DOI:  http://dx.doi.org/10.5902/2236499435217

Recebido: 15/10/2018 Aceito: 11/08/2019

 

 

 

 

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Produção do espaço e dinâmica regional

 

 

Classificação climática de thornthwaite e mather na Serra de Baturité e entorno

 

 

Thornthwaite and mather climate classification in Serra do Baturité and surroundings

 

 

Ícaro de Paiva Oliveira I

Maria Lúcia Brito da Cruz II

 

 

I  Doutorando do Programa de Pós-graduação da Universidade Estadual do Ceará. Professor de geografia da Secretaria de Educação Básica do Ceará.

icaro256@gmail.com

 

II Doutora em Geografia pela Universidade Federal de Pernambuco. Docente da Universidade Estadual do Ceará do Programa de Pós-graduação em Geografia.

mlbcruz@gmail.com

 

 

RESUMO

 

Nos estudos da paisagem sob a ótica da geografia física é fundamental entender o contexto climático de uma determinada área, visto que o clima é o agente catalisador da dinâmica natural e influencia na estruturação dos solos e das formações vegetais. Nesse sentido, o artigo em questão tem como objetivo apresentar a classificação climática da Serra de Baturité-CE e seu entorno. Para tanto, foram reunidos dados termopluviométricos a partir de pesquisa em órgãos públicos que trabalham com essa temática. Esses dados foram tabulados, e por meio da metodologia de cálculo escolhida foram classificados 26 postos pluviométricos. Após a classificação os dados foram espacializados e apresentados por meio de mapa temático. Os resultados mostraram que o relevo serrano e seu entorno apresentam variação climática em função da mudança dos níveis altimétricos e consequentemente da temperatura e da umidade do ar. Desse modo, perceber-se que a Serra de Baturité figura como uma paisagem de exceção no contexto dos sertões e que o seu entorno é formado por contextos climáticos de transição e semiáridos.

 

Palavras-chave: Classificação climática; Serra de Baturité; Semiárido.

 

 

ABSTRACT

 

In landscape studies from the perspective of physical geography, it is essential to understand the climatic context of a given area, since climate is the catalyst for natural dynamics and influences the structure of soils and plant formations. In this sense, the article in question aims to present the climate classification of the Serra de Baturité-CE and its surroundings. Therefore, thermopluviometric data were gathered from research in public agencies that work with this theme. These data were tabulated and, through the chosen calculation methodology, 26 rainfall stations were classified. After classification the data were spatialized and presented through thematic map. The results showed that the mountainous relief and its surroundings present climatic variation due to the change of the altimetric levels and consequently of the temperature and the humidity of the air. Thus, it is clear that the Serra de Baturité appears as an exceptional landscape in the context of the hinterlands and that its surroundings are formed by transitional and semi-arid climatic contexts.

 

Keywords: Climate classification; Baturité Saw; Semiarid.

 

 

INTRODUÇÃO

 

Compreender a dinâmica climática é de fundamental importância para os estudos de paisagem, visto que o clima é o catalisador da dinâmica natural. Ele é o responsável por esculpir as formas do relevo por meio da ação do intemperismo e dos processos erosivos. O conhecimento das condições climáticas ajuda a compreender a dinâmica ambiental que, por sua vez, é fundamental para as atividades produtivas humanas, principalmente, em regiões onde o acesso à água ainda é uma questão delicada e conflituosa.

Desse modo, o estudo referente ao contexto climático da Serra de Baturité e seu entorno serve para apresentar didaticamente a relação entre altitude, temperatura e umidade do ar no contexto da semiaridez nordestina, além de demonstrar como a vida, por meio das diferentes formações vegetais, se aclimata a essas mudanças com as adaptações fisiológicas das diferentes espécies.

O Estado do Ceará tem a sua quase totalidade inserida no domínio da semiaridez caracterizada pela irregularidade pluviométrica no tempo e no espaço (ZANELLA, 2007). Há ocorrência de períodos de chuvas abaixo da média com prolongadas secas e outros, quando os valores das precipitações atingem volumes bem acima do normal, podendo ocasionar também sérios danos às diversas comunidades tanto em zonas urbanas como rurais.

Entretanto, mesmo nesse território dominado pela semiaridez, existem espaços em que o contexto climático é totalmente diferente em virtude, principalmente, da influência do relevo com suas cotas altimétricas elevadas. Isso ocorre nas áreas serranas cearenses de Aratanha, Maranguape, Ibiapaba, Meruoca, Uruburetama e na Chapada do Araripe (SOUZA e OLIVEIRA, 2006). Ab’Saber (2002) utilizou a nomenclatura de brejos para se referir a essas áreas, podendo estar nas zonas de cimeira, nas vertentes ou mesmo nos piemontes.

