Universidade
Federal de Santa Maria
Gutenberg
- Revista de Produção Editorial, Santa Maria, RS, Brasil, v. 1, n. 1, p. 55-75,
jan./jun., 2021
Submissão:
04/01/2021 • Publicação: 23/07/2021
Artigo
publicado sob licença CC BY-NC-SA 4.0
Artigo
Leiam, meninos! Uma análise das materialidades do livro e do conteúdo dos best-sellers para crianças e pré-adolescentes do sexo masculino, entre 8 e 12 anos
Read, boys! An analysis of
the materialities of the book and
the content of the best-sellers for male children and pre-adolescents,
between 8 and 12 years old
Marcelo Amaral de MoraesI
I Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, Minas Gerais, MG, Brasil
marcelo@gruporota.com.br
RESUMO
Este artigo investiga, a partir da materialidade e do
conteúdo dos livros de um corpus composto por best-sellers
infantojuvenis, quais são os elementos editoriais que potencialmente contribuem
para o sucesso editorial de um livro para meninos na faixa etária entre 8 e 12
anos. A pretensão deste estudo é contribuir para uma compreensão maior das
motivações dessas crianças e pré-adolescentes do sexo masculino para a leitura,
no intuito de subsidiar a curadoria de títulos estrangeiros para publicação no
mercado brasileiro e a produção de títulos nacionais para esse público.
Palavras-chave: Edição; Literatura infanto-juvenil; Leitura; Leitor; Best-seller
ABSTRACT
This paper investigates, from the materiality and the content of the books of a corpus composed of children and youth bestsellers, what are the editorial elements that potentially contribute to the editorial success of a book for boys between 8 and 12 years old. The purpose of this study is to contribute to a greater understanding of the motivations of these children and pre-adolescents of the male sex for reading, in order to subsidize the curatorship of foreign titles for publication in the Brazilian market and the production of national titles for this public.
Keywords: Publishing; Children's and Youth Literature; Reading; Reader; Best-seller
1 INTRODUÇÃO
Este artigo surgiu da inquietação quanto à hipótese de que os
meninos leem menos do que as meninas. Supondo-se que esta hipótese seja
verdadeira, pergunta-se, neste estudo, o que poderia ser feito em termos de
produção editorial para que os livros se tornassem mais atraentes aos olhos dos
meninos e, com isso, fossem capazes de fisgá-los a ponto de convertê-los em
leitores frequentes.
É claro que se trata de uma questão complexa
e multifacetada, o que leva a contribuições incrementais na busca por uma
resposta, que jamais terá um único ponto de vista.
A tese central deste artigo é a de que
é possível, sim, identificar os fatores de atratividade e de engajamento com o
livro para o leitor do sexo masculino na faixa etária entre 8 e 12 anos.
O método de pesquisa usado partiu do
final, ou seja, de livros notadamente atraentes e engajadores para esse
público, que constituíram o corpus de análise. Essas obras foram
decupadas em aspectos biblioteconômicos, morfológicos, entre outros, para que,
analisando-se semelhanças e diferenças, inferissem-se alguns
“caminhos” para investigações futuras, em maior profundidade, em
cada um desses elementos apurados.
2 QUEM SÃO AS CRIANÇAS E OS PRÉ-ADOLESCENTES?
No Brasil, o Estatuto
da Criança e do Adolescente considera criança a pessoa que tem até 12 anos
incompletos, e adolescente a que tem de 12 anos completos até 18 anos
incompletos. Não há, portanto, definição de pré-adolescência, que ficaria ali
entre os 10 e 12 anos, e que assim consideraremos neste artigo.
Entretanto, do
ponto de vista da leitura, há outras questões envolvidas, pois a adolescência,
assim como a infância, são conceitos socialmente construídos e que variam
dependendo da cultura, do nível social, da escolaridade e de outros fatores. A
pesquisadora Marta Passos Pinheiro, em seu texto Literatura infantil e
juvenil: uma reflexão sobre a construção, assim define “o infantil e
o juvenil” em relação à literatura:
O adjetivo infantil e, mais recentemente, o juvenil atrelados à literatura caracterizam o público a que
se destina essa produção cultural: a criança e o jovem (adolescente). A
construção dessas fases da vida está diretamente relacionada ao modelo burguês
de família e à escola moderna. A função que foi atribuída à literatura infantil
e juvenil pode ser melhor compreendida através da análise da forma como a
relação entre infância, e mais tarde adolescência, escola e
literatura foi sendo estabelecida. (PINHEIRO, 2008, on-line).
Pinheiro
(2008) ainda ressalta que o conceito de infância e adolescência se imbricou com
o de escolarização, ou seja, a introdução e a consolidação do ensino seriado,
no qual para cada série há uma determinada idade correspondente, forjaram a
ideia de que as fases definidas pelo binômio série-idade são naturais.
