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Universidade Federal de Santa Maria
Enflo, Santa Maria, v. 12, e85886, 2024
DOI: 10.5902/2316980X85886
ISSN 2316-980X
Submissão: 27/11/2023 • Aprovação: 14/06/2023 • Publicação: 02/09/2024
Artigos
Reflorestamento misto com espécies nativas e exóticas em área degradada
Mixed forest plantation with native and exotic species in a degraded area
I Universidade Federal de Jataí, Instituto de Ciências
Agrárias, Jataí, Goiás, GO, Brasil
II Universidade Federal de Lavras, Escola de Ciências
Agrárias de Lavras, Lavras, Minas Gerais, MG, Brasil
RESUMO
O reflorestamento é a principal maneira de recuperação de áreas degradadas e o uso de ampla variedade de espécies pode auxiliar no processo de recuperação, seja no próprio processo quanto na minimização de custos. O objetivo deste trabalho foi avaliar o desenvolvimento de um reflorestamento misto com espécies nativas e exóticas em área degradada pela compactação do solo. No local havia uma pista de pouso não pavimentada localizada no município de Itutinga, MG. A avaliação das espécies arbóreas foi realizada por meio de cinco parcelas de 1.250 m² (25 m x 50 m), distribuídas de forma sistemática. A resistência mecânica do solo à penetração foi determinada utilizando um penetrômetro de impacto até a profundidade de 60 cm. Para avaliar a influência da resistência mecânica do solo à penetração sobre o crescimento das árvores, foi calculado o índice de correlação de Pearson r. No inventário foram medidos e identificados na área em estudo 534 indivíduos arbóreos com CAP igual ou superior a 5 cm, pertencentes a 41 espécies. A maioria dos indivíduos inventariados é oriunda de espécies utilizadas no plantio, e grande parte das espécies com os maiores valores de importância pertencem ao grupo ecológico das pioneiras. A predominância de árvores atrativas para a fauna e nativas da região indicam que a sucessão florestal ocorrerá de forma satisfatória. A resistência do solo à penetração influenciou negativamente a área basal, ou seja, quanto maior a compactação do solo nesta camada, menor foi a ocupação do povoamento.
Palavras-chave: Recuperação de áreas degradadas; Restauração florestal; Silvicultura de espécies nativas
Reforestation is the main way to recover degraded areas, and the use of a wide variety of species can assist in the recovery process, both in terms of the process itself as cost minimization. The objective of this work was to evaluate the development of a mixed reforestation with native and exotic species in a degraded area by soil compaction. The planting was carried out where there was an unpaved airstrip at Itutinga town, MG. The evaluation of tree species was carried out using five plots of 1,250 m² (25 m x 50 m), systematically distributed. The mechanical resistance of the soil to penetration was determined using an impact penetrometer to a depth of 60 cm. To evaluate the influence of soil mechanical resistance to penetration on tree growth, the Pearson r correlation index was calculated. In the inventory, 534 tree individuals with CAP equal to or greater than 5 cm, belonging to 41 species, were measured and identified in the study area. Most of the inventoried individuals come from species used in planting and most of the species with the highest importance values belong to the ecological group of pioneers. The predominance of trees that are attractive to the fauna and native to the region indicate that the forest succession will occur satisfactorily. The soil resistance to penetration negatively influenced the basal area, that is, the greater the soil compaction in this layer, the lower the occupation of the stand.
Keywords: Forest restoration; Recovery of degraded areas; Silviculture of native species
O reflorestamento misto, além de fornecer produtos florestais madeireiros e não madeireiros, pode estabelecer um processo de sucessão ecológica em áreas perturbadas ou degradadas (Fernandes et al., 2018). O plantio heterogêneo com espécies florestais, de diferentes estágios de sucessão, contribui para tornar o ecossistema o mais próximo possível das condições originais (Rodrigues et al., 2020). Além disso, ecossistemas florestais são muito importantes no processo de estocagem do carbono presente na atmosfera, e as áreas de reflorestamentos mistos podem contribuir substancialmente nesse processo. Em virtude disso, o conhecimento sobre o papel das florestas na manutenção da integridade dos ecossistemas e na mitigação dos efeitos antrópicos sobre estes, contribui efetivamente para a criação de ações e políticas de conservação e restauração florestal (Meira et al., 2020).
A degradação física é o mais evidente e preocupante estágio de degradação de uma área, pois a compactação do solo desencadeia problemas como erosão, lixiviação e baixa produtividade. Além disso, a compactação promove a degradação da estrutura do solo, resultando em impactos negativos nas propriedades físicas, com prejuízos ao crescimento das plantas, devido à restrição ao crescimento do sistema radicular (Mioto et al., 2020). Portanto, a avaliação das características físicas do solo e sua recuperação são essenciais para o processo de restauração ecológica do ecossistema.