Silva (1987) identificou sete tipos climáticos para o estado do Ceará, com áreas que vão de úmidas a áridas. Em seu trabalho o autor concluiu que em todo o território cearense há déficit hídrico em algum mês do ano, entretanto, isso é acentuado ou atenuado dependendo da altitude e da proximidade do oceano, além da posição de sotavento ou barlavento.

Muniz et al (2017) destaca a predominância de climas quentes com prevalência de inverno seco. 85% do estado podem ser classificados com o tipo climático semiárido e em algumas porções encontra-se o tipo climático árido.

Apesar da predominância da semiaridez há, em menor abrangência, uma diferenciação climática quando se aproxima dos altos relevos e do litoral. Nesse caso há uma atenuação semiaridez com volumes pluviométricos maiores (SANTOS e SOARES, 2015).

Oliveira (2018) em estudo sobre o contexto bioclimático da mesma área apresentou dados referentes à temperatura e às tipologias climáticas. O autor concluiu que a metodologia de Thornthwaite e Mather (1955), utilizada neste trabalho, é a que melhor apresenta as variações climáticas da serra e entorno, já que possui a categoria subúmida.

Para serra de Baturité e entorno pode-se afirmar que o relevo aliado à maritimidade e continentalidade tem papel fundamental na estruturação do contexto climático, com cenários distintos, coexistindo em distâncias relativamente pequenas como ocorre em cidades como Guaramiranga e Caridade, separadas por algumas centenas de metros acima do nível do mar e que, por isso, apresentam contextos bioclimáticos totalmente distintos, mesmo estando a poucos quilômetros de distância.

Há também as zonas de transição caracterizadas por indicarem uma quebra momentânea na hegemonia seja da semiaridez. Essa condição de transição interfere diretamente na resposta natural e biológica que é o componente vegetal. Há, naturalmente, mesmo que bastante degradado, um conjunto vegetacional adaptado a esse contexto. Se a vegetação de Caatinga com suas variações fisionômicas e florísticas domina o pediplano e a Floresta Ombrófila ostenta nas áreas elevadas mais úmidas, nas zonas de transição observa-se naturalmente a Floresta Estacional Semidecídua (IBGE, 2002).

Desse modo, o trabalho tem como objetivo apresentar os tipos climáticos presentes na Serra de Baturité-CE e seu entorno. O que proporciona apresentar de modo didático as variações climáticas em função, principalmente, da altitude.

A seguir, está detalhada a metodologia utilizada com base nos autores já citados e os resultados obtidos representados por meio de mapa e tabelas.

 

1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO E PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

 

1.1 Localização e caracterização da área de estudo

 

A área considerada neste estudo diz respeito aos municípios localizados sob a Serra de Baturité e seu entorno (Figura 1). Na porção norte, desde os municípios de Maranguape e Maracanaú até além da porção sul do Maciço, nas cidades de Choró e Itatira. A oeste, desde os municípios que estão imediatamente a sotavento até alguns mais afastados como General Sampaio e Paramoti. A leste, o município de Aracoiaba.

 

Figura 1 – Mapa de localização.

 

Baturité_Entorno.jpg

Fonte: Acervo particular dos autores (setembro de 2018)

 

A maior parte do Ceará está inserida na Região hidrográfica do Atlântico Leste, já a área objeto deste trabalho, inserida totalmente na sub-bacia Litorânea do Ceará com o código 35, com base em Marcuzzo (2017).

Com base em classificação local de COGERH (2007) os postos pluviométricos estão localizados em bacias e sub-bacias apresentadas no Quadro 1.

 

Quadro 1 – Postos pluviométricos e bacias hidrográficas em que estão inseridos.

 

Posto Pluviométrico

Sub-bacia

Acarape

Metropolitana

Apuiarés

Curu

Aracoiaba

Metropolitana

Baturité

Metropolitana

Canindé

Curu

Capistrano

Metropolitana

Caridade

Curu

Choró

Metropolitana

Chorozinho

Metropolitana

General Sampaio

Curu

Guaiuba

Metropolitana

Guaramiranga

Metropolitana

Inhuporanga/Caridade

Curu

Itaitinga

Metropolitana

Itapebussu

Metropolitana

Itapiuna

Metropolitana

Itatira

Banabuiú

Maracanaú

Metropolitana

Maranguape

Metropolitana

Mulungu

Metropolitana

Pacoti

Metropolitana

Palmácia

Metropolitana

Palmatória

Metropolitana

Paramoti

Curu

Redenção

Metropolitana

Tanques/Maranguape

Metropolitana

 

Fonte: COGERH (2007)

 

É importante destacar que foram considerados para o entorno alguns postos de municípios relativamente distantes da serra, em virtude da falta de dados mais próximos com qualidade e sem inconsistências, e por ser necessária uma quantidade razoável de informações para proceder com a interpolação e representação cartográfica dos dados.

