Geografia Ensino & Pesquisa, v. 23, e37, 2019

DOI: https://doi.org/10.5902/2236499435989

Recebido: 10/12/2018 Aceito: 26/12/2019

 

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Produção do Espaço e Dinâmica Regional

 

 

Geografia no campo: uma proposta para a Rota do Rosário no Norte Pioneiro e Campos Gerais Paranaense

 

Geography in the field: a proposal for the Route of the Rosary in the North Pioneer and General Fields Paranaense

 

 

Evandro Del Negro da Silva I

Vanessa Maria Ludka II

 

 

I Graduando no curso de Licenciatura Plena em Geografia da Universidade Estadual do Norte do Paraná. evandronow@hotmail.com

 

II Professora Substituta da Universidade do Norte do Paraná - Campus de Cornélio Procópio.

vanessaludka@gmail.com

 

 

RESUMO

 

O trabalho de campo é de fundamental importância para o ensino e aprendizagem dos alunos, proporcionando na prática o que é visto em sala de aula. O objetivo deste estudo é apresentar uma proposta de trabalho de campo utilizando-se da Rota do Rosário, a fim de demonstrar seus principais atrativos, e os diversos seguimentos e características de cada ponto turístico. Portanto, pretendemos desenvolver uma proposta de trabalho de campo para ser realizada levando em consideração a abordagem de cada atrativo. Metodologicamente, este trabalho é baseado em autores como Santos (1979), Rosendahl (1996, 1997 e 2012) e Vacario (2015), além da entrevista semiestruturada com o coordenador da rota e os sites relacionados a esta. Os resultados permitem discutir os espaços da Rota do Rosário e como eles são utilizados no seguimento do turismo religioso, o qual possibilitou a edificação da proposta pedagógica de trabalho de campo.

 

Palavras-chave: Trabalho de campo; Geografia; Rota do Rosário.

 

 

ABSTRACT

 

Fieldwork is of fundamental importance for the teaching and learning of students, providing in practice what is seen in the classroom. The objective of this study is to present a fieldwork proposal using the Rosary Route, in order to demonstrate its main attractions, and the various segments and characteristics of each tourist spot. Therefore, we intend to develop a fieldwork proposal to be carried out taking into consideration the approach of each attraction. Methodologically, this work is based on authors such as Santos (1979), Rosendahl (1996, 1997 and 2012) and Vacario (2015), as well as a semi-structured interview with the route coordinator and related sites. The results allow discussing the spaces of the Rosary Route and how they are used in the follow - up of religious tourism, which enabled the construction of the pedagogical proposal of fieldwork.

 

Keywords: Fieldwork; Geography; Route of the Rosary.

 

 

1 INTRODUÇÃO

 

A presente pesquisa foi desenvolvida, a partir de uma proposta de trabalho de campo, a qual evidencia a importância da utilização da Rota do Rosário, localizada no Norte Pioneiro Paranaense, para o ensino e aprendizagem dos alunos, pois na rota é desenvolvido o turismo religioso há cerca de uma década. O trabalho visa apresentar uma proposta de trabalho de campo a ser realizado aos pontos turísticos presentes na rota. Isto é, isso visando as relações que podem ser ligadas ao ensino e aprendizagem, relacionado essas ações com prática, podendo salientar diversas abordagens presentes nos diferentes atrativos.

Com isso o objetivo desta pesquisa é apresentar uma proposta de trabalho de campo utilizando-se da Rota do Rosário, demonstrando seus principais atrativos e os diversos seguimentos e característica de cada um. Assim, desenvolver uma proposta de trabalho de campo para ser realizada, levando em consideração a abordagem de cada atrativo.

Para a concretização desta pesquisa, realizou-se alguns trabalhos de campo, para poder conhecer os pontos turísticos, isso foi dividido em alguns meses, pela grandeza da rota, os trabalhos de campo para reconhecimento do local da pesquisa se deram início em novembro de 2017, nesse primeiro momento foram visitados os atrativos do norte da rota, localizado nos municípios de Bandeirantes, Jacarezinho, Ribeirão Claro, Santo Antonio da Platina e Ribeirão do Pinhal, posteriormente foram visitados os atrativos localizados no centro da rota, como as cidades de Siqueira Campos, Tomazina e Ibaiti e o terceiro e último campo foi realizado em maio de 2018, nos municípios no sul da rota, como, Arapoti, Piraí do Sul e Jaguariaiva, com isso é possível destacar que não é viável a visitação em todos os pontos de visitação da rota em um único dia, por isso o docente responsável tem que escolher um município que possui as abordagens que esteja aplicando em sala de aula para a realização do trabalho de campo. Realizou-se, no dia 08 de maio de 2018, uma entrevista semiestruturada com o coordenador da Rota do Rosário e o Padre Celso Miqueli, a fim de que fosse possível compreender melhor o projeto, sua dinâmica e proposta para a mesma.

Somou-se à realização do trabalho de campo e à entrevista, um estudo teórico pautado em Santos (1979), Rosendahl (1996 e 1997), e Vacario (2015), além do site da própria rota turística, em função dos debates estabelecidos acerca do conceito de espaço, espaço sagrado e espaço profano, turismo e turismo religioso e, juntamente com o trabalho de campo, permitiu compreender as características e as diferenças do espaço da Rota do Rosário para a construção da proposta.

Esta pesquisa, primeiramente, faz uma breve conceituação sobre a Geografia e o Trabalho de Campo e a sua importância na prática da formação discente. No segundo momento, disserta-se sobre o espaço geográfico e o turismo religioso aliados ao trabalho de campo, a fim de demonstrar as diferentes conceituações e apropriações feitas no espaço.

Por fim, no terceiro momento, apresentou-se uma proposta de trabalho de campo na Rota do Rosário e todas as informações sobre os pontos turísticos, o que ela representa e todas as referências coletadas no site da rota e dados a partir das entrevistas semiestruturadas.

De fato, a proposta de trabalho de campo demonstra para além da rota, parte da espacialidade que compõe a construção de cada atração turística da rota. Assim, proporciona aos alunos inúmeras realidades, pois isso varia muito com a escolha dos pontos turísticos, dado pelo fato que não é possível realizar a rota toda em um trabalho de campo. Logo, destacou-se a necessidade da escolha de um município que faça parte da rota, evidenciando as suas possíveis abordagens pedagógicas individuais de cada atrativo presente na Rota do Rosário.

 

2 A GEOGRAFIA E O TRABALHO DE CAMPO

 

A prática do trabalho de campo na Geografia é importante para a formação discente, pois a Geografia é uma ciência que estuda o espaço e a sua formação humana e natural, a qual possibilita ao aluno vivenciar, na prática, o que foi trabalhado em sala, com o objetivo de diversificar os conteúdos do trabalho de campo no espaço escolar. O trabalho de campo é de fundamental importância para a formação dos alunos, pois proporciona um novo olhar sobre um conteúdo aplicado em sala, por exemplo, a prática se faz necessária para diferenciar a teoria, proporcionando um olhar crítico para diversos conteúdos que possam ser abordados. Segundo Tomita (1999), o trabalho de campo:

 

Dentre várias técnicas utilizadas no ensino de Geografia, considera-se o trabalho de campo, uma atividade de grande importância para a compreensão e leitura do espaço, possibilitando o estreitamento da relação entre a teoria e a prática. O alcance de um bom resultado parte de um planejamento criterioso, domínio de conteúdo e da técnica a ser aplicada (TOMITA, 1999, p.13). 