A resistência mecânica à penetração (RMP) tem sido estudada em vários sistemas agropecuários e florestais, para avaliar o estado de compactação do solo (Batista et al., 2019; Dearmond et al., 2020; Ruiz; Díaz, 2020). A caracterização da resistência mecânica do solo, geralmente, é feita medindo a resposta de um solo a uma gama de forças aplicadas. O penetrômetro de impacto é o instrumento que mede a resistência da introdução de uma haste de ponta cônica no solo; teoricamente, solos mais compactados oferecem maior resistência (Baesso et al., 2020). É o método mais utilizado para estimar a resistência ao crescimento das raízes no solo com medições feitas de forma relativamente rápida e fácil, e pode fornecer dados preciosos para os estudos de recuperação de áreas degradas (Jourgholami et al., 2019). Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar as variáveis altura, diâmetro à altura de 1,3 m do solo (DAP), área basal, densidade de plantas e resistência do solo à penetração de um reflorestamento misto com espécies nativas e exóticas em área degradada pela compactação em uma pista de pouso desativada. A hipótese considerada é que a resistência do solo à penetração influencia negativamente nas variáveis dendrométricas das árvores e do povoamento.
O estudo foi conduzido no município de Itutinga, MG, em uma área onde funcionava uma pista de pouso não pavimentada desativada, de propriedade da Companhia Energética de Minas Gerais S.A. (Cemig), próxima do reservatório da Usina Hidrelétrica de Camargos, na sub-bacia do Alto Rio Grande, no sul de Minas Gerais, nas coordenadas 21°19’35’’ sul e 44°36’40’’ oeste. Esta sub-bacia pertence à Bacia do rio Grande, cuja nascente localiza-se junto à Serra da Mantiqueira, drenando até o reservatório da referida usina, por meio de dois rios principais Grande e Aiuruoca. Possui clima Cwb e Cwa, pela classificação de Köppen, com invernos frios, geadas frequentes, e verões brandos, com elevada concentração das chuvas no período de novembro a março. Sua geomorfologia apresenta relevo movimentado, com altitude média de 1000 m (Mello et al., 2010).
Após a desativação da pista de pouso, o local encontrava-se degradado pela compactação do solo e foi reflorestado (Figura 1). Este reflorestamento foi desenvolvido no âmbito do convênio Cemig/Ufla/Faepe, que passou a desenvolver estudos na região sob influência dos reservatórios das Usinas Hidrelétricas de Camargos/Itutinga, na região do Alto Rio Grande, em Minas Gerais, para desenvolver metodologias aplicadas à recuperação de ecossistemas florestais degradados, como uma forma de suavizar os impactos ambientais provocados pela criação dos reservatórios. As práticas mecânicas de recuperação realizadas foram a construção de terraços em nível e a subsolagem de toda a área, com posterior sulcamento em nível intercalado às linhas de subsolagem. O modelo de plantio utilizado foi o de sucessão secundária e plantio em quincôncio, onde cada muda de espécie clímax foi posicionada no centro de um quadrado composto de quatro mudas de espécies pioneiras.
Figura 1 – Área em processo de recuperação em substrato pobre e degradado na ocasião do preparo do solo (A) e após 17 anos de plantio (B)
Fonte: Autores (2023)
A avaliação das espécies arbóreas foi realizada por meio de cinco parcelas de 1.250 m² (25 m x 50 m), distribuídas de forma sistemática (Figura 2). Todos os indivíduos arbóreos medidos foram marcados com placas de alumínio numeradas para estudos posteriores. A largura de cada parcela foi estabelecida de forma a incluir no mínimo 15 plantas por linha (espaçamento de plantio 3,0 m x 1,5 m). Todas as árvores com DAP maior que cinco centímetros foram avaliadas. Foi utilizada uma fita métrica para medir o CAP e, posteriormente, foi estimada a altura das árvores por comparação com o podão de 13 m, seguindo metodologia de Machado et al. (2004). Quando a identificação em campo não foi possível, o material botânico foi herborizado e comparado com amostras existentes no Herbário da Universidade Federal de Lavras (Herbário Esal). As árvores foram classificadas quanto à fitofisionomia de ocorrência, de acordo com Oliveira Filho (2006), e à síndrome de dispersão e à classificação sucessional, de acordo com as metodologias propostas por Barbosa et al. (2017) e Carmo e Morellato (2001). A nomenclatura das espécies, gêneros e famílias foi atualizada pelo Programa Plantas do Brasil: Resgate Histórico e Herbário Virtual para o Conhecimento e Conservação da Flora Brasileira – REFLORA, uma parceria entre o CNPq e o Jardim Botânico do Rio de Janeiro (REFLORA, 2023). Os parâmetros fitossociológicos estimados foram: riqueza de espécies; densidade, frequência e dominância em seus valores absolutos e relativos; valor de importância (VI;) e os índice de diversidade de Shannon (H’) e de equabilidade de Pielou (J’).
