Trajetórias de egressos do curso de mestrado em Educação Especial no George Peabody College for Teachers

Trajectories of graduates of the Master's in Special Education at George Peabody College for Teachers

Trayectorias de los egresados ​​de la Maestría en Educación Especial de George Peabody College for Teachers

 

Getsemane de Freitas Batista

Secretaria Municipal de Educação de Duque de Caxias, Duque de Caxias, RJ, Brasil.

getsemanedoutorado@gmail.com

 

Jefferson da Costa Soares

Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Gávea, RJ, Brasil.

jefics@puc-rio.br

 

 

Recebido em 17 de fevereiro de 2025

Aprovado em 22 de maio de 2025

         Publicado em 01 de julho de 2025

 

 

 

RESUMO

No artigo, analisamos as trajetórias de egressos do mestrado em Educação Especial, realizado nos anos 1970, no George Peabody College for Teachers, nos Estados Unidos. A metodologia da pesquisa consistiu na análise documental de fontes como a legislação da época e dos Currículos Lattes dos egressos, com vistas a identificá-los, compreender a construção de suas trajetórias, bem como os desdobramentos dessa formação em suas atuações profissionais. Foram realizadas, também, entrevistas com os egressos, com a finalidade de cruzar as fontes e estabelecer um diálogo com autores do campo da Educação Especial brasileira. Dentre os principais resultados, mostramos que os egressos contribuíram significativamente para o campo da Educação Especial no Brasil, não apenas atuando no ensino e na pesquisa na área, mas fundando espaços importantes para o campo, como o GT-15 da ANPEd, a Associação Brasileira de Pesquisadores em Educação Especial e a Revista Brasileira de Educação Especial.

Palavras-chave: História da Educação Especial brasileira; Formação de Professores; George Peabody College for Teachers; Trajetórias.

 

 

ABSTRACT

In this article, we analyze the trajectories of graduates of the master's degree program in special education held in the 1970s at George Peabody College for Teachers in the United States. The research methodology consisted of documentary analysis of sources such as the legislation of the time and the Lattes CVs of the graduates, with a view to identifying them, understanding the construction of their trajectories, as well as the consequences of this training in their professional activies . Interviews were also conducted with the graduates, with the purpose of  cross-reference the sources and establishing a dialog with authors from the field of Brazilian Special Education. Among the main results, we found that the graduates made a significant contribution to the field of Special Education in Brazil, not only by working in teaching and research in the area, but alvo by founding important spaces for the field, such as ANPEd's WG-15, the Brazilian Association of Special Education Researchers and the Brazilian Journal of Special Education.

Keywords: History of Brazilian Special Education; Teacher Training; George Peabody College for Teachers; Trajectories.

 

 

RESUMEN

En este artículo, analizamos las trayectorias de los egresados de la maestría en Educación Especial, realizada en la década de 1970 en el George Peabody College for Teachers, en Estados Unidos. La metodología de investigación consistió em el análisis documental de fuentes como la legislación de la época y los currículos de los egresados, con el fin de identificarlos, comprender la construcción de sus trayectorias, así como las consecuencias de esta formación em sus actividades profesionales. También se realizaron entrevistas con los graduados, com el objetivo de  cruzar fuentes y estabelecer um diálogo con autores del campo de la Educación Especial brasileña. Entre los principales resultados, encontramos que los graduados hicieron una contribución significativa al campo de la Educación Especial en Brasil, no sólo trabajando en la enseñanza y la investigación en el área, sino también fundando espacios importantes para el campo, como el GT-15 de la ANPEd, la Asociación Brasileña de Investigadores en Educación Especial y la Revista Brasileña de Educación Especial.

Palabras clave: Historia de la Educación Especial Brasileña; Formación de profesores; George Peabody College for Teachers; Trayectorias.

 

 

Introdução

 

          Na década de 1970, ocorreram mudanças significativas nas políticas de Educação Especial em todo o mundo. Em decorrência das promulgações feitas pela Organização das Nações Unidas (ONU), nesta década, o conceito de “direitos humanos para deficiência” seria difundido internacionalmente, marcando “[...] o surgimento de uma nova forma de enxergar a deficiência” (Madureira, 2018, p. 55); sendo crucial para a história da Educação Especial nas décadas posteriores, em especial pela instituição do ano de 1981 como o Ano Internacional das Pessoas Deficientes (Madureira, 2018).

          Nos Estados Unidos da América (EUA), em 1975, foi garantido o acesso à educação pública para todas as crianças, independentemente de suas condições. Em decorrência desta garantia, houve o incentivo e apoio do poder público para treinamento de professores e especialistas em Educação Especial, para investigações de condições incapacitantes e das necessidades de serviços para o grupo de estudantes público da Educação Especial (Keogh, 2007). Outras leis continuaram a expandir os direitos educacionais dos estudantes com deficiência no contexto estadunidense (United States of America, 1986, 1990, 1997).

          Os estudos sobre deficiência, surgidos nos EUA e no Reino Unido nesta década de 1970, impactaram as discussões sobre a deficiência em dois aspectos: primeiro, por terem contestado a hegemonia das explicações puramente biológicas para a deficiência; segundo, ao trazer para o campo das humanidades os debates que envolvem a deficiência (Diniz, 2010).

A compreensão da deficiência na perspectiva dos direitos humanos passou a definir a garantia de espaços acessíveis e a eliminação de barreiras a todos os corpos com algum impedimento, indo além, portanto, do acesso a bens e serviços médicos da perspectiva biológica da compreensão da deficiência (Diniz; Barbosa; Santos, 2009, p. 74).