 

Segundo a autora, o trabalho de campo é uma ferramenta pedagógica de importância para o auxílio da compreensão do conteúdo em sala de aula. Por meio do trabalho de campo, o professor de Geografia pode conceituar, de maneira abrangente, o conteúdo trabalhado em sala de aula com os alunos, de modo que possa observar, na prática, o que foi discutido em sala de aula. Considerando o trabalho de campo como uma prática de ensino e aprendizagem. 

Para Lacoste (1985, p. 20):

 

O trabalho de campo, para não ser somente um empirismo, deve articular-se à formação teórica que é, ela também é indispensável. Saber pensar o espaço não é colocar somente os problemas no quadro local: é também articulá-los, eficazmente, aos fenômenos que se desenvolvem sobre extensões muito mais amplas.

 

O trabalho prático deve ter embasamento teórico, partindo de conhecimento científico sistematizado, orientado a partir de parâmetros curriculares muito bem estruturados (VACARIO, 2015). Segundo Souza (2012, p. 91) “ao trabalhar os fenômenos, processos e paisagens somente a nível global, acabam fazendo com que os indivíduos (no caso os alunos) não compreendam, ou melhor, não relacionem esse conteúdo com seu espaço cotidiano”.

 

(...) cada professor, enquanto ator e autor, confere à atividade docente no seu cotidiano, a partir de seus valores, de seu modo de situar-se no mundo, de sua história de vida, de suas representações, de seus saberes, de suas angústias e anseios, do sentido que tem em sua vida como professor, assim como, a partir de sua rede de relações com outros professores, nas escolas, nos sindicatos e em outros agrupamentos (PIMENTA, 2005, p. 12).

 

Como já foi dito, o trabalho de campo tem como finalidade, instruir os alunos para uma melhor compreensão do espaço e conteúdos que são ministrados em sala de aula, possibilitando desenvolver o senso de pesquisa e investigação dos meios escolares, inclusive da Geografia. Para a autora, deve ter também práticas que estimulem o trabalho de campo nos anos do Ensino Médio, partindo como iniciativa dos professores de Geografia, tendo em vista segundo as leis de Diretrizes Curriculares de Geografia (PARANÁ, 2006, p. 46):

 

A aula de campo é um rico encaminhamento metodológico para analisar a área em estudo (urbana ou rural), de modo que o aluno poderá diferenciar, por exemplo, paisagem de espaço geográfico. Parte-se de uma realidade local, bem delimitada para investigar sua constituição histórica e as comparações com outros lugares, próximos ou distantes. Assim, a aula de campo jamais será apenas passeio, porque terá importante papel pedagógico no ensino de geografia.

 

Para Vacario (2015), o trabalho de campo apresenta-se como uma ótima alternativa, pois levar o aluno a campo e dar a ele a chance de observar o real e o concreto, e uni-lo ao abstrato e ao teórico. O trabalho de campo e a Geografia são grandes aliados no processo de ensino, pois com o trabalho de campo, o conteúdo de geografia ganha forma visível para os alunos e, assim, possibilita melhor assimilação com a parte teórica do conteúdo.

 

3 OS DIVERSOS ESPAÇOS E O TURISMO RELIGIOSO: FERRAMENTAS PARA O TRABALHO DE CAMPO

 

O turismo é um fenômeno que se apropria do espaço geográfico, por meio do qual diversas ações são desenvolvidas. Neste momento, evidenciam-se algumas definições sobre o espaço e o turismo, partindo para o viés da religião para melhor entender e exemplificar a proposta de trabalho de campo, juntamente com os outros conceitos geográficos que serão apresentados no decorrer da pesquisa.  

Ao longo da história da Geografia a definição de espaço geográfico sofreu diversas alterações. O espaço geográfico é aquilo que possui a intervenção humana ao logo do tempo, por diversos fatores, para melhor utilização do mesmo.

Já para Santos (1979, p 42-43):

 

Seria impossível pensar em evolução do espaço se o tempo não tivesse existência no tempo histórico, (...) a sociedade evolui no tempo e no espaço. O espaço é o resultado dessa associação que se desfaz e se renova continuamente, entre uma sociedade em movimento permanente e uma paisagem em evolução permanente (...). Somente a partir da unidade do espaço e do tempo, das formas e do seu conteúdo, é que se podem interpretar as diversas modalidades de organização espacial.

 

O conceito de espaço geográfico pode ser diversificado, sendo assim “pode-se dizer que ele corresponde à superfície terrestre” (SOUZA, 2012, p. 21). Tais concepções são fundamentais quando necessita-se compreender as dinâmicas de apropriação do espaço por manifestações religiosas. Neste sentido, Raffestin (1993, p.186), destaca que, “[...] podemos crer que é a partir desses lugares simbólicos da unidade que nascem todas as formas religiosas, que o culto se estabelece, que o espaço se organiza, que uma temporalidade histórica se instaura, que uma primeira vida social se esboça [...]”. Assim, o espaço sagrado é composto por diversos fatores, que em conjunto articulam e vivenciam a questão religiosa.

Contudo, é possível perceber a presença do sagrado desde a antiguidade, refletida por meio de símbolos e manifestações presentes na humanidade (ROSENDAHL, 1996). Sendo assim, o conceito de espaço sagrado é basicamente todo espaço dotado de uma espiritualidade, ou simplesmente uma ligação com o que é considerado divino. Logo, entende-se que o conceito de espaço profano é o oposto ao que é tido como sagrado, no qual não tem nem um traço espiritual ou alguma ligação com o divino (ELIADE, 2010).

Nesse sentido, o sagrado se materializa por meio das crenças, devoções e simbologias expressas pelo homem em um determinado espaço. O espaço sagrado se faz necessário mesmo com a certeza que uma força divina é existente e onipotente, mesmo assim, o homem necessita de um espaço tido como sagrado para expressar a sua fé.

Ao analisar o espaço sagrado, faz-se necessário, também, compreender o espaço profano. Para isso, é de fundamental importância a compreensão do que representa o espaço profano, que, em tese, é o oposto do que é sagrado. Sendo assim, algo completamente fora da questão do sagrado.

Na concepção de Tuan (1983), o espaço se transforma em lugar quando passa a ter significado para quem nele habita. Segundo Tuan (1983, p. 168), “a religião tanto pode vincular uma pessoa ao lugar como libertá-la dele. O culto aos deuses locais vincula um povo ao lugar, enquanto que as religiões universais dão liberdade”.

Já Eliade (2010, p. 17) considera o profano aquilo que é “[...] purificado de toda pressuposição religiosa [...]”. Portanto, o espaço profano não tem atributos religiosos ou nenhum tipo de manifestação nesse aspecto, pois é tudo aquilo que não mantém nenhuma característica com a espacialidade sagrada. Para o homem não religioso o espaço é uma prova daquilo que ele é, o espaço é totalmente igual e sem nenhuma característica que expressa alguma diferença fora da ordem natural.

O espaço profano é aquele não visto como sagrado, em que o homem não tem nenhum afeto ou apego por alguma localidade ou símbolo, pois qualquer objeto a ele, nada mais é do que um simples objeto, algo dessacralizado. O profano é aquilo que está fora da ordem do sagrado, por mais que os dois termos se opõem e ao mesmo tempo se atraiam, eles não se misturam, ou seja, ocorre na mesma espacialidade, porém com significações distintas (ROSENDAHL,1996; 1997).