A separação dos alunos, por idade, em classes
escolares contribuiu para a definição da segunda infância e da adolescência.
Quanto menor for a divisão em classes, menor será a divisão dos alunos. Em um
lugar em que só exista o ensino primário, como definir (separar) a segunda
infância da adolescência? Isso nos leva a refletir sobre o papel da escola na
definição e separação de determinadas fases da vida, como a infância e a
adolescência. (PINHEIRO, 2008, on-line).
Qualquer que
seja o corte etário usado para se classificar o que é uma criança ou um
adolescente, sempre será uma entre muitas opções. Mesmo assim, é necessário que
tal escolha seja feita para que a análise do objeto seja viável do ponto de vista
metodológico.
Neste artigo,
a faixa etária analisada será a de crianças e pré-adolescentes entre 8 e 12
anos, mirando-se especialmente nos que estão cursando do 3º ano do ensino
fundamental (8 a 9 anos) ao 7º ano (12 a 13 anos), conforme Quadro 1 a seguir.
Quadro 1 - Anos e idades
correspondentes do ensino fundamental brasileiro
Ensino fundamental |
1º Ano: 6 anos completos até 31 de março
do ano letivo. |
2º Ano: de 7 a 8 anos. |
3º Ano: de 8 a 9 anos. |
4º Ano: de 9 a 10 anos. |
5º Ano: de 10 a 11 anos. |
6º Ano: de 11 a 12 anos. |
7º Ano: de 12 a 13 anos. |
8º Ano: de 13 a 14 anos. |
9º Ano: de 14 a 15 anos. |
Fonte: elaborado pelo autor a partir de
BRASIL (2018).
Essa escolha foi feita para se partir
de um ponto em que, supostamente, as crianças já estivessem alfabetizadas e com
fluência suficiente para ler os livros escolhidos para o corpus deste
artigo.
Esses primeiros anos de formação do
leitor são cruciais para que ele tome gosto pela leitura e internalize esse
hábito, não apenas como uma tarefa ou obrigação escolar, mas também como fonte
de lazer.
A pesquisa Retratos da Leitura no
Brasil mostra que o gosto pela leitura é relativamente forte na criança nos
primeiros anos do ensino fundamental, mas decresce significativamente à medida
que o aluno avança rumo ao ensino médio. Por que será que isso acontece? E,
mesmo que não haja uma resposta simples - e por certo não há -, em
que medida tornar o livro mais atrativo para esse público pode impactar no
aumento dos índices de leitura?
3 POR QUE OS MENINOS?
Apesar da escassez de informações e de pesquisas mais aprofundadas sobre as diferenças entre crianças e pré-adolescentes dos sexos masculino e feminino, no que tange às práticas de leitura, há algumas referências nesse sentido.
No artigo Reading motivation: exploring the elementary gender gap (MARINAK; GRAMBRELL, 2010), as pesquisadoras salientam algumas diferenças entre meninas e meninos. Segundo elas, por exemplo, meninas gostam muito mais de ler do que meninos, e meninos são mais afeitos ao gênero quadrinhos e livros com apelo humorístico, conforme excerto a seguir:
Este estudo explorou as atitudes de meninas e
meninos (de 10-11 anos) em relação à leitura e à escrita. As meninas gostavam
muito mais de ler do que os meninos. Os meninos gostavam sobretudo de
quadrinhos e livros humorísticos; os livros de aventura eram os preferidos das
meninas. A poesia não agradava aos alunos. Muitos meninos não gostavam dos
textos típicos escolares. A maioria dos alunos, especialmente os meninos, não
gostava de ler em voz alta. Mesmo muitos leitores fluentes e motivados
sentiam-se envergonhados quando liam em voz alta. As atitudes dos alunos em
relação à escrita eram mais negativas do que as atitudes em relação à leitura.
Os meninos eram escritores significativamente mais relutantes do que as
meninas. Para interessar os meninos, a tarefa de escrever deveria ter um
propósito ou uma função comunicativa significativa. Os resultados sugerem que o
interesse dos alunos deve ser um fator chave na escolha do material de leitura;
caso contrário, muitos alunos evitarão a leitura e poderão desenvolver uma
aversão vitalícia à mesma. (MARINAK; GRAMBRELL, 2010, on-line, tradução
nossa).
Outra pesquisa, desenvolvida pelo The
Brown Center on Education Policy, identificou uma lacuna entre o desempenho de
meninas e de meninos nas pontuações do Program for International Student Assessment
(PISA). O mais curioso é que esse fenômeno ocorre em vários países e persiste
há décadas. Nesse mesmo estudo, são analisadas causas potenciais para a
existência dessa lacuna, desde aspectos biológicos e de desenvolvimento até
práticas escolares e influências culturais.