Figura 2 – Croqui da locação das parcelas na área degradada pela compactação do solo e reflorestada onde funcionou uma pista de pouso na região do Alto Rio Grande, MG
Fonte: Google Earth (2023)
A resistência mecânica do solo à penetração para cada parcela foi determinada utilizando o penetrômetro de impacto modelo IAA/PLANALSUCAR-STOLF, segundo metodologia preconizada por Stolf et al. (1983), até uma profundidade de 60 cm, em 20 pontos de amostragem. Os cálculos foram realizados com o apoio do programa PENETRON’, tendo os valores, obtidos em kgf/cm², sido convertidos em MPa, multiplicando-se pela constante 0,098. Das variáveis mensuradas, foram calculadas as médias em cada parcela amostral. Para avaliar a influência da resistência mecânica do solo à penetração sobre as variáveis altura, DAP, área basal e densidade, foi calculado o índice de correlação de Pearson r, utilizando-se o ambiente SAS Studio. Previamente foi executado teste de normalidade para todas as variáveis estudadas. Optou-se pelo teste de correlação dado o número de parcelas e por se perceber que o estudo é exploratório. De toda forma, o teste de correlação mostrou adequado dada a linearidade dos dados. Os dados foram levantados após 17 anos do plantio das mudas.
No inventário foram medidos e identificados na área em estudo 534 indivíduos arbóreos, pertencentes a 41 espécies (Tabela 1). Em relação à síndrome de dispersão, o povoamento apresenta nove espécies anemocóricas, 10 autocóricas e 22 zoocóricas.
Espécies |
Altura média (m) |
DAP médio (cm) |
Área basal (m2) |
NI1 |
Origem2 (*) |
S.D.3 (**) |
Utilizada no plantio |
Acacia auriculiformis A.Cunn. ex Benth. |
7,7 |
11,6 |
0,0147 |
5 |
Ex/Br |
Zoo |
X |
Acacia mangium Willd. |
15,5 |
26,6 |
0,0621 |
47 |
Ex/Br |
Zoo |
X |
Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan |
11,0 |
17,9 |
0,0298 |
17 |
Nat |
Anemo |
X |
Aniba firmula (Nees & Mart.) Mez |
6,5 |
6,6 |
0,0035 |
3 |
Nat |
Zoo |
- |
Annona dolabripetala Raddi |
5,5 |
5,1 |
0,0020 |
1 |
Nat |
Zoo |
- |
Cecropia pachystachya Trécul |
8,3 |
10,2 |
0,0082 |
3 |
Nat |
Zoo |
X |
Cedrela fissilis Vell. |
6,6 |
9,5 |
0,0076 |
16 |
Nat |
Anemo |
X |
Ceiba speciosa (A.St.-Hil.) Ravenna |
5,5 |
9,1 |
0,0075 |
3 |
Nat |
Anemo |
X |
Cenostigma pluviosum (DC.) Gagnon & G.P.Lewis |
8,5 |
8,3 |
0,0056 |
2 |
Ex/RG |
Auto |
X |
Clitoria fairchildiana R.A.Howard |
6,7 |
20,7 |
0,0399 |
4 |
Ex/RG |
Auto |
X |
Copaifera langsdorffii Desf. |
11,3 |
8,9 |
0,0080 |
15 |
Nat |
Zoo |
X |
Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong |
5,5 |
9,5 |
0,0097 |
76 |
Nat |
Zoo |
X |
Eremanthus incanus (Less.) Less. |
5,0 |
6,0 |
0,0029 |
1 |
Nat |
Anemo |
- |
Eriobotrya japonica (Thunb.) Lindl. |
4,7 |
8,2 |
0,0058 |
13 |
Ex/Br |
Zoo |
X |
Guazuma ulmifolia Lam. |
6,0 |
8,0 |
0,0050 |
1 |
Nat |
Zoo |
X |
Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos |
8,1 |
8,1 |
0,0059 |
12 |
Nat |
Anemo |
X |
Hevea brasiliensis (Willd. ex A.Juss.) Müll.Arg. |
8,0 |
7,3 |
0,0043 |
2 |