Ainda segundo Rosendahl, (2018):

 

Os elementos que constituem o espaço profano organizam-se segundo uma lógica própria, isto é, decorrem de sua articulação com o sagrado. O espaço profano diretamente vinculado ao espaço sagrado apresenta forte ligação com as atividades religiosas. Localizam-se nessa área o comércio e os serviços vinculados ao sagrado – artigos religiosos, bares, “casas do peregrino” e estacionamentos. Esses são serviços encontrados com frequência, porém não há necessariamente a presença de todos [...] Os elementos constitutivos do espaço profano indiretamente vinculado ao espaço sagrado revelam funções direcionadas aos moradores da hierópolis, mas não totalmente excludentes aos peregrinos. Aparentemente, são as formas espaciais que representam a própria dimensão da sociedade local em seus espaços residencial, comercial e de serviços. Inclui-se, no espaço profano indiretamente vinculado, o consumo do lazer usufruído pelo peregrino e pelo morador. É bastante comum a presença de parques de diversões e atividades tradicionais recreativas, ambos fortemente marcados pelo padrão cultural do lugar [...] No espaço profano remotamente vinculado ao sagrado, os elementos efetivamente presentes independem total ou parcialmente do religioso; o sagrado não mais ordena a organização espacial. Espera-se que ocorra uma realidade diferenciada da realidade sagrada. p.: 86.

 

Segundo Conceição (2016), as discussões religiosas no campo de estudos da Geografia têm o papel de compreender as transformações que ocorrem no espaço de um local sagrado. Correlacionando com o Turismo, os espaços e locais sagrados acabam por serem visitados pelos turistas que buscam um contato maior com a divindade.

Entende-se que essa ação turística tem uma forte relação com os anseios e emoções humanas para com um determinado local, mediado pela fé na busca de alguma benevolência. Este seguimento turístico ocorre em igrejas, templos sagrados, grutas, matas, ou seja, locais que expressam valores e sentimentos religiosos.

A prática turística se apropria de diversas espacialidades, com o viés voltado ao capital, sendo assim, o turismo é desenvolvido em algumas espacialidades, que possuem a potencialidade turística para ser realizado, em inúmeras modalidades. Para Rodrigues (1999), num mundo globalizado o turismo apresenta-se em inúmeras modalidades, sob diversas fases evolutivas, que podem ocorrer sincronicamente num mesmo país, em escalas regionais ou locais. 

O turismo pode ser o meio pelo qual o homem exerce o capital dentro do espaço geográfico, pois quando acontece à atividade turística em um determinado espaço, indiretamente impulsiona uma economia no local que a modalidade turística se apropriou. “O turismo é, incontestavelmente, um fenômeno econômico, político, social e cultural dos mais expressivos das sociedades ditas pós-industriais” (RODRIGUES, 1999, p.17).

Segundo Christian Dennys de Oliveira, (2004):

 

O Turismo Religioso, na lógica cultural da visitação e da comunicação, é capaz de compatibilizar, no mesmo meio, o peregrino ecoturista e o romeiro excursionista. É isto, vivência da religiosidade turística, pois ambos são capazes de multiplicar significados para um mesmo atrativo, por mais repulsivo que tal atrativo possa parecer, aos olhos de alguns. [...] Os lugares do Turismo Religioso são especiais. Os Santuários. Podem ser naturais, metropolitanos, oficialmente sagrados ou festivamente profanos. Mas refletem este especial – que chamamos de sagrados, de energia ou fé – que levamos como turistas e podemos, de repente, reencontrar.

 

Então segundo os dizeres de Christian o turismo religioso, vai além do viés econômico e está ligado ao emocional, a afetividade e aos símbolos que atraem dos seres humanos. Já de acordo com Andrade (2001), o turismo religioso é um dos segmentos que mais vem crescendo nos últimos anos, perdendo apenas para o turismo de feiras e negócios. Isso vem acontecendo porque a religião se mostra como atividade cultural. “[...] o turismo não é mais uma prática elitista, mas tornou-se parte de uma cultura de massa. De resto, para “aparecer”, é preciso um mínimo de sociedade, isto é, de densidade humana” (KNAFOU, 1999, p. 64).

O turismo religioso vem se desenvolvendo nos últimos anos positivamente em todos os aspectos, com a predominância da Igreja Católica. Deste modo, podemos evidenciar como o turismo religioso também tem algumas vertentes, duas vertentes, para ser mais exata. A primeira, que é o simples meio de viajar e conhecer novos lugares e, a segunda, que é feita pela fé, como forma de peregrinação ou romaria. O turismo religioso se apropria de uma vertente presente no espaço, o espaço sagrado, que por sua vez vem se manifestando ao longo da história da humanidade até os dias atuais. Dado pelo fato que é uma criação humana dotada de simbologias e crenças, que formam assim o espaço sagrado (ANDRADE, 2001).

Desde tempos remotos, o ser humano procurou, por meio da religião, encontrar soluções para os problemas e frustrações da vida, e é no espaço sagrado que o indivíduo busca um apego com as questões divinas (ROSENDAHL, 1997). De acordo com Andrade (2001, p. 77), denomina-se turismo religioso o: “conjunto de atividades com utilização parcial ou total de equipamentos e realização de visitas a receptivos que expressem sentimentos místicos ou suscitem fé, esperança e caridade aos crentes ou pessoas vinculadas a religiões.”

Nesse sentido, é necessário o trabalho para melhor esclarecimento dos conteúdos aliados aos conceitos geográficos e o trabalho de campo para sempre conscientizar os alunos do papel dessa prática de ensino em sua formação, numa tentativa de propiciar uma ação transformadora na educação, no entendimento do aluno e na vida.

A seguir, discute-se a proposta do trabalho de campo na Rota do Rosário, evidenciando, assim, seus atrativos e as seguintes abordagens turísticas de cada ponto turístico presente na rota. O turismo religioso exercido pela Rota do Rosário está crescendo e chamando a atenção de muitas pessoas, colocando o Norte Pioneiro não só como uma área agrícola, mas também como uma região com destacado potencial turístico.

 

4 UMA PROPOSTA DE TRABALHO DE CAMPO NA ROTA DO ROSÁRIO

 

A proposta de trabalho de campo para a Rota do Rosário está direcionada aos alunos do Ensino Fundamental II e Ensino Médio, pois permite desenvolver o contexto histórico, econômico, social e religioso do espaço visitado. É uma proposta de trabalho de campo que abarca todos os anos do Ensino Fundamental II e Ensino Médio. É importante destacar que não é possível realizar o trabalho de campo em todas as atrações da rota em um único dia, dado pelo fato que a rota é composta por onze municípios, tendo em média 465 quilômetros de extensão.

Assim, a possibilidade para realização da proposta de trabalho de campo seria escolher um município que faz parte da rota, e desenvolver o trabalho de campo com base nas potencialidades do município escolhido, como, por exemplo, o município de Bandeirantes, que possui três pontos de visitação, sendo dois Santuários e um Museu, tendo também a possibilidade de destacar a questão agrícola do município, que tem sua base no cultivo da cana de açúcar.