 

No Brasil, a década de 1970 é considerada o período da institucionalização da Educação Especial, segundo Mendes (2010, p. 99), “devido ao aumento no número de textos legislativos, das associações, dos estabelecimentos, do financiamento e do envolvimento das instâncias públicas na questão”. Cabe destacar que nesse contexto foi criado o Centro Nacional de Educação Especial (Cenesp), órgão ligado diretamente ao Ministério de Educação e Cultura, com a incumbência de gerir a política de atendimento nacional da Educação Especial e responsável pela definição de diretrizes, prioridades, estratégias, metas e projetos para a Educação Especial (Brasil, 1974; Pamplona, 1973).

 

Dentre as metas traçadas para a atuação do Cenesp, a formação de recursos humanos (docentes e técnicos) foi colocada como prioritária, tendo em vista a insuficiência de professores especializados e especialistas e com o objetivo da expansão e da melhoria do atendimento na área da Educação Especial (Brasil, 1974). Somado a isso, havia o interesse das autoridades brasileiras em “treinar pessoal docente especializado para universidades, a fim de possibilitar a criação de cursos de graduação na área da Educação Especial” (Brasil, 1976, p. 21).

Ainda na década de 1970, em decorrência do Parecer nº 295/1969 do Conselho Federal de Educação, a formação docente para Educação Especial foi estendida para o nível superior, com a criação de habilitações específicas para a Educação Especial, como por exemplo, a Habilitação de Educador de Excepcionais na graduação em Pedagogia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), iniciada em 1971 (Autran; Loureiro, 2010).

Tendo em vista as significativas mudanças ocorridas na história da Educação Especial, conforme explicitado anteriormente, este artigo apresenta como tema a formação de professores para a Educação Especial brasileira, a partir da análise das trajetórias dos egressos brasileiros do curso de mestrado realizado no George Peabody College for Teachers (EUA), no final dos anos 1970.

A investigação que fundamenta este artigo partiu das seguintes questões: Quem são os egressos? Como construíram suas trajetórias após o curso? Como contribuíram para a constituição e consolidação da Educação Especial brasileira enquanto área interdisciplinar de pesquisa e campo acadêmico?

O estudo apresenta um caráter historiográfico e, em decorrência desta característica, trabalhamos com as questões pertinentes ao conhecimento produzido pelo fazer do historiador/pesquisador. Torna-se, portanto, necessário pontuar que a análise está diretamente relacionada com as fontes e os recortes temático, temporal e espacial definidos (Bloch, 2002; Ferreira; Franco, 2013).

Pesquisar envolve um processo em construção e exige uma postura crítica do pesquisador, no qual este necessita conhecer fontes semelhantes, ter efetuado leituras sobre o assunto e ser capaz de dominar as possibilidades presentes nos documentos. Devido à seleção das fontes e formas de análises feitas pelo pesquisador, é necessário compreender que o resultado de uma pesquisa é um discurso produzido por este sujeito. Neste caso, o pesquisador não efetua o resgate pleno dos episódios analisados, mas produz uma leitura dos mesmos com base nas fontes e na forma de análise (Ferreira; Franco, 2013). Compreendemos, portanto, a História como construção (Bédarida, 2006).

          Quanto ao trabalho com as fontes, é de competência do pesquisador a interpretação, a problematização, a formulação de hipóteses e explicações para “Oferecer ao seu leitor não apenas estes vislumbres do passado, mas também uma interpretação sobre o mesmo conforme um olhar de nosso tempo e os recursos de uma ciência historiográfica […]” (Barros, 2020, p. 4).

          O que estamos a sinalizar para o leitor é que a construção histórica apresentada neste artigo, sobre a análise da formação de professores para Educação Especial brasileira, é compreendida como um discurso produzido, uma interpretação do passado, a partir das fontes encontradas e selecionadas, dos recortes delimitados e das questões norteadoras. Desta forma, não há objetividade absoluta e nem resgate do passado, mas uma construção baseada nas escolhas dentre as possibilidades existentes.

          Trabalhamos com a “Educação Especial” compreendida como “área interdisciplinar de pesquisa”, a partir da perspectiva de Pletsch (2020), e pensamos o “campo acadêmico” da Educação Especial brasileira com base nas ponderações de Casagrande (2020). Enquanto “área interdisciplinar de pesquisa”, é possível analisar a História da Educação Especial e de seus agentes — no caso deste artigo, os egressos — como forma de evidenciar as contribuições desses profissionais para a constituição e consolidação do segmento como campo de pesquisa.

          Casagrande (2020) afirma que a constituição do “campo acadêmico” da Educação Especial brasileira foi estabelecida a partir da formação de recursos humanos e da produção de bens acadêmicos próprios. Seus apontamentos reforçam nosso questionamento sobre quem são esses profissionais egressos da formação no George Peabody College for Teachers. Assim como serviu de base para questionar em que medida tais docentes foram importantes para a constituição da Educação Especial brasileira, na produção e circulação de bens acadêmicos específicos desta área.

          Para apresentar os dados relativos aos sujeitos da pesquisa, consideramos a trajetória profissional dos egressos, com ênfase em como construíram as carreiras após a formação de mestrado no George Peabody College for Teachers. Além disso, analisamos a participação destes sujeitos em marcos relevantes para a História da Educação Especial brasileira, como a criação do grupo de trabalho (GT) 15 - Educação Especial da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd), da Associação Brasileira de Pesquisadores em Educação Especial (ABPEE), da Revista Brasileira de Educação Especial (RBEE) e de Programas de Pós-Graduação.

