Formas de conhecer em Educação Especial: mal-estar, discurso médico e vida ordinária na escola

Autores

  • André Luís de Souza Lima Universidade Federal do Rio Grande do Sul https://orcid.org/0000-0002-5144-714X
  • Carla Karnoppi Vasques Universidade Federal do Rio Grande do Sul https://orcid.org/0000-0002-3284-8749

DOI:

https://doi.org/10.5902/1984686X30118

Palavras-chave:

Educação especial, Formação de Professores, Conhecimento.

Resumo

Este artigo busca questionar a pertinência e a premência do discurso médico em relação ao trabalho em sala de aula, propondo a discussão de seus efeitos e aventando uma alternativa epistêmica e discursiva fundamentada em uma experiência de formação em nível de extensão universitária. Como ponto de partida, o reconhecimento de um mal-estar evidenciado pelas queixas de angústia, desamparo e despreparo ante as demandas por ação pedagógica segundo uma epistemologia naturalista e reducionista. Escapar ao reducionismo do pensamento naturalista, do qual participa o ideal médico, pode passar por outra forma de construir conhecimento em educação e pelo fortalecimento da figura do professor, reafirmando seu protagonismo em assuntos pedagógicos e tomando o espaço educacional como manifesto na complexidade da vida e da linguagem ordinárias, incluindo suas manifestações ilógicas. São diferentes posições enunciativas que imprimem percursos escolares também diversos, cifrando destinos distintos para o conhecimento produzido em educação especial, bem como para alunos, escolas e professores.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

André Luís de Souza Lima, Universidade Federal do Rio Grande do Sul https://orcid.org/0000-0002-5144-714X

Licenciado em filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Mestrando em educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da mesma universidade.

Carla Karnoppi Vasques, Universidade Federal do Rio Grande do Sul https://orcid.org/0000-0002-3284-8749

Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação/UFRGS. Doutora em educação pela mesma universidade.

Referências

ALMEIDA, J. J. R. L. Algumas Considerações Filosóficas Sobre Delírio e Alucinação no DSM-IV. In: AIRES, S.; RIBEIRO, C. Ensaios de Filosofia e Psicanálise. Campinas: Mercado de Letras, 2008. p. 251-268. Disponivel em: <http://www.psicanaliseefilosofia.com.br/textos/dsm_iv.pdf>. Acesso em: 2 março 2017.

APA. AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnóstico e estatísticos de transtornos mentais. 5ª. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.

BIRMAN, J. Estilo e modernidade em psicanálise. São Paulo: Ed. 34, 1997.

CLAVREUL, J. A ordem médica: poder e impotência do discurso médico. São Paulo: Brasiliense, 1983.

KIM, J. Fisicismo. Crítica na rede, 9 março 2006. Disponivel em: <http://criticanarede.com/fisicismo.html>. Acesso em: 17 junho 2017. Artigo traduzido por Vitor Guerreiro.

MOSCHEN, S. Z.; GURSKI, R.; VASQUES, C. K. De jogos, profanações e gambiarras – por uma educação especial subversiva. Educação, Porto Alegre, v. 38, n. 2, p. 203-211, maio-ago 2015.

MUSIL, R. O homem sem qualidades. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 2006.

PEREC, G. A vida modo de usar: romances. São Paulo: Companhia das Letras. 2009.

PEREC, G. Aproximações do quê? Alea. v. 12, n. 1, jan-jun 2010. p. 178-180.

SKRTIC, T. La crisis en el conocimiento de la educación especial: una perspectiva sobre la pespectiva. In: FRANKLIN, B. Interpretación de la discapacidad: teoría e historia de la educación especial. Barcelona: Pomares-Corredor, 1996. p. 35-72.

TORRES, J. C. B. Atualidade da filosofia. In: REIS, R. R. D.; FAGGION, A. Um filósofo e a multiplicidade de dizeres: homenagem aos 70 anos de vida e 40 de Brasil de Zeljko Loparic. Campinas: UNICAMP - CLE, v. 57, 2010. p. 19-44.

ULLRICH, W. O outro na educação especial: uma abordagem pela lente do reconhecimento. Dissertação (Mestrado em Educação) – Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2016.

VOLTOLINI, R. Miséria ética na educação inclusiva: por uma inclusão política mais do que social. Educação, Porto Alegre, v. 38, n. 2, p. 222-229, maio-ago 2015.

WITTGENSTEIN, L. Livro Azul. Tradução de Jorge Mendes. Lisboa: Edições 70, 1958.

WITTGENSTEIN, L. Investigações filosóficas. Tradução de José Carlos Bruni. São Paulo: Abril Cultural, 1979.

Downloads

Publicado

2018-08-14

Como Citar

Lima, A. L. de S., & Vasques, C. K. (2018). Formas de conhecer em Educação Especial: mal-estar, discurso médico e vida ordinária na escola. Revista Educação Especial, 31(62), 617–630. https://doi.org/10.5902/1984686X30118

Edição

Seção

Artigos – Demanda contínua

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.