Rev. Enferm. UFSM - REUFSM

Santa Maria, RS, v. 10, e40, p. 1-19, 2020

DOI: 10.5902/2179769239002

ISSN 2179-7692

 

Submissão: 10/07/2019    Aprovação: 11/02/2020    Publicação: 03/06/2020

Artigo Original

 

A prática do bullying em adolescentes do gênero feminino

The practice of bullying in adolescents of the female gender

La práctica del bullying en adolescentes del género feminino

 

 

Daniela de Aquino FreireI

Raquel Rufino da SilvaII

Thaís da Silva OliveiraIII

Kydja Milene Souza TorresIV

Juliana da Rocha CabralV

Maria Lucia Neto de MenezesVI

 

I Enfermeira. Doutoranda em Enfermagem, Universidade de Pernambuco – UPE, Recife, Pernambuco, Brasil, E-mail: daniela_3439@hotmail.com, ORCID iD: https://orcid.org/0000-0002-6708-5139

II Enfermeira, Especialista em Saúde da Mulher, Universidade de Pernambuco _ UPE, Recife, Pernambuco, Brasil, E-mail: raquelrufinosilva@gmail.com, ORCID iD: https://orcid.org/0000-0001-5925-0520

III Enfermeira. Mestra em Enfermagem, Universidade de Pernambuco – UPE, Recife, Pernambuco, Brasil, E-mail: thaiss.oliveira90@gmail.com, ORCID iD: https://orcid.org/0000-0002-6461-201X

IV Enfermeira. Doutoranda em Enfermagem, Universidade de Pernambuco – UPE, Recife, Pernambuco, Brasil, E-mail: kydjamilleny@hotmail.com, ORCID iD: https://orcid.org/0000-0001-5258-8780

V Enfermeira. Doutoranda em Enfermagem, Universidade de Pernambuco – UPE, Recife, Pernambuco, Brasil, E-mail: jucabral06@hotmail.com, ORCID iD: https://orcid.org/0000-0003-3827-996X

VI Enfermeira. Docente da Universidade de Pernambuco – UPE, Recife, Pernambuco, Brasil, E-mail: maria.luciamenezes@yahoo.com.br, ORCID iD: https://0000-0002-7161-8049

 

Resumo: Objetivo: analisar se o bullying é praticado com frequência entre meninas adolescentes, quem pratica e as consequências. Método: estudo exploratório, transversal com abordagem quantitativa. A população da pesquisa foi meninas com idade entre 10 e 19 anos, regularmente matriculadas numa escola pública em Recife-Pernambuco. Os dados foram coletados em fevereiro e março de 2019, e obtidos por meio de entrevistas com perguntas objetivas relacionadas à temática. Resultados: participaram 60 meninas (idade média de 14 anos). A maioria (68,4%) respondeu que se sentia vítima de bullying; 49,9% são vítimas, de acordo com a frequência de exposição às agressões e 76,6% sofreram bullying vindo de meninos; 26,6% apresentaram consequências ruins em decorrência do ato. A forma verbal foi a mais citada (31,6%). Conclusão: há elevada prevalência de adolescentes vítimas de bullying. Salienta-se a importância da família e comunidade escolar na quebra de paradigmas sociais a fim de minimizar a ocorrência do bullying.

Descritores: Bullying; Meninas; Adolescente; Serviços de saúde para estudantes

 

Abstract: Objective: to analyze whether bullying is frequently practiced among adolescent girls, those who practice it and the consequences. Method: exploratory and cross-sectional study with a quantitative approach. The research population was girls aged between 10 and 19 years, regularly enrolled in a public school in Recife-Pernambuco. Data were collected in February and March 2019, being obtained through interviews with objective questions related to the theme. Results: it was attended by 60 girls (average age 14 years). Most (68.4%) answered that they felt victimized by bullying; 49.9% are victims, according to the frequency of exposure to aggressions and 76.6% were bullied by boys; 26.6% showed bad consequences derived from this act. Verbal form was the most cited (31.6%). Conclusion: there is a high prevalence of adolescent victims of bullying. It emphasizes the importance of the family and school community in breaking social paradigms in order to decrease the occurrence of bullying.