A escritora Peg
Tyre, em The trouble with boys: a surprising report card on our sons, their
problems at school, and what
parents and educators must do, defende a tese de que o
desenvolvimento dos meninos se dá mais tardiamente do que o das meninas, o que
os levaria, em salas nas quais as professoras são predominantemente do sexo
feminino, a ficar para trás nas disciplinas que tratam da leitura e da escrita.
Tal defasagem supostamente levaria os meninos a perder gradativamente o
interesse pela leitura, por não se sentirem confortáveis e/ou por se julgarem
fracassados, estimulando-os a focar em áreas como ciências e matemática, por
exemplo.
Essas pesquisas ensejam um elemento
fundamental na busca pela “captura” do leitor, a motivação. Em Kids
& family reading report - 7th edition - finding their story, da
editora SCHOLASTIC, nos Estados Unidos, em 2018, foram entrevistados 2.758 pais
e crianças; 89% das crianças que responderam à pesquisa concordaram com a
afirmação: “Meus livros preferidos são os que eu escolhi por conta
própria”.
Considerando todos os aspectos
mencionados, acredita-se haver elementos suficientes que justifiquem a escolha
do estrato “meninos entre 8 e 12 anos de idade” como foco deste
estudo.
4 O CORPUS E A METODOLOGIA
Este estudo
selecionou seis livros considerados best-sellers para meninos entre 8 e
12 anos de idade, o que não significa que meninas também não os leiam, mas
apenas que são obras que encontram, em crianças e pré-adolescentes do sexo
masculino, boa aceitação.
O corpus
selecionado (ver Quadro 2) é propositalmente bastante diversificado
quanto à materialidade, às temáticas, aos estilos, às imagens, ao conteúdo,
entre outros aspectos observáveis. A quantidade de seis títulos é pequena, mas
suficiente para os objetivos deste artigo.
Sobre esse corpus
foi aplicada a metodologia de análise de conteúdo, na qual o pesquisador
identificou, rotulou e quantificou vários aspectos pretendidos dos livros para,
a seguir, compará-los e tecer comentários e análises que ajudassem a elucidar
potenciais fatores contribuintes para que esses títulos se mostrem tão
atraentes para o público pesquisado. Com isso, buscou-se extrair elementos que
pudessem ser reproduzidos em outros livros, seja por meio de novas traduções,
seja em obras nacionais originais, de forma a contribuir para a oferta de
títulos que estimulem o aumento da quantidade de leitores e da frequência de
leitura desses “meninos”.
Quadro 2 - Corpus selecionado para análise
Título |
Amoras |
Crônicas 1 |
Diário de Pilar na Grécia |
Diário de um banana |
Malala, a menina que queria ir para a escola |
O rapto do garoto de ouro |
Capa |
|
|
|
|
|
|
Autor |
Emicida |
Carlos Drummond de Andrade [et. al.] |
Flávia Lins e Silva |
Jeff Kinney |
Adriana Carranca |
Marcos Rey |
Ilustrador |
Aldo Fabrini |
Jaca |
Joana Penna |
Jeff Kinney |
Bruna Assis Brasil |
N/I |
Selo |
Companhia das
Letrinhas |
Ática |
Pequena Zahar |
Vergara e Ribas
Editora |
Companhia das
Letrinhas |
Ática |
Edição |
1ª Edição |
28ª
Edição |
2ª Edição |
1ª Edição |
1ª Edição |
5ª Edição |
Cidade |
São Paulo |
São Paulo |
Rio de Janeiro |
Cotia |
São Paulo |
São Paulo |
Ano |
2020 |
2011 |
2018 |
2012 |
2019 |
1985 |
Fonte: elaborado pelo autor.
Depois de
selecionadas, as obras foram integralmente escaneadas, usando-se um scanner de mesa Fujitsu Color, A3 -
SV600 e o software ScanSnap.
Após escaneados, os livros passaram por um processo de conversão de imagem para
PDF editável, usando-se o software PowerPDF, com tecnologia Optical Character Recognition (OCR). Uma
vez convertido, o arquivo foi importado para o software de análise de conteúdo ATLAS.ti
(versão 8.4), no qual foram registrados os dados quantitativos, os rótulos de
dados e outros elementos de análise do conteúdo, foco deste estudo, que serão
apresentados mais adiante.
5 RESULTADOS
Após os procedimentos mencionados, os resultados foram tabulados e analisados em grupos de dados, conforme a avaliação de compradores e/ou leitores, os aspectos biblioteconômicos, a morfologia e outros fatores que não se encaixam nas categorias mencionadas.
