do EPI de acordo com a categoria profissional, embora entre os enfermeiros a utilização de EPI tenha sido um pouco maior (82,9% versus 81,1%), essa diferença não foi considerada significativa (p=0,371) (dados não apresentados em tabela). Entretanto, ao analisar separadamente a associação entre a utilização de EPI com características sociodemográficas entre enfermeiros e técnicos e auxiliares de enfermagem, a idade apresentou diferença significativa (p=0,001) entre os técnicos e auxiliares, mostrando que, com o aumento da idade, houve uma redução significativa quanto ao uso do EPI (Tabela 5).
Tabela 5 – Distribuição das variáveis sociodemográficas de enfermeiros e técnicos/auxiliares de enfermagem que sofreram acidente com material biológico, de acordo com a utilização de equipamento de proteção individual, Paraná, 2016.
|
Utilização de EPI |
p-valor |
|||
|
Sim |
Não |
|||
Categoria profissional |
N |
% |
N |
% |
|
Enfermeiros |
|
|
|
|
|
Sexo |
|||||
Feminino |
340 |
83,1 |
69 |
16,9 |
0,937 |
Masculino |
43 |
82,7 |
9 |
17,3 |
|
Idade |
|||||
Até 29 anos |
178 |
86 |
29 |
14 |
0,073 |
30 a 49 anos |
188 |
79,3 |
49 |
20,7 |
|
50 anos e mais |
17 |
94,4 |
1 |
5,6 |
|
Técnicos e Auxiliares de Enfermagem |
|||||
Sexo |
|
|
|
|
|
Feminino |
1436 |
81 |
337 |
19 |
0,707 |
Masculino |
165 |
82,1 |
36 |
17,9 |
|
Idade |
|||||
Até 29 anos |
472 |
85,5 |
80 |
14,5 |
0,001 |
30 a 49 anos |
956 |
80,3 |
234 |
19,3 |
|
50 anos e mais |
173 |
74,6 |
59 |
25,4 |
Fonte: SINAN (2016).
Discussão
Os acidentes com material biológico são frequentes, principalmente entre os profissionais que atuam em ambientes de saúde. Nos anos anteriores a 2016, os números de casos de acidentes de trabalho com exposição a material biológico no Paraná aumentaram de 3.129, em 2010, para 4.250, em 2015.11 Em 2016, além de aumento no número de ocorrências (4.693), observou-se que 51,9% desses eventos ocorreram entre enfermeiros e técnicos/auxiliares de enfermagem, resultado semelhante ao encontrado em outro estudo brasileiro.11
A idade dos profissionais que sofreram acidentes com material biológico teve maior frequência entre 30 e 49 anos, resultado semelhante ao encontrado em pesquisa realizada no estado da Bahia.2 Porém, achados diferentes foram identificados na literatura,4,12 nos quais a faixa etária com maior taxa de registros foi até 29 anos.
Também foi observado maior número de acidentes entre profissionais do sexo feminino, tanto em enfermeiros (88,7%) como em técnicos/auxiliares de enfermagem (89,8%). Esses resultados já eram esperados, visto que o gênero feminino é dominante em profissões da área da saúde, especialmente na enfermagem, corroborando com os resultados encontrados na literatura.2-3,13-14
Com as mulheres somando maior número de profissionais na área da enfermagem, muitas conciliam o trabalho com os afazerem do lar, o que gera excesso de trabalho a esse grupo.15 Dessa maneira, a qualidade da assistência prestada pode ser comprometida, o que pode levar à maior suscetibilidade aos acidentes com material biológico.
A caracterização dos acidentes avaliados revelou que a maioria ocorreu por exposição percutânea, reafirmando os resultados encontrados na literatura.14 A circunstância do acidente para enfermeiros foi maior na variável punção arterial/venosa não especificada (13%), seguida de administração de medicação endovenosa (12,8%), enquanto para técnicos/auxiliares de enfermagem a situação se apresentou inversa. A variável administração de medicação endovenosa apresentou uma frequência de 13,4%, enquanto a variável punção arterial/venosa não especificada foi de 9,7%. Esses dados corroboram com a literatura,12 sendo possível identificar que tal evento pode estar relacionado ao processo de trabalho desenvolvido por estes profissionais.
