ReTER, Santa Maria, v.2, n.2. ISSN:2675-9950 Dossiê Práticas de Ensino Remoto nas Áreas de Educação, Letras e Interdisciplinar

ENSINO DE LÍNGUA INGLESA NA UNIVERSIDADE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA EM MEIO À PANDEMIA

 

Makeli Aldrovandi

Docente do Curso de Letras da Universidade do Vale do Taquari - Univates

 maldrovandi@univates.br

Marine Laisa Matte

Docente do Curso de Letras da Universidade do Vale do Taquari - Univates

marine.matte@univates.br

 

Resumo: O presente trabalho consiste em um relato de experiência de uma prática de ensino de Língua Inglesa como Língua Adicional no Ensino Superior com foco nos recursos tecnológicos educacionais utilizados. Organizada em um projeto de trabalho com duração de seis aulas, a prática foi fundamentalmente baseada em recursos tecnológicos que promoveram um maior engajamento dos estudantes em tempos de aulas virtualizadas devido à pandemia do covid-19. Para fins metodológicos, os recursos utilizados foram categorizados em três tipos: (1) materiais de aula, aqueles utilizados para disponibilizar tarefas; (2) dinâmicas, para atividades de vocabulário, pré-leitura, warm up, entre outras; (3) de aula e comunicação, que garantiam uma proximidade dos estudantes, ainda que a distância. Ao final do projeto, os alunos avaliaram as aulas e o resultado foi bastante positivo, sendo a dinamicidade e a interatividade das aulas, dois dos aspectos mais comentados pelos estudantes. Esta prática pedagógica foi bem sucedida e pode ser replicada em contextos de ensino similares.

Palavras-chave: Ensino de Língua Inglesa; Recursos tecnológicos; Aulas virtualizadas.

 

ENGLISH LANGUAGE TEACHING AT UNIVERSITY: AN EXPERIENCE REPORT DURING A PANDEMIC

 

Abstract: This work consists of an experience report of a teaching practice of English Language as an Additional Language in Higher Education with a focus on the technological resources that were used. Organized in a six-class work project, the practice was fundamentally based on technological resources that promoted greater student engagement in times of virtualized classes due to the covid-19 pandemic. For methodological purposes, the resources used were categorized into three types: (1) class materials, those used to make tasks available for students; (2) dynamics, for vocabulary, pre-reading, warm up activities, among others; (3) class and communication, which guaranteed proximity to students, even though at a distance. At the end of the project, the students evaluated the classes and the result was positive, with the dynamics and interactivity of the classes being two of the aspects most commented on by the students. This pedagogical practice was successful and can be replicated in similar teaching contexts.

Keywords: English Language Teaching; Technological resources; Virtualized classes.

 

Introdução

Neste texto, relata-se uma prática de ensino de Língua Inglesa como Língua Adicional no Ensino Superior, na Universidade do Vale do Taquari – Univates, realizada no primeiro semestre letivo de 2021, em um contexto de aulas virtualizadas, em que o uso de recursos tecnológicos se fez essencial.

A prática é resultado de um trabalho conjunto entre as duas docentes que ministram a disciplina Língua Inglesa I - Leitura e Produção de Textos na instituição. Esse componente curricular tem caráter institucional, isto é, trata-se de um componente obrigatório para a maioria dos cursos de graduação da instituição. Os demais cursos, para os quais ele não é obrigatório, oferecem-no em suas grades curriculares como substituto do exame de proficiência ou, ainda, como disciplina eletiva.

Em relação às escolhas pedagógicas, as professoras filiam-se ao ensino de Inglês como língua adicional, ou seja, que compreende a língua inglesa como um acréscimo ao repertório linguístico dos estudantes (SCHLATTER; GARCEZ, 2012), e não algo que lhes é estrangeiro, que não lhes pertence e que está distante de sua realidade. Nesse sentido, a proposta pedagógica visa a aulas significativas a partir das quais os estudantes possam compreender a língua inglesa como mais uma dentre as que podem ser utilizadas para agir no mundo (CLARK, 2000). Inspiradas pela perspectiva educativa de projetos de trabalho (PEPT) (HERNÁNDEZ, 2014), as docentes organizaram o semestre letivo em três grandes projetos: 1) Vaccines; 2) Preparing for the Labor Market; e 3) How to read an academic article?.

