Desafios e estratégias de letramento visual na educação de surdos: análise de vídeo didático

Challenges and strategies of visual literacy in deaf education: analysis of didactic video

Retos y estrategias de la alfabetización visual en la educación de sordos: análisis del video didáctico

 

Aline Sordi

Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP, Brasil

aly.sordi@gmail.com

Lara Ferreira dos Santos

Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP, Brasil

lfsantos@ufscar.br

 

Recebido em 12 de março de 2024

Aprovado em 27 de maio de 2024

Publicado em 24 de julho de 2024

 

RESUMO

O presente artigo visa apresentar e analisar os elementos presentes em um vídeo didático de geografia para crianças surdas da primeira etapa do ensino fundamental, e discutir se tais elementos podem favorecer o letramento visual. Trata-se de uma pesquisa exploratória, do tipo documental, e cujo objeto de estudo foi o canal “Sala 8”, da plataforma Youtube, elaborado por uma professora bilíngue de surdos e indicado ao Global Teacher Prize, Prêmio Nobel da Educação, em 2020. Para este artigo foi selecionado um vídeo da disciplina de geografia, intitulado “Zona Rural e Zona Urbana”, que é a produção que possui o maior número de acessos do canal. Nas análises foram considerados os seguintes aspectos: a) apresentar estratégias de letramento utilizadas pela professora; b) apontar aspectos que devem ser levados em consideração na criação de vídeos didáticos para surdos. As discussões foram embasadas em conceitos apresentados por estudiosos da área, como Santaella (2012), Taveira (2016) e Lebedeff (2010). Como resultados, destacam-se a qualidade e a problematização de aspectos relevantes, enfatizando a necessidade de conhecimentos linguísticos, tecnológicos e visuais na produção dos vídeos, bem como a importância do contexto e dos conhecimentos prévios dos alunos surdos. Espera-se que esse artigo possa instigar leituras aprofundadas e contribuir para a produção de vídeos didáticos mais adequados aos alunos surdos, promovendo de fato, um letramento visual.

 

Palavras-chave: Educação de Surdos; Vídeos Didáticos; Libras; Letramento Visual; Educação Especial.

 

ABSTRACT

The present article aims to present and analyze the elements present in a geography educational video for deaf children in the first stage of elementary education, and to discuss whether these elements can promote visual literacy. This is an exploratory, documentary-type research, and the object of study was the "Sala 8" channel on the YouTube platform, created by a bilingual deaf education teacher and nominated for the Global Teacher Prize, the Nobel Prize in Education, in 2020. For this article, a geography video titled "Rural Area and Urban Area" was selected, which is the most accessed production on the channel. The analyses considered the following aspects: a) presenting literacy strategies used by the teacher; b) pointing out aspects that should be taken into account in the creation of educational videos for the deaf. The discussions were based on concepts presented by scholars in the field, such as Santaella (2012), Taveira (2016), and Lebedeff (2010). As results, the quality and problematization of relevant aspects stand out, emphasizing the need for linguistic, technological, and visual knowledge in the production of the videos, as well as the importance of the context and prior knowledge of deaf students. It is hoped that this article can inspire further in-depth readings and contribute to the production of more appropriate educational videos for deaf students, effectively promoting visual literacy.

Keywords: Deaf Education; Didactic Videos; Visual Literacy; Brazilian Sign Language; Special Education.

 

RESUMEN

El presente artículo tiene como objetivo presentar y analizar los elementos presentes en un video didáctico de geografía para niños sordos de la primera etapa de la educación primaria, y discutir si dichos elementos pueden favorecer la alfabetización visual. Se trata de una investigación exploratoria, de tipo documental, cuyo objeto de estudio fue el canal “Sala 8”, de la plataforma YouTube, elaborado por una profesora bilingüe de sordos y nominado al Global Teacher Prize, Premio Nobel de la Educación, en 2020. Para este artículo se seleccionó un video de la asignatura de geografía, titulado “Zona Rural y Zona Urbana”, que es la producción con mayor número de accesos del canal. En los análisis se consideraron los siguientes aspectos: a) presentar estrategias de alfabetización utilizadas por la profesora; b) señalar aspectos que deben tenerse en cuenta en la creación de videos didácticos para sordos. Las discusiones se basaron en conceptos presentados por estudiosos del área, como Santaella (2012), Taveira (2016) y Lebedeff (2010). Como resultados, se destacan la calidad y la problematización de aspectos relevantes, enfatizando la necesidad de conocimientos lingüísticos, tecnológicos y visuales en la producción de los videos, así como la importancia del contexto y los conocimientos previos de los alumnos sordos. Se espera que este artículo pueda inspirar lecturas más profundas y contribuir a la producción de videos didácticos más adecuados para los alumnos sordos, promoviendo de hecho, una alfabetización visual.