A área definida na poligonal apresenta terrenos formados por rochas de embasamento cristalino que sofreram processos de rebaixamento por pediplanação e por aquelas mais resistentes aos processos erosivos que resistiram e hoje formam os maciços de Baturité, Aratanha, Maranguape e Itatira.

A área faz parte Domínio dos escudos e maciços antigos que englobam a maior parte do Estado do Ceará (SOUZA, 1988). São formados, essencialmente, por materiais pré-cambrianos com as formas de relevo exibindo feições que indicam movimentos tectônicos remotos.

As serras supracitadas constituem os Planaltos residuais que estão dispersos sob a depressão sertaneja, contribuindo para uma diversificação paisagística com reflexos na variedade de sistemas ambientais. Em geral, possuem relevo dissecado, forjados em litologias metamórficas, recobertos por Argissolos e Neossolos Litólicos que originalmente eram recobertos por Floresta Ombrófila e Floresta Estacional Semidecídua, atualmente, bastante degradadas.

A serra de Baturité possui cotas altimétricas que ultrapassam os 800m e sua disposição em relação aos ventos úmidos do litoral proporcionam um ambiente de exceção com a formação de chuvas orográficas na vertente oriental e nas zonas de cimeira. A vertente ocidental, na qual a ação dos ventos oceânicos é restrita, guarda semelhanças com as depressões semiáridas adjacentes (SOUZA, 1988).

Nas áreas úmidas há prevalência do intemperismo químico com coberturas superficiais mais profundas e com maior umidade. Os vales em forma de V indicam a capacidade que a drenagem tem de entalhe em função das condições pluviométricas mais elevadas. Há ocorrências eventuais de planícies alveolares formadas por sedimentos recentes de origem colúvio-aluvionares.

Na porção mais seca o intemperismo químico dá lugar ao desgaste mecânico das rochas e mesmo os Argissolos apresentam-se mais rasos com uma incisão fluvial menos intensa, justificada pela menor capacidade que a drenagem tem de entalhe. Os valores pluviométricos decaem consideravelmente assemelhando-se ao que se verifica nas depressões sertanejas no entorno.

Em termos de vegetação há uma divisão marcante entre os espaços ocupados naturalmente pelas matas úmidas e a porção ocupada por uma mata com características mais próximas de climas secos, denominada por muitos autores de mata seca.

Pereira e Silva (2007) ressaltam que a denominada mata úmida ocupa as porções mais elevadas e úmidas dos altos relevos cearenses e constituem o conjunto vegetacional de maior biodiversidade do Estado, formado por espécies perenes. Há predomínio de espécies arbóreas com destaque para algumas espécies como o mororó, frei Jorge e pau d’arco amarelo e roxo. Atualmente o cultivo desordenado de banana tem contribuído para sua degradação.

Os mesmos autores consideram que a mata seca, vegetação primária das vertentes a sotavento das serras úmidas cearenses, possui caráter semi-caducifólio e uma parte das espécies que a compõem perde suas folhas em função da limitação hídrica. Os mesmos autores consideram que a mata seca, vegetação primária das vertentes a sotavento das serras cearenses possui caráter semi-caducifólio e uma parte das espécies que a compõe perde suas folhas durante o período em que não há chuvas. Esse conjunto vegetacional tem tido seu espaço ocupado por espécies de caatinga, menos exigentes, em virtude do avançado processo de degradação ocasionado pelos desmatamentos e queimadas (PEREIRA e SILVA, 2007).

As serras de Aratanha e Maranguape possuem características litológicas semelhantes às de Batutiré com predominância de rochas metamórficas e solos profundos com destaque para os Argissolos recobertos nas áreas, a barlavento, por mata úmida e nas vertentes, a sotavento, por mata seca (SOUZA, 1988).

O município de Itatira assenta-se sob feições que formam o conjunto denominado de maciços centrais e ocidentais (SOUZA, 1988; MEIRELES, 2007). Esse conjunto apresenta níveis altimétricos que podem alcançar os 600m com litologias cristalinas pré-cambrianas. Nas vertentes, a barlavento, há predominância de Argissolos recobertos por vegetação de porte arbóreo (Mata seca e Caatinga arbórea). Já nas vertentes, a sotavento, há predominância dos Neossolos Litólicos protegidos por vegetação de porte arbustivo (caatinga arbustiva).