Descriptors: Bullying; Girls; Adolescent; Student Health Services

 

Resumen: Objetivo: analizar si el bullying se practica con frecuencia entre niñas adolescentes, quien lo practica y las consecuencias. Método: estudio exploratorio y transversal con enfoque cuantitativo. La población de investigación se compuso de niñas entre 10 y 19 años, inscritas regularmente en una escuela pública en Recife-Pernambuco. Los datos se recopilaron en febrero y marzo de 2019, y se obtuvieron mediante entrevistas con preguntas objetivas relacionadas con el tema. Resultados: participaron 60 niñas (edad promedio 14 años). La mayoría (68,4%) respondió que se sentía víctima de bullying; 49,9% son víctimas, de acuerdo con la frecuencia de exposición a las agresiones y 76,6% sufrieron bullying ​​de niños; 26,6% presentaron malas consecuencias como resultado del acto. La forma verbal fue la más citada (31,6%). Conclusión: hay una alta prevalencia de adolescentes víctimas de bullying. Se subraya la importancia de la familia y la comunidad escolar para romper los paradigmas sociales con miras a minimizar la aparición del bullying.

Descriptores: Bullying; Niñas; Adolescente; Servicios de Salud para Estudiantes

 

 


Introdução

O bullying é um fenômeno que atinge, principalmente, crianças e adolescentes em idade escolar em todo o mundo, sendo descrito como a forma de violência escolar mais frequente. Na atualidade, estabeleceu-se como um grave problema de saúde pública, devido às suas importantes consequências a curto e longo prazo para saúde e desenvolvimento individual, familiar e comunitário. Caracteriza-se por agressões repetitivas e intencionais de várias ordens: psicológica, sexual, física, cyberbullying, entre outros tipos de manifestações. Os atos de intimidação que configuram o bullying são preconcebidos de forma sistemática, e, repetidamente, impostos a indivíduos supostamente vulneráveis, indefesos, que se sujeitam a essas ações, o que ocasiona dano psicológico, físico, isolamento e marginalização, entre outras consequências. Segundo o Ministério da Saúde (MS), a adolescência é caracterizada no período de 10 a 19 anos e é uma fase biopsicossocial na qual ocorrem transformações de caráter físico, social, cognitivo e emocional.1-2

No Brasil, a ocorrência do fenômeno foi mapeada pela Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), uma parceria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do MS. Em sua terceira edição realizada no ano de 2015, verificou-se que cerca de um quinto dos escolares praticaram o ato, além disso, concluiu que os agressores apresentam mais comportamentos de risco à saúde, tais como, consumo de tabaco, álcool, dro­gas e relação sexual precoce. Além de problemas relacionados à saúde mental. Esses resultados trazem preocupações nos âmbitos da psicologia, educação e saúde, uma vez que, as consequências do bullying repercutem nas condições de saúde e desenvolvimento psicossocial dos estudantes vítimas do fenômeno.3-4

Vitimização, baixa auto-estima, ansiedade, medo, cefaleia, enurese, evasão escolar, depressão, ideias suicidas e suicídio são alguns dos efeitos que as pesquisas mais recentes mostram que podem atingir toda a vida escolar e a vida adulta dos envolvidos como bullying, seja como vítima ou como agressor. Além disso, o bullying é considerado como um dos indicadores para o diagnóstico do transtorno de conduta, favorecendo o desen­volvimento de quadros de comportamentos an­tissociais e de criminalidade. Com base nisso, são necessários mais estudos para ampliação das intervenções pedagógicas, sociais e na área da saúde.5

Sabe-se, ainda, que o fenômeno bullying manifesta-se de forma diferente entre os sexos. Estudos mostram que meninas vítimas do ato apresentam autoestima mais baixa quando comparadas ao sexo oposto, e que utilizam mais agressões indiretas, e não-físicas, definidas como agressão social.6

Embora os meninos pratiquem mais violência física do que as meninas, estudos têm mostrado que meninas praticam cada vez mais bullying, e mulheres vítimas de violência doméstica o toleram em suas relações e nos seus casamentos. Estas que sofrem agressão física dos maridos afirmam que a prática começou quando sofreram bullying na escola e nunca reagiram. O relatório sobre Violência e Lesões no Brasil mostrou, ainda, que as estimativas brasileiras para a violência entre parceiros íntimos também foram superiores e que propiciam graves prejuízos à saúde da mulher, das crianças e adolescentes que vivem e/ou presenciam esse contexto. As consequências vão de arranhões ao óbito expressos pelas diferentes manifestações da violência, demandando alternativas por parte dos serviços sociais e de saúde.7