 

Metodologia

A pesquisa realizada apresenta abordagem qualitativa (Bogdan; Biklen, 1994; Ludke; André, 1986), centrada no processo histórico (Ferreira; Franco, 2013). Os dados foram obtidos a partir das entrevistas, da pesquisa documental e do levantamento bibliográfico.

As ações foram sistematizadas com base na metodologia da história oral. O “conjunto de procedimentos” que compõe essa abordagem é composto pela seleção dos entrevistados, escolha do tipo de entrevista, entrevista (local, atitude do pesquisador frente ao entrevistado), transcrição e tratamento. A fonte produzida pela história oral é resultado da interação direta entre entrevistado e entrevistador (a entrevista) somada ao tratamento das informações (organização dos dados) - (Alcázar i Garrido, 1993; Matos; Senna, 2011; Meihy; Holanda, 2020; Selau, 2004; Thompson, 1992).

Os entrevistados são brasileiros egressos do mestrado do George Peabody College for Teachers, nos anos finais da década de 1970. Das 14 pessoas egressas identificadas, foram realizadas entrevistas individuais com 4 delas, mediante autorização para divulgação de seus nomes. As entrevistas ocorreram por meio de plataforma de videoconferência, devido às restrições do período da pandemia de Covid-19. Os sujeitos da pesquisa foram considerados “participantes” do estudo com base em Manzini (2020, p. 27), que afirma: “Parece ser preferível adotar uma postura de que o entrevistado é um participante da pesquisa e sem a sua participação não há pesquisa”.

A entrevista utilizada foi do tipo semiestruturada, a partir do roteiro que abordou aspectos da trajetória profissional dos participantes e do mestrado realizado. As questões contemplavam temas como o processo seletivo, o financiamento do curso, a formação e a avaliação dos desdobramentos dessa experiência nas respectivas carreiras, de modo a possibilitar a análise da repercussão para a história da Educação Especial no Brasil.

Todo o processo de contato com os participantes foi feito via correio eletrônico: a) envio dos convites para a participação como entrevistado e explicação do objetivo da pesquisa; b) ciência e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE); c) agendamento de dia e horário para realização da entrevista; d) link para acesso à plataforma online que permite executar videoconferências.

As entrevistas foram cruzadas com outras fontes utilizadas no estudo, tais como: bibliografia, documentos e currículos da Plataforma Lattes - procedimento que permitiu a complementaridade das informações relatadas e, por conseguinte, o preenchimento de lacunas durante as análises.

Os egressos entrevistados foram Leila Regina D’Oliveira de Paula Nunes, Francisco de Paula Nunes Sobrinho, Maria Cecília Carareto Ferreira e Verena Pamela Seidl Kadlec. Dos 14 egressos, cinco são falecidos: Vera Margarida Moscoso Araújo, Maria José Figueira de Saboya, Sylvia Regina Piva, Ernani Vidon e Leila Nunes. A professora Ilza Maria Ferreira Pinto Autran foi entrevistada para validação do roteiro.

Informações adicionais a respeito dos egressos foram obtidas também pelo levantamento realizado na Plataforma Lattes, por contatos via correio eletrônico com instituições de origem dos egressos, em páginas oficiais dessas instituições; bem como em documentos de acesso público disponíveis em sites e home pages, no Arquivo Central da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e na Plataforma Jusbrasil.

A pesquisa realizada na Plataforma Lattes foi fundamental para identificar dados a respeito da atuação, cargos, produção bibliográfica e linhas de pesquisa. Contudo, chamamos atenção para algumas fragilidades encontradas na consulta nessa Plataforma: a) o preenchimento é individual. Com isso, embora exista um formato padronizado, os dados são alocados de maneira subjetiva; b) nem todos os dados da trajetória profissional são informados; c) atividades realizadas em coautoria ou em grupo podem ser registradas de maneiras distintas, dificultando a análise; d) em alguns casos, os currículos estão desatualizados, o que compromete a exatidão das informações.

 

Resultados e discussão

A instituição formadora e o curso

          Os egressos cujas trajetórias são apresentadas no artigo realizaram a formação de mestrado no George Peabody College for Teachers, no final da década de 1970. Trata-se de uma instituição reconhecida na formação docente desde o final do século XIX (Parker; Parker, 2017).

O programa de mestrado em Educação Especial do George Peabody College for Teachers era completado pela formação em uma das seguintes áreas de ênfase: gifted (superdotação), retarded (retardo)[1], behavior disorders (distúrbios de comportamento), vision (visão), deaf-blind/multi-handicapped (surdo-cegueira/múltiplas deficiências), hering (audição), learning disabilities (dificuldades de aprendizagem) - (George Peabody College for Teachers, 1970).

O curso contava com disciplinas introdutórias, disciplinas nas áreas específicas e disciplinas de atividades práticas, fornecendo uma formação ampla a respeito da Educação Especial com o aprofundamento na área de ênfase somado a atividades práticas. A duração do curso foi de um ano.

A análise do histórico acadêmico da egressa Verena Pamela Seidl Kadlec permitiu comprovar a formação com 50% de atividades de caráter teórico-prático, com aporte teórico amplo das questões relacionadas à Educação Especial e especificidades da área escolhida pela cursista. Esses dados também foram confirmados na entrevista da professora Maria Cecília Carareto.

O curso foi financiado integralmente pelo governo brasileiro, incluindo a concessão de bolsas de estudo que permitiram o custeio de despesas com aluguel de apartamento, alimentação e compras de materiais didáticos. As taxas escolares eram pagas à parte pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Com base nas características apresentadas pelo curso de mestrado realizado no George Peabody College for Teachers pelos egressos, é possível afirmar que a formação correspondia ao perfil profissional proposto nos documentos oficiais para a Educação Especial brasileira na década de 1970, isto é: o docente com a titulação de mestre e com conhecimentos teórico-práticos para a docência no nível superior, com objetivo de formar outros profissionais para atuação nas instituições educacionais e nas secretarias de educação (Brasil, 1974, 1976).