5.1 Por que se diz que esses seis títulos são best-sellers?
A denominação best-seller é normalmente atribuída a livros que vendem muito acima da média. Embora não haja uma definição clara do que seja muito, e conquanto “muito” seja um conceito extremamente relativo, dependendo do gênero editorial, do mercado ou do país onde o livro é comercializado, não há, de fato, critérios suficientemente objetivos para se afirmar que determinado título é ou não um best-seller.
Entretanto,
assim como acontece com outras designações que são feitas “na
prática”, se as evidências de que o livro é um best-seller aparecerem
em fontes de informação diferentes e independentes, é razoável supor que ele
seja realmente um legítimo “mais vendido”. Para este artigo,
optou-se por confirmar essa designação por meio da verificação da quantidade de
reviews – número de pessoas que atribuíram uma nota de 1 a 5 para
um livro – e a nota média, de 1 a 5 pontos, no marketplace
da Amazon.com.br e nas redes sociais especializadas em livros: Goodreads.com e
Skoob.com.br.
É importante
observar que quanto maior o número de reviews, mais estável é a nota
média, pois a base de clientes “votantes” é maior, o que dá mais
confiabilidade estatística para a métrica. Outro ponto relevante é considerar o
tempo de mercado do livro. Por exemplo, o livro Crônicas 1, o mais
antigo entre os títulos do corpus, teve sua 1ª edição em 1977, enquanto Amoras
foi lançado em 2018, ou seja, há um intervalo de mais de 40 anos entre um e
outro.
Logo, é
razoável supor que os livros mais recentes tenham menos reviews, ainda
que se saiba que a possibilidade de se fazerem reviews nos sites
de e-commerce nas redes sociais é um fenômeno relativamente recente, que
se tornou mais comum de uns 10 anos para cá.
Outra
consideração a se fazer é a de que a maioria das avaliações registradas no site
Amazon é de compradores, pois trata-se de um site
de e-commerce em que os clientes são instados a avaliar os livros
algumas semanas após a compra.
Já os sites
Goodreads.com.br e Skoob.com.br são redes sociais - e não lojas virtuais como a Amazon
- formadas por
pessoas que se interessam por livros e que, não necessariamente, são
compradoras. A quantidade de reviews na rede Skoob,
em todos os títulos analisados, supera com larga vantagem a da Goodreads e a da Amazon, talvez
porque o Skoob seja um site genuinamente
brasileiro, enquanto os outros são estrangeiros.
Quadro 3 - Quantidade de reviews
e avaliação média dos livros pelos leitores e compradores
Título |
Amoras |
Crônicas 1 |
Diário de Pilar na Grécia |
Diário de um
banana |
Malala, a menina que queria ir
para a escola |
O rapto do garoto de ouro |
Capa |
|
|
|
|
|
|
Reviews Amazon |
1.615 |
52 |
347 |
401 |
1.165 |
61 |
Nota Amazon |
4,80 |
4,80 |
4,70 |
4,70 |
4,80 |
4,80 |
Reviews Skoob |
2.041 |
1.678 |
2.041 |
19.421 |
875 |
5.310 |
Nota Skoob |
4,40 |
3,90 |
4,40 |
4,00 |
4,20 |
3,70 |
Reviews Goodreads |
798 |
218 |
148 |
20.058 |
158 |
555 |
Nota Goodreads |
4,40 |
4,19 |
4,40 |
4,00 |
4,34 |
3,77 |
Fonte: elaborado pelo autor. Dados
coletados em 26 de novembro de 2020.
É importante ainda pontuar que, nas
redes sociais, a participação dos leitores menores de idade é maciça, o que não
ocorre no site da Amazon, no qual é necessário
que um indivíduo tenha 18 anos para que possa efetuar compras com cartão de
crédito e reviews verificados – o que acaba inibindo a
participação de crianças e pré-adolescentes.
Todos os seis títulos do corpus receberam avaliações médias acima de 4 pontos - as notas vão de 1 a 5 pontos - em pelo menos uma dessas três plataformas, e uma quantidade de reviews superior a 100, o que indica um nível de engajamento elevado para livros. Por isso, é possível inferir que esses seis títulos infantojuvenis são livros de grande aceitação por leitores e compradores e, portanto, best-sellers.
5.2 Aspectos biblioteconômicos
Neste artigo foram considerados aspectos biblioteconômicos todos os itens da primeira coluna do Quadro 4. A começar pelos dois primeiros, capa e título, tem-se aí dois dos aspectos mais relevantes na escolha de livros em geral e, notadamente, da categoria infantojuvenil.