Vale ressaltar que as relações de desigualdade de poder na família podem revelar um lar permissivo em que há uso de violência como forma de disciplina, sem quaisquer habilidades para resolução de conflitos, o que leva as crianças e adolescentes reproduzirem tais condutas com colegas e professores.5

Diante deste cenário, este estudo faz-se necessário e relevante pela amplitude das consequências desse fenômeno, que podem ser as mais variadas possíveis, sendo as mulheres as principais vítimas. Além disso, as repercussões desse tipo de violência podem levar marcas profundas das agressões para a vida adulta, exigindo a necessidade de apoio psicológico para contribuir na superação do problema. Com isso, esse trabalho em questão pode proporcionar meios para contribuir na assistência à saúde a essa população.

Partindo da premissa de que a escola é de fundamental importância no desenvolvimento do ser humano, realiza-se o seguinte questionamento: com que frequência, quem pratica e quais as consequências do fenômeno bullying entre meninas adolescentes? Para responder essa pergunta, foi realizado o presente estudo que teve como objetivos analisar se o fenômeno bullying é praticado com frequência entre meninas adolescentes; identificar quem o pratica e as consequências desse ato.

 

Método

Este estudo é recorte de um projeto matricial intitulado: “Educação sexual sob o olhar de adolescentes escolares, docentes e gestores do ensino fundamental do Recife”. Para alcançar os objetivos dessa pesquisa foi realizado um estudo do tipo exploratório, transversal com abordagem quantitativa.

A pesquisa foi realizada em uma escola Municipal na cidade de Recife-Pernambuco. A escola possui 734 estudantes regularmente matriculados, sendo 339 do fundamental I e 395 do fundamental II.

Foram incluídas no estudo meninas adolescentes com idade entre 10 e 19 anos, faixa etária da adolescência segundo o MS,1 regulamente matriculadas do 7° ao 9° ano. Foram excluídas, aquelas que não apresentaram o Termo de Assentimento Livre e Esclarecido assinado pelos responsáveis.

 Para efeito de cálculo e tamanho, foi utilizada uma calculadora estatística - Raosoft sample size calculator online, estabelecida margem de erro de 5%, intervalo de confiança de 95% e prevalência de problema de 85,8%. Assim, obteve-se uma amostra total de 60 indivíduos. A coleta de dados foi realizada nas dependências da escola em dias e horários determinados pela coordenação. Os dados foram coletados nos meses de fevereiro a março de 2019.

A fim de traçar o perfil das participantes, utilizaram-se os dados socioeconômicos: religião, escolaridade materna e uso de álcool e outras drogas. Para investigar o bullying, utilizou-se o questionário Kidscape que define categorias e classificações sobre o bullying. É um questionário o qual foi padronizado pela instituição inglesa em 1985, que possui o mesmo nome do psicólogo infantil Michelle Elliot. O questionário é autoaplicável e possui 17 perguntas objetivas. Inicialmente apresenta perguntas que objetivam conhecer se o estudante já sofreu bullying e encerra com questões que procuram identificar se o participante já praticou bullying. O questionário Kidscape não possui adaptação para o Brasil, sendo, apenas, traduzido, isso limita os resultados no que se diz respeito à prevalência, porém permite a compreensão do cenário escolar brasileiro dentro desta perspectiva.7

As questões procuram identificar se as vítimas sofreram agressões, intimidações ou assédio, quando e como aconteceram e se sofreram quais as consequências dessas, além de pesquisar que soluções as vítimas podem propor para solução do problema.7

O questionário foi aplicado após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para maiores de 18 anos e para os pais/responsáveis dos menores de 18 anos. Aplicou-se, também, o Termo de Assentimento Livre e Esclarecido nos adolescentes de menor faixa etária assinados por pais/responsáveis.

Após a coleta de dados, foi elaborado um arquivo com a codificação dos dados em uma planilha do programa Excel 2010 XP, em seguida foram realizados cálculos de porcentagem e frequência de cada uma das variáveis, com a posterior confecção de tabelas e exposição dos resultados.