A área pediplanada adjacente aos relevos altos, já mencionados, constitui a unidade paisagística de maior extensão espacial. É formada por rochas cristalinas pré-cambrianas que foram indistintamente erodidas por processos degradacionais. Apresentam drenagem intermitente, sazonal, densa e ramificada em função da baixa permeabilidade do substrato rochoso e das características climáticas. Quanto ao mosaico de solos há ocorrência de  Neossolos Litólicos, Luvissolos, Planossolos e Vertissolos, além de Neossolos Flúvicos em áreas de planícies fluviais.

A cobertura vegetal primária é de vegetação de caatinga com suas diferenças fisionômicas e florísticas. É importante destacar que essa vegetação está profundamente alterada em função do processo histórico de degradação, ocasionado pelos ciclos produtivos com destaque para o do algodão e a pecuária extensiva.

Fernandes (2006) afirma que a vegetação de caatinga se constitui na representação sintética dos elementos físicos, com destaque para seu xerofilismo que evidencia uma condição de sobrevivência em um ambiente de clima seco, se comparado com os grandes domínios de paisagem localizados no seu entorno.

Para entender esse contexto ambiental acima descrito, é fundamental compreender como funciona a dinâmica climática regional e local; isso, porém, só é possível a partir de uma análise da circulação atmosférica que por sua vez ajuda a entender os totais pluviométricos.

Em Brasil (2006) é possível ver que os totais pluviométricos na área estudada apresentam-se em torno de 1200mm nas áreas serranas, caem para cerca de 900mm a 1000mm no entorno a barlavento e para cerca de 700mm no entorno a sotavento. Essa chuva começa a cair a partir do mês de janeiro até o mês de maio, entretanto, está mais concentrada entre o primeiro e o quarto mês do ano, sendo consideradas chuvas de verão-outono.

A seguir a Tabela 1 apresenta os totais pluviométricos anuais e altitude de cada posto analisado.

 

Tabela 1 – Totais pluviométricos anuais para cada posto pluviométrico.

 

Posto Pluviométrico

Total anual mm

Altitude m

Acarape

1063,33

99

Apuiarés

764,9

77

Aracoiaba

862,78

113

Baturité

1004,76

158

Canindé

671

164

Capistrano

818,48

159

Caridade

726,6

223

Choró

762,3

249

Chorozinho

793,55

67

General Sampaio

788,5

165

Guaiuba

1072,7

66

Guaramiranga

1534,77

860

Inhuporanga/Caridade

676,3

128

Itaitinga

1099,1

68

Itapebussu

791,71

116

Itapiuna

774,8

161

Itatira

617,9

455

Maracanaú

1193,8

45

Maranguape

1067,1

80

Mulungu

1200,7

793

Pacoti

1387,28

737

Palmácia

1310,38

448

Palmatória

686,11

185

Paramoti

680,4

106

Redenção

1106,65

95

Tanques/Maranguape

928,01

123

 

Fonte: Funceme (2017)

 

Ferreira e Mello (2005) destacam a atuação de sistemas atmosféricos de pequena, meso e grande escala no NEB. Além das correntes que foram citadas anteriormente, é importante destacar a atuação dos Vórtices Ciclônicos de Altos Níveis - VCAN, Complexos Convectivos de Mesoescala - CCM e as Linhas de Instabilidade - LI.

Santos e Soares (2015) apontam a zona de convergência intertropical e os vórtices ciclônicos de altos níveis como os sistemas atmosféricos de maior destaque na produção de chuva no estado durante o verão e outono, período em que se concentram a maior parte da precipitação.

Os VCANs são sistemas que se formam no Oceano Atlântico e adentram o continente pela costa nordestina, entre os meses de novembro e março, com maior frequência nos meses de janeiro fevereiro. São formados por um conjunto de nuvens que circulam em sentido horário e que em sua borda há movimentos de ascendência que permitem a formação de chuvas; já o seu centro é caracterizado pela subsidência inibindo a ascensão do ar pelo aumento da pressão e consequente estabilidade e ausência de precipitação (FERREIRA e MELO, 2005).

Os CCMs são conjuntos de nuvens que se formam a partir de condições favoráveis de relevo, temperatura, pressão, provocando chuvas de curta duração, acompanhadas, geralmente, de rajadas de vento. Já as LI são bandas de nuvens que se formam devido à alta concentração de radiação solar na zona tropical. Na costa do Nordeste brasileiro esse sistema também se forma em decorrência da proximidade da Zona de Convergência Intertropical (FERREIRA e MELO, 2005).

Esse quadro de circulação atmosférica complexo contribui para a distribuição também complexa das precipitações na região, o que leva a constatação de que o semiárido não é homogêneo, uma vez que existem áreas onde elas ocorrem de modo mais intenso e bem distribuído que em outras, dependendo dos sistemas atmosféricos atuantes e da influência dos relevos.