A prática de trabalho com projetos neste componente ocorre há alguns anos na instituição, contudo, nos anos de 2020 e 2021, muitos ajustes precisaram ser feitos devido à pandemia do coronavírus que fez com que as aulas se tornassem virtualizadas. Assim, buscando um maior engajamento dos estudantes com a matéria de estudo e um aprendizado significativo da língua inglesa, fez-se necessário o uso de diversos recursos tecnológicos durante as aulas. Dentre esses recursos, estão aplicativos do Google, como o Meet, Chat, e-mail, Docs, para comunicação e para a disponibilização das tarefas para os estudantes; e softwares usados para dinâmicas, como o Kahoot, Mentimeter e Socrative.

O contexto de aplicação do projeto, o relato das atividades, bem como a função que esses recursos exerceram nas aulas serão apresentados nas próximas seções deste texto.

 

Contexto da aplicação

A Universidade do Vale do Taquari - Univates há anos exige dos estudantes da maioria de seus cursos de graduação a comprovação de proficiência em Língua Inglesa. Para aqueles alunos que não atingem a pontuação necessária no exame de proficiência, a Universidade oferece o componente curricular Língua Inglesa I - Leitura e Produção de Textos. Trata-se de um componente curricular de 80h, que ocorre semestralmente. Para os cursos que não exigem proficiência, o componente é oferecido como eletivo. 

A ementa da disciplina prevê o “Desenvolvimento das habilidades de escrita, acuidade auditiva e fala em Língua Inglesa, com ênfase na leitura por meio de estratégias de compreensão.”, ou seja, busca-se um trabalho integrado com todas as habilidades linguísticas - speaking, listening, writing e reading-, porém, o foco recai sobre a leitura. Isso porque a ementa leva em consideração o perfil dos estudantes que se matriculam no componente: eles têm diferentes níveis de conhecimento da língua e são provenientes de diferentes áreas: saúde, engenharias, gestão, etc. Isso faz com que as turmas sejam bastante heterogêneas tanto em níveis de proficiência, quanto em relação a interesses. Além disso, como se trata de um componente curricular em nível de graduação que engloba diversos cursos, o que há em comum para todos os estudantes é a necessidade de ser capaz de ler e compreender textos de diversos gêneros, ainda que de maneira elementar.

Além da ementa, o perfil das turmas de Língua Inglesa I - Leitura e Produção de Textos influencia na maneira como as aulas são organizadas. Há uma necessidade de se fazer com que elas sejam significativas para os alunos, uma vez que não tratam de temas específicos da área de estudos de cada um. A solução encontrada para essa questão é o trabalho com projetos, a partir da perspectiva de Hernández (2014, p. 70), que afirma que os estudantes, “quando terminam [o projeto], aprendem com sentido. E, com certeza, aprendem muito mais do que conteúdos disciplinares”.

Para isso, os projetos pensados para o componente curricular tratam de temas que geralmente despertam interesse dos estudantes de qualquer área: o primeiro projeto, a ser descrito neste relato, é sempre sobre um tema da atualidade, neste caso, as vacinas contra o coronavírus; o segundo, sobre o mercado de trabalho; e o terceiro, sobre leitura de gêneros acadêmicos em língua inglesa. A escolha por relatar a experiência com o projeto sobre vacinas se justifica pela relevância atual da temática.

Neste primeiro semestre de 2021, duas turmas do componente curricular foram oferecidas com um total de 84 alunos. O projeto Vaccines, objeto deste relato, teve como questão norteadora: “Qual o papel das vacinas no mundo contemporâneo?”. O produto final foi um Infográfico, produzido em pequenos grupos e postado no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) para avaliação das professoras. O objetivo de aprendizagem do projeto foi “Selecionar, ler e compreender informações relevantes sobre vacinas no mundo contemporâneo”, e a duração do projeto foi de 6 aulas, entre fevereiro e março de 2021.

As próximas seções darão conta da descrição dos recursos utilizados ao longo das aulas.