Quadro 4 - Aspectos
biblioteconômicos dos livros do corpus
Título |
Amoras |
Crônicas 1 |
Diário de Pilar na Grécia |
Diário de um
banana |
Malala, a menina que queria ir
para a escola |
O rapto do garoto de ouro |
Capa |
|
|
|
|
|
|
Autor |
Emicida |
Carlos Drummond de Andrade [et. al.] |
Flávia Lins e Silva |
Jeff Kinney |
Adriana Carranca |
Marcos Rey |
Ilustrador |
Aldo Fabrini |
Jaca |
Joana Penna |
Jeff Kinney |
Bruna Assis Brasil |
N/I |
Tradutor |
Não aplicável |
Não aplicável |
Não aplicável |
Antônio de Macedo Soares |
Não aplicável |
Não aplicável |
Selo |
Companhia das Letrinhas |
Ática |
Pequena Zahar |
Vergara e Ribas Editora |
Companhia das Letrinhas |
Ática |
Grupo Editorial |
Grupo Companhia das Letras |
Grupo Ática Scipione |
Grupo Companhia das Letras |
VR Editora |
Grupo Companhia das Letras |
Grupo Ática Scipione |
Edição |
1ª Edição |
28ª Edição |
2ª Edição |
1ª Edição |
1ª Edição |
5ª Edição |
Cidade |
São Paulo |
São Paulo |
Rio de Janeiro |
Cotia |
São Paulo |
São Paulo |
Ano |
2020 |
2011 |
2018 |
2012 |
2019 |
1985 |
Ano do original |
2018 |
1977 |
2010 |
2007 |
2015 |
1982 |
Nº de páginas |
44 |
102 |
154 |
218 |
96 |
128 |
ISBN-10 |
8574068365 |
8508130627 |
8566642406 |
8576831309 |
8574066702 |
8526009966 |
ISBN-13 |
978-8574068367 |
978-8508130627 |
978-8566642407 |
978-8576831303 |
978-8574066707 |
978-8526009967 |
Idioma avaliado |
Português |
Português |
Português |
Português |
Português |
Português |
Assunto |
Poesia - Literatura infantojuvenil; Poesia - Literatura infantil |
Crônicas |
Ficção infantojuvenil brasileira |
Literatura infantojuvenil; Literatura juvenil |
Biografia - Literatura infantojuvenil |
Literatura infantojuvenil |
Reimpressão |
11ª reimp. |
13ª reimp. |
4ª reimp.da |
Não informado |
19ª reimp. |
Não informado |
CDD |
028.5 |
86.998.008 |
028.5 |
028.5 |
028.5 |
028.5 |
Fonte: elaborado pelo autor.
De acordo com dados da pesquisa Retratos
da leitura no Brasil (Figura 1), a capa foi citada por 10% dos
entrevistados como um dos fatores que mais influenciam na escolha de um livro.
No entanto, para a faixa de 5 a 10 anos de idade, esse número é quase o triplo,
alcançando 29% dos respondentes, evidenciando a importância da adequação e da
atratividade da capa para os leitores infantojuvenis.
Figura 1 - Importância da
capa e do título para os leitores infantojuvenis
Fonte: INSTITUTO PRÓ-LIVRO (2020)
Não menos
importante, o título do livro ocupa o terceiro lugar geral em relação aos
fatores influentes na decisão de escolha da obra, tendo sido mencionado por 11%
dos respondentes.
Todos os
livros pesquisados no corpus, à exceção de Crônicas 1, foram
classificados sob o código 028.5 da classificação decimal de Dewey, ou código
CDD, que é a numeração para a classe de livros infantojuvenis. Isso significa
que todos os títulos foram originalmente destinados, prioritariamente, ao
público infantojuvenil, com exceção do de crônicas, que embora seja lido também
por essa faixa etária – especialmente na escola, como leitura sugerida
–, é um livro extensivo a praticamente todos os tipos de leitores, em
termos de faixa etária.
O número de
páginas é outro atributo que, nos livros infantojuvenis, apresenta
comportamento típico. Em geral, essas obras não ultrapassam 150 páginas, mesmo
sendo impressas em formatos menores, com margens mais largas, espaço
entrelinhas generoso, corpo da fonte maior e muitas ilustrações.
As
ilustrações, essas sim, constituem um aspecto predominante nos livros
infantojuvenis. Há uma abundância delas, muito mais do que na maioria dos
outros gêneros editoriais. A relação do leitor dessa faixa etária (8 a 12 anos)
com o aspecto imagético representa um poderoso fator de atração, o que ficou
evidente pela quantidade de imagens em relação ao número total de páginas do
livro, especialmente no caso de Diário de um banana,
em que a média de ilustrações por página é cerca de 1,5.
Os demais fatores biblioteconômicos, para além da capa, do título e das ilustrações, representam elementos secundários na escolha do livro para o público infantojuvenil, a partir da análise da pesquisa Retratos da leitura no Brasil.