Palabras clave: Educación para Sordos; Vídeos Didácticos; Literatura visual; Educación especial.

 

Introdução

O presente artigo se configura como um recorte de uma pesquisa de mestrado, e traz como tema central a presença do letramento visual na educação de alunos surdos, especialmente em vídeos didáticos produzidos para este público. Para tratar desta temática, cabe uma breve introdução sobre o que se propõe atualmente para a educação de surdos.

A Lei Nº 13.146 valida a educação inclusiva como um pilar essencial que tenta assegurar que todos os alunos, incluindo os surdos, tenham acesso equitativo à aprendizagem (Brasil, 2015). No entanto, muitas vezes, as abordagens educacionais tradicionais não conseguem satisfazer plenamente as necessidades linguísticas e cognitivas dos alunos surdos, o que pode resultar em dificuldades de aprendizagem e marginalização social. Deste modo, a educação bilíngue vem se mostrando o caminho mais adequado às necessidades de alunos surdos (Brasil, 2005; 2021), visto que considera a Língua Brasileira de Sinais - Libras - como língua de instrução e o português, na modalidade escrita, como segunda língua no processo de aprendizagem. Todavia, alguns aspectos devem ser considerados neste contexto bilíngue, conforme abordaremos a seguir.

A língua de sinais e a língua portuguesa constituem o sujeito surdo no que se refere ao desenvolvimento da linguagem. Entender de fato como isso se dá e utilizar conhecimentos prévios para então atingir um ensino efetivo faz parte do desafio de ensino ao sujeito surdo. Adaptação de material, planejamento com o professor, utilização do lúdico são algumas estratégias utilizadas para o desenvolvimento e aprendizado do aluno surdo (Lacerda; Santos, 2013).

O surdo, ao ter um primeiro contato com a língua de sinais, necessita de informações visuais para que consiga interagir e construir sentidos sobre determinada mensagem, ou seja, o letramento da pessoa surda está diretamente ligado às práticas visuais, porém, tais recursos não são utilizados com frequência nas escolas. Precisamos esclarecer aqui que o sistema de ensino atual não conta (em sua grande maioria) com profissionais que dominem ferramentas tecnológicas e digitais capazes de auxiliar na produção de materiais que contribuam para letramento visual, algo que intervenha na habilidade de ler, interpretar e entender informações apresentadas em imagens gráficas, o que para o aluno surdo, é de grande valia em seu desenvolvimento na construção de sentidos (Reily, 2003).

Uma das principais questões na educação de surdos é a forma como as informações são apresentadas e comunicadas. Compreendemos que a língua de sinais é a língua de conforto de pessoas surdas (Santiago; Andrade, 2013), ou seja, a língua que lhes dá condições de compreender o mundo de forma significativa, completa e acessível, não demandando esforços para seu aprendizado/aquisição. Por se tratar de uma língua que se produz no contexto da visualidade, ao referir-nos às questões educacionais, é necessário refletir sobre a adoção de estratégias educacionais que valorizem e promovam o letramento visual, favorecendo o acesso às informações por meio do canal que lhe é acessível. Nesse sentido, os vídeos didáticos se destacam como uma ferramenta poderosa para facilitar o acesso à informação e promover a aprendizagem dos surdos.

Diante dessa problemática, surge a necessidade de analisar e discutir o tipo de material educacional disponível nas redes e mídias, garantindo acessibilidade para os surdos. Além disso, é essencial compreender quais elementos um vídeo educacional deve conter para contribuir efetivamente para o desenvolvimento desses alunos. Deste modo, o presente artigo visa apresentar e analisar os elementos presentes em um vídeo didático de geografia para crianças surdas da primeira etapa do ensino fundamental, e discutir se tais elementos podem favorecer o letramento visual. Para tanto, será realizada uma breve explanação sobre o letramento visual e o uso de vídeos didáticos na educação de surdos.