 

Recursos tecnológicos na prática pedagógica

Como mencionado anteriormente, neste período de aulas virtualizadas, a tecnologia foi uma grande aliada no planejamento de aulas que despertassem o interesse dos estudantes. Além disso, ressalta-se que o planejamento e a execução do componente curricular da forma como ocorreu (e continua ocorrendo até o momento da escrita) se deu de forma emergencial. Isto é, é necessário que fique claro que EaD e atividades remotas são modalidades de ensino distintas (RODRIGUES, 2020). A modalidade EaD conta com diretrizes próprias que não são, e não precisam ser, observadas no ensino remoto. Assim, houve uma maior liberdade de exploração de recursos.  

Para fins metodológicos, os diferentes recursos tecnológicos foram sistematizados em categorias distintas, apresentadas no quadro abaixo:

Quadro 1 - Recursos tecnológicos utilizados

CATEGORIA

RECURSOS TECNOLÓGICOS

Aula (tarefas de leitura e escrita)

Google Docs, Google Slides, Pear Deck

Dinâmicas

Kahoot, Quizziz, Mentimeter, Socrative, Poll Everywhere

Comunicação/participação

E-mail, chat do Google, Google Meet, Telegram

 Fonte: as autoras

 

Considerando-se que o foco das aulas recaía sobre estratégias de leitura, as aulas consistiam na leitura de textos de gêneros variados e que dialogassem com a temática vacinas. A apresentação da matéria de estudo se dava por meio de apresentação de slides do Google Slides combinadas com a extensão Pear Deck[1], que permite interações com os alunos a partir dos próprios slides. Outro recurso do Google de extrema importância para o bom andamento das aulas foi o Google Docs, utilizado para a elaboração de tarefas de interpretação e compreensão dos textos trabalhados (Figura 1), bem como para pequenas produções em resposta aos textos lidos. Além disso, cada turma produziu, aula a aula, um glossário com as palavras e expressões mais relevantes dos textos lidos.

Na aula 1 do projeto, por exemplo, foram disponibilizados no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) três textos de três gêneros diferentes: um infográfico, uma charge e uma tabela informativa.

Figura 1 - Exemplo de tarefa desenvolvida através do Google Docs

 

Fonte: as autoras

As tarefas eram disponibilizadas em um único Google Docs, o qual era postado no ambiente virtual do componente para que os alunos fizessem cópia e realizassem o que lhes era proposto. Após a finalização da tarefa, os alunos deveriam postá-la no ambiente virtual para garantir a presença na aula, uma vez que a instituição instruiu os docentes a estabelecer pelo menos um critério de presença para cada uma das aulas. Ao final desta aula, foi realizada uma atividade de vocabulário utilizando-se o Kahoot.

Em relação às dinâmicas realizadas ao longo do projeto, houve uma maior necessidade de engajar os alunos, uma vez que o ensino remoto por vezes distanciava estudantes de professoras. Sendo assim, recorreu-se a diferentes recursos tecnológicos que possibilitaram a criação de quizzes e questionários que aconteciam em diferentes momentos das aulas, seja no começo como dinâmica de warm up, ao longo da aula como pré-leitura para introduzir vocabulário necessário para a leitura do texto que viria a seguir, ou ao final do encontro como forma de sistematizar e/ou recapitular os conhecimentos construídos ao longo da aula. Dentre os recursos utilizados, destaca-se o uso frequente do Kahoot (Figura 2), do Quizziz para quizzes, e do Mentimeter para perguntas que gerassem nuvens de palavras a partir das respostas dos alunos.

Figura 2 - Quiz no aplicativo Kahoot

Fonte: as autoras

Na aula 2, por exemplo, utilizou-se o Mentimeter para se produzir uma nuvem de palavras. A atividade consistia em uma lista de vocábulos em inglês retirados de notícias sobre a vacinação contra o coronavírus. A partir daquela lista, os estudantes inseriam no Metimeter palavras que respondessem à questão: What kind of information do you expect to find in these news? (Que tipo de informação você espera encontrar nessas notícias?).

Além dos recursos supracitados, outros também foram utilizados, porém com menos frequência, tais como Socrative (Figura 3) e o Poll Everywhere, ambos utilizados também para quizzes e nuvens de palavras.

