Caracterização de depressões fechadas no vão do Paranã, a oeste da Serra Geral de Goiás

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/2236499429857

Palavras-chave:

dolinas, relevo Cárstico, geomorfologia, paranã

Resumo

Este trabalho apresenta as características das dolinas, uvalas e outras depressões fechadas presentes no Vão do Paranã, que está situado a oeste da Serra Geral de Goiás. Os procedimentos metodológicos utilizados incluem revisão bibliográfica, interpretação de imagens de satélites Sentinel 2, identificação e vetorização das depressões fechadas, caracterização morfológica e trabalho de campo. Os resultados demonstram que as dolinas e uvalas estão concentradas, predominantemente, na depressão do rio Paranã, enquanto as cavidades naturais subterrâneas estão localizadas principalmente nas escarpas da Serra Geral de Goiás. Verifica-se a ocorrência de padrão aleatório de dolinas e uvalas arredondadas, elípticas e irregulares. As dolinas e uvalas com menores áreas e perímetros estão localizadas principalmente no extremo sul da área de estudo e também ao norte, entre Iaciara e Nova Roma. Os maiores índices de área e volume estão nas feições situadas na porção central da depressão do Paranã. As geoformas estudadas desenvolvem-se diretamente em: i) coberturas detrito lateríticas ferruginosas, onde ocorrem calcários do subgrupo Paraopeba como litologia subjacente; ii) calcários do subgrupo Paraopeba indiviso e da Formação Sete Lagoas. Ratifica-se que os resultados obtidos sinalizam que todas essas feições originaram-se a partir de processos de dissolução.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fernanda Cristina Rodrigues de Souza, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG

É espeleóloga desde 2010. Possui graduação em Geografia pela Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES e mestrado em Geografia pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG. É doutoranda em Geografia na Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG. Atua como professora de Geografia no Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Mato Grosso - ICHS/ UFMT/ CUA. Trabalha principalmente nas áreas de Geomorfologia, Geomorfologia Cárstica, Pedologia e Fundamentos de Astronomia.

André Augusto Rodrigues Salgado, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG

Bacharel em Geografia pela Universidade Federal de Minas Gerais (2000), mestrado em Geografia pela Universidade Federal de Minas Gerais (2002), doutorado em Evolução Crustal e Recursos Naturais pela Universidade Federal de Ouro Preto (2006), doutorado em Geociences - Universite d'Aix-Marseille III (Droit, Econ. et Sciences)/França (2006) e pós-doutorado em Geociências no Centro Europeu de Ensino e Pesquisa em Geociências (CEREGE)/França (2012). Atualmente é Professor Associado II da Universidade Federal de Minas Gerais. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Geomorfologia, atuando principalmente nos seguintes temas: evolução regional do relevo e geocronologia. Vice-presidente da União da Geomorfologia Brasileira (UGB) entre 2011-2012 e desde Janeiro de 2017. De Janeiro de 2013 até Dezembro de 2016 foi presidente União da Geomorfologia Brasileira (UGB). Sub-coordenador do Programa de Pós-graduação em Geografia (M/D) da UFMG entre 2011 e 2013 e coordenador entre 2013 e 2015. Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq desde 2013. Desde 2015 coordenador de um Programa CAPES COFECUB em parceria com o CEREGE na França. Professor visitante a convite do Mestrado em SIG e Ordenamento do Território da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (Portugal) entre Setembro e Outubro de 2017.

Thaís Aparecida Silva, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG

Possui graduação em geografia bacharelado pela Universidade Federal de Alfenas (2014). Tem experiência em geomorfologia abrangendo mapeamento geomorfológico, evolução da paisagem e morfogênese. Atualmente encontra-se no curso de pós-graduação em Geografia - Análise Ambiental, nível mestrado, oferecido pela Universidade Federal de Minas Gerais.

Luis Felipe Soares Cherem, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO

Possui graduação em Geografia - Bacharelado pela Universidade Federal de Minas Gerais (2006), mestrado em Análise e Modelagem de Sistemas Ambientais pela Universidade Federal de Minas Gerais (2008) e doutorado em Evolução Crustal e Recursos Naturais pela Universidade Federal de Ouro Preto (2012). Atualmente é conselheiro da União da Geomorfologia Brasileira e professor adjunto ii da Universidade Federal de Goiás. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Geomorfologia, atuando principalmente nos seguintes temas: indicadores ambientais, geomorfologia fluvial, gestão ambiental, atlas cartográfico e processamento de imagens.