 

Egressos e suas trajetórias antes do mestrado

Dentre os 14 egressos, havia profissionais oriundos de instituições públicas de ensino, representantes de secretarias de educação e estudantes de graduação em Pedagogia. Abaixo, identificamos cada egresso e seu agrupamento.

a)            Grupo 1: docentes de instituições públicas de ensino — Maria Cecília Carareto Ferreira, Julio Romero Ferreira, Leila Regina D’Oliveira de Paula Nunes, Francisco de Paula Nunes Sobrinho, Gleide Peixoto, Neide Magalhães, Ernani Vidon;

b)            Grupo 2: representantes de secretarias de educação — Maria José Figueira de Saboya, Graça Valadares, Sylvia Regina Piva, Maria Conceição Dianese, Maria do Carmo Menicucci de Oliveira;

c)            Grupo 3: estudantes de graduação em Pedagogia de instituição privada — Verena Pamela Seidl Kadlec e Vera Margarida Moscoso.

A vinculação de duas egressas a uma instituição privada, a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), é explicada a partir de duas colocações: a primeira diz respeito à prerrogativa da formação para os quadros da burocracia estatal; a segunda está relacionada com o lugar de prestígio da PUC-Rio com o Cenesp. Essas considerações foram confirmadas na entrevista da professora Ilza Maria Ferreira Pinto Autran.

Portanto, como era prioritária a destinação de bolsas de estudo para instituições públicas, foram contemplados docentes de instituições públicas com vistas à formação de um quadro de professores para atuação na área da Educação Especial nas universidades e representantes de secretarias de educação para a constituição de setores de Educação Especial nas secretarias de educação.

No quadro 1 estão sintetizadas as informações quanto à titulação, atuação e à área de formação no mestrado dos egressos do grupo 1.

Quadro 1: Currículo dos egressos vinculados às instituições públicas de ensino

Nome

Formação Nível Superior /Instituição/Ano

Cargo/Instituição de atuação /Período

Área de formação no mestrado/Ano

Maria Cecília Carareto Ferreira

Psicologia (Bacharelado) /

Universidade de Brasília (UnB) / 1970

 

Psicologia / UnB / 1971

Professora Colaboradora

/ UnB / 1971 a 1975

Dificuldade de Aprendizagem     / 1977

Julio Romero Ferreira

 

Psicologia (Graduação) /

UnB / 1971

Professor Colaborador / UnB / 1970 a 1977

“Retardo Mental” / 1977

Leila Regina Nunes

Psicologia (Bacharelado) / Universidade do Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) / 1969

Formação de Psicólogo /

(UFRJ) / 1970

Professora Auxiliar / Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) / 1971 a 1977

“Deficiência Mental” / 1977

Francisco de Paula Nunes Sobrinho

Psicologia (Bacharelado) /

(UFRJ) / 1968

 

Formação de Psicólogo /

(UFRJ) / 1969

Professor Adjunto IV /

UFSCar / 1971 a 1977

Distúrbios de

Conduta / 1977

 

Ernani Vidon

Letras Anglo-Germânicas (Licenciatura) / Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Antigo Distrito Federal / 1957

Professor e Assistente da Direção-Geral / Instituto Benjamin Constant

Deficiência Visual / 1977

Fonte: Elaborado pelos autores com base nos currículos dos egressos.

 

Maria Cecília Carareto Ferreira e Julio Romero Ferreira eram professores colaboradores na Universidade de Brasília (UnB), ambos atuando no Departamento de Psicologia da instituição com disciplinas ligadas a essa área do conhecimento. Maria Cecília Ferreira também atuou em cargos de gestão neste mesmo Departamento. Segundo a entrevista concedida por Maria Cecília, o convite para o ingresso no mestrado foi em decorrência de sua experiência nas atividades desenvolvidas junto à Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae).

Leila Regina Nunes era professora auxiliar de Ensino, no curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), ministrando disciplinas ligadas à área da Psicologia. No Departamento de Psicologia da UFSCar, atuou na seleção de pessoal, orientação vocacional e nas seguintes linhas de pesquisa: “Desenvolvimento da linguagem funcional em crianças de creches” e “Prevenção da Excepcionalidade: intervenção psicoeducacional com mães de adolescentes e seus bebês de alto risco”. Professora Leila Nunes também possuía experiência na Educação Especial, antes mesmo da atuação na UFSCar, tendo em vista ter sido professora primária do antigo estado da Guanabara, atuando em classe especial.

Francisco Nunes, como professor adjunto IV, também atuou no Departamento de Psicologia da UFSCar, com disciplinas ligadas à Psicologia, no recrutamento e seleção de pessoal e nas linhas de pesquisa “Educação Especial” e “Ergonomia”.

De acordo com o relato da professora Leila Nunes na entrevista, havia na UFSCar, na década de 1970, a exigência da formação em nível de mestrado para os professores da instituição. Sendo assim, no caso de Leila Nunes, a busca pelo mestrado foi uma forma de atender à exigência da instituição na qual atuava. Leila Nunes também pontuou que a experiência profissional na área da Educação Especial foi colocada como um requisito por parte de quem efetuou a entrevista e indicou o mestrado no George Peabody College for Teachers.