Mendonça e Danni-Oliveira (2007) apresentam dois subtipos climáticos para a região core do que se concebe como semiárido. Os autores os chamam de Clima tropical equatorial com incidência de 7 a 8 meses secos e outro de 9 a 11 meses secos.

Segundo os autores, a marcha estacional na região obedece a três regimes, sendo um Mediterrâneo, um Tropical equatorial e outro Tropical do Brasil central. Naqueles em que domina a semiaridez, a distribuição temporal das chuvas são as seguintes: regime Tropical equatorial – máximo de chuvas no outono e mínimo na primavera; regime Tropical do Brasil central – máximo de chuvas no verão e mínimo no inverno.

Nimer (1989), em uma classificação detalhada das tipologias climáticas do Nordeste e a distribuição de suas chuvas, chama a atenção para a complexidade na distribuição têmporo-espacial da pluviosidade nos sertões nordestinos. Isso se dá em decorrência da já citada posição geográfica da região como ponto final de várias correntes e massas perturbadas que por onde passam trazem consigo instabilidades.

É importante salientar que contextos locais como as diferenciações do relevo e a distância em relação ao litoral imprimem modificações nesse quadro climático. O relevo por sinal é um fator que contribui para abreviar ou prolongar os períodos de escassez de chuva. O que está sintetizado na afirmação abaixo.

Temos visto como é de notável significância o papel da orografia no condicionamento climático da Região Nordeste, principalmente no que afeta a precipitação. Este fator, exercendo tanta importância sobre os totais pluviométricos, acaba por tornar a distribuição do período seco muito complexa nesta região. As saliências locais do relevo abreviam o período seco, enquanto as depressões o prolongam, mesmo tratando-se de topografia cujos acidentes não sejam muito importantes do ponto de vista morfológico (NIMER, 1989, p.341)

 

1.2 Procedimentos metodológicos

 

Os dados pluviométricos utilizados na pesquisa foram obtidos por meio da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos – FUNCEME através do calendário anual de chuvas disponível em seu site na internet. Foram usadas as normais pluviométricas de 26 postos que estão sob a Serra de Baturité e seu entorno. É importante destacar que foram considerados para o entorno alguns postos relativamente distantes da serra em virtude da falta de dados mais próximos e por ser necessária uma quantidade razoável de dados para dar continuidade à interpolação e representação cartográfica dos dados.

Os dados térmicos utilizados foram adquiridos a partir do software CELINA 1.0 que  por meio de informações de localização (coordenadas geográficas) e altitude realiza estimativas de temperatura mensal para todo o território do Estado do Ceará. Esses dados, juntamente com os dados de chuva, foram usados no cálculo do balanço hídrico climatológico, utilizando o aplicativo Hidrobio desenvolvido por Camara (1997).

Os procedimentos referentes ao balanço hídrico foram realizados por meio do aplicativo auto-executável Hidrobio (Figura 3) baseado na metodologia de Thorwthwaite e Mather (1955). Precisando apenas da inserção dos valores médios de temperatura e chuvas durante a série histórica.

O aplicativo também fornece informações acerca do período de seca, através do diagrama ombrotérmico de Gaussen, que calcula os períodos de aridez a partir de uma relação entre temperatura e quantidade de chuva. Os períodos de seca estão caracterizados, quando o valor médio da temperatura é duas vezes maior que a precipitação.

 

Figura 3- Tela inicial do aplicativo Hidrobio.

 

 

Fonte: Camara (1997)

 

C. W. Tornthwaite publicou, em 1933, uma classificação climática, posteriormente  alterada em 1948, quando propôs um sistema semelhante ao de Köppen, que, de acordo com Mendonça e Danni-Oliveira (2007), assemelha-se ao caráter quantitativo e uso de símbolos e fórmulas, com a diferença que o segundo não empregou valores absolutos de temperatura e umidade como critério para delimitar os tipos climáticos. Nessa proposta foram introduzidos novos aspectos como a eficiência da temperatura e precipitação efetiva.

O sistema climático de Tornthwaite foi revisado em 1955, quando se levou em consideração aspectos relacionados à capacidade de armazenamento de água no solo, segundo a cobertura vegetal e o tipo de solo, chamada pelos autores de retenção de umidade no solo. Ao todo, foram idealizados 120 tipos climáticos, entretanto, nem todos foram utilizados. Sua representação dá-se por meio de 4 símbolos, formados por letras maiúsculas e minúsculas, além de algarismos e apóstrofos.