O desenvolvimento do estudo seguiu as diretrizes da Resolução 466/2012 e 510/16 do Conselho Nacional de Saúde, tendo aprovação pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Complexo Hospitalar da Universidade de Pernambuco, registrado sob parecer: 2.315.612 em 05 de outubro de 2017.

 

Resultados

Participaram deste estudo 60 meninas com idade entre 10 e 19 anos, a idade média foi de 14 anos, considerando-se a faixa etária de 12 a 15 ou mais. A cor da pele parda foi a mais prevalente (58,33%), seguida da cor preta (23,33%). Em relação ao ano de escolaridade (38,33%) cursavam o 8° ano, (36,66%) o 7° ano e (25%) o 9° ano. Quando a pergunta foi renda, (38,33%) das estudantes adolescentes não souberam informar a renda familiar e (35%) relataram renda de até um salário mínimo. A religião evangélica foi a mais respondida com (46,44%), seguida da católica (26,66%). No que diz respeito a tabagismo, uso de álcool e outras drogas, o resultado mostrou-se igual para as três substâncias, em que 43% das participantes afirmaram fazer uso.

Nesta continuidade, o primeiro resultado a ser pronunciado corresponde à prevalência do fenômeno bullying, em que se questionaram às estudantes se já tinha sofrido algum tipo de intimidação, agressão e assédio. Das 60 participantes da pesquisa (68,4%) responderam que sim. Quando se perguntou às estudantes com que idade elas tinham quando o fenômeno aconteceu, houve um predomínio de 45% na idade de 11 a 14 anos. Já menores de 05 anos e maiores de 14 anos mostraram um menor índice com 3,3% e 13,3%, respectivamente.

Quando foi perguntado sobre a última vez que as estudantes sofreram algum tipo de intimidação, agressão ou assédio, 13,3% relataram ter sofrido no mesmo dia da coleta de dados, já 41,6% responderam há um ano ou mais. Em relação ao quantitativo de vezes que as estudantes já haviam sofrido intimidação, agressão ou assédio, 33,3% afirmaram diversas vezes e (16,6%) quase todos os dias, como pode ser observado na Tabela 1.

 

Tabela 1 - Frequência da agressão e o quantitativo de vezes em uma escola municipal. Recife, Brasil, 2019

 

Quando

Frequênciada agressão

%

Quantitativo

Frequência da agressão

%

Hoje

08

13,3

Uma vez

     23

38,3

30 dias

12

20,0

Diversas vezes

     20

33,3

Há seis meses

15

25,0

Quase todos os dias

     10

16,7

1 ano ou mais

25

41,7

Várias vezes ao dia

     07

11,7

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Dados primários. Elaborado pelas autoras.

 

Os atos de bullying ocorreram, neste estudo, em grande parte, em outro lugar (35%), seguidos de no caminho da escola (26,6%), na sala de aula (23,3%), no pátio (8,3%), banheiro (5%) e (1,6%) no refeitório. Outra preocupação foi o sentimento que ocorria no momento das agressões 22 (36,6%) das estudantes responderam que se sentiu mal com as atitudes vinda dos colegas, 12 (20%) não se incomodaram, e cinco (8,3%) responderam ter medo de ir mais a escola.

O presente estudo investigou sobre quais foram às consequências da intimidação, agressão ou assédio sofrido por elas. Na Tabela 2 pode-se observar que 16 (26,6%) responderam ter tido consequências ruins e quatro (6,6%) precisaram se mudar de escola.

 

Tabela 2Frequência das consequências da intimidação, agressão ou assédio e o pensamento acerca de quem pratica intimidação, agressão ou assédio em uma escola municipal. Recife, Brasil, 2019

Consequências

 Frequência

%

Pensamento

 Frequência     

%        

 

Não teve

 

28

 

46,7

 

Não penso nada

 

12

 

20,0

Consequências ruins

16

26,6

Tenho pena

26

43,3

Consequências terríveis

12

20,0

Gosto deles

21

35

Fez mudar de escola

04

6,7

Não gosto deles

01

1,7

 

Fonte: Dados primários. Elaborado pelas autoras.