Figura 3 - Quiz no aplicativo Socrative

Fonte: as autoras

Na aula 4, por exemplo, os estudantes assistiram a um vídeo sobre a corrida para a produção de vacinas contra o coronavírus. Na sequência, fez-se um questionário no Socrative utilizando-se a estratégia de leitura scanning. Ao final desta aula, utilizou-se o recurso Poll Everywhere para se fazer um brainstorm a respeito das características de um infográfico, uma vez que esse seria o produto final a ser produzido, em grupos, na aula seguinte, como resultado das aulas que tiveram a temática das vacinas como eixo.

A produção do infográfico ocorreu na aula 5. Em grupos, os estudantes tiveram de escolher um tópico relacionado à temática das vacinas, buscar informações em fontes confiáveis e produzir um infográfico a partir dos seguintes critérios de avaliação: layout, clareza de informação e utilização apropriada da linguagem. Na aula seguinte, a última do projeto relatado, foi realizada uma avaliação de compreensão leitora, por meio da qual os alunos foram submetidos a tarefas similares àquelas realizadas ao longo dos quatro primeiros encontros. Assim, da mesma forma que as aulas focalizaram nas estratégias de leitura aplicadas à leitura de diferentes textos com o tema da vacinação, assim, também no momento da avaliação, os estudantes colocaram as estratégias de compreensão leitora à prova. Essa avaliação foi feita através da ferramenta Questionário do AVA.

A terceira categoria apresentada no quadro 1 diz respeito à comunicação com os alunos, a qual só foi possível e eficaz, mais uma vez, com o auxílio das tecnologias. Como meio de comunicação essencial em momentos que antecedem ou sucedem as aulas, o e-mail foi a principal ferramenta de contato com os estudantes. Durante as aulas, o bate-papo do Google Meet (ferramenta utilizada pela instituição para os momentos síncronos das aulas) era a forma que muitos alunos encontravam para sanar dúvidas. No entanto, no caso de alunos mais tímidos que preferiam expor seus questionamentos apenas para as professoras, o chat do Google foi a forma de atendê-los.

Ainda na terceira categoria, o destaque é o canal do Telegram, criado no primeiro semestre de 2021. Intitulado “English I”, o canal permitia aos alunos um maior contato com a língua inglesa, extrapolando o ambiente da sala de aula. Trata-se de uma exposição extra à língua, por entender-se que o engajamento e o contato mais frequente com o idioma são benéficos ao aprendizado e complementam as quatro horas semanais de aulas síncronas. Até o momento da escrita deste relato, 40 dos 84 alunos matriculados nas duas turmas ministradas haviam aderido à ideia do canal. Com a primeira publicação no dia 13 de fevereiro de 2021, o cronograma de postagens contava com duas interações semanais a partir das quais os alunos respondiam a enquetes, aprendiam vocabulário e eram apresentados a áudios e textos que complementavam as tarefas de leitura e escrita trabalhadas nos encontros virtualizados. A captura de tela abaixo (Figura 4) ilustra o primeiro contato realizado com os alunos através do canal do Telegram:

Figura 4 - Primeira postagem no canal do Telegram

Fonte: as autoras

Conforme apontado no quadro 1, as dinâmicas realizadas durante os encontros síncronos possibilitaram uma maior interação com os alunos. Foi por meio de quizzes para introduzir um novo assunto ou revisá-lo que os alunos se divertiam à medida em que aprendiam. Outro benefício da utilização de recursos tecnológicos educacionais diz respeito à oportunidade de os alunos participarem da aula de uma forma mais ativa e sem a necessidade de ligarem o microfone ou a câmera. Nesse sentido, aqueles com maior timidez se sentiam confortáveis de participar das dinâmicas propostas.

 

Refletindo sobre a prática docente

A pandemia do coronavírus trouxe consigo um desafio bastante grande para a educação. Em pouco tempo e sem muito preparo inicial, educadores tiveram de rever suas práticas e adaptar-se a uma nova forma de ensinar e de interagir com os estudantes. No entanto, esse desafio ofereceu a muitos, inclusive às autoras deste relato, uma oportunidade de se reinventar enquanto professoras e de constantemente refletir sobre suas escolhas pedagógicas. Se antes a tecnologia não encontrava muito espaço no planejamento, pode-se afirmar que hoje ela atua como protagonista, sendo uma grande aliada das aulas síncronas e assíncronas. Além disso, muitas dinâmicas realizadas em função da virtualização das aulas podem ser facilmente replicáveis para o ensino presencial ou híbrido, este último vislumbrado como uma forte tendência na educação.