 

Letramento visual e uso de vídeos didáticos na educação de surdos

Quando nos referimos à linguagem verbal, estamos dizendo que ela pode ser oral, escrita ou gestual, possibilitando que o sujeito tenha o pensamento de modo organizado, colocando aprendizados em prática e conseguindo externalizar ações e intenções (Vygotsky, 1997). Atentando-nos para a modalidade gestual, temos a língua de sinais, que normalmente é utilizada entre e com indivíduos surdos; essa língua utiliza os canais visual e espacial para estabelecer relações entre os sujeitos. Embora possua uma estrutura própria, ela não impede que o indivíduo consiga adquirir um conteúdo de qualquer nível de complexidade. A língua de sinais transmite ideias, vontades, acontecimentos ou desejos de forma completa.

Vygotsky acreditava que o desenvolvimento pleno do surdo só se daria através da língua oral, porém, posteriormente o autor percebeu que a língua oral se mostrava insuficiente no auxílio ao desenvolvimento intelectual dos surdos. Com a percepção de que a língua de sinais (chamada de mímica até então) e também a língua escrita poderiam ser uma alternativa eficaz para o desenvolvimento, afirma: “... a linguagem não está ligada necessariamente ao aparelho fonador, pode se realizar em outro sistema de signos, assim como a escrita pode ser transformada da forma visual na tátil." (Vygotsky, 1997, p.186).

Sobre o letramento visual, compreende-se que é a habilidade de entender e interpretar dados transmitidos através de elementos visuais, como imagens, gráficos, vídeos, entre outros recursos. Essa competência desempenha um papel vital na jornada educacional dos alunos surdos, uma vez que estes dependem fortemente da visão como seu principal meio de comunicação.

 Para uma definição mais aprofundada do que é o letramento visual, trazemos duas pesquisadoras da área que se dedicam a esse tema. Dondis (2007) e Santaella (2012) definem o letramento visual, a alfabetização e a alfabetização visual como sistematização e empoderamento dos sujeitos, possibilitando apropriação de técnicas de leituras de imagens e criando um refinamento para compreender o interior da imagem.

 

O alfabetismo visual implica compreensão, e meios de ver e compartilhar o significado a certo nível de universalidade. A realização disso exige que se ultrapassem os poderes visuais inatos do organismo humano, além das capacidades intuitivas em nós programadas para a tomada de decisões visuais numa base mais ou menos comum, e das preferências pessoais e dos gostos individuais (Dondis, 2007, p. 227).

 

A alfabetização visual significa aprender a ler imagens, desenvolver a observação de seus aspectos e traços constitutivos, detectar o que se produz no interior da própria imagem, [...]. Ou seja, significa adquirir os conhecimentos correspondentes e desenvolver a sensibilidade necessária para saber como as imagens se apresentam, como indicam o que querem indicar, qual é o seu contexto de referência, como as imagens significam, como elas pensam, quais são os seus modos específicos de representar a realidade (Santaella, 2012, p. 13).

 

Todavia, ao trazermos o letramento para a perspectiva do aluno surdo, algumas questões devem ser consideradas, visto que os caminhos de aprendizado da criança surda diferem dos ouvintes e, portanto, não associam a fala à escrita (Quadros, 1997; Lacerda, 2009). O letramento da pessoa surda está ligado diretamente às práticas didáticas visuais de ensino; e esse ensino demanda conhecimento de letramento na área da surdez. Conforme expõe Taveira (2016, p. 177), “Podemos afirmar que existe uma didática específica desenvolvida em contextos de Educação Bilíngue (LIBRAS, português) que tem como predominância os processos de letramento visual enriquecidos dos artefatos multimídia contemporâneos”.

