IMPLANTAÇÃO DE UM HORTO DIDÁTICO DE PLANTAS BIOATIVAS NO MUNICÍPIO DE TUPANCIRETÃ

Authors

  • Julieta Maria Dal Castel Lopes Universidade Federal de Santa Maria - UFSM
  • Dionísio Link Universidade Federal de Santa Maria - UFSM

DOI:

https://doi.org/10.5902/223611702781

Abstract

http://dx.doi.org/10.5902/223611702781

O Brasil possui a maior biodiversidade do planeta, o que, sem dúvida, é uma dádiva divina. A natureza, além de sua beleza plástica, oferece recursos para a solução de muitos problemas que afligem a humanidade neste final de milênio. Doenças consideradas incuráveis, como o câncer e a AIDS, por exemplo, podem ser erradicadas a partir dos recursos disponíveis na biodiversidade. Só que esse tesouro precisa ser bem conhecido e conservado para ser utilizado. A preservação de nosso patrimônio biológico não depende somente das leis, mas essencialmente da atuação do cidadão e do pleno exercício de sua cidadania. Para que esse exercício seja eficaz, a educação ambiental torna-se fundamental, levando o indivíduo à conscientização da importância da preservação do ambiente para a visão crítica frente às suas próprias atitudes e, finalmente, seu dever e direito de cidadão. A Biodiversidade é uma característica da natureza, responsável pelo equilíbrio e estabilidade dos ecossistemas, e também fonte de imenso potencial de uso econômico. A biodiversidade significa variedade da vida e os recursos naturais são a base das atividades agrícolas, pecuárias, pesqueiras e florestais e a base para a estratégica indústria da biotecnologia. As funções ecológicas desempenhadas pela biodiversidade são ainda pouco compreendidas, muito embora se considere que ela seja responsável pelos processos naturais e produtos fornecidos pelos ecossistemas e espécies que sustentam outras formas de vida e modificam a biosfera, tornando-a apropriada e segura para a vida. O município de Tupanciretã compreende um patrimônio florestal interligado a sua herança antropológica que tem na cultura indígena as raízes da história deste Município. Constata-se a necessidade de fundamentar o conhecimento existente em plantas bioativas, encontradas espontaneamente no cotidiano compondo nosso patrimônio vegetal. Diante disso Leff (2002, p. 205) “A complexidade ambiental não é a ecologização do mundo”. O conhecimento popular está baseado na transferência de informações de geração para geração, inerente à experiência acumulada, arraigados na imitação compondo o cenário holístico e sistêmico do patrimônio histórico ambiental. (LAKATOS, 1991) Desta forma o propósito deste trabalho transcende a preservação e o conservadorismo. Mas sugere que o uso destas plantas juntamente com o resgate dos conhecimentos e das culturas, que por muito tempo foram usadas e passadas de geração para geração e estão esquecidas, voltem a fazer parte do cotidiano popular, buscando minimizar os problemas de saúde. Este trabalho tem como objetivo geral ampliar o uso e o conhecimento, mediante a implantação de um horto didático de plantas bioativas do Município de Tupanciretã. E tem como objetivos específicos viabilizar o conhecimento, bem como a biodiversidade das plantas bioativas;catalogar as plantas predominantes na área de abrangência; estimular a população em geral a conhecer e usar estas plantas bioativas implantadas no horto e a preservar o patrimônio vegetal local. O horto de plantas bioativas será aberto à visitação da comunidade local e regional e servirá de espaço para demonstrações técnicas de cultivo e uso de plantas bioativas nativas. O espaço servirá ainda de fonte segura de multiplicação das plantas através de mudas e para a execução de Dias de Campo e oficinas referentes às plantas medicinais e à saúde. Estas práticas serão importantes ferramentas de divulgação do trabalho de resgate do saber popular e integração com o conhecimento científico.

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Published

2011-03-31

How to Cite

Lopes, J. M. D. C., & Link, D. (2011). IMPLANTAÇÃO DE UM HORTO DIDÁTICO DE PLANTAS BIOATIVAS NO MUNICÍPIO DE TUPANCIRETÃ. Revista Eletrônica Em Gestão, Educação E Tecnologia Ambiental, 2(2), 225–250. https://doi.org/10.5902/223611702781

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