Percebeu-se, ainda, que a prática no componente curricular de Língua Inglesa I, cujo planejamento foi sempre realizado em conjunto, possibilitou refletir sobre os demais componentes que são ministrados pelas autoras. Embora o contexto de virtualização das aulas gere um distanciamento físico e uma dificuldade maior de formação de vínculos entre alunos e professores, pode-se perceber que o uso dos recursos tecnológicos auxiliou no engajamento dos estudantes e promoveu uma maior proximidade entre docente e discentes, ainda que alguns alunos apresentassem dificuldades em lidar com a tecnologia. De um modo geral, o que foi feito de maneira experimental no ano de 2020, confirmou-se como uma prática de sucesso. Em 2021, portanto, aprimorou-se o que havia sido experimentado no ano anterior e o retorno recebido dos estudantes foi positivo.

Ao final do projeto, as docentes enviaram para suas turmas um formulário de avaliação das aulas através do Google Forms. O preenchimento do formulário se deu de forma voluntária, o que justifica uma quantidade pequena de respostas coletadas em relação ao número total de alunos matriculados nas duas turmas. A figura abaixo contém um recorte das respostas de alunos de uma das turmas a partir do questionamento “o que você achou das aulas?”. Dentre as respostas, destacam-se comentários que dizem respeito à metodologia, a qual, conforme relatado, foi fortemente marcada pelo uso de recursos tecnológicos variados.

Figura 5 - “O que você achou das aulas?”

Fonte: as autoras

A prática pedagógica aqui relatada, a qual é entendida como exitosa, foi também assim considerada pelos poucos alunos que optaram por responder ao questionário. Da mesma forma que a Figura 5 evidencia o feedback positivo, a Figura 6 corrobora a dinamicidade como sendo o ponto alto das aulas, embora o percentual de respostas seja menor do que 20% do total dos participantes envolvidos.

Figura 6 - “Quais foram os pontos positivos e negativos da disciplina?”

Fonte: as autoras

Indubitavelmente, a motivação dos alunos, a qual resultou em comentários como os expostos na figura 6, advém da interatividade promovida pelo uso dos recursos tecnológicos educacionais. Destaca-se, contudo, que não basta apenas incluir quaisquer tecnologias em aula para garantir essa dinamicidade. É preciso que haja um planejamento que leve em consideração o perfil da turma, seus conhecimentos prévios e interesses e, principalmente, que se tenha clareza quanto aos objetivos de aprendizagem que tais recursos ajudam a atingir. A temática, a organização das aulas em um projeto de trabalho e a escolha apropriada de cada uma das ferramentas utilizadas foram, em conjunto, responsáveis pela avaliação positiva das autoras e dos estudantes. Dessa forma, entende-se que o uso da tecnologia possa estender-se para as aulas no contexto pós-pandemia, uma vez que práticas significativas de uso da língua são possibilitadas - e até mesmo facilitadas - por meio de recursos tecnológicos. 

 

Referências

CLARK, Herbert. Language use. In: CLARK, Herbert. Using language. Cambridge University Press. p.3-25, 1996. O uso da linguagem. Cadernos de Tradução do Instituto de Letras UFRGS, 9, p. 49-71, 2000.

HERNÁNDEZ, Fernando. Entrevista com o Professor Fernando Hernández. Revista Bem Legal, v. 4, n. 1, pg. 65-72, 2014. Disponível em: http://www.ufrgs.br/revistabemlegal/edicoes-anteriores/no_1_2014/entrevista-com-o-professor-fernando-hernandez. Acesso em: 31 mar. 2021.

RODRIGUES, Alessandra. Ensino remoto na Educação Superior: desafios e conquistas em tempos de pandemia. SBC Horizontes, jun. 2020. ISSN 2175-9235. Disponível em: http://horizontes.sbc.org.br/index.php/2020/06/17/ensino-remoto-na-educacao-superior/. Acesso em: 01 abr. 2021.

SCHLATTER, Margarete; GARCEZ, Pedro. Línguas Adicionais na escola: aprendizagens colaborativas em inglês. Erechim: Edelbra, 2012.



[1] https://www.peardeck.com/administrators