 

Devido ao fato de serem os quatro egressos professores de instituições públicas de ensino superior, consideramos os mesmos como profissionais que correspondiam ao objetivo proposto para o Projeto de Capacitação de Recursos Humanos, elencado como prioritário para a Educação Especial na década de 1970, quanto à formação de um quadro docente para universidades na área da Educação Especial, com objetivo de formar outros profissionais para atuação na mesma área (Brasil 1974, 1976).

O professor Ernani Vidon iniciou os estudos no Instituto Benjamin Constant (IBC) na década de 1940 e, em 1950, cursou o clássico no Colégio Mallet Soares, através do convênio com o IBC, em uma experiência de inserção de estudantes com deficiência visual em classes regulares. A participação de Ernani Vidon no mestrado em Educação Especial no George Peabody provavelmente estava relacionada com sua filiação ao IBC, instituição pública que desde 1854 mantém uma tradição na escolarização de pessoas com deficiência visual no Brasil.

Quanto às egressas Gleide Peixoto e Neide Magalhães que, segundo o levantamento realizado, eram representantes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), respectivamente, não obtivemos dados que permitissem elencar suas trajetórias profissionais antes da realização do mestrado no George Peabody.

Relativo ao segundo grupo, formado pelas egressas representantes de secretarias de educação, foram mapeadas as trajetórias de Sylvia Regina Piva e de Maria do Carmo Menicucci de Oliveira.  No quadro 2, apresentamos as informações quanto à formação acadêmica, cargo/função e área de formação no mestrado.

De acordo com dados de seu currículo, Sylvia Regina Piva foi indicada pelo Cenesp para a realização do mestrado nos EUA, em março de 1976. No período de maio de 1976 a agosto de 1977, esteve afastada para a realização do referido curso, concluído na área de ênfase de dificuldade de aprendizagem. Assim que retornou ao Brasil, reassumiu as funções como psicóloga no Centro de Atendimento ao Educando (CAE) do Grupo Escolar Rio Branco.

Segundo os dados do currículo de Sylvia Regina Piva, na seção de Diretrizes Técnicas da Divisão de Educação Especial do Departamento de Educação do estado do Rio Grande do Sul, a docente atuou como assessora da direção em atividades de planejamento, acompanhamento e avaliação de projetos da Educação Especial. Também ministrou disciplinas ligadas à Psicologia para cursos de formação de professores para classes especiais.

A trajetória de Sylvia Regina Piva também foi marcada por participações em eventos e publicações com a temática da Educação Especial. Portanto, uma profissional que iniciou sua carreira na docência e agregou a experiência na gestão com as funções desenvolvidas no setor próprio da Educação Especial da Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul.

Como representante da Secretaria de Educação de Minas Gerais, Maria do Carmo Menicucci de Oliveira concluiu o mestrado no George Peabody College for Teachers no ano de 1977, com o título do trabalho final Individualizing Instruction Procedure for Handicapped. Inferimos ter sido a sua participação como bolsista em decorrência de sua experiência profissional e de sua rede de relações estabelecidas através da Fazenda do Rosário, instituição de renome na história da Educação Especial brasileira.

As trajetórias de Sylvia Regina Piva e Maria do Carmo Menicucci sinalizam para duas profissionais com carreiras constituídas a partir da interseção entre a docência e a gestão em secretarias de educação, especificamente em setores da Educação Especial, portanto, profissionais com experiências na temática da Educação Especial.

Com relação às outras egressas, representantes de secretaria de educação, não obtivemos dados que permitissem evidenciar suas trajetórias profissionais antes da participação no mestrado em Educação Especial no George Peabody College for Teachers: Maria Conceição Dianese (Secretaria de Educação do Distrito Federal), Maria José Figueira de Saboya (Secretaria de Educação do Rio de Janeiro) e Graça Valadares (Secretaria de Educação de Pernambuco).

Quadro 2: Currículo de egressas vinculadas às secretarias de educação

Nome / Secretaria de

Educação de origem

Formação/Instituição/Ano

Cargo/Instituição de atuação

/Período

Sylvia Regina Piva /

Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul

Filosofia (Bacharelado) / Pontifícia Universidade Católica de São Paulo/ 1954

 

Filosofia (Licenciatura) /

Pontifícia Universidade Católica de Porto Alegre / 1955

 

Assistente de Psicologia

(pós-graduação) / Pontifícia

Universidade Católica do Rio

Grande do Sul / 1957-1958

 

Psicologia (pós-graduação) /

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul / 1957-1958

Professora Contratada / Superintendência do Ensino Primário do Rio Grande do Sul (RS) / 1959 – 1962

Funcionária / Serviço de Orientação e Educação Especial da Secretaria de Educação e Cultura do RS / 1962 –1963

Psicóloga / Seção de Diretrizes Técnicas da Divisão de Educação Especial do Departamento de Educação Primária da Secretaria de Educação e Cultura do RS / 1966

Chefe / Seção de Diretrizes Técnicas da Divisão de Educação Especial /Janeiro de 1967 a agosto de 1967

Funcionária / Seção de Diretrizes Técnicas da Divisão de Educação Especial / Agosto de 1967 a abril de 1970

Docente / Supervisão de Educação Especial (RS) / 1973

Psicóloga / Centro de Atendimento ao Educando do Grupo Escolar Rio Branco / 1975-1976.