Para fundamentarmos a proposta de trabalho de campo na Rota do Rosário foi necessário compreender, inicialmente, o que esta rota representa e como foi idealizada. A princípio, foram escolhidos alguns municípios para a primeira fase desta pesquisa, em que foram observadas as características e a importância de cada espaço sagrado. Assim, antigas paróquias receberam uma nova conotação, tornando-se santuários. Foram realizadas algumas reformas nestes sete pontos iniciais do projeto, espalhados por cinco municípios que fazem parte da diocese de Jacarezinho, como, por exemplo: Santuário de Santa Terezinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, em Bandeirantes; a Catedral Diocesana da Imaculada Conceição e o Santuário da Mãe Rainha e Vencedora de Schoenstatt, em Jacarezinho; o Santuário São Vicente de Pallotti, localizado na área urbana de Ribeirão Claro; o Santuário do Bom Jesus da Cana Verde, em Siqueira Campos; e o Santuário de Santo Inocêncio, em Tomazina. Com o passar dos anos, pôde-se observar o desenvolvimento dessa rota turística e, bem como a criação de novos atrativos (Santuários/Museus), os quais foram anexados para ampliar a Rota do Rosário (DEL NEGRO et al., 2016).

O lançamento da Rota do Rosário (Figura 1) aconteceu no dia 18 de outubro de 2008, pelo bispo na época, Dom Fernando José Penteado. Os santuários da primeira fase da rota eram paróquias importantes de diferentes comunidades do “Norte Pioneiro”, que foram analisadas para a edificação de um mini roteiro, que tinha como objetivo, “estimular o turista a permanecer, ao menos, mais um dia na região, visitando a cidade vizinha e auxiliando o desenvolvimento dos municípios, com geração de emprego e renda” (ROTA DO ROSÁRIO, 2018).

 

Figura 1Mapa de localização da Rota do Rosário, 2018

MAPA

Fonte: Acervo particular do autor (maio de 2018).

 

O lema do projeto de turismo religioso realizado pela Rota do Rosário visa o desenvolvimento regional, que tem por finalidade alavancar o turismo religioso e sustentável das regiões que abrangem o Norte Pioneiro e os Campos Gerais Paranaense. Deste modo, no aspecto turístico, a Rota do Rosário contempla todos os requisitos de uma verdadeira rota turística, compondo um grande acervo no âmbito religioso, cultural, gastronômico e de belezas naturais (ROTA DO ROSÁRIO, 2018).

Portanto, a Rota do Rosário foi criada com o objetivo de atrair e difundir a fé católica na comunidade da Diocese de Jacarezinho, assim passando a pensar no desenvolvimento regional. Para divulgação da rota, ouve a conscientização de organizadores para que, junto com a comunidade, fosse desenvolvida uma interação através de comidas típicas e de artesanatos do local assim visando uma relação econômica e social, que de certa forma traz um aproveitamento de todo espaço Diocesano, almejando o desenvolvimento regional (MIQUELI, 2018). Atualmente, o espaço da Rota do Rosário é composto por vinte atrativos, espalhados por toda a diocese de Jacarezinho e no município de Piraí do Sul, pertencente à diocese de Ponta Grossa, anexado à rota, no final do mês de dezembro de 2017.

Nos dias de hoje, a rota vem se destacando positivamente no possível seguimento do turismo religioso exercido no local, até mesmo com a falta de infraestrutura, como por exemplo: sinalização, hospedagem, divulgação, em algumas atrações. Também é possível destacar, que a Rota do Rosário não se limita somente à diocese de Jacarezinho, com o impulso do reconhecimento e a propagação das práticas turísticas é no intuito de atrair e difundir a fé católica, pois desde dezembro de 2017, a rota turística foi anexada à diocese de Ponta Grossa, para assim poder ter alguns santuários já edificados no seu percurso, pertencentes à diocese vizinha.

A Rota do Rosário vem sendo acompanhada desde seu início por algumas instituições, como, por exemplo, Paraná Turismo, Fecomércio, TV Evangelizar, pela CNBB Regional Sul II, e associações regionais, como a Associação dos Municípios do Norte Pioneiro (AMUNORPI) e a Associação dos Municípios dos Campos Gerais (AMCG), que investem na divulgação, em recursos, ideias para o melhor desenvolvimento da rota. O turismo religioso exercido pela Rota do Rosário é de importância para o desenvolvimento regional no seguimento do turismo, também no viés econômico e social, para toda a comunidade católica da região, que acolheu positivamente esta nova forma de atrair e difundir e propagar a fé católica (MIQUELI, 2018).

O projeto de turismo religioso exerce influência neste espaço e interfere na vida da população e dos municípios que estão diretamente ligados a Rota do Rosário. De fato, o intuito principal da Rota é a evangelização. É, também, uma forma dos fiéis professarem sua fé, mas em contrapartida, há sim um giro econômico muito forte nas cidades onde se localizam os pontos de visitação, abrindo espaço para discussões no campo da Geografia do Turismo.

Focalizando ainda mais na questão econômica da Rota, segundo os dizeres do padre Celso Miqueli (2018), é possível observar vários impactos nos municípios que a compõem. Impactos indiretos que são criados pelos setores do turismo, por exemplo, em bens de consumo e serviços. Impactos diretos que são gerados pelos setores turísticos que resultam na variação dos gastos com o produto. E os impactos induzidos, que acontecem na medida em que a renda aumenta, fazendo com que haja um aumento direto na economia (MIQUELI, 2018).

Há muito significado em buscar a compreensão da fé da população local, que vem se renovando e aderindo a novas formas no espaço sagrado da Rota do Rosário, podendo verificar as peculiaridades do turismo, sendo uma atividade social, no que muito tem auxiliado no desenvolvimento econômico de alguns municípios, propiciando um aumento na renda de várias pessoas, pois a atividade turística se materializa junto com uma rede de serviços e negócios.

Neste sentido, no trabalho de campo foi possível observar que a religiosidade pode interferir no espaço, por meio da manifestação religiosa e a edificação dos espaços tidos como sagrados, também possibilita visualizar todo espaço ao redor dos atrativos, que pode estar localizado em uma área urbana ou uma área rural, tendo diversas possibilidades para ser desenvolvido com os alunos, além das atrações que compõem a rota, dependendo somente da escolha do ponto de visitação na qual será desenvolvido o trabalho de campo, com o objetivo de facilitar a compreensão do aluno em relação a esses fenômenos presentes no espaço.

Mediante a isso, compreende-se a grande valia da Geografia para os estudos do Turismo como ação social, podendo, deste modo, entender a integração do homem com o meio em que vive, e em específico com as espacialidades sagradas, coligando ao Turismo. Nota-se que esse seguimento turístico, e o turismo religioso, vêm crescendo e envolvendo cada vez mais pessoas. Deste modo, podem-se destacar os diversos pontos turísticos e a sua abordagem para um trabalho de campo.

A respeito dos atrativos turísticos que fazem parte da Rota do Rosário, podemos destacar:

 

4.1 Igrejinha de São João Batista, Arapoti – PR

 

A Igrejinha de São João Batista é uma capela, que está localizada nos Campos Gerais Paranaense, mais precisamente localizada na área urbana de Arapoti, tem duas datações de inauguração, em 1948 foi edificada uma construção de madeira e, no ano seguinte, com o auxílio de doações e a festa realizada naquele mesmo ano, foi construída a Igrejinha de alvenaria (ROTA DO ROSÁRIO, 2018).