5.3 Aspectos morfológicos
Quanto à forma dos livros analisados, pode-se perceber a predominância de alguns aspectos. As fontes empregadas são relativamente grandes se comparadas às de outros gêneros editoriais, assim como o espaçamento entrelinhas e as margens, que são generosas. O destaque fica para Diário de um banana, que apresenta uma fonte “manuscrita”, a Wimpy Kid. Em seu canal no YouTube, o autor, Jeff Kenney, declara que escrever seus livros usando essa fonte o faz “entrar no clima” e o ajuda na criação dos textos.
Quadro 5 - Aspectos morfológicos dos
livros do corpus
Amoras |
Crônicas 1 |
Diário de Pilar na Grécia |
Diário de um banana |
Malala, a menina que queria ir para a escola |
O rapto do garoto de ouro |
|
Capa |
|
|
|
|
|
|
Fonte |
Eames Century Mode |
Electra |
Baskerville |
Whimpy Kid |
Weiss |
Times New Roman |
Papel |
Alta Alvura (Suzano) |
Pólen Bold
90 g/m2 |
Couché Matte |
Não informado |
Alta Alvura (Suzano) |
Não informado |
Cor da capa |
Colorida |
Colorida |
Colorida |
Colorida |
Colorida |
Colorida |
Cor do miolo |
Colorido |
Bicolor |
Colorido |
P&B |
P&B e Colorido |
P&B |
Acabamento especial |
Laminação fosca |
Laminação fosca |
Laminação fosca |
Verniz localizado |
Laminação fosca |
Nenhum |
Brochura |
Sim |
Sim |
Sim |
Não |
Sim |
Sim |
Capa dura |
Não |
Não |
Não |
Sim |
Não |
Não |
Orelha |
Não |
Não |
Não |
Não |
Não |
Sim |
Impressão capa interna |
Não |
Sim |
Sim |
Sim |
Não |
Não |
Tamanho |
20,6 x 20,6 x 0,5 cm |
20,6 x 14,0 x 0,9 cm |
19,0 x 13,7 x 1,0 cm |
21,0 x 14,5 x 2 cm |
22,5 x 15,7 x 0,9 cm |
20,5 x 13,9 x 0,7 cm |
Nº de páginas |
44 |
102 |
154 |
218 |
96 |
128 |
Nº de palavras |
812 |
15.240 |
19.219 |
18.682 |
18.326 |
30.760 |
Média de palavras por página |
18 |
149 |
125 |
86 |
191 |
240 |
Nº caracteres sem espaço |
4.147 |
73.533 |
92.397 |
92.559 |
88.288 |
151.328 |
Nº caracteres com espaço |
4.834 |
88.142 |
110.726 |
109.694 |
105.904 |
181.769 |
Nº de imagens |
25 |
17 |
110 |
320 |
44 |
18 |
% de imagens por página |
57% |
17% |
71% |
147% |
46% |
14% |
Fonte: elaborado pelo autor.
O uso de mais
de uma cor no miolo do livro é predominante no corpus analisado. Dos
seis livros investigados, apenas Diário de um banana
e O rapto do garoto de ouro têm o miolo em preto e branco (P&B). As
cores parecem exercer um papel importante na atratividade dos livros
infantojuvenis. Embora Diário de um banana seja
P&B, é razoável supor que a quantidade de imagens, bem acima da média de
outros livros, acaba sobrepujando a falta de cores do miolo.
O papel usado
no miolo dos livros infantojuvenis apresenta, geralmente, uma gramatura maior
do que a da maioria dos livros para o público adulto. Isso torna os livros mais
resistentes ao manuseio e evita que as imagens e as ilustrações de uma página
apareçam no verso de outra, algo comum em livros impressos em papéis de baixa
gramatura.
A gramatura do
papel tem forte interferência na espessura do livro, aumentando a sua lombada e
tornando-o mais, digamos, robusto. Uma gramatura de 90 g/m2, ou
acima disso, deixa o livro, como produto, mais atraente. Especialmente no caso
dos livros infantojuvenis, muitas vezes dados às crianças e aos
pré-adolescentes como presente por amigos e parentes, ser considerado um
“bom presente” diz respeito não só ao texto, mas também à
materialidade, à aparência física do livro.
Ainda sobre o
tipo de papel dos livros infantojuvenis, os amarelados, como o polén bold, parecem
predominar nos livros com miolo P&B, como em Crônicas 1, pois são
papéis que tornam a leitura mais confortável.
No entanto, no
caso dos livros com ilustrações coloridas, em que a fidelidade em relação às
cores originais é desejável e o uso de papéis amarelados poderia interferir no
resultado da impressão, nota-se a predominância de papéis brancos, como os que
foram utilizados em Diário de Pilar na Grécia (couché
matte), Malala, a menina que queria ir para a
escola (alta alvura) e Amoras (alta alvura).