Maria do Carmo

Menicucci de

Oliveira  /

Secretaria de

 Educação

de Minas Gerais

Pedagogia / Instituto de

Educação de Minas Gerais /

1973

 

Curso de Ensino Especial /

Fazenda do Rosário

 

Normal / Colégio Kemper /

1956

Professora / Escola Estadual de Educação Pré-Escolar Maria Goretti

 

Professora / Escola Colibri

 

Fonte: Elaborado pelos autores com base em Borges; Campos; Silva, 2020; Currículo de Sylvia Regina Piva (documento obtido junto ao Diretor do diretor do Departamento de Administração de Pessoal -  SUGESP/UFRGS); Currículo Lattes de Maria do Carmo Menicucci de Oliveira.

 

O terceiro grupo foi constituído por duas egressas, bolsistas a partir da vinculação com a PUC-Rio: Vera Margarida Moscoso de Araújo e Verena Pamela Seidl Kadlec - ambas graduadas em Pedagogia, com habilitação em Educação Especial (PUC/Rio, 1976). O mestrado no George Peabody College for Teachers foi concluído no ano de 1978. Verena Pamela Seidl Kadlec cursou o mestrado no período de agosto de 1977 a agosto de 1978, tendo como área de ênfase dificuldade de aprendizagem.

De acordo com os dados do currículo de Verena Pamela Seidl Kadlec, documento cedido pela egressa para compor a pesquisa, a sua trajetória profissional teve início em 1972, como professora de alfabetização em inglês, no Instituto Cultural Brasil-Inglaterra - St. Patrick's School, no Rio de Janeiro. No período de 1975 a 1977, foi docente de alfabetização em turmas de crianças com problemas de aprendizagem, na Escola Experimental Movimento.

Segundo sua entrevista, o contato inicial com a Educação Especial aconteceu no período da graduação e sua participação no mestrado foi em decorrência de seus rendimentos nos estudos na Pedagogia e de sua aproximação com o Cenesp, por meio da professora Olívia da Silva Pereira (na época, professora da PUC-Rio, assessora e coordenadora do Projeto Capacitação de Recursos Humanos do Cenesp).

As análises das trajetórias dos egressos antes da realização do curso de mestrado em Educação Especial do George Peabody College permitem indicar, de forma sintética, que eram profissionais formados em Psicologia ou Pedagogia, com exceção do professor Ernani Vidon, formado em Letras; atuavam como docentes e/ou na gestão; com experiências na área da Educação Especial.

 

Egressos e suas trajetórias após a formação do mestrado

Nesta parte do artigo, apresentamos resultados sobre as trajetórias dos egressos após a conclusão do mestrado em Educação Especial, buscando evidenciar suas atuações e como impactaram a história da Educação Especial brasileira. Iniciamos com as informações referentes às egressas do grupo 2, presentes no quadro 3.

Quadro 3: Trajetórias de egressas oriundas de secretarias de educação após o mestrado enquanto docentes

Nome

Cargo / Função

Disciplina

Curso

Instituição

Período

Maria José Figueira

de Saboya

Professora Contratada

Dado não identificado

Habilitação em Educação Especial (Pedagogia)

 

PUC-Rio

Década de 1980

Docente

Dado não identificado

Dado não identificado

Departamento de Psicologia / Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

1983 a 1995

Sylvia Regina Piva

 

Docente

Desenvolvimento Biopsicossocial do Deficiente I

Educação Especial

(Habilitação “Deficientes Mentais”)

PUC-RS

03/1978

Docente

Aspectos do Desenvolvimento Biopsicossocial da Criança (0-5 anos)

Extensão Universitária de Estimulação Precoce

PUC-RS

05/1978

a 07/1978

Maria do Carmo Menicucci de Oliveira

Docente

Dado não identificado

Pedagogia

Instituto de Educação de Minas Gerais

1983 a

1990

Docente

Educação Especial: aspectos filosóficos, históricos, institucionais e políticos

Pós-graduação lato sensu

Centro Universitário de Lavras

2000 a 2001

Docente

Políticas Públicas de Atenção à Pessoa com Deficiência

Pós-graduação Lato Sensu

Centro Universitário de Formiga – FUOM

2002 a 2004

Docente

Fundamentos de Educação Especial

Cursos de Educação Especial Inclusiva à distância

PUC- Minas Gerais

2003

a 2015

 

Fonte: Elaborada pelos autores com base em Autran e Loureiro (2010); Currículo de Sylvia Regina Piva (documento obtido junto ao Diretor do diretor do Departamento de Administração de Pessoal - SUGESP/UFRGS); Currículo Lattes de Maria do Carmo Menicucci.

 

Os cursos nos quais Sylvia Piva foi docente na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) foram ofertados pela instituição em convênio com o Cenesp. Pelo contato realizado com o Diretor do Departamento de Administração de Pessoal da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), foram obtidos dois documentos que sinalizam para a atuação de Sylvia Regina Piva na UFRGS, entretanto, não foi possível precisar qual local (departamento) e período de atuação de Sylvia Piva nesta universidade.

A trajetória de Maria do Carmo Menicucci de Oliveira apresenta alguns aspectos representativos de outras personagens da Educação Especial brasileira, como Helena Antipoff, Sarah Couto Cesar, Olívia da Silva Pereira e Dorina de Gouvêa Nowill, pois atuaram como docentes e em cargos de gestão, tanto em instituições públicas quanto privadas. Como gestora no âmbito público, Maria do Carmo Menicucci, após a realização do mestrado, desenvolveu atividades como Secretária Municipal Adjunta de Educação, da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (1990-1993), Presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente de Minas Gerais (1996-1997), Conselheira do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Minas Gerais (2004-2006), dentre outras ações.