Questionadas sobre de quem era a culpa em relação às intimidações, agressões ou assédios recebidos, a maioria apontou ser do próprio agressor 39 (65%). Do total, 9 (15%) e 8 (13,3%) responderam que a culpa de serem agredidas era dos pais dos agressores e da direção da escola, respectivamente. Um aspecto muito relevante e que teve percentual mínimo de uma (1,6%) foi que afirmaram que a culpa pelas agressões era da vítima. Três responderam ser de outros estudantes e ninguém respondeu que a culpa seria do professor. Quando foram questionadas sobre quem intimidou, agrediu ou assediou 46 (76,6%) responderam menino.

Ainda, na Tabela 3, pode-se perceber que quando foi questionado sobre o que as escolares pensavam sobre quem pratica intimidação, agressão ou assédio na escola, 26 (43,3%) afirmou que tinham pena dos praticantes e uma (1,6%) relatou não gostar dos agressores.

 

Tabela 3 - Distribuição do tipo de intimidação, agressão ou assédio em uma escola municipal. Recife, Brasil, 2019

Tipo

 

Frequência

%

Físico

    06

10

Verbal

    19

31,7

Emocional

    12

20

Sexual

    07

11,7

Racista

    16

26,6

 

Fonte: Dados primários. Elaborado pelas autoras.

Outro ponto importante analisado e que está exposto na Tabela 3 foram os tipos de bullying que os estudantes alegaram ter sofrido. A forma verbal com 19 (31,6%) foi a mais citada entre as escolares. Já sete (11,6%) afirmaram ter recebido a intimidação, agressão ou assédio do tipo sexual.

Quando as entrevistadas foram questionadas se já haviam praticado intimidação, agressão ou assédio, 19 (31,6%) respondeu ter praticado e 41 (68,4%) responderam que nunca realizaram a prática. Como última pergunta e não menos importante, foi sobre as soluções que as entrevistadas propuseram para resolução do problema do bullying. Pode-se perceber que 14 (23,3%) afirmaram que a melhor solução seria a prisão dos agressores. Já, 23 (38,3%) entenderam que a direção da escola é que deveria resolver o problema, 10 (16,6%) propuseram que os pais interviessem e 13 (21,6%) acreditavam que os próprios estudantes que sofriam o processo de bullying que deveriam resolver, não aceitando as agressões.

 

Discussão

Os resultados da pesquisa apontam para uma elevada prevalência de agressão, isso pode ser confirmado após 68,4% das entrevistadas terem respondido que sofreram o bullying. Estes dados vêm sendo comprovados, também, por estudos recentes na cidade do Recife. Uma pesquisa realizada em Florianópolis, em 2014, traz uma prevalência de 29,5% para vítimas de bullying na faixa etária de 10-14 anos.2

A literatura nacional aponta frequência semelhante da vitimização e frequência de bullying entre os sexos, embora, segundo a mesma pesquisa, vários estudos anteriores mostraram o sexo masculino como fator de risco para praticar o ato. Relaciona-se esse fato as características do bullying entre meninos e meninas, que diferenciam no que tange à agressividade física, sendo os meninos mais agressivos, e as meninas mais sutis em suas agressões, usando a humilhação, intrigas e boatos como forma menos perceptível para a prática, em consonância com os dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar em 2015, que também verificou prevalência semelhante entre os sexos.2-3

            Diante de um alto resultado de bullying no estudo, vale ressaltar a grandiosidade do papel do professor em relação à prática de conversação para favorecer evocações, e/ou sentimentos voltados à agressão que permitam aos responsáveis atitudes sem discriminações e que possam minimizar a problemática. Para isso, o adolescente precisa ser ouvido, os responsáveis também devem relatar alguma prática diferente que possa associar ao bullying.8-9

Prosseguindo, com base nos resultados obtidos, foi possível verificar uma ocorrência maior de vitimização de bullying nas adolescentes quando tinham entre 11 e 14 anos (45 %), e 13,3% declararam sofrer bullying ao passar dos 14 anos. Porém um estudo realizado na Paraíba, no ano de 2018, com 277 meninas da rede pública de ensino, revelou uma prevalência maior de ocorrência de bullying nas meninas maiores de 14 anos (32,95%), e menor (28,97%) em meninas entre 10 e 14 anos. Já o Ministério da Saúde, na Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar de 2012, também descreveu a faixa etária até 14 anos como mais prevalente para o fenômeno bullying.  Isso pode ser justificado ao fato de estudantes maiores de 14 anos terem maior liberdade e autonomia social dentro do contexto escolar, o que os protegem das agressões.2-3