Para a definição de um tipo climático por meio desse sistema, inicialmente é calculado o índice de umidade que é a relação em porcentagem entre os valores de excedente, déficit e evapotransporação potencial. Ele servirá para identificar o tipo de umidade climática, representado pela primeira letra maiúscula. Para seu cálculo pode ser utilizada a fórmula a seguir.

Im = 100S – 60D / ETP

S – excedente de água anual (mm)

D – déficit de água anual (mm)

ETP – evapotranspiração potencial anual (mm)

Cabe ressaltar que o valor do índice de umidade efetiva foi a principal informação utilizada na confecção do mapa dos tipos climáticos. Esse processo deu-se por meio de interpolação em ambiente SIG.

Em seguida, calcula-se o índice de aridez que expressa deficiência hídrica em percentagem da evapotranspiração potencial. Ele é utilizado para definir a adequação sazonal da umidade. Utiliza-se a seguinte fórmula.

Ia = D/ETP * 100 em que,

D = déficit anual (mm)

ETP = evapotranspiração potencial anual (mm)

A segunda letra da fórmula, (maiúscula ou minúscula, com ou sem algarismo subscrito), apresenta o subtipo climático e diferencia os períodos de excesso e aridez ocorridos durante o ano em função da distribuição intra-anual da pluviosidade (MIRANDA e SANTOS, 2008).

A terceira letra da fórmula representa a eficiência térmica e é o próprio valor da ETP que relaciona a temperatura e fotoperíodo. Usa-se uma letra maiúscula com apóstrofo, com ou sem algarismo posterior.

A quarta letra fornece o subtipo climático indicado a partir da percentagem da evapotranspiração potencial anual para os meses de verão ETP (verão). É representada por uma letra minúscula com apóstrofo e, com ou sem um algarismo subscrito.

A seguir os Quadros 2, 3, 4 e 5 sintetizam as características desse sistema de classificação.

 

 

Quadro 2 – Tipos climáticos a partir do índice de umidade.

 

Símbolo

Tipo de umidade

Índice de umidade

A

Superúmido

acima de 100

B4

Úmido

de 80 a 100

B3

Úmido

de 60 a 80

B2

Úmido

de 40 a 60

B1

Úmido

de 20 a 40

C2

Subúmido Chuvoso

de 0 a 20

C1

Subúmido seco

de -33 a 0

D

Semiárido

de -66,7 a -33,3

E

Árido

de -100 a -66,7

 

Fonte: Mendonça e Danni-Oliveira (2007)

 

 

Quadro 3 – Eficiência térmica e sua concentração no verão.

 

Símbolo

Tipo

EP (cm)

A’

Megatérmico

acima de 114

B’4

Mesotérmico

de 99,7 a 114

B’3

Mesotérmico

de 85,5 a 99,7

B’2

Mesotérmico

de 71,2 a 85,5

B’1

Mesotérmico

de 57 a 71,2

C’2

Microtérmico

de 42,7 a 57

C’1

Microtérmico

de 28,5 a 42,7

D’

Tundra

de 14,2 a 28,5

E’

Geada

abaixo de 14,2

 

Fonte: Mendonça e Danni-Oliveira (2007)

 

 

Quadro 4 – Evapotranspiração de verão.

 

Símbolo

Concentração %

a'

abaixo 48

b'4

de 48 a 51,9

b'3

de 51,9 a 56,3

b'2

de 56,3 a 61,6

b'

de 61,6 a 68

c'2

de 68 a 76,3

c'1

de 76,3 a 88

d'

acima de 88

 

Fonte: Mendonça e Danni-Oliveira (2007)

 

Quadro 5 – Adequação sazonal de umidade.

 

Climas úmidos A, B, C2

Índice de aridez

r

Pouco ou nenhum déficit hídrico

0-10

s

Déficit moderado de verão

10-20

w

Déficit moderado de inverno

10-20

s2

Grande déficit de verão

Acima de 20

w2

Grande déficit de inverno

Acima de 20

Climas Secos C, D, E

Índice de Umidade

d

Pequeno ou nenhum excedente de água

0 - 16,7

s

Excedente moderado de inverno

16,7 - 33,3

w

Excedente moderado de verão

16,7 – 33,3

s2

Grande excedente de inverno

Acima de 33,3

w2

Grande excedente de verão

Acima de 33,3

 

Fonte: Mendonça e Danni-Oliveira (2007)

 

Mesmo existindo outros sistemas de classificação mais utilizados como o de Köppen, para este trabalho preferiu-se o sistema de Thorntwaite e Mather, em virtude da categoria climática subúmida não estar contemplada no primeiro sistema. Isso, para o recorte espacial utilizado, poderia comprometer a representação de seu contexto climático homogeneizando condições climáticas distintas. Existe, entretanto, aplicação exitosa, utilizando a segunda metodologia para a classificação climática no Estado do Ceará, como a encontrada em Silva (1987) que serviu de referência para esta pesquisa.