A atuação docente das egressas oriundas das secretarias de educação, cujas trajetórias foram apresentadas, indica uma permanência na docência na Educação Especial no início da década de 1980. Quanto às duas egressas com vínculos com secretarias de educação, não obtivemos dados a respeito de suas trajetórias: Graça Valadares (Secretaria de Educação de Pernambuco) e Maria Conceição Dianese (Secretaria de Educação do Distrito Federal).

Retomamos aqui os dados das egressas vinculadas à PUC-Rio. Vera Margarida Moscoso Araújo, segundo informações obtidas a partir da entrevista da professora Ilza Maria Autran, faleceu prematuramente em decorrência de uma doença. A única informação obtida a respeito de sua trajetória profissional é sobre sua atuação como professora de Didática I do curso de História, Licenciatura e Bacharelado, da Universidade Estácio de Sá (Brasil, 1994).  Verena Pamela Seidl Kadlec atuou como docente no Ensino Superior e em outras atividades diretamente relacionadas com a Educação Especial, a partir de 1977, logo após, portanto, a sua conclusão do mestrado.

As análises do currículo de Verena Pamela Seidl Kadlec e de sua entrevista evidenciam uma trajetória que permite indicar uma ênfase na formação de recursos humanos para a Educação Especial brasileira, no final da década de 1970 e início dos anos 1980. Verena relatou que teve o pedido de concessão de bolsa para a realização do doutorado negado frente à justificativa da necessidade de formar profissionais no Brasil. Foi professora do Programa de Pós-Graduação em Educação, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), no período de 1980 a 1985, como docente da disciplina Métodos e Técnicas de Ensino para o Deficiente.

Quanto aos desdobramentos da conclusão do mestrado para a trajetória profissional de Verena Pamela Seidl, essa formação aponta para um impacto em sua trajetória, pois, com o título de mestre, atuou em universidades públicas e privadas, na graduação, na pós-graduação e na especialização, nos cargos de docente, coordenadora e consultora em Educação Especial.

Apresentamos, por fim, as análises das trajetórias dos egressos docentes de instituições públicas de ensino sintetizadas no quadro a seguir, a partir de suas formações após o mestrado e atuações.

Quadro 4: Trajetória profissional de docentes de instituições públicas após a titulação de mestre com ênfase em Educação Especial

Nome

Doutorado / Instituição / Ano

Cargo / Função

Instituição / Período

 

Maria Cecília Carareto Ferreira

 

Educação /

Unicamp / 1994

Docente

Universidade Metodista de Piracicaba / 1977-2007

Secretária Municipal de Educação

Prefeitura Municipal de Piracicaba (São Paulo) / 1978-1979

 

Vice-presidente

ABPEE /

1999 a 2003

Parecerista

RBEE

 

Julio Romero Ferreira

 

Educação /

Unicamp / 1989

Docente

UNICAMP / 1993-1996

Docente

UNIMEP /

1977-2006

Coordenador Programa de Pós-Graduação em Educação

UNIMEP /

1987-1990 e 1999-2000

Vice-Presidente

ABPEE / 1996 a 1998

Editor e conselheiro editorial

RBEE

 

Leila Regina d’Oliveira Nunes

 

Educação

Especial /

Vanderbilt University

/ 1985

 

 

Docente

UFSCar / 1977-1989

Professora Adjunta

UFRJ / 1989-1993

Professora

Universidade do Estado do Rio de Janeiro  (UERJ)/ 1993-2023

Presidente

ABPEE/ 1993-1995

Vice-presidente

ABPEE / 2010-2012

Membro do Corpo Editorial

RBEE

Revisora

RBEE

 

Francisco de Paula Nunes Sobrinho

 

Educação

Especial /

Vanderbilt University /

1985

Professor Adjunto IV

Universidade Federal de São Carlos / 1977-1991

Professor Adjunto

UFRJ / 1989-1992

Professor Titular

UERJ / 1997-2021

Vice-presidente

ABPEE

Parecerista

RBEE

Ernani Vidon

Dado não identificado

Docente

Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP)

Fonte: Elaborado pelos autores com base em São Paulo (1980) e nos Currículos Lattes dos egressos.

 

Ernani Vidon foi professor da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), no Campus de Marília, na Habilitação em Educação Especial, nas áreas de “Retardados Mentais” e “Deficientes Visuais”, do curso de Pedagogia; ministrou as disciplinas Fundamentos da Educação Especial e Braille (São Paulo, 1980). Devido à atuação na UNESP-Marília, assim que a Habilitação em Educação Especial foi implementada, em agosto de 1977, consideramos que a formação em Educação Especial no George Peabody College for Teachers impactou diretamente na trajetória profissional de Ernani Vidon, pois ocorreu a sua transferência do IBC para UNESP imediatamente após a titulação de mestre.

Nos casos dos professores Maria Cecília Carareto Ferreira e Julio Romero Ferreira, também ocorreram mudanças de instituições: da Universidade de Brasília (UnB) para a Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP). Nesta instituição, os dois professores constituíram suas trajetórias como docentes, desenvolvendo atividades de ensino, pesquisa, extensão e gestão; com orientações de trabalhos de conclusão de curso de graduação, mestrado e doutorado. Maria Cecília Carareto atuou na Especialização em Educação Especial, nas graduações em Pedagogia e Psicologia e na pós-graduação em Educação. Julio Romero esteve ligado à graduação em Pedagogia e na pós-graduação em Educação.