Ex/RG |
Auto |
X |
Hymenaea courbaril L. |
6,8 |
7,5 |
0,0045 |
6 |
Nat |
Zoo |
X |
Inga marginata Willd. |
8,0 |
6,7 |
0,0035 |
1 |
Nat |
Zoo |
X |
Lecythis pisonis Cambess. |
4,3 |
6,6 |
0,0035 |
3 |
Ex/RG |
Zoo |
X |
Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L.P.Queiroz |
4,6 |
6,7 |
0,0035 |
4 |
Ex/RG |
Auto |
X |
Lithraea molleoides (Vell.) Engl. |
8,1 |
10,1 |
0,0092 |
41 |
Nat |
Zoo |
X |
Machaerium villosum Vogel |
10,1 |
18,0 |
0,0284 |
28 |
Nat |
Anemo |
X |
Maclura tinctoria (L.) D.Don ex Steud. |
4,0 |
6,0 |
0,0029 |
1 |
Nat |
Zoo |
X |
Mimosa caesalpiniifolia Benth. |
6,7 |
8,5 |
0,0060 |
57 |
Ex/RG |
Anemo |
X |
Myrsine coriacea (Sw.) R.Br. ex Roem. & Schult. |
7,3 |
6,7 |
0,0036 |
5 |
Nat |
Zoo |
X |
Myrsine umbellata Mart. |
7,5 |
6,6 |
0,0035 |
14 |
Nat |
Zoo |
X |
Nectandra oppositifolia Nees & Mart. |
10,0 |
15,6 |
0,0191 |
1 |
Nat |
Zoo |
- |
Platycyamus regnellii Benth. |
7,2 |
8,0 |
0,0053 |
3 |
Nat |
Auto |
X |
Pleroma candolleanum (Mart. ex DC.) Triana |
2,5 |
8,9 |
0,0062 |
1 |
Nat |
Anemo |
- |
Protium cf. spruceanum (Benth.) Engl. |
3,0 |
5,7 |
0,0026 |
1 |
Nat |
Zoo |
- |
Psidium guajava L. |
4,0 |
7,0 |
0,0039 |
1 |
Ex/Br |
Zoo |
X |
Schinus terebinthifolia Raddi |
5,6 |
10,6 |
0,0096 |
26 |
Nat |
Zoo |
X |
Senna macranthera (DC. ex Collad.) H.S.Irwin & Barneby |
8,1 |
17,4 |
0,0247 |
18 |
Nat |
Auto |
X |
Swartzia langsdorffii Raddi |
9,0 |
7,5 |
0,0046 |
2 |
Ex/RG |
Zoo |
X |
Syzygium cumini (L.) Skeels |
9,8 |
19,0 |
0,0303 |
35 |
Ex/Br |
Zoo |
X |
Tipuana tipu (Benth.) Kuntze |
7,1 |
10,3 |
0,0093 |
9 |
Ex/Br |
Anemo |
X |
Trema micrantha (L.) Blume |
6,1 |
8,4 |
0,0058 |
4 |
Nat |
Zoo |
X |
Zanthoxylum rhoifolium Lam. |
6,9 |
10,6 |
0,0126 |
6 |
Nat |
Zoo |
- |
(*) Oliveira Filho (2006). (**) Barbosa et al. (2017).
Fonte: Autores (2023)
Nota: 1. NI: Número de indivíduos. 2. Ex/Br: não ocorre naturalmente no Brasil, Ex/RG: Nativa do Brasil que não ocorre naturalmente na região do Alto Rio Grande e Nat: Ocorre naturalmente na região do Alto Rio Grande. 3. Síndrome de dispersão. Zoo: espécie dispersa por animais, Anemo: espécie dispersa pelo vento, e Auto: espécie dispersa pela própria planta.
As cinco espécies com as maiores médias de DAP foram Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F.Macbr., Acacia mangium Willd., Clitoria fairchildiana R.A.Howard, Syzygium cumini (L.) Skeels e Machaerium villosum Vogel. Com relação à altura média, também se destacaram A. mangium Willd., P. gonoacantha (Mart.) J.F.Macbr. e M. villosum Vogel, além de Copaifera langsdorffii Desf. e Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan, com médias superiores a 10 metros (Tabela 1).
Para a área de estudo na área degradada, ocorreu um H’ de 3,06, J’ de 0,82 e área basal de 17,39 m² ha-1. Os parâmetros fitossociológicos das espécies amostradas são apresentados na Tabela 2. Observou-se que das dez espécies com maior VI, oito são pioneiras e todas são oriundas do plantio (Tabela 1), ou seja, nenhuma é regenerante.