Assim, observa-se a possibilidade de novas práticas, com ênfase nas características de atributos visuais, a serem consideradas no aprendizado como uma tentativa mais próxima do real. Esse pensamento nos remete a Skliar (1998) que define a surdez como uma experiência visual e afirma que: “[...] todos os mecanismos de processamento da informação, e todas as formas de compreender o universo em seu entorno, se constroem como experiência visual.” (p. 28). E complementa:

 

Ao definir a surdez como experiência ‘visual’, que constitui e especifica a diferença, não estou restringindo o visual a uma capacidade de produção e compreensão especificamente linguística ou a uma modalidade singular de processamento cognitivo. Experiência visual envolve todo tipo de significações, representações e/ou produções, seja no campo intelectual, linguístico, ético, estético, artístico, cognitivo, cultural, etc (Skliar, 1999, p. 11).

 

É necessário, portanto, refletir sobre o letramento visual para o surdo nas escolas (mesmo que a passos curtos) com educadores que considerem o papel da imagem visual como forma de produção de conhecimento e que valorizem o uso adequado dessas imagens, com recurso cultural carregados de significados, capazes de organizar e adquirir novos conhecimentos. Ou seja, o letramento visual necessita de práticas que englobam as experiências dentro e fora da escola.

Taveira (2014) ressalta que existem bons materiais de circulação digital, produzidos por profissionais surdos, que não são utilizados nas escolas. Ao invés disso, usam materiais de baixa qualidade por interesses mercadológicos. Reily (2006) ainda pontua:

 

Quando o professor decide ampliar a utilização de imagens na sala de aula, a questão que invariavelmente se apresenta é a necessidade de coletar um novo acervo de imagens. [...] Nesse processo de coleta, não é apenas o conteúdo tratado que interessa, mas a autoria, o estilo e a época da produção, o tipo de imagem (fotografia, pintura, desenho gravura, esquema, ilustração, gráfico, por exemplo) e, sem dúvida nenhuma, a qualidade estética do trabalho (Reily, 2006, p. 48).

 

No que se refere a materiais educativos para surdos, vídeos em Libras e/ou que utilizem a visualidade como ponto de apoio ao aluno oferecendo a possibilidade de se constituírem como sujeito, Lacerda (2013) explica que a linguagem/língua constitui os aspectos cognitivos, emocionais e afetivos das pessoas, e favorece a compreensão dos conteúdos. Por essa razão, discute-se a necessidade de materiais que considerem a visualidade do surdo, mas, também e principalmente, a língua de sinais. Nesse sentido, pode-se afirmar que os materiais produzidos em formato de vídeos, usados como artefatos importantes para o ensino e a aprendizagem do aluno surdo. Estes, podem auxiliar o desenvolvimento desse aluno, pois através deles é possível trabalhar os aspectos da visualidade para que o surdo consiga adquirir novos conceitos científicos.

     Diante do exposto, realizou-se uma busca, em portais de periódicos e em sites de busca de documentos acadêmicos, publicações que abordassem de maneira aprofundada o uso de vídeos didáticos na educação de surdos e práticas de letramento visual. Todavia pouquíssimos estudos foram encontrados nessa direção, e parte deles referia-se somente ao ensino da Língua Portuguesa como segunda língua ou ao ensino de Libras. A partir da leitura de tais pesquisas, considerando vídeos didáticos que abordassem outras disciplinas escolares, encontramos as pesquisas de Reily (2006), Lebedeff (2010), Taveira (2014), Cruz (2016), Taveira e Rosado (2017) e Kawase (2020). Esta última, inclusive, realizou uma análise sistemática de pesquisas que trouxessem vídeos produzidos para alunos surdos entre 2005 a 2019, utilizando como base de dados a Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD). Foram analisadas 19 produções, mas após a leitura desses trabalhos, apenas 4 se encaixavam nos critérios escolhidos pela autora. O que demonstra que, de fato, há uma escassez de publicações sobre a temática aqui pretendida.

A partir da leitura aprofundada destas pesquisas elencamos alguns aspectos que se destacam como fundamentais e devem ser considerados quando da elaboração e divulgação de vídeos que se propõem a auxiliar a educação de surdos em idade escolar, são eles:  Presença da Libras; Elementos visuais / Estética visual; Datilologia e a Legenda em português; Planejamento de conteúdo. Para esclarecer com mais detalhes, faremos um breve resumo das características elencadas e funções do letramento visual.

 Destacamos a presença crucial da Libras - não como ferramenta e de forma superficial, visto que a língua molda pensamento e expressão da pessoa surda; é através dela que organizam seus pensamentos e atribuem significados ao mundo ao seu redor.