O templo já passou por diversas restaurações, a última aconteceu no ano de 2015. A proposta de abordagem para ser realizada na Igrejinha pode ser por meio do estilo arquitetônico; importância histórica; Geografia da Religião; paisagem; relevo e a valorização das antigas construções e do desenvolvimento do espaço urbano do município de Arapoti, o tropeirismo, dado pelo fato que se localiza na rota dos tropeiros.

 

4.2 Museu Professora Maria Calil Zambon, Bandeirantes– PR

 

Museu Professora Maria Calil Zambon, que está localizado na cidade de Bandeirantes. Foi inaugurado no dia 17 de dezembro de 2014, em comemoração aos 80 anos do município. Está  instalado no prédio da antiga estação ferroviária. Em razão disso, recebeu investimentos da empresa ALL (América Latina Logística), depois de parceria firmada entre a Prefeitura e o Ministério Público Federal, que por meio de um termo de ajustamento de conduta com a empresa, realizou a restauração da antiga estação ferroviária (ROTA DO ROSÁRIO, 2018).

O Museu possui um grande acervo sociocultural do município de Bandeirantes, desde a sua formação e as primeiras famílias que chegaram de outras localidades para o povoamento da então nova comunidade, mas é preciso destacar que é quase nula a presença de artigos ligados à sacralidade nas dependências do museu, dada pelo fato que é uma atração de uma rota voltada à realização do turismo religioso, pois o museu está mais voltado para as questões históricas de formação da cidade de Bandeirantes (ROTA DO ROSÁRIO, 2018).

As abordagens presentes no museu podem ser por meio do desenvolvimento histórico do município de Bandeirantes, pois antigamente funcionava a estação ferroviária, na qual chegaram muitos habitantes na cidade, vindo do estado de São Paulo; documentos municipais, a ferrovia, o ciclo do café, o desenvolvimento econômico, paisagem, e a formação populacional da antiga Vila de Invernada, atualmente Bandeirantes. Com o cultivo do café no início do povoamento, na década de 1930, se intensificou o ciclo econômico da região e os primeiros meios de transportes começaram a circular, além da própria ferrovia que deslocava passageiros e a própria produção agrícola à, atualmente, questão da privatização das linhas férreas.

 

4.3 Santuário São Miguel Arcanjo Bandeirantes– PR

 

O Santuário de São Miguel Arcanjo é atualmente o maior lugar de visitação que se destaca pelo grande fluxo de fiéis e de visitação de leigos por curiosidade. O Santuário São Miguel Arcanjo localiza-se no município de Bandeirantes. O Santuário foi inaugurado dia 29 de setembro de 2012, em uma grande celebração solene que contou com a presença de mais de oito mil fiéis e, desde então, todo o dia 29 de cada mês do ano é celebrada uma missa de cura e libertação no Santuário, que atraem muitos devotos de toda a região e, até mesmo, de outros países, como, por exemplo, Paraguai, Argentina, Uruguai, entre outros, para agradecer, pagar promessa, pedir ou somente conhecer o local (SILVA, 2017).

O dia que mais atrai visitantes é o dia 29 de setembro. Também é celebrada a Santa Missa todos os domingos à tarde. O Santuário também é o terceiro maior santuário do mundo em devoção a São Miguel Arcanjo, ficando atrás do localizado nas encostas do Monte Gargano, na Itália, o primeiro; e o segundo, que fica em uma pequena ilha na França. No dia 25 de setembro de 2017, foi inaugurada nas proximidades do Santuário uma Cruz, contendo 81 metros de altura, sendo assim, a maior do Brasil e a segunda maior do mundo, a maior cruz fica no município de San Lorenzo de El Escorial, na Espanha, medindo 152 metros de altura. E a Gruta de Nossa Senhora de Lourdes que conta com um conjunto de obras de artes sacras com imagens dos anjos apocalípticos, da árvore da vida e a fonte das lágrimas de Jesus (DEL NEGRO et al., 2017; SILVA, 2017).

As abordagens possíveis para serem realizadas no Santuário São Miguel Arcanjo são: a utilização do espaço; ponto estratégico para edificação do projeto, por estar localizado as margens da rodovia BR – 369; estilo arquitetônico; Geografia da Religião, grandes eventos; relevo; e outros pontos de visitação no próprio Santuário e em suas imediações como novas edificações para as manifestações religiosas, a paisagem e o plantio de cana de açúcar. Também é possível observar como a cidade vem se desenvolvendo na direção do santuário, assim, evidenciando o crescimento urbano de Bandeirantes, com a criação de loteamentos e áreas de expansão.

 

4.4 Santuário de Santa Terezinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, Bandeirantes – PR

 

O Santuário de Santa Terezinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, em Bandeirantes, deu-se início a mesma proposta de desenvolvimento do turismo religioso e valoriza os tradicionais pontos da comunidade. Assim, essa proposta tem o objetivo de valorizar os pontos históricos das cidades e ao mesmo tempo explorar os possíveis potenciais do turismo religioso na região (ROTA DO ROSÁRIO, 2018).

A evangelização, no município de Bandeirantes teve início em 1926, com a sua primeira capela Santa Terezinha, mas foi só no ano de 1951, que esta se tornou paróquia e, desde o ano de 2008, foi elevada a Santuário de Santa Terezinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, ao entrar na rota. Podendo, assim, notar o quanto o espaço pode ser mutável por meio da ação dos seres humanos (ROTA DO ROSÁRIO, 2018).

Possíveis abordagens para o Santuário de Santa Terezinha é o estilo arquitetônico; importância histórica; paisagem; Geografia da Religião; a valorização das antigas construções e do desenvolvimento do espaço urbano do município de Bandeirantes, por estar localizado na área central da cidade.

 

4.5 Santuário Eucarístico Diocesano do Sagrado Coração de Jesus, Ibaiti – PR

 

Em 19 de junho de 2010, o Santuário Eucarístico Diocesano do Sagrado Coração de Jesus, passou a integrar a rota. A Matriz foi edificada na cidade de Ibaiti na década de 50. A proposta de elevar essa paróquia ao nível de santuário se deu no início das comemorações dos 50 anos da Paróquia. Atualmente, acontece nesse atrativo o retiro anual dos “Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão Eucarística”, onde reúne todos os leigos que fazem parte desse movimento na Diocese (ROTA DO ROSÁRIO, 2018).

Suas abordagens podem ser por meio do estilo arquitetônico; importância histórica; Geografia da religião; paisagem; relevo; o estilo arquitetônico das residências ao seu redor, datadas da década de 1950, e algumas construções atuais, demonstrado o desenvolvimento urbano e as modificações humanas efetuadas no espaço e a valorização das antigas construções e do desenvolvimento do espaço urbano do município de Ibaiti, por estar localizado na área central da cidade.

 

4.6 Catedral Diocesana de Nossa Senhora Imaculada Conceição, Jacarezinho - PR

 

A Catedral Diocesana da Imaculada Conceição teve o início das construções no final da década de 30, e inicio da década de 40. Foi inaugurada em 1950, com forte cunho político, dado pelo fato do período de sua construção, período esse nas grandes Guerras mundiais (ROTA DO ROSÁRIO, 2018).

A construção da Catedral reflete sua arquitetura e a influência que a religião católica tinha na época sobre a comunidade jacarezinhense. Podemos destacar, também, os casos das pinturas ateístas dentro de alguns templos  que fazem parte da rota, como, por exemplo, a própria Catedral Diocesana de Nossa Senhora Imaculada Conceição, em Jacarezinho, pintada por Eugênio de Proença Sigaud, assumidamente ateu e militante socialista, irmão do bispo na época, Dom Geraldo de Proença Sigaud (ROTA DO ROSÁRIO, 2018).