Tabela 2 – Parâmetros fitossociológicos das espécies arbóreas inventariadas na área degradada pela compactação do solo no município de Itutinga, MG
Espécie |
Classificação Sucessional |
FR |
DR |
DoR |
VI |
Acacia mangium |
P |
4,63 |
8,80 |
26,85 |
40,28 |
Piptadenia gonoacantha |
P |
2,78 |
5,24 |
19,59 |
27,61 |
Enterolobium contortisiliquum |
P |
3,70 |
14,23 |
6,76 |
24,70 |
Syzygium cumini |
NP |
2,78 |
6,55 |
9,76 |
19,09 |
Machaerium villosum |
NP |
3,70 |
5,24 |
7,32 |
16,27 |
Lithraea molleoides |
P |
4,63 |
7,68 |
3,48 |
15,79 |
Mimosa caesalpiniifolia |
P |
1,85 |
10,67 |
3,13 |
15,66 |
Schinus terebinthifolia |
P |
4,63 |
4,87 |
2,30 |
11,80 |
Anadenanthera colubrina |
NP |
3,70 |
3,18 |
4,66 |
11,55 |
Senna macranthera |
P |
3,70 |
3,37 |
4,10 |
11,17 |
Peltophorum dubium |
P |
4,63 |
3,37 |
2,19 |
10,19 |
Cedrela fissilis |
NP |
4,63 |
3,00 |
1,12 |
8,75 |
Copaifera langsdorffii |
NP |
4,63 |
2,81 |
1,10 |
8,54 |
Eriobotrya japonica |
NP |
4,63 |
2,43 |
0,69 |
7,75 |
Handroanthus impetiginosus |
NP |
4,63 |
2,25 |
0,66 |
7,53 |
Tipuana tipu |
NP |
3,70 |
1,69 |
0,77 |
6,16 |
Zanthoxylum rhoifolium |
NP |
2,78 |
1,12 |
0,69 |
4,60 |
Clitoria fairchildiana |
NP |
1,85 |
0,75 |
1,47 |
4,07 |
Myrsine umbellata |
NP |
0,93 |
2,62 |
0,45 |
4,00 |
Myrsine coriacea |
P |
2,78 |
0,94 |
0,17 |
3,88 |
Trema micrantha |
P |
2,78 |
0,75 |
0,21 |
3,74 |
Acacia auriculiformis |
P |
1,85 |
0,94 |
0,68 |
3,46 |
Aniba firmula |
NP |
2,78 |
0,56 |
0,10 |
3,44 |
Libidibia ferrea |
NP |
1,85 |
0,75 |
0,13 |
2,73 |
Platycyamus regnellii |
NP |
1,85 |
0,56 |
0,15 |
2,56 |
Cenostigma pluviosum |
NP |
1,85 |
0,37 |
0,10 |
2,33 |
Swartzia langsdorffii |
NP |
1,85 |
0,37 |
0,08 |
2,31 |
Hevea brasiliensis |
NP |
1,85 |
0,37 |
0,08 |
2,31 |
Hymenaea courbaril |
NP |
0,93 |
1,12 |
0,25 |
2,30 |
Cecropia pachystachya |
P |
0,93 |
0,56 |
0,23 |
1,71 |
Ceiba speciosa |
NP |
0,93 |
0,56 |
0,21 |
1,70 |
Lecythis pisonis |
NP |
0,93 |
0,56 |
0,10 |
1,58 |
Nectandra oppositifolia |
P |
0,93 |
0,19 |
0,18 |
1,29 |
Pleroma candolleanum |
P |
0,93 |
0,19 |
0,06 |
1,17 |
Guazuma ulmifolia |
P |
0,93 |
0,19 |
0,05 |
1,16 |
Psidium guajava |
NP |
0,93 |
0,19 |
0,04 |
1,15 |
Inga marginata |
NP |
0,93 |
0,19 |
0,03 |
1,15 |
Maclura tinctoria |
NP |
0,93 |
0,19 |
0,03 |
1,14 |
Eremanthus incanus |
P |
0,93 |
0,19 |
0,03 |
1,14 |
Protium cf. spruceanum |
NP |
0,93 |
0,19 |
0,02 |
1,14 |
Annona dolabripetala |
P |
0,93 |
0,19 |
0,02 |
1,13 |
Fonte: Autores (2023)
Nota: 1. (P = Pioneira, NP = Não Pioneira, FR = frequência relativa, DR = densidade relativa, DoR = dominância relativa e VI = valor de importância).
A correlação entre a resistência do solo à penetração em diferentes profundidades e as variáveis do reflorestamento ocorreu entre resistência do solo de 0-20 cm e área basal (Tabela 3). Não houve correlação significativa da resistência do solo à penetração, que é uma medida indireta de compactação do solo, nas profundidades de 0-20, 20-30 e 30-60 cm para os demais pares de dados.
Foi verificado que a resistência à penetração na superfície do solo (0-20cm) influenciou negativamente a área basal (Tabela 3), ou seja, quanto maior a compactação do solo nesta camada, menor foi a ocupação do povoamento.