Neste estudo, o sangue foi o principal fluído corporal envolvido na ocorrência dos acidentes, indo ao encontro dos achados da literatura.3,14 Destaca-se o potencial contaminante desse fluído, principalmente no que se refere aos agravos acarretados pelo vírus da Hepatite B, responsável pela transmissão ocupacional do vírus.1-2 A maioria dos acidentes foi causada por agulhas com lúmen (58,0%), seguidos pela categoria identificada como outros, com 22,0%, corroborando com resultado encontrado na literatura.12
Os empregadores são obrigados a viabilizar os EPI’s pertinentes ao risco aos quais o profissional se expõe, com a finalidade de reduzir a ocorrência de contato com materiais biológicos. O dispositivo é de uso individual e inclui luvas, óculos ou EPI’s faciais, máscaras, aventais e proteção para os membros inferiores, como exemplo, botas. Assim como em outros estudos, observou-se que, no momento do acidente, os profissionais não utilizavam todos os equipamentos de proteção, o que contribui para a ocorrência do contato com o material biológico.16-17
Verifica-se que a dinâmica de trabalho pode influenciar a utilização de EPI’s, pois os profissionais utilizam o equipamento de proteção necessários somente quando julgam que a prática pode oferecer algum risco.6 No entanto, deve-se ressaltar a importância da utilização de EPI’s em todos os procedimentos, principalmente naqueles com presença de sangue e secreção, situação na qual todos os pacientes devem ser considerados potencialmente contaminados.
No que se refere à evolução dos profissionais que sofreram acidentes com material biológico, observa-se que na maioria dos casos o registo estava ausente, o que revela um comprometimento do acompanhamento do paciente. Ainda em relação à evolução do caso, identificou-se uma porcentagem mais elevada de enfermeiros que abandonaram o acompanhamento clínico quando comparado aos técnicos e auxiliares de enfermagem.
Esses resultados divergem do referencial encontrado na literatura, que descreve uma suscetibilidade maior de abandono clínico entre trabalhadores com nível técnico, além de indivíduos com idade superior a 30 anos.12,18 Considerando o elevado número de indivíduos que deixam de fazer o acompanhamento clínico, identifica-se a necessidade de reforçar as orientações aos profissionais quanto à importância do segmento clínico laboratorial. Nesse aspecto, encorajar o trabalhador é essencial, visto que o evento pode acarretar sentimentos de medo e preocupação aos profissionais envolvidos, e mesmo sendo profissionais da saúde, podem ficar desorientados com o ocorrido.19
No presente estudo, a maioria dos profissionais que se envolveu em acidentes com material biológico não teve indicação de quimioprofilaxia. No entanto, foi possível identificar um elevado número de registros com informações ausentes ou ignoradas. Tais dados corroboram com o encontrado na literatura nacional,7 ressaltando a necessidade de melhorar o preenchimento das informações.
A identificação do paciente fonte neste estudo ocorreu em mais de 80% dos casos, tanto nos acidentes envolvendo enfermeiros quanto naqueles envolvendo técnicos e auxiliares de enfermagem. Conhecer o paciente fonte e realizar os exames para identificação de infecções transmissíveis pode auxiliar no tratamento do profissional acidentado, bem como em sua evolução para alta do acompanhamento clínico-laboratorial.
A ausência de informações mostra-se como uma importante limitação deste estudo, visto que o desconhecimento sobre as condições do paciente, resultados de exames e evolução clínica pode vir a ser prejudicial a longo prazo para o indivíduo que sofreu o acidente, pois algumas patologias podem surgir após certo período. Analisando o contexto das informações obtidas, percebe-se que outro importante dado exposto no estudo refere-se à subnotificação e decorre da falta de preenchimento e emissão da CAT após o episódio do acidente com material biológico. Dessa forma, apesar das duas categorias profissionais estudadas, em sua maioria, emitirem a CAT, um percentual elevado de enfermeiros (24,9%) e técnicos/auxiliares de enfermagem (27,3%) não preencheu e/ou ignorou as informações inerentes ao acidente.