As abordagens possíveis para serem desenvolvidas com os alunos na Catedral Diocesana de Jacarezinho podem ser por meio do estilo arquitetônico; importância histórica; Geografia da Religião; pinturas ateístas, e a valorização das antigas construções e do desenvolvimento do espaço urbano do município de Jacarezinho, por estar localizado na área central da cidade.

 

4.7 Capela São Benedito, Jacarezinho – PR

 

A Capela São Benedito possui um valor histórico, cultural e afetivo para a comunidade jacarezinhense e região. A Capela São Benedito era um ambiente frequentado por negros, pois na década de 20, ainda era nítida a segregação racial e, portanto, negros só frequentavam lugares para negros e vice-versa, sendo assim, eram proibidos de frequentarem determinados ambientes (ROTA DO ROSÁRIO, 2018).

A maioria das pessoas que frequentavam a capela eram negras e conviviam naquele espaço social, considerado-o um lugar sagrado, destinado ao culto e à realização de cerimônias religiosas, onde havia um pequeno altar cercado com bambus, acolhendo a imagem de São Benedito, antes mesmo da edificação da capela.

As Propostas de abordagens para a Capela vão da importância histórica, pelo fato de ser um templo que era somente frequentado por negros no século passado; da Geografia da religião; e a segregação racial; a arquitetura rústica; relevo; divisão do 2º e 3º planalto; e a valorização das antigas construções e do desenvolvimento do espaço urbano do município de Jacarezinho, por estar localizado na área central da cidade.

 

4.8 Mosteiro Preciosismo Sangue - Fraternidade o caminho, Jacarezinho – PR

 

O pavilhão onde atualmente está localizado o Mosteiro Preciosismo Sangue - Fraternidade o caminho, foi inaugurado em 1933, em que ao longo do tempo foi mudando o seu uso, como, por exemplo, o espaço já foi o Colégio Alpha, abrigo para as pessoas carentes da comunidade e nos dias de hoje é o Mosteiro (ROTA DO ROSÁRIO, 2018).

As propostas de abordagens válidas para serem desenvolvidas no Mosteiro são estilo arquitetônico; importância histórica; Geografia da Religião e a valorização das antigas construções e do desenvolvimento do espaço urbano do município de Jacarezinho, por estar localizado na área central da cidade.

 

4.9 Museu Diocesano Dom Ernesto de Paula, Jacarezinho – PR

 

O museu Diocesano Dom Ernesto de Paula, é o museu com maior quantidade de artigos sacros de toda a Rota do Rosário. Foi inaugurado no dia 26 de agosto de 2013, contendo em suas instalações a história da religião católica em Jacarezinho, e em todo o espaço da diocese. Durante muitos anos foi considerada a segunda casa episcopal da diocese de Jacarezinho, teve como morador o primeiro bispo diocesano de Jacarezinho, Dom Fernando Taddei (1928-1929) (ROTA DO ROSÁRIO, 2018).

Suas abordagens podem ser por meio da importância histórica; Geografia da Religião; artes e objetos sacros da edificação ao longo do tempo da comunidade católica e Jacarezinho e região; poder da igreja; influências inglesas nas vestimentas e objetos antigos e documentos históricos.

 

4.10 Santuário Diocesano Nossa Senhora de Guadalupe, Jacarezinho – PR

 

O Santuário Diocesano Nossa Senhora de Guadalupe está localizado na cidade de Jacarezinho, no terreno das dependências dos Seminários Diocesanos Rainha da Paz e Divino Mestre. O templo foi dedicado à Nossa Senhora de Guadalupe, conhecida como Padroeira da América Latina. A solenidade da inauguração ocorreu no dia 15 de agosto de 2000. A criação deste templo contemplou vários motivos, dentre os quais, as festividades do Jubileu de 2000 anos da Igreja Católica e da Evangelização; o Ano Santo proclamado por Sua Santidade João Paulo II; as festividades dos 500 anos do Brasil e da Evangelização Católica nessas terras, por meio dos Franciscanos e Jesuítas e os 25 anos de atuação da Pastoral Indígena da CNBB (ROTA DO ROSÁRIO, 2018).

As possíveis abordagens podem ser por meio da importância histórica; Geografia da religião; mata ciliar; paisagem; as ações humanas no espaço; o poder da Igreja; a arquitetura semelhante a uma oca indígena, também é compreendida como novas edificações para as manifestações religiosas; relevo e a divisão do 2º e 3º planalto.

 

4.11 Santuário Mãe Rainha e Vencedora de Schoenstatt

 

O Santuário Mãe Rainha e Vencedora de Schoenstatt, possui localização próxima a área urbana de Jacarezinho - PR. Foi inaugurado no dia 18 de outubro de 2008. O Santuário Mãe Rainha é o principal ponto de devoção à Virgem Maria presente na rota (ROTA DO ROSÁRIO, 2018). A construção é uma réplica do Santuário localizado em Schoenstatt, na Alemanha. Jacarezinho é a 22ª cidade do Brasil a ter este Santuário de nível Internacional e a 5ª cidade paranaense a ter este espaço sagrado em seu território. Outras cidades que têm esse espaço sagrado em devoção a Mãe Rainha no Brasil, é Salvador, Brasília, Frederico Westphalen, Porto Alegre, Santa Maria, Santo Ângelo, Santa Cruz do Sul, Itaára, Belo Horizonte, Poços de Caldas, Recife, Garanhuns, Rio de Janeiro, Araraquara, Atibaia, Caieiras, Cornélio Procópio, Curitiba, Guarapuava e Londrina, sendo dois santuários na cidade de São Paulo.    

As abordagens no Santuário Mãe Rainha podem ser por meio do estilo arquitetônico de origem alemã; Geografia da Religião; paisagem e do processo histórico do movimento religioso Schoenstatt no Brasil, um movimento religioso de nível mundial, que teve início na Alemanha. As ações humanas no espaço, a localização, por estar numa área rural do município de Jacarezinho também é compreendida como novas edificações para as manifestações religiosas; relevo e a divisão do 2º e 3º planalto.

 

4.12 Santuário Diocesano do Senhor Bom Jesus da Pedra Fria, Jaguariaíva – PR

 

O lugar mais antigo da rota é o Santuário Diocesano do Senhor Bom Jesus da Pedra Fria, o qual foi inaugurado como paróquia no ano de 1842, está localizado na parte alta da cidade (Centro Histórico) de Jaguariaíva, e faz parte da região conhecida como “Caminho dos Tropeiros”, que viajavam de São Paulo ao Rio Grande do Sul, nos séculos XVIII e XIX (ROTA DO ROSÁRIO, 2018).

Suas abordagens podem ser por meio do estilo arquitetônico; importância histórica; Geografia da religião, relevo; paisagem e o tropeirismo, dado pelo fato que é uma região que ocorreu a rota dos tropeiros, e a valorização das antigas construções e do desenvolvimento do espaço urbano do município de Jaguariaíva, a possibilidade de observar a cidade velha, o centro histórico, na área mais elevada da cidade e a área comercial na área baixa, com uma formação mais recente, possibilitando observar a mudança do espaço com as ações humanas.