O formato
brochura predomina em relação ao capa dura. Talvez
isso se deva não exatamente à preferência do leitor, mas principalmente ao
custo e, consequentemente, ao preço. Do ponto de vista estético, a capa dura,
por um lado, torna o livro mais “nobre” e, portanto, um objeto ou
presente mais “valorizado”, além de proteger e prolongar a vida
útil do livro. Por outro lado, pode dificultar o manuseio, especialmente por
“mãos pequenas” de crianças e pré-adolescentes.
A ausência de
“orelhas” é outro ponto curioso dos livros analisados.
Aparentemente não há motivos para não as ter, pois elas protegem as capas e
servem de abrigo a sinopses, biografias de autores, entre outros paratextos que
costumam frequentá-las. Entretanto, com exceção de Diário de um banana, que por ser de capa dura, não comportaria
orelhas, apenas O rapto do garoto de ouro as tem.
É possível que
tal ausência se dê exclusivamente pela simplificação do processo editorial e
pelo barateamento do livro, especialmente para aqueles que se destinam aos
programas governamentais e não podem ultrapassar o orçamento por exemplar
estabelecido nos editais. A ausência das orelhas permite que esses livros sejam
impressos em larga escala, em impressoras rotativas e sem a necessidade de
dobras e cortes adicionais, como quando se tem orelhas.
Quanto ao
tamanho, os livros infantojuvenis adotam formatos menores. No corpus
analisado, a única exceção é o título Amoras, que usa um formato de 20,6
cm de altura por 20,6 cm de largura e privilegia imagens, cores e texturas,
atingindo crianças de uma faixa etária menor, para a qual tipicamente os livros
são impressos em grandes formatos.
No que se
refere à quantidade de páginas, a maioria dos livros infantojuvenis tem cerca
de 100, e o número de palavras fica entre 15.000 e 20.000. Destoam desses
números os livros: Amoras, com apenas 44 páginas e 812 palavras, e, no
extremo oposto, O rapto do garoto de ouro, ultrapassando a marca de
30.000 palavras.
Um indicador
que chamou bastante a atenção no caso de Diário de um
banana, que poderia ser aqui batizado de “densidade
textual”, é a quantidade de palavras por página (p/p) Nesse livro,
ela é de 86 p/p - valor bem abaixo das 240 p/p de O rapto do garoto
de ouro e até mesmo das 124 p/p do ricamente ilustrado Diário de Pilar
na Grécia. Esse indicador ajuda a elucidar a suspeita de que existe uma
certa satisfação do leitor infantojuvenil na conclusão de um número maior de
páginas, ou seja, ser capaz de ler muitas páginas seria algo que funcionaria
como uma espécie de gatilho motivacional para esses leitores; algo que os deixa
orgulhos perante pais, familiares e colegas, uma espécie de
“conquista”.
A baixa
quantidade de palavras por página de Diário de um banana,
que é resultado de uma combinação entre uma diagramação com espaços generosos,
uma fonte de tamanho avantajado e muitas imagens, enseja a suspeita de que
concluir um livro de 218 páginas, em pouco tempo (porque na verdade a
quantidade de palavras é de 18.326), tem impacto positivo no engajamento dos
meninos entre 8 e 12 anos na leitura.
Outro indicador apurado nesta pesquisa que parece ter forte poder de atração sobre os leitores é o percentual de imagens por página. Diário de um banana apresenta uma taxa de 147% de imagens por página, ou seja, mais de uma ilustração, em média, por página. Algumas delas chegam a ter três imagens. Essas imagens ilustram o que está escrito textualmente, mas às vezes suprimem o texto, passando a sê-lo, seja pela própria evidência da ilustração, seja pela presença dos diálogos nos balões. Não há uma única forma. Esse livro é uma espécie de texto “multigênero”, se assim fosse possível denominá-lo, pois em determinados momentos se comporta como um romance, em outros como uma HQ ou simplesmente uma tirinha. Essa “mistura” de gêneros editoriais parece quebrar o ritmo do livro, permitindo que o leitor salte partes sem comprometer o entendimento e, finalmente, mantenha-se engajado na leitura sem abandonar o livro.
5.4 Outros aspectos
Além dos aspectos já mencionados, verificou-se a presença de outros elementos que, potencialmente, possam ter atraído compradores e leitores e, dessa forma, contribuído para que os livros do corpus tenham se tornado best-sellers.