Tabela 3 – Correlação entre a resistência do solo à penetração e variáveis do estrato arbóreo na área degradada pela compactação do solo e reflorestada, onde funcionou uma pista de pouso na região do Alto Rio Grande, MG
Profundidade (cm) |
Altura (m) |
Área basal (m2) |
DAP (cm) |
Densidade (plantas ha-1) |
0 - 20 |
-0,64 |
-0,92* |
-0,79 |
-0,71 |
20 - 30 |
0,71 |
0,13 |
-0,20 |
0,37 |
30 - 60 |
0,50 |
0,42 |
0,13 |
0,73 |
Fonte: Autores (2023)
Nota: * = probabilidade < 5%
Também foi avaliada a correlação entre a resistência do solo à penetração e crescimento em altura e diâmetro das espécies que foram encontradas em todas as cinco parcelas avaliadas (Tabela 4). Neste caso, também não houve correlação significativa da compactação do solo e do crescimento em altura e DAP das árvores, com exceção de Eriobotrya japonica (Thunb.) Lindl, em que nas parcelas com maiores resistências à penetração foram encontrados indivíduos com as maiores médias de DAP.
Tabela 4 – Correlação entre a resistência do solo à penetração e a altura e o diâmetro das espécies que ocorreram nas cinco parcelas avaliadas na área degradada pela compactação do solo na região do Alto Rio Grande, MG
Espécie |
Prof. (cm) |
||
0 - 20 |
20 - 30 |
30 - 60 |
|
Altura |
|||
A. mangium |
-0,159 |
-0,501 |
-0,065 |
C. fissilis |
0,282 |
-0,538 |
0,422 |
C. langsdorffii |
0,151 |
0,570 |
0,039 |
E. japonica |
0,656 |
-0,513 |
0,075 |
H. impetiginosus |
-0,133 |
0,747 |
-0,242 |
L. molleoides |
0,625 |
0,029 |
0,002 |
P. dubium |
0,365 |
0,419 |
0,410 |
S. terebinthifolia |
0,354 |
-0,651 |
0,331 |
A. mangium |
0,594 |
-0,129 |
-0,145 |
C. fissilis |
0,028 |
-0,702 |
0,214 |
C. langsdorffii |
0,683 |
0,555 |
-0,376 |
E. japonica |
0,935* |
-0,072 |
-0,318 |
H. impetiginosus |
0,000 |
0,724 |
-0,383 |
L. molleoides |
0,625 |
-0,803 |
-0,441 |
P. dubium |
0,806 |
0,067 |
-0,196 |
S. terebinthifolia |
-0,030 |
-0,270 |
0,645 |
Fonte: Autores (2023)
Nota: * = probabilidade < 5%
A predominância de espécies zoocóricas, que atraem fauna nativa, é importante por se tratar de um reflorestamento com finalidade ambiental. A ausência de espécies arbóreas atrativas é apontado por alguns autores como parte do insucesso de vários projetos de restauração florestal (Costa et al., 2020; Dalpizzol et al., 2021; Froés et al., 2020), pois, se a área degradada foi restaurada com espécies que não são atrativas à fauna, provavelmente não haverá ocorrência da manutenção da diversidade de espécies no local, onde os dispersores procuram abrigo e pousio, e liberam seus dejetos próximos a árvores que lhes servem de alimento, contribuindo para a sucessão florestal (Hoffmester et al., 2019).
Com relação à origem das espécies encontradas (Tabela 1), 68,3 % são nativas do Subdomínio Fitogeográfico do Alto Rio Grande (Oliveira Filho, 2006), região onde foi conduzido o presente estudo. As espécies nativas de outras regiões do Brasil representam 17,1 % e as espécies exóticas para o país corresponderam a 14,6 % (REFLORA, 2023). O uso de espécies exóticas em consorciação com espécies nativas é permitido pelo Código Florestal Brasileiro em algumas situações para recomposição de Áreas de Preservação Permanente e da Reserva Legal (Brasil, 2012). Contudo, estes plantios florestais devem favorecer a regeneração natural de espécies nativas, e o uso de espécies com potencial de se tornarem invasoras não é recomendado.
Das exóticas com maior número de indivíduos (Tabela 1), a Acacia mangium Willd. é uma árvore perene originária da Austrália, Papua Nova Guiné, Indonésia e Ilhas Molucas e tem sido plantada em muitas regiões úmidas como fonte de polpa para papel, lenha, madeira para construção e para fabricação de móveis e para controle de erosão. Há ocorrência de relatos como invasora apenas em regiões de floresta ombrófila (Atlântica e Amazônica), o que permite recomendar o seu uso sem grandes preocupações em regiões bioclimáticas semelhantes às do presente estudo (Pinheiro; Linhares, 2019). Na área do presente estudo, em um ecótono cerrado-floresta estacional, não foram observados indivíduos regenerantes.