 

4.13 Santuário de Nossa Senhora das Brotas, Piraí do Sul - PR

 

O Santuário de Nossa Senhora das Brotas teve seu início datado por volta dos anos de 1880, passando por diversas modificações em suas estruturas ao longo do tempo. A devoção a Nossa Senhora das Brotas começou como Frei Antônio de Santana Galvão, que iniciou o culto em inspiração à santa, passando no ano de 1808 pelas terras. Também tem uma ligação com os Tropeiros que passavam naquela região e eram devotos de Nossa Senhora e, assim, começou essa devoção que se perdura até a atualidade (ROTA DO ROSÁRIO, 2018).

A sua integração à Rota do Rosário aconteceu no dia 27 de dezembro de 2017, com o objetivo de cumprir a missão de atrair e difundir a fé católica, em conjunto com os Santuários da diocese de Jacarezinho. Uma vez que o Santuário de Nossa Senhora das Brotas pertence à diocese de Ponta Grossa, podendo demonstrar a junção de duas Dioceses para poder desenvolver o turismo religioso no Paraná (ROTA DO ROSÁRIO, 2018).

O Santuário tem um grande espaço ao ar livre em suas instalações aberto ao público, o qual pode servir como espaço para lazer e, até mesmo, como parque, pela sua alta concentração de vegetação e pequenos roteiros sinalizados. Há sinalização ao longo da rodovia informando a direção para este, pois se encontra em uma região rural, mais afastada da área urbana de Piraí do Sul.

As abordagens possíveis para serem desenvolvidas no santuário podem ser por meio do estilo arquitetônico; importância histórica; valorização do espaço; Geografia da Religião; paisagem; mata ciliar; o tropeirismo. Por ser uma área de lazer para comunidade local e por estar localizada em uma área rural, com várias propriedades com a criação de suínos.

 

4.14 Santuário Diocesano de São Vicente Pallotti, Ribeirão Claro – PR

 

O Santuário Diocesano de São Vicente Pallotti está localizado na cidade de Ribeirão Claro e vem se destacando, cada vez mais, no cenário turístico regional e nacional. Possui raras belezas naturais, propiciando momentos inesquecíveis de lazer, descanso, passeios e de muita diversão.

O Santuário de São Vicente de Pallotti teve sua construção iniciada em 28 de julho de 2004, pelas mãos das famílias da cidade, juntamente com o Padre Germano Treier, pároco em Ribeirão Claro. Nesses poucos anos de Santuário, o padroeiro tem sido procurado por peregrinos que buscam sua intercessão, por diversas necessidades.  É o único Santuário, no mundo, dedicado a São Vicente Pallotti. (ROTA DO ROSÁRIO, 2018).

A proposta de abordagem para ser realizada no Santuário pode ser possível por meio do estilo arquitetônico; Geografia da Religião; paisagem; relevo e a valorização das antigas construções e do desenvolvimento do espaço urbano do município de Ribeirão Claro, como também, destacando o viés das belezas naturais, que o município possui e podem ser observadas no percurso até a cidade.

 

4.15 Santuário Diocesano do Divino Espírito Santo, Ribeirão do Pinhal – PR

 

Além da Catedral, o Santuário Diocesano do Divino Espírito Santo, localizado no município de Ribeirão do Pinhal, também contém pinturas ateístas em seu interior, onde pode se observar a comunidade pinhalense da época (ROTA DO ROSÁRIO, 2018).

As possíveis abordagens para a realização do trabalho de campo nesse atrativo podem ser por meio do estilo arquitetônico; importância histórica; Geografia da Religião; pinturas ateístas; paisagem; relevo; o estilo arquitetônico das residências ao seu redor, datadas da década de 1950 e algumas construções atuais, demonstrado o desenvolvimento urbano e as modificações humanas efetuadas no espaço, assim como a valorização das antigas construções e do desenvolvimento do espaço urbano do município de Ribeirão do Pinhal, por estar localizado na área central da cidade, além da divisão do 2º e 3º planalto paranaense.

 

4.16 Santuário de Nossa Senhora das Graças, Santo Antônio da Platina – PR

 

O Santuário de Nossa Senhora das Graças, localizado na área rural do município de Santo Antônio da Platina - PR, foi construído na década de 1950 pelo casal espanhol José e Conceição Sanches Benteu, que tinham devoção pela Virgem Maria. A fazenda Santa Terezinha permaneceu na família e, ao longo do tempo, as esposas dos filhos do casal espanhol tiveram algumas visões com uma estrada apedregulhada ladeada de flores amarelas que subia para o alto de um morro, onde havia um círculo e uma cruz no meio. No ano de 1995, uma outra visão pedia uma capela dedicada a Nossa Senhora. Com tudo isso, a partir destes acontecimentos, começaram a se reunir para rezar o Santo Terço e conversar sobre o que Deus queria com tais revelações (ROTA DO ROSÁRIO, 2018).

No dia 13 de outubro de 1996, o Frei Tarciso Baratin celebrou a primeira missa na antiga Capela Santa Teresinha. Num esforço contínuo, após a capelinha construída conforme indicações das próprias videntes, um primeiro barracão também foi levantado dedicado a Nossa Senhora. O novo templo foi concluído e inaugurado em 27 de novembro de 2017, com o auxílio de personalidades da religião católica de Santo Antônio da Platina, como o padre Rosinei Toniette, que lançou o desafio de concluir este templo de devoção a Virgem Maria (ROTA DO ROSÁRIO, 2018).

As abordagens que podem ser desenvolvidas neste ponto de visitação são o estilo arquitetônico; Geografia da Religião; paisagem; e as novas edificações para as manifestações religiosas, a modificação do espaço pela ação humana, áreas de agricultura nas proximidades do santuário, com o cultivo de monocultura; relevo e a divisão do 2º e 3º planalto paranaense.

 

4.17 Museu Joaquim Vicente de Souza, Siqueira Campos – PR

 

O Museu Joaquim Vicente de Souza, fundado em 21 de dezembro de 1994, detém parte da história das famílias siqueirense desde o início da colonização do Norte Pioneiro do Paraná. O museu é ambientado de forma a destacar a importância da ocupação mineira e paulista do município que por aqui chegaram em 1843. O acervo conta com mais de 1000 objetos, mobiliários, réplica de um rancho mineiro da metade do século XIX, obras do artista siqueirense Jeferson César, e de devoção ao Monge São João Maria. (ROTA DO ROSÁRIO, 2018).

As abordagens presentes no museu podem ser por meio do desenvolvimento histórico do município de Siqueira Campos; documentos municipais e a formação do povoado, contando também com peças de inúmeros lugares da região; paisagem; relevo; a valorização das antigas construções e do desenvolvimento do espaço urbano do município de Siqueira Campos, dado pelo fato que o santuário está localizado na área central da cidade com obras de artes de artistas da região e da própria cidade.

 

4.18 Santuário do Senhor Bom Jesus da Cana Verde, Siqueira Campos – PR

 

O Santuário do Senhor Bom Jesus da Cana Verde é um dos mais importantes pontos da Rota do Rosário e está situado na região central da diocese de Jacarezinho. A Matriz foi inaugurada em 1975, a pedido do bispo Dom Fernando Taddei, no ano de 1934 (ROTA DO ROSÁRIO, 2018).

Estima-se que mais de 150.000 pessoas visitam o santuário nos dias da popular “Festa de agosto”, de modo mais efusivo, no dia 06 de agosto. Há toda uma estrutura para atender os romeiros, com lanches, refeições, lojas de artigos religiosos e outros. (ROTA DO ROSÁRIO, 2018).