Referências

AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS – ANA. Plano Estratégico de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins e Araguaia: relatório síntese. Brasília: ANA; SPR, 2009. 256p.

BRASIL. MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA. Projeto RADAMBRASIL. Folha SD.23 – Brasília: geologia, geomorfologia, pedologia, vegetação e uso potencial da terra. v. 29. Rio de Janeiro: MME/ SG, 1982. 660p.

BRAUN, O. P. G. Contribuição à Geomorfologia do Brasil Central. Revista Brasileira de Geografia. p.3-39. 1970.

CVIJIC, J. Carste: uma monografia geográfica. 1895. Belo Horizonte: PUCMG. 2017. Tradução de Luiz Eduardo Panisset Travassos. Revisão de João Henrique Rettore Tottaro.

EUROPEAN SPACE AGENCY – ESA. Imagens de Satélites Sentinel 2. Resolução Espacial de 10m. Cenas de 19/07/2016. Dados disponíveis em: < http://sentinel-s2-l1c.s3-website.eu-central-1.amazonaws.com/> Acesso em: 10/10/2016.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Mapa de Unidades do Relevo do Brasil. Escala 1:5.000.000. 2º ed. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão/ IBGE: Rio de Janeiro. 2006.

INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA – INMET. Normais Climáticas do Brasil 1961 - 1990. Brasília: INMET. 2009. Disponível em: < http://www.inmet.gov.br/portal/> Acesso em: 08/10/ 2016.

JENNINGS, J. N. Karst Geomorphology. Oxford: Basil Blackwel. 1985.

PEREIRA, M. C.; STÁVALE, Y. O.; SALGADO, A. A. R. Estudo da gênese das cavidades e depressões em minério de ferro - Quadrilátero Ferrífero/MG: serras do Rola Moça e do Gandarela. Revista Brasileira de Geomorfologia. v.13. n.3, p. 245-253, 2012.

PILÓ, L. B. Morfologia Cárstica e Materiais Constituintes: dinâmica e evolução da Depressão Poligonal Macacos – Baú – Carste de Lagoa Santa, MG. 1998. 283p. Tese (Doutorado em Geografia). Universidade Estadual de São Paulo: São Paulo.

PÔSSAS, I. B.; CHEREM, L. F. S. Diferenças Morfográficas do Exocarste da Borda Noroeste do Grupo Bambuí e suas Relações com a Morfodinâmica Regional do Vão do Paranã (GO): resultados preliminares. X SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOMORFOLOGIA – SINAGEO. 2016. Maringá (PN). Anais... Maringá (PN): UBG. 2016.

SOUZA, J. D.; KOSIN, M.; HEINECK, C. A.; LACERDA FILHO, J. V.; TEIXEIRA, L. R.; VALENTE, C. R.; GUIMARÃES, J. T.; BENTO, R. V.; BORGES, V. P.; SANTOS, R. A.; LEITE, C. A.; NEVES, J. P.; OLIVEIRA, I. W. B.; CARVALHO, L. M.; PEREIRA, L. H. M.; PAES, V. J. C. Carta Geológica do Brasil ao Milionésimo. Folha SD.23 Brasília. Escala 1:1.000.000. In: SCHOBBENHAUS, C.; GONÇALVES, J. H.; SANTOS, J. O. S.; ABRAM, M. B.; LEÃO NETO, R.; MATOS, G. M. M.; VIDOTTI, R. M.; RAMOS, M. A. B.; JESUS, J. D. A. (eds). COMPANHIA DE PESQUISA E RECURSOS MINERAIS – CPRM. Carta Geológica do Brasil ao Milionésimo. Programa Geologia do Brasil. Brasília: CPRM. 2004.

WHITE, W. B. Geomorphology and Hydrology of Karst Terrains. Oxford: Oxford University Press, 1988. 464p.

WILLIAMS, P. W. Morphometric Analysis of Polygonal Karst in New Guinea. Geological Society of America Bulletin. n.3, p.761-796, 1972.

WILLIAMS, P. Dolines. In: GUNN, J. Encyclopedia of Caves and Karst Science. New York: Taylor and Francis Group, 2004. p. 628-641.

Downloads

Publicado

2018-07-24

Como Citar

Souza, F. C. R. de, Salgado, A. A. R., Silva, T. A., & Cherem, L. F. S. (2018). Caracterização de depressões fechadas no vão do Paranã, a oeste da Serra Geral de Goiás. Geografia Ensino & Pesquisa, 22, e20. https://doi.org/10.5902/2236499429857

Edição

Seção

Meio Ambiente, Paisagem e Qualidade Ambiental