Syzygium cumini (L.) Skeels e Eriobotrya japonica (Thunb.) Lindl. também não seriam motivo de preocupação, pois tais espécies podem comportar-se como exóticas casuais, que eventualmente se reproduzem no ambiente no qual foi introduzido, mas não são capazes de manter uma população autônoma em longo prazo (Silva et al., 2021). O monitoramento de componentes florestais (duas décadas após o plantio), na mesma bacia hidrográfica do estudo, revelou que espécies arbóreas exóticas nem sempre são invasoras em áreas sob restauração ecológica, pois a resistência biótica nas comunidades reunidas impediu que as árvores exóticas se comportassem como invasoras (Londe et al., 2020).
O comportamento de P. gonoacantha (Mart.) J.F.Macbr. confirma o que foi observado em estudos silviculturais com a espécie, que possui rápido crescimento, atingindo até 25 m3.ha-1 aos 8 anos, com previsão para rotação de 6-7 anos para lenha e carvão e 15 anos para madeira de serraria (Carvalho, 2010). A espécie é indicada por Fernandes (2020) para sistemas agroflorestais, por apresentar crescimento rápido, fixar nitrogênio e possuir madeira de boa qualidade, além de ser nativa de todos os biomas brasileiros (REFLORA, 2023) e ter potencial para ser usada em projetos de restauração florestal em áreas com solos pobres e degradados (Martins et al., 2022).
Uma constatação positiva é a presença de M. villosum Vogel, C. langsdorffii Desf. e A. colubrina (Vell.) Brenan entre as espécies de maior crescimento (Tabela 1). Estas apresentam madeira de boa qualidade, rígida, muito resistente, de longa durabilidade mesmo sob condições desfavoráveis, sendo própria para obras externas, para construção civil e marcenaria de luxo (Carvalho, 2010). Contudo, a obtenção dessas madeiras se dá apenas por extração de matas nativas (Botrel et al., 2006). Desse modo, a geração do conhecimento silvicultural dessas espécies nativas com alto potencial econômico para a implantação de projetos bem-sucedidos de reflorestamento, tanto em florestas com fins produtivos ou ambientais, são necessários.
Em se tratando de Clitoria fairchildiana R.A. Howard, esperava-se um comportamento positivo desta espécie no local (Tabela 1), sendo esta bastante utilizada em recuperação de áreas degradadas, pois tem a capacidade de estabelecer simbiose com bactérias diazotróficas e nodular em solos degradados, mostrando nodulação natural abundante e eficiente fixação de nitrogênio (Moura et al., 2020). Além disso, produz abundante serrapilheira, que contribui positivamente para a ciclagem de nutrientes e proteção do solo contra erosão (Brandão et al., 2022)
Syzygium cumini (L.) Skeels, outra espécie que se destacou no crescimento em diâmetro (Tabela 1), foi muito adotada no passado em reflorestamentos ambientais por apresentar facilidade de produção de mudas, rápido crescimento, copa densa e perene, e frutos atrativos para a fauna (Santiago et al., 2016). Entretanto, por ser exótica, não ter valor madeireiro e causar acidentes quando utilizada na arborização urbana (Oliveira; Alonso, 2019; Pinheiro et al., 2022), está caindo em desuso. Em locais onde a espécie foi plantada, poderia ser utilizada economicamente para obtenção de produtos florestais não madeireiros, como corantes naturais, medicamentos e cosméticos (Nascimento Silva et al., 2022; Pellis et al., 2021; Qamar et al., 2022).
Os valores de densidade e dos índices de diversidade de Shannon (H’) e de equabilidade de Pielou (J’) foram comparados com os dados do estrato arbóreo obtidos utilizando o mesmo critério de inclusão no fragmento florestal mais próximo, localizado a 300 metros de distância. Para o fragmento, o H’ foi 3,32, o J’ foi de 0,81 e a área basal de 26,97 m²/ha (Ferreira et al., submetido). Os resultados de diversidade e da equabilidade podem ser considerados indicadores positivos de recuperação da área, pois todos foram próximos aos do fragmento, que foi considerado o ecossistema de referência, que são ecossistemas naturais próximos e do mesmo tipo fitogeográfico do local em recuperação e são utilizados para verificar a efetividade dos processos de recuperação (Brancalion et al., 2015). O menor valor de área basal, quase 50% inferior ao da mata nativa, provavelmente é resultado da degradação do solo, que influenciou negativamente o crescimento das mudas plantadas
De acordo com os parâmetros fitossociológicos, a sucessão florestal ainda não foi capaz de gerar árvores regenerantes dentro do critério de inclusão (DAP > 5 cm), as quais irão substituir os indivíduos plantados originalmente.