 

A relação entre pensamento e linguagem modifica-se no processo de desenvolvimento tanto no sentido quantitativo quanto no qualitativo. Noutros termos, o desenvolvimento da linguagem e do pensamento realiza-se de forma não paralela e desigual. As curvas desse desenvolvimento convergem e divergem constantemente, cruzam-se, nivelam-se em determinados períodos [...] (Vygotsky, 2001, p. 111).

 

Sobre os elementos visuais e a estética visual, trata-se do principal meio de absorção de conteúdo por parte dos surdos. Conforme Cabero (2001, p. 281) ressalta, é essencial que o professor “Reflita e decida sobre a qualidade técnica-estética e curricular dos materiais que serão apresentados, a sua adequação às características de seus alunos e a ideologia subjacente no mesmo”. Em outras palavras, o material utilizado em sala de aula deve ser cuidadosamente selecionado ou elaborado para atender às necessidades específicas dos alunos. Quando se trata de vídeos didáticos para alunos surdos, a importância do aspecto visual vai além, pois influencia diretamente na compreensão do conteúdo a ser assimilado. Portanto, a estética visual não é apenas uma questão de estética superficial, mas sim um elemento essencial que desperta o interesse e atribui significados aos espectadores.

É importante ressaltar que a datilologia e as legendas em português são estratégias adequadas para auxiliar os alunos surdos a aprender a grafia correta das palavras, mesmo que inicialmente esses recursos não transmitam significado e que o objetivo não seja o ensino do português. Conforme observado por Gauche (2013, p.55), ao visualizar a grafia das palavras, “[...] faz com que o surdo tenha noção de como a palavra é em Língua Portuguesa, embora o mais importante continue faltando: o significado do termo. Cumpre ressaltar que não se trata de um problema de tradução, mas de uma questão lexical”. Acredita-se, assim, que não haja intenção de focar no ensino de palavras ou da língua portuguesa; a datilologia e as legendas podem ofertar o contato com novos termos e sentidos visualmente e de forma contextualizada.

Por último, ressaltamos a importância do planejamento de conteúdo, que se mostra crucial devido à necessidade de uma análise prévia sobre o aluno surdo. É essencial entender seus interesses, motivações e quais exemplos práticos são verdadeiramente relevantes para o aprendizado desse conteúdo.

O modo como um material será organizado para que se torne um instrumento prático que valorize a Libras e desperte o interesse do aluno é fundamental, e é necessário que esteja adequado com o exigido pelo currículo escolar. Silva (2009) reafirma a importância de um planejamento dos vídeos:

 

Apesar de o vídeo ser uma ferramenta de ensino em uso há algum tempo, não podemos dizer que esteja superado ou ultrapassado, já que não foi totalmente explorado. Algumas vezes é usado apenas para manter alguma atividade extra com os alunos, sem que se tenha feito um planejamento dos objetivos do uso ou estudado a melhor forma de aplicá-lo. Por isso, acredito ser importante saber o quanto ele é útil e agradável tanto para os professores quanto para os alunos, para que possa ser melhor explorado nas escolas (Silva, 2009, p.14).

 

Diante do exposto o objetivo é apresentar e analisar os elementos presentes em um vídeo didático de geografia para crianças surdas da primeira etapa do ensino fundamental, e discutir se tais elementos podem favorecer o letramento visual. Nas análises foram considerados os seguintes aspectos: a) apresentar estratégias de letramento utilizadas pela professora; b) apontar aspectos que devem ser levados em consideração na criação de vídeos didáticos para surdos.

 