Vale salientar que a prevalência da idade demonstrada nos resultados desse estudo pode estar voltada à maturidade do estudante, ao machismo, que ainda está muito presente no contexto social, ao modo de vida que esses adolescentes têm no seu meio familiar, entre outros fatores. Além disso, vê-se que, as meninas entre 10 e 14 anos estão mais propensas a sofrer bullying, seja por meninos ou meninas, e que essa faixa etária coincide com o período puberal, então muitas vezes é possível que os sintomas de isolamento social, depressão, insônia, estresse, sejam confundidos pelos pais e professores com essa fase biológica da vida da adolescente.

É valido frisar que o bullying é um fenômeno que se manifesta por sua repetição. Uma pesquisa com adolescentes escolares realizada em Sergipe mostrou que 19,1% dos estudantes sofriam bullying devido à frequência que referiam as agressões, e não apenas considerando a existência de um único, ou de poucos episódios, sendo destes estudantes 55,9% meninas. Já, nota-se, nesse estudo, uma prevalência ainda maior de 49,9% de vítimas de bullying, de acordo com a frequência de exposição às agressões (deve-se levar em consideração que a amostra dessa pesquisa é composta apenas por meninas). Esses valores corroboram com a pesquisa realizada pela Organização das Nações Unidas com mais de 100 mil crianças e jovens de 18 países, que mostrou que, em média, metade deles já sofreram bullying.2-10

A literatura revela a escola como o principal local de ocorrência do bullying. Já, em contrapartida, este estudo demonstrou que (35%) das adolescentes sofreram bullying em outro local, que não a escola. Outros estudos mostram que mais da metade das vítimas de bullying sofrem a agressão no pátio da escola, visto que é um ambiente com menor supervisão dos professores. Porém, a maioria das entrevistadas dessa pesquisa afirmou sofrer a violência na própria sala de aula. Isso pode estar relacionado, mais uma vez, ao fato das características do bullying entre meninas serem menos perceptíveis, estando presente de forma silenciosa em todos os ambientes escolares, tornando-se ainda mais difícil de combatê-lo.10-11

Estudo comparativo realizado entre jovens escolares brasileiros e portugueses evidenciou maior prevalência da prática de bullying no ambiente escolar brasileiro quando comparado ao português, com percentis de 60,75% e 20,31% respectivamente.12 Estudo mostrou que os adolescentes da amostra portuguesa apresentam maior senso de generosidade e preocupação com aquele que está sendo agredido, o que pode justificar o menor percentil, e associam a maior prevalência do bullying nas escolas brasileiras à falta de empatia e solidariedade com os agredidos, como foi possível observar também nos resultados do presente resultado. Acredita-se que a prática do bullying esteja associada à vontade do adolescente de torna-se mais popular e poderoso diante dos demais no ambiente escolar.12

Continuando sobre os variados locais que o processo de bulliyng pode acontecer vale salientar que esses cenários podem estar associados, novamente, à maturidade do adolescente. Nesse contexto, o conhecimento frágil do agressor sobre o que é o fenômeno e as consequências que a prática pode resultar, favorece a fragilidade na formação de vínculos afetivos e harmonia no convívio.

Outro ponto considerado importante no questionário foi sobre o sentimento das vítimas. A literatura mostrou que as vítimas de bullying e as testemunhas dessa prática, obtiveram desempenho escolar prejudicado, como em leitura e escrita, segundo escore aplicado.10 Esses sentimentos favorecem as mudanças físicas e psíquicas dos adolescentes, mas, também, tais mudanças físicas podem não ocorrer por não dependerem do querer do estudante e sim do seu biótipo, mas, também, vale salientar, que, possivelmente, ocorrerão alterações psíquicas que se revelam no seu corpo.

Quando se trata sobre a culpa das intimidações, agressões e assédios, os resultados demonstram que (65%) das entrevistadas afirmaram ser do próprio agressor, seguido dos pais do agressor (15%). Em meio a esses dados, resultados semelhantes foram encontrados em outro estudo em que o pesquisador sugere que o Estado é o responsável, pois deve criar políticas públicas no que se refere à violência escolar, e também traz a família e toda a comunidade escolar como corresponsáveis pela prática do bullying.10

Apesar das adolescentes que participaram desta pesquisa acreditarem, em sua maioria, que a culpa do bullying é do agressor, é importante trazer à tona para elas a responsabilidade de toda comunidade escolar. Assim, é possível estimular que as mesmas possam reivindicar da escola o cumprimento da Lei que institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática.