Dos seis
títulos analisados, quatro pertencem a coleções. A coleção Diário de um banana apresenta quinze títulos da série e mais
quatro livros especiais. Diário de Pilar também é uma série, com sete
livros e um caderno. A coleção Para gostar
de ler, da qual o livro Crônicas 1 faz parte, tem 47 volumes e reúne
crônicas e textos de autores renomados. O rapto do garoto de ouro também
integra uma coleção, a Vaga-Lume, com 105 títulos já publicados entre
1973 e 2020 e mais 25 títulos da coleção Vaga-Lume Júnior. A questão das
coleções parece contribuir não só para a manutenção dos leitores até o final da
leitura, mas para despertar neles o anseio pelo título seguinte à medida em que
vão lendo e gostando de cada livro.
Do corpus, os títulos Amoras
e Malala: a menina que queria ir para a escola não são parte de
coleções. No entanto, ambos denotam outra tendência forte no segmento
infantojuvenil, a de abordar temas sociais relevantes. Em Amoras, o
autor, o conhecido rapper Emicida, trata da temática racial, abordando
com extrema delicadeza e ternura a valorização da cor e da cultura negras. No
livro sobre Malala, a temática é a misoginia e a luta das
“mulheres” paquistanesas (Malala tinha 15 anos quando foi alvejada
com um tiro no rosto) pelo direito à educação, num país dominado pelo regime
Talibã.
De todos os
livros analisados, os da coleção Diário de Pilar demonstram uma
característica única entre os demais: a didática. A série procura intercalar as
aventuras da protagonista com uma espécie de “giro” pela região
visitada, seja a Grécia – como no título analisado neste artigo –,
seja a Amazônia. Existe uma preocupação explícita em introduzir elementos
culturais, localidades e outros aspectos da região em que a aventura
transcorre, numa espécie de romance didático-histórico-geográfico. Esse tipo de
livro denuncia a intenção de alguns editores de incluir essas obras nos
programas de aquisição de livros para alunos e bibliotecas públicas; uma
estratégia para, inclusive, torná-los best-sellers, pois quando se trata
desse tipo de compra, os volumes de exemplares adquiridos costumam ultrapassar
a casa dos milhões de unidades.
Por último, o
preço de capa desses livros – preço de tabela definido pela editora
–, na versão impressa, situa-se entre R$29,90 e R$49,90, o que revela um
patamar mediano em termos de precificação de livros no Brasil. Todos eles, com
exceção do livro Crônicas 1, apresentam também a versão e-book, na faixa
de R$20,00. Nenhum dos títulos traz versão audiobook,
pelo menos até 4 dezembro de 2020, quando este artigo foi finalizado.
6 CONCLUSÕES E CAMINHOS
Retoma-se aqui a questão inicial e o
propósito deste artigo, que é identificar as potenciais causas do desinteresse
pela leitura dos meninos em relação às meninas, na faixa etária entre 8 e 12
anos, e ao mesmo tempo investigar e levantar quais elementos concernentes ao
livro poderiam colaborar para evitar tal desinteresse e, até mesmo, incentivar
os meninos a ingressar na leitura e fazer dela um hábito por toda a vida. Foram
mapeados alguns caminhos, mesmo que ainda prematuros e passíveis de
aprofundamento, para o desenvolvimento de novos títulos, traduzidos ou
inéditos, capazes de atrair e engajar esses jovens leitores, quais sejam:
· Meninos se interessam
menos pela leitura e/ou leem menos do que as meninas por várias questões, entre
as quais: desenvolvimento posterior da linguagem em relação às meninas; maior
interesse por outras atividades fora do horário da escola e que, portanto,
concorrem com a leitura, como jogos eletrônicos; desinteresse pelos títulos
tipicamente oferecidos e/ou exigidos pela escola ou professor (em geral do sexo
feminino).
· Meninos preferem títulos
com a presença de humor e aventura, de mais fácil compreensão e narrativa não
linear, em que partes possam ser lidas sem perder o sentido, mesmo que algumas
delas sejam “saltadas”.
· Meninos preferem livros
recheados de ilustrações, com menos palavras por página, letras grandes,
espaços generosos entrelinhas e nas margens.
· Meninos têm muita
satisfação em ler muitas páginas por vez e em concluir a leitura completa do
livro. Essa velocidade afeta diretamente a motivação e o engajamento na leitura,
como uma espécie de performance.
· Meninos (e meninas também)
se sentem muito atraídos pelas capas dos livros, o que é fundamental para que
tomem a iniciativa ou sejam receptivos à leitura.
Esses “caminhos”,
levantados a partir da bibliografia consultada e do exame minucioso das obras
do corpus, constituem “pistas” para autores, editoras,
editores e publishers no sentido de
desenvolver projetos editoriais capazes de contribuir para reverter ou, no
mínimo, mitigar a falta de interesse dos meninos e a distância deles em relação
às meninas no que se refere à leitura.
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