 

3. RESULTADOS

 

Os resultados mostraram que os tipos climáticos observados no recorte espacial estudado foram do tipo semiárido, subúmido seco, subúmido chuvoso e úmido, havendo predominância do tipo climático subúmido seco. Já o semiárido ocorreu nas áreas a sotavento da Serra de Baturité; o subúmido chuvoso, nas altitudes intermediárias do alto relevo e nas zonas de cimeira a predominância é do tipo úmido.

Nos postos em que foi observado o tipo climático úmido os totais pluviométricos se aproximam dos 1500 mm, como em Guaramiranga no alto da serra, bem diferente do que ocorre em áreas de baixa altitude a sotavento com ocorrência do tipo semiárido como em Inhuporanaga com cerca de 670 mm. Em Maranguape e Tanques, também localizados no pediplano a barlavento, os totais pluviométricos se aproximam dos 1000 mm e o tipo climático resultante é o subúmido.

A classificação para cada posto está representada a seguir (Quadro 6) e no mapa abaixo (Figura 3).

 

Quadro 6 – Postos pluviométricos e suas classificações climáticas.

 

Posto

ETP

ETP verão %

Índice de umidade efetiva

Índice de aridez/

umidade

Tipo climático

Nomenclatura

Acarape

1670

35,24

-19,15

2,7

C1dA'a'

Subúmido seco

Apuiarés

1474,62

49,84

-31,56

0

C1dA'b'4

Subúmido seco

Aracoiaba

1618,09

35,09

-28

0

C1dA'a'

Subúmido seco

Baturité

1626,75

35,59

-22,99

0

C1dA'a'

Subúmido seco

Canindé

1620,46

34,69

-35,14

0

DdA'a'

Semiárido

Capistrano

1623,85

34,97

-29,75

0

C1dA'a'

Subúmido seco

Caridade

1632,07

35,35

-34,94

0

DdA'a'

Semiárido

Choró

1187,23

46,5

-30,74

0

DdA'a'

Semiárido

Chorozinho

1714,05

35,38

-31,81

0,99

C1dA'a'

Subúmido seco

General Sampaio

1485,5

31,28

-29,08

4,6

C1dA'a'

Subúmido seco

Guaiuba

1692,99

35,91

-20,09

3,46

C1dA'a'

Subúmido seco

Guaramiranga

934,55

35,4

65,99

8,1

B3rB'3a'

Úmido

Inhuporanga

1632,93

35,44

-35,18

0

DdA'a'

Semiárido

Itaitinga

1653,3

35,6

-20,67

9,63

C1dA'a'

Subúmido seco

Itapebussu

1644,64

35,53

-29,42

1,05

C1dA'a'

Subúmido seco

Itapiuna

1637,98

34,89

-31,85

10,64

C1dA'a'

Subúmido seco

Itatira

875,75

34,53

-43,74

0

DdB'3a'

Semiárido

Maracanaú

1685,31

36,45

-19,78

7,37

C1dA'a'

Subúmido seco

Maranguape

1582,1

35,89

-21,04

6,39

C1dA'a'

Subúmido seco

Mulungu

973,77

35,31

26,77

19,83

B1wB'3a'

Úmido

Pacoti

974,91

35,35

46,2

6,45

B2rB'3a'

Úmido

Palmácia

1239,58

35,21

14,64

17,75

C2wA'a'

Subúmido chuvoso

Palmatória

1598,84

34,84

-33,9

0

DdA'a'

Semiárido

Paramoti

1664,69

34,76

-36,69

0

DdA'a'

Semiárido

Redenção

1675,33

35,12

-22,31

3,24

C1dA'a'

Subúmido seco

Tanques

1575,92

35,69

-24,4

0

C1dA'a'

Subúmido seco

 

Fonte: Organização dos autores

 


 

 

Figura 3 – Mapa com os tipos climáticos para a Serra de Baturité e entorno.

 

Climas_tornthwaite-matter.jpg

 

Fonte: Acervo particular dos autores (setembro de 2018)

 

O mapa indica uma predominância de climas mais úmidos à medida que aumentam as cotas altimétricas da serra de Baturité. Entretanto o mesmo não ocorre para o posto de Itatira sob uma serra considerada seca. Nessa porção, o fator altitude não impede que a continentalidade influencie na baixa pluviometria. Nas áreas pediplanadas a maior influência da semiaridez pode ser sentida nas áreas a sotavento do alto relevo.