De acordo com a pesquisa 76,6% das meninas sofrem bullying vindo de meninos, embora cada vez mais tenha sido comprovada a igualdade da prevalência entre meninos e meninas que praticam o fenômeno. Devem-se levar em consideração que a prática típica do sexo masculino é mais notória e que meninos agridem tanto meninas quanto meninos. Já as meninas quando agressoras atingem mais as meninas.2

O bullying manifesta-se por várias tipologias, de acordo com os dados obtidos nessa investigação o tipo de bullying mais presente foi o verbal, atingindo 31%. Esse tipo de ato também é o mais prevalente em outros grupos, como identificado em estudos com adolescentes obesos, chegando a um índice de 95%.  Em estudo no Rio Grande do Sul, o bullying verbal chegou à prevalência de 92% em meninas e em 84% em meninos. Já na presente pesquisa, o bullying expresso em forma de racismo foi expressivo chegando a 26,6%, estando acima do bullying emocional, diferente de outros estudos, os quais mostram que o verbal normalmente vem seguido do tipo emocional ou psicológico. O bullying sexual teve uma porcentagem de 11,6%, menor em relação a outros estudos.9,13

Mesmo o racismo ainda não sendo consistente na literatura como forma de bullying prevalente, trabalhos tem observado que a vitimização de bullying no Brasil é predominante nos estudantes de cor de pele declarada preta e parda e a cor de pele branca revela-se como fator de proteção. Em outras palavras, segundo vários estudos, a maioria das vítimas de bullying é da raça negra ou parda, porém o tipo de bullying não é identificado como racismo, ao contrário da presente pesquisa que traz o racismo como a segunda causa de bullying em adolescentes escolares do sexo feminino.2-3,7

Apesar de 20% das entrevistadas alegarem sofrer mais bullying do tipo emocional, esse número ficou distante de pesquisas recentes que chegam a 70% de frequência de bullying emocional em meninas.  Possivelmente porque o racismo pode ser empregado como forma de bullying emocional ou psicológico. Em relação à prática do bullying, 68,4 % das entrevistadas responderam nunca ter praticado, porém um estudo mais atual foi possível evidenciar não haver diferença na participação de meninos e meninas. A grande diferença permeia as manifestações das diferentes tipologias. A pesquisa ainda sugere que o acesso a comunicação digital tem favorecido o aumento de bullying entre meninas. Esses resultados devem-se, provavelmente, ao fato do bullying entre as meninas não ser de forma mais prevalente, do tipo físico.14

As adolescentes entrevistadas propuseram soluções para o problema do bullying praticado nas escolas. Merece destacar que grande parte compreende que a direção da escola é quem é responsável por resolver o problema. Outro ponto importante e de impacto é que cerca de 23,3% afirmaram que a prisão dos agressores seria a melhor solução para o fenômeno bullying. A lei nº 13.185, em vigor desde 2016, classifica o bullying como intimidação sistemática. Essa lei estabelece padrões e objetivos para as escolas combaterem o bullying, mas não é clara quanto a punições de pais, estudantes ou professores.15

Vê-se a importância de redes de apoio para o enfrentamento do fenômeno bullying e também a grandiosidade de ações de promoção e prevenção. Torna-se relevante mencionar que realização de ações educativas que podem sensibilizar a população geral, visando diminuir o número de casos (racismo, preconceito, agressões verbais, entre outros). A partir disso, disseminar informações para o público pode contribuir como uma ferramenta de incentivo a atitudes positivas que ajudem a enfrentar o problema.