Apesar do elevado nível de compactação do solo, este geralmente contém rachaduras ou fissuras que as raízes podem explorar. Os penetrômetros podem superestimar a resistência à penetração à qual uma raiz é submetida entre duas e oito vezes (Whiteley et al., 1981; Bengough; Mullins, 1991), sendo outro fator que corrobora com a não linearidade da correlação. Isso se deve principalmente ao aumento da resistência ao atrito na sonda de metal do penetrômetro, mas também porque a sonda é forçada verticalmente no perfil do solo, enquanto as raízes se desenvolvem em torno de áreas compactadas (Bengough; Mullins, 1990).
Como o local era uma pista de pouso desativada, mesmo após o preparo do solo, supôs-se que a compactação originada da sua construção interferiria no crescimento das árvores, conforme verificado para a área basal. O efeito negativo da resistência do solo à penetração sobre o crescimento de espécies florestais já foi constatado por diversos autores (Ferreira et al., 2016; Ferreira et al., 2007; Rocha et al., 2015), onde a massa de raiz e da parte aérea decresce à medida que se aumenta o grau de compactação (Rodrigues et al., 2022; Spliethoff et al., 2020).
Eriobotrya japonica (Thunb.) Lindl. apresentou maiores médias de DAP em maiores compactações, observações estas que desafiam o que tem sido relatado normalmente. Desse modo, supõe-se que para E. japonica outros fatores estão envolvidos neste comportamento, pois esta espécie é sensível a camadas compactadas do solo, que causam fraco crescimento, má ancoragem da árvore, estresse hídrico e problemas fitossanitários (Polat; Mitra, 2022).
A resistência do solo à penetração na camada de 0-20 cm influenciou negativamente a área basal, ou seja, quanto maior a compactação do solo nesta camada, menor foi a ocupação do povoamento, corroborando a hipótese considerada.
As espécies que se destacaram no crescimento tanto em altura, quanto em diâmetro, exceto Syzygium cumini (L.) Skeels, pertencem à família Fabaceae. A predominância de árvores atrativas para a fauna e nativas da região indicam que a sucessão florestal ocorrerá de forma satisfatória.
A maioria dos indivíduos inventariados é oriunda de espécies utilizadas no plantio, e grande parte das espécies com os maiores valores de importância pertencem ao grupo ecológico das pioneiras. Dessa forma, essas observações permitem constatar que aos 17 anos de plantio o povoamento ainda se encontra nos estágios iniciais da sucessão florestal.
O uso de espécies exóticas que não se tornem infestantes consorciados com nativas pode trazer retorno econômico para o produtor rural, já que a restauração florestal é uma atividade que demanda quantidade considerável de recursos financeiros.
As espécies exóticas ou nativas podem desempenhar esse papel de espécie pioneira comercial, funcionando como plantas de retorno econômico nas áreas de restauração e, além da madeira, podem fornecer outros produtos madeireiros e não-madeireiros.
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Contribuição de autoria
1 – Wendy Carniello Ferreira
Universidade Federal de Jataí, Engenheiro Agrônomo, Doutor em Engenharia Florestal
https://orcid.org/0000-0002-0068-5084 • wendy@ufj.edu.br
Contribuição: realização das atividades de campo, escrita científica, análises dos dados, correção final.
2 – Robson Schaff Corrêa
Universidade Federal de Jataí, Engenheiro Florestal, Doutor em Engenharia Florestal
https://orcid.org/0000-0002-3563-4121 • correa@ufj.edu.br
Contribuição: escrita científica, análises dos dados, correção final.
3 – Danival Vieira de Freitas
Universidade Federal de Jataí, Engenheiro Florestal, Doutor em Biotecnologia
https://orcid.org/0000-0001-8975-4615 • dfreitas@ufj.edu.br
Contribuição: escrita científica, análises dos dados, correção final.
4 – Soraya Alvarenga Botelho
Universidade Federal de Lavras, Engenheira Florestal, Doutora em Engenharia Florestal
https://orcid.org/0000-0003-4178-465X • sbotelho@ufla.br
Contribuição: orientação, escrita científica, análises dos dados, correção final.
Como citar este artigo
FERREIRA, W. C.; CORRÊA, R. S.; FREITAS, D. V.; BOTELHO, S. A. Reflorestamento misto com espécies nativas e exóticas em área degradada. Revista Ecologia e Nutrição Florestal, Santa Maria, v. 12, e85886, 2024. DOI 10.5902/2316980X85886. Disponível em: https://doi.org/10.5902/2316980X85886. Acesso em: dia mês abreviado. ano.