As propostas que têm um potencial para serem trabalhadas neste atrativo é o estilo arquitetônico; importância histórica; Geografia da Religião; paisagem; relevo; grandes eventos e a valorização das antigas construções e do desenvolvimento do espaço urbano do município de Siqueira Campos, dado pelo fato que o santuário está localizado na área central da cidade.

 

4.19 Santuário Diocesano de Nossa Senhora da Conceição Aparecida e Santo Inocêncio Mártir, Tomazina– PR

 

O Santuário Diocesano Nossa Senhora da Conceição Aparecida e Santo Inocêncio, fica localizado na cidade de Tomazina.

O atual templo religioso foi construído no início da década de 1930. Os afrescos da nova Igreja foram pintados pelo artista Paulo Korh, na década de 50, sendo que a antiga Igreja de madeira precisou ser demolida. O templo foi fixado à rota no ano de 2016, e além do patrocínio de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, o Santuário também é dedicado à intercessão de Santo Inocêncio, Mártir, que tem suas relíquias depositadas nesta Igreja desde o ano de 1975 (ROTA DO ROSÁRIO, 2018).

As abordagens que podem ser realizadas neste ponto de visitação expõem-se por meio do estilo arquitetônico; importância histórica; Geografia da Religião, poder da igreja; relevo; paisagem e a valorização das antigas construções e do desenvolvimento do espaço urbano do município de Tomazina, considerando o fato que o santuário está localizado na área central da cidade.

Também existem alguns atrativos que serão anexados à rota turística, abrangendo alguns municípios que não faziam parte da Rota do Rosário, desse modo ampliando o espaço desenvolvido pela rota. O Santuário do Santíssimo Nome de Jesus, em que sua construção está localizada na área rural do município de Joaquim Távora, é um exemplo desses pontos que entrará na rota em um futuro próximo (MIQUELI, 2018).

Segundo Miqueli (2018), a rota terá a adesão de novos pontos de visitação. Em sua grande maioria estão relacionadas às áreas de lazer, ou na questão histórica e social dos municípios que vão ser anexados, como, por exemplo, Jaboti, Sengés, Cambará e Joaquim Távora, os atrativos que entrarão na rota serão alguns museus, parques e o resort e um santuário. (MIQUELI, 2018).

Demonstrando que a rota abarca diversos espaços, muitas vezes deixando em segundo plano o viés do espaço sagrado para contemplar os outros espaços na região com potencial turístico, tido como profano, para assim, alcançar o maior número de pessoas e a obtenção de lucro e a associação de valores. Mediante a isso, é possível observar o turismo religioso que vem se desenvolvendo pela Rota do Rosário e evidenciando diversas atrações com potenciais turístico, além de somente construções religiosas.

O uso da rota também busca apresentar como a religiosidade, aliada ao poder econômico, pode interferir no contexto social, espacial e econômico de uma região, pois um elemento leva ao outro, mesmo sendo de lados distintos. A sacralidade faz com que aumente o fluxo de visitantes nos atrativos da rota, por conta da fé de cada indivíduo e, consequentemente, fortalecendo o giro econômico.

De modo que o trabalho de campo observe diversas áreas no espaço de cada município que faz parte da rota, não somente os pontos turísticos que fazem parte da rota, mas sim tudo que está ao seu redor e que compõe o espaço geográfico do município visitado.

Portanto, o espaço da rota, juntamente com todos os pontos e elementos que estão a sua volta, possibilita a realização da proposta de trabalho de campo com os alunos, pois tem inúmeras potencialidades a serem abordadas, proporcionando a observação na prática de conteúdos desenvolvidos em sala de aula, como, por exemplo, os conceitos geográficos de paisagem, espaço, lugar, o viés agrícola, o desenvolvimento urbano dos municípios, o histórico, a ferrovia como ponto de referência para o crescimento da região, o relevo, entre outras temáticas que podem ser elaboradas com os alunos.

Destacando também o viés turístico com os alunos, dado pelo fato que os atrativos que estão inseridos em uma rota turística, mais precisamente o turismo religioso, que é um dos seguimentos do turismo que mais tem ascensão nos últimos anos. Nesse cenário, o professor de Geografia tem o papel fundamental de realizar essa prática com o aluno, possibilitando que este participe de inúmeras formas de ensino e aprendizagem ao longo de sua formação.

 

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

A proposta de trabalho de campo na Rota do Rosário é possível, dado pelo turismo religioso exercido por esta que é de suma importância, tanto econômica, como social, para toda a comunidade católica da região, que acolheu positivamente esta nova forma de propagar a fé católica. Demonstrando, também, as belezas naturais da rota e as diferentes modalidades agrícolas ao longo do percurso.

De fato, a rota é uma atividade ligada ao turismo religioso, de devoção católica, mais o profissional que for desenvolver o trabalho de campo, deve ser objetivo e neutro, expondo para os alunos que se trata de um atrativo ligado ao turismo religioso, abordando outros assuntos presentes no espaço geográfico que está ao redor dos pontos de visitação, assim demonstrando esse seguimento do turismo para os alunos como algo que não é muito forte na região original da rota, o Norte Pioneiro Paranaense. 

Com isso, o turismo religioso na Rota do Rosário se faz relevante por chamar a atenção das comunidades próximas e pelo fato de unir a sacralidade com o aspecto turístico, atraindo visitantes de outras regiões e estados, além de servir como um conteúdo propício para se discutir com os alunos, dado o fato de que o trabalho de campo pode se apropriar tanto dos atrativos, quanto de todos os espaços que estão ao seu redor.

Diante do trabalho de campo sobre a rota, o professor pode abordar com os alunos toda a potencialidade turística e econômica que o projeto exerce na região, assim como todos os elementos que estão em suas imediações. O intuito no início foi a evangelização das comunidades regionais, expansão da fé católica, mas com o aumento do viés turístico, foi se intensificando o fluxo de pessoas na rota. Com isso, pode-se dar uma abertura para inclusão deste tema dentro da Geografia, como um possível projeto de trabalho de campo para os alunos, destacando não só as atrações, mais tudo que compõem o espaço escolhido para ser desenvolvido a rota.

Assim, a proposta de trabalho de campo para a Rota do Rosário não visa somente os pontos turísticos que a rota oferece, mas também podem ser observados nos campos, o que está ao redor, como a paisagem, as edificações históricas, a agricultura, a urbanização, entre outros.

A pesquisa é de suma importância para os professores de Geografia, bem como futuros professores, pois traz uma proposta de trabalho de campo, como foi possível observar no decorrer do artigo, além de evidenciar a importância dessa ferramenta no ensino da ciência geográfica, também levando em consideração que o professor é o autor do ato de educar as ciências e os seus conteúdos e conceitos. Diante disso, a prática proporciona para o aluno experiências novas, para além do que é trabalhado em sala de aula.

Assim, pode-se afirmar que a Rota do Rosário vem se desenvolvendo e acolhendo diversas comunidades que vêm visitar o Norte Pioneiro Paranaense. Mais atualmente, visitando parte dos Campos Gerais Paranaense, demonstrando não somente antigas construções religiosas, mas também dando destaque para as questões históricas dos municípios, como a inserção dos museus e possibilitando a visualização da região em um viés turístico. Deste modo, a proposta de trabalho de campo faz uso desta rota consolidada, demonstrando uma das atividades turísticas presentes na região.

 

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