 Além disso, é necessário reconhecer as situações de bullying, oferecer ajuda, capacitar professores, profissionais da saúde e famílias. Essas ações podem responder aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, especificamente aos que se referem à Paz, justiça e instituições eficazes e de modo articulado a Saúde e bem-estar, Educação de qualidade, Igualdade de gênero e Redução das desigualdades.16

Atualmente, há um grande número de estudos internacionais examinando os problemas adversos de saúde e psicossociais em decorrência do bullying, o que, ainda é um problema global de saúde pública.17 O papel da enfermagem nesse enfrentamento do bullying deve ter foco na implementação de políticas públicas, e na promoção de uma relação igualitária entre as pessoas.18

O enfermeiro pode atuar identificando grupos vulneráveis e organizando estratégias de enfrentamento da violência. Portanto, deve-se considerar sua relação com a sociedade e, neste caso, com a violência em suas mais diversas tipologias e como problema de saúde pública.19 Vale ressaltar a importância da atuação da enfermagem no Programa Saúde nas Escolas (PSE), pois fundamentado nos princípios da intersetorialidade e da territorialidade, busca contemplar uma formação integral e ao desenvolvimento da cidadania de adolescentes estudantes da educação básica. Além disso, o PSE ancora à escola e a unidade básica de saúde como espaço de convivência social que favoreça o estabelecimento de vínculos positivos à promoção à saúde – educação em saúde.20

 

Conclusão

O estudo atingiu o objetivo proposto ao analisar se o fenômeno bullying é praticado com frequência entre meninas adolescentes de 10 a 19 anos de idade. Quanto à alta prevalência do fenômeno bullying, foi possível verificar a frequência dos tipos dessa violência. Sendo a violência verbal a mais comum, seguida do racismo, que pode ser ainda maior uma vez que o mesmo pode ser entendido como violência do tipo emocional ou psicológica. Destaca-se o bullying como uma violência que se manifesta de diferentes formas no que diz respeito a sexo e gênero, tanto de quem é a vítima, como de quem é o agressor.

O bullying em meninas, nessa investigação, foi identificado como mais frequente dentro das salas de aula, onde há a presença do professor, caracterizando o bullying em meninas como um inimigo silencioso, pois como foi visto a partir do presente estudo, a presença do professor não intimida ou diminui a frequência de bullying entre as meninas. Portanto, é importante que os professores estejam atentos aos comportamentos dessas adolescentes, visto que a adolescência por si só, já é uma fase de mudanças e adaptações.

Vale ressaltar a importância do empenho da família, da comunidade escolar, das autoridades da saúde e da educação para quebrar paradigmas sociais, de racismo, de machismo e de maior vulnerabilidade femininas desde muito cedo. A enfermagem, também, deve-se fazer presente com trabalhos de promoção à saúde para que as meninas adolescentes sejam aliadas no combate à violência, e que esse ciclo de aceitação seja quebrado e não perpetue para sua vida adulta.  São necessárias intervenções em diversos âmbitos, no contexto familiar e escolar dessas adolescentes para que elas sejam cada vez mais confiantes, independentes e livres.

Este estudo teve como limitação o fato de ter sido realizado em apenas uma escola municipal. Desta forma, sugere-se que novos estudos voltados à temática sejam realizados em outras escolas do município para uma melhor compreensão sobre a prevalência do processo bullying da população brasileira, de uma forma que possa enriquecer as evidências sobre o processo e consequências do fenômeno.

 

Referências

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Autor correspondente

Daniela de Aquino Freire

E-mail: daniela_ 3439@hotmail.com

Endereço: Rua Doutor Otávio Coutinho – Santo Amaro, Recife - PE

CEP: 52171-011

 

 

Contribuições de Autoria

 1 – Daniela de Aquino Freire

Concepção e planejamento do projeto de pesquisa, bem como redação e revisão crítica.

 

2 – Raquel Rufino da Silva

Concepção e planeamento do projeto de pesquisa, obtenção e análise dos dados, bem como redação.

 

3 – Thaís da Silva Oliveira

Análise dos dados, bem como redação e revisão crítica.

 

4 – Kydja Milene Souza Torres

Redação e revisão crítica

 

5 – Juliana da Rocha Cabral

Redação e revisão crítica

 

6 – Maria Lúcia Neto de Menezes

Concepção e planejamento do projeto, bem como revisão crítica

 

 

 

Como citar este artigo

Freire DA, da Silva RR, Oliveira TS, Torres KMS, Cabral JR, Menezes MLN. A prática do bullying em adolescentes do gênero feminino. Rev. Enferm. UFSM. 2020 [Acesso em: Anos Mês Dia]; vol.10 e40: 1-19. DOI:https://doi.org/10.5902/2179769239002