A subnotificação do acidente gera prejuízos, pois impossibilita o conhecimento sobre a real prevalência dos acidentes no período. A subnotificação pode estar relacionada à falta de conhecimento sobre a importância desse registro para análises epidemiológicas, bem como ao excesso de burocracia que envolve a notificação de um acidente.3-4
Ao analisar a associação entre a utilização de EPI’s, identificou-se neste estudo que, com o aumento da idade, houve uma redução significativa quanto ao uso do EPI, principalmente entre técnicos/auxiliares de enfermagem. Dessa maneira, a maior ocorrência de acidentes no local de trabalho e negligência quanto ao uso dos EPI’s pode estar relacionada à supervalorização da técnica ou da prática clínica pelos profissionais de saúde, principalmente entre os profissionais com maior idade ou mais tempo de atuação.6 Além disso, é importante destacar que os profissionais da saúde atuam constantemente com sobrecarga de trabalho e más condições estruturais e de equipamentos,20 o que pode favorecer negativamente a não utilização dos EPI’s e, consequentemente, favorecer também o acidente envolvendo materiais biológicos.
Salienta-se a importância de realizar capacitações sobre acidentes de trabalho, não apenas em ambientes em que os profissionais estão frequentemente expostos, mas também onde atuam os profissionais da atenção básica, pois a falta de conhecimento pode levar ao aumento e, consequentemente, maior número de casos subnotificados.21
Tendo em vista que o presente estudo foi desenvolvido a partir de dados secundários, cabe ressaltar uma possível limitação, referente ao elevado percentual de informações de dados ignorados, ausentes ou em branco registradas no sistema, o que impede, por vezes, a apresentação fidedigna dos resultados. Além disso, pode ter ocorrido subnotificação dos casos no período da pesquisa. Tal circunstância chama a atenção para a necessidade do aprimoramento do método de investigação e estratégias para a melhoria da qualidade das informações nos registros dos acidentes.
No entanto, os achados dessa investigação permitiram ampliar o conhecimento sobre os acidentes com material biológico sofridos pelos trabalhadores do Estado do Paraná, em especial os ocorridos com profissionais de enfermagem. Assim, estratégias de prevenção de acidentes com material biológico são fundamentais para a promoção da saúde dos trabalhadores paranaenses.
Conclusão
Os acidentes com material biológico com profissionais de enfermagem no Estado do Paraná ocorreram com maior frequência entre profissionais do sexo feminino, na faixa etária de 30 a 49 anos. A forma de exposição mais frequente foi a percutânea e as circunstâncias mais reportadas relacionadas à ocorrência dos eventos foram situações nas quais envolviam punção arterial ou venosa e administração de medicação endovenosa. Entre os técnicos e auxiliares de enfermagem houve redução significativa do uso de EPI conforme o aumento da idade.
Essas constatações permitem ampliar a compreensão sobre esse fenômeno e fomentar a necessidade de estratégias voltadas à educação permanente desses profissionais, destacando as situações de riscos, ações de prevenção por meio da utilização adequada de EPI’s, bem como a notificação imediata do evento, o que pode contribuir para a redução dos índices de acidentes e/ou doenças ocupacionais nestes trabalhadores.
Referências
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Editora Científica: Tânia Solange Bosi de Souza Magnago
Editora Associada: Rosângela Marion da Silva
Autor correspondente
Roberta Rossa
E-mail: robertarossa12@gmail.com
Endereço: Av. Colombo, 5.920, Jd. Universitário, Maringá, Paraná, Brasil.
CEP: 87020-900
Contribuições de Autoria
1 - Genesio Forekevicz
Construção do projeto de pesquisa, condução da coleta e interpretação dos dados, e revisão crítica da versão final do manuscrito.
2 - Roberta Rossa
Contribuições: Interpretação dos dados e revisão crítica da versão final do manuscrito.
3 - Adriana Schwab
Construção do projeto de pesquisa, condução da coleta e interpretação dos dados, e revisão crítica da versão final do manuscrito.
4 - Marcela Maria Birolim
Suporte e orientação para a construção do projeto, coleta e análise doas dados, e revisão crítica da versão final do manuscrito.
Como citar este artigo
Forekevicz G, Schwab A, Birolim MM, Rossa R. Accidents with biological material: An analysis with Nursing professionals. Rev. Enferm. UFSM. 2021 [Accessed on: Year Month Day]; vol.11 e60: 1-18. DOI: https://doi.org/10.5902/2179769263570