Assim como Ernani Vidon, Verena Pamela Seidl Kadlec e Maria José Figueira de Saboya, a professora Maria Cecília Carareto atuou em cursos de Especialização em Educação Especial, em dois períodos imediatamente após a conclusão do mestrado, ministrando as disciplinas Planejamento Educacional e Métodos e Técnicas do Ensino para Deficientes Mentais (1978-1981) e Desenvolvimento Humano e as Deficiências e Educação do Portador de Deficiência Mental (1987-1988). Consideramos esses cursos de Especialização em Educação Especial, no final da década de 1970 e na década de 1980, como exemplos de formação de profissionais para a Educação Especial que podem ser tema de outros estudos, com vistas à identificação de suas características para a história da Educação Especial brasileira.

Após a conclusão do mestrado no George Peabody College for Teachers, Leila Regina d’Oliveira Nunes e Francisco de Paula Nunes Sobrinho continuaram na docência no Ensino Superior em instituições públicas de ensino, atuando no ensino, pesquisa, extensão e gestão, na graduação e pós-graduação de três importantes universidades brasileiras: UFSCar, UFRJ e UERJ.

Em sua trajetória na graduação e pós-graduação, Francisco Nunes trabalhou prioritariamente com Psicologia, Educação Especial, Ergonomia, Metodologia de Pesquisa, tanto na Educação quanto na Psicologia.

Como professora e pesquisadora, Leila Regina d’Oliveira Nunes é reconhecida como nome importante no campo da Educação Especial brasileira por suas pesquisas, orientações de trabalhos (graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado), formação de profissionais, linhas de pesquisa e grupo de pesquisa (Lateca, 2023).

Os egressos Leila Regina d’Oliveira de Paula Nunes, Francisco de Paula Nunes Sobrinho, Julio Romero Ferreira e Maria Cecília Carareto Ferreira também contribuíram ativamente na constituição do GT 15 - Educação Especial da ANPEd, da RBEE e da ABPEE. Estes docentes compuseram o grupo dos sócios fundadores da ABPEE (Manzini; Corrêa; Silva, 2009; Pletsch et al., 2018), assim como estiveram presentes nos primeiros períodos de gestão da Associação e desenvolveram atividades na RBEE, conforme apresentado no Quadro 4.

Sinalizamos que esses três espaços, o GT 15 - Educação Especial da ANPEd, a ABPEE e a RBEE, são considerados marcos importantes na construção histórica da Educação Especial brasileira por contribuírem para a consolidação da mesma enquanto espaços de divulgação e representatividade científicas (Bueno, 2021; Casagrande, 2020; Ferreira; Bueno, 2011; Pletsch, 2020).

As análises das trajetórias dos egressos do mestrado no George Peabody College for Teachers apresentadas no artigo permitem considerar que esta formação teve o impacto de habilitá-los para o exercício da docência no Ensino Superior, a partir da titulação de mestres em Educação Especial.

Evidenciamos as contribuições dos egressos Leila Regina d’Oliveira Nunes, Francisco de Paula Nunes Sobrinho, Julio Romero Ferreira e Maria Cecília Carareto Ferreira na consolidação da Educação Especial brasileira, a partir do final da década de 1970, pelas atividades desenvolvidas na graduação e na pós-graduação, como docentes, gestores e pesquisadores na temática da Educação Especial; bem como suas participações na constituição, desenvolvimento e consolidação desta como “área interdisciplinar de pesquisa” e “campo acadêmico”.

Indicamos as contribuições dos egressos Ernani Vidon, Sylvia Regina Piva, Maria José Figueira de Saboya e Verena Pamela Seidl Kadlec na inserção da Educação Especial no Ensino Superior, por suas atuações como docentes em cursos de habilitação, graduação e mestrado, no período logo após a conclusão do mestrado no George Peabody College for Teachers.

 

Considerações Finais

A década de 1970 representa um período de mudanças significativas na Educação Especial em todo o mundo. No Brasil, foi criado o Cenesp como órgão responsável por gerir a política de atendimento na área da Educação Especial, e a formação de recursos humanos específica para este atendimento foi colocada como prioritária.

Uma das ações do governo brasileiro foi a disponibilização de bolsas de estudo no exterior para formação de mestres que pudessem participar da criação de cursos de pós-graduação para formação de pessoal qualificado para atuação na Educação Especial brasileira e nos setores específicos em secretarias de educação.

Neste artigo, analisamos trajetórias de egressos do curso de mestrado com ênfase em Educação Especial, financiado pelo governo brasileiro, no final da década de 1970, realizado no George Peabody College for Teachers. O curso foi realizado no período de um ano, com disciplinas teóricas e práticas, voltadas para as áreas de ênfase escolhidas pelo cursista.

Dos 14 egressos, 7 eram oriundos de instituições públicas de ensino, 5 atuavam em setores de Educação Especial de secretarias de educação e 2 pertenciam a uma instituição privada de ensino superior. Tinham formação superior inicial em Pedagogia, Psicologia e Letras; atuavam como docentes e/ou na gestão em Educação Especial.

 

Dessa forma, ao retomarmos as trajetórias dos egressos, foi possível compreender como a formação no mestrado foi estratégica para a consolidação da Educação Especial brasileira, sobretudo no nível superior, em um contexto de reorganização da Educação Especial no Brasil. As trajetórias analisadas demonstram que os sujeitos continuaram atuando na área, ocuparam lugares de destaque na constituição de espaços institucionais fundamentais para o desenvolvimento do campo e na produção acadêmica da área.

Assim, esse estudo contribui para a memória da Educação Especial brasileira e para o reconhecimento do papel desempenhado pelos sujeitos da pesquisa na construção e consolidação de uma área científica interdisciplinar, de um campo acadêmico qualificado.

 

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[1] Embora a palavra "retardo" não seja utilizada, atualmente, para designar um grupo específico da Educação Especial, o termo está presente neste texto por ser o nome utilizado na década de 1970 para tal designação.