Quanto ao balanço hídrico climatológico pode-se perceber que os períodos de déficit hídrico são maiores nas zonas sob domínio do clima semiárido e vai diminuindo nas zonas de clima subúmido seco, até alcançar os menores valores nas tipologias subúmido chuvoso e úmido. A seguir, estão os gráficos de balanço hídrico de alguns postos escolhidos como representantes de cada tipologia climática. Estão também representados os diagramas ombrotérmicos de Gaussen, indicando os períodos de seca a partir dos dados de termopluviométricos (Figuras 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10 e 11).  Não é possível apresentar os gráficos de todos os postos em função da estrutura e do que se pretende com um artigo científico.

 

Figura 4 – Gráfico do balanço hídrico para o posto de Acarape-CE.

 

 

Fonte: Acervo particular dos autores (setembro de 2018)

 

Figura 5 – Diagrama ombrotérmico para o posto de Acarape-CE.

 

 

Fonte: Acervo particular dos autores (setembro de 2018)

 

Figura 6 – Balanço hídrico climatológico para o posto de Caridade-CE.

 

 

Fonte: Acervo particular dos autores (setembro de 2018)

 

Figura 7 – Diagrama ombrotérmico para o posto de Caridade-CE.

 

 

Fonte: Acervo particular dos autores (setembro de 2018)

 

Figura 8 – Balanço hídrico climatológico para o posto de Palmácia-CE.

 

 

Fonte: Acervo particular dos autores (setembro de 2018)

 

Figura 9 – Diagrama ombrotérmico para o posto de Palmácia-CE.

 

 

Fonte: Acervo particular dos autores (setembro de 2018)

 

Figura 10 – Balanço hídrico climatológico do posto de Guaramiranga-CE.

 

 

Fonte: Acervo particular dos autores (setembro de 2018)

 

Figura 11 – Diagrama ombrotérmico para o posto de Guaramiranga-CE

 

 

Fonte: Acervo particular dos autores (setembro de 2018)

 

 

Para o posto de Acarape-CE que está no sopé da Serra de Baturité, na porção a barlavento, observa-se um período superavitário de dois meses no qual em um mês ocorre reposição da umidade do solo perdida durante o período de seca. Isso ocorre durante os meses de março e abril, onde a ZCIT está em sua posição mais ao sul e provoca as maiores chuvas. O posto apresentou também um período de seca de 6 meses com ápice nos meses de setembro, outubro e novembro.

Para o posto de Caridade-CE, localizado no sopé da serra de Baturité em sua porção a sotavento, observa-se um período superavitário de 2 meses, sendo que mesmo nesses momentos, não há excesso de água no solo, e toda chuva serve para recarregar a umidade perdida durante o período de seca. O diagrama ombrotérmico mostrou um período de seca maior que o observado nas áreas classificadas, como de clima subúmido seco, a exemplo de Acarape. Para esse posto o período de seca ocorre já na metade do mês de maio até o mês de dezembro, tendo seu ápice nos meses de setembro a novembro, onde a ZCIT está mais afastada do Hemisfério Sul.

Para o posto de Palmácia-CE, que está a cerca de 400m de altitude, já sob a serra de Baturité, observou-se um período superavitário de seis meses, sendo que em dois ocorre recarga da umidade do solo e em quatro ocorre excesso de água. O diagrama ombrotérmico mostrou um período de seca de 5 meses, quando a partir do mês de junho a temperatura média observada é 2 vezes maior que a precipitação. Observa-se, também, um aumento do superávit e diminuição do período de seca em relação aos demais tipos climáticos.

Para o posto de Guaramiranga-CE, que está na zona de cimeira do alto relevo com cotas altimétricas que ultrapassam os 800m, observa-se um período superavitário de sete meses, sendo que em dois deles ocorre recarga da umidade perdida durante o ano e nos demais há excesso de água no solo. O período de seca fica reduzido a pouco mais de três meses e corresponde ao tipo climático mais úmido na região. Aqui se observa o ápice da influência do relevo na definição climática.

 

4. CONCLUSÃO

 

A serra de Baturité é fundamental na definição climática das porções que estão sob ela e em seu entorno. Isso fica evidente quando se observa a espacialização dos dados referentes aos valores pluviométricos, bem como a distribuição dos tipos climáticos. Esse contexto climático tem influência direta no quadro natural e socioeconômico.

Quanto à metodologia de classificação climática utilizada no trabalho ela se mostrou útil para apresentar a variação dos tipos climáticos, desde o úmido ao semiárido passando pelos subúmidos que figuram como sendo uma transição entre os dois primeiros. Isso não seria possível utilizando sistemas como o de Köppen que não contém a categoria subúmida.

 

REFERÊNCIAS

 

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