Método

Esse artigo é um recorte de uma pesquisa em que se propõe realizar uma análise dos vídeos postados no Youtube no canal digital “Sala 8”, criado pela professora bilíngue de surdos Doani Emmanuela Bertan, a fim de auxiliar o desenvolvimento dos seus alunos com os conteúdos trabalhados em sala de aula, referentes às diversas disciplinas ministradas por ela. A escolha desse canal online se deu em virtude da indicação da professora ao Global Teacher Prize, “Prêmio Nobel” da Educação em 2020, em que ela ficou entre as 10 finalistas de um total de 12 mil participantes de 140 países, o que indica a qualidade das produções. Doani é professora de educação inclusiva em uma escola municipal na cidade de Campinas, interior de São Paulo e trabalha a alfabetização bilíngue em Libras e português com turmas mistas de crianças ouvintes, surdas ou com algum déficit de audição. A professora leciona para turmas no ensino fundamental I e trabalha para tornar o ensino bilíngue possível. O canal Sala 8 possui uma média de 16 mil inscritos e mais de 100 vídeos de diferentes disciplinas escolares, o que demonstra seu compromisso com o ensino de conteúdos diversos para crianças surdas em Libras, bem como a aceitação de seus vídeos pelo público. Ressalta-se que os vídeos não têm como intuito o ensino de Libras, mas em Libras, como a própria criadora aponta; seu objetivo foi criar vídeos didáticos como suporte para seus alunos, para complementar o ensino em sala de aula ou servir como material de estudo. Todavia, no período da pandemia, seus vídeos passaram a ser disseminados com maior alcance.

Trata-se, assim, de uma pesquisa exploratória, do tipo documental, que se caracteriza por esclarecer conceitos do problema estudado e o tornar mais conhecido e acrescenta que os documentos selecionados devem possuir pouca ou nenhuma análise (Gil, 2002; 2008).

Fonseca (2012, p.32) esclarece quais fontes podem ser utilizadas em pesquisa documental:

 

A pesquisa documental recorre a fontes mais diversificadas e dispersas, sem tratamento analítico, tais como: tabelas estatísticas, jornais, revistas, relatórios, documentos oficiais, cartas, filmes, fotografias, pinturas, tapeçarias, relatórios de empresas, vídeos de programas de televisão, etc.

 

Sendo assim, nossa principal fonte de análise é documentada em formato de vídeos disponíveis no modo público na plataforma digital Youtube que se adequa às fontes citadas anteriormente como registros válidos.

A pesquisa na íntegra faz uma análise detalhada de 8 vídeos de diferentes áreas educacionais, observando como eles se apresentam e quais as estratégias utilizadas. Neste artigo será apresentado como material para análise um vídeo, que atualmente é o mais assistido do canal, e assim, serão analisados dados relevantes que podem contribuir para a aprendizagem da criança surda.

Para este recorte, portanto, propõe-se apresentar e analisar um vídeo da disciplina de geografia, intitulado “Zona Rural e Zona Urbana”. Essa escolha se dá pelo fato da produção contar com pouco mais de 112 mil visualizações e ser a mais acessada até o momento da coleta de dados (realizada no período entre junho e agosto de 2022); atualmente conta com cerca de 118 mil visualizações, evidenciando uma crescente constante. Para que o leitor consiga acompanhar as análises, seguem abaixo as informações de acesso ao vídeo.

                 

 Quadro 1 - Informações de acesso ao arquivo

Geografia

Geografia 004- Zona Rural e Zona Urbana -

Libras

 

118 Mil        Acessos

Geografia 004 - Zona Rural e Zona Urbana - Libras - YouTube

Fonte: autoria própria

 

As discussões a seguir foram elaboradas e fundamentadas nas referências teóricas apresentadas neste trabalho.

 

Análise: Letramento Visual na prática para alunos surdos

A análise do vídeo selecionado aborda aspectos da visualidade vinculados aos conceitos elencados pelas autoras deste estudo acerca do letramento visual - fluência em Libras; planejamento de conteúdo; elementos visuais; e legenda -, mencionados anteriormente.

Todavia, cabe, neste momento, uma descrição geral sobre a apresentação dos vídeos do referido canal, apenas para contextualização. Em geral, os vídeos seguem um padrão visual consistente. Eles começam com a identificação do canal, seguidos pela apresentação da professora com seu nome em Libras. Em seguida, a disciplina a ser abordada é anunciada, acompanhada por uma mudança na cor de fundo; notamos que os vídeos de uma mesma área de estudo mantêm a mesma cor. Por exemplo, os vídeos de Geografia (foco deste artigo), têm fundo amarelo. Finalmente, o tema específico a ser discutido é introduzido. Este formato inicial é mantido de forma consistente. Todos os vídeos são em Libras, com áudio em língua portuguesa, legendas e música de fundo, conforme ilustrado nas figuras abaixo.


 

  Figura 1 - Apresentação da Disciplina

Fonte: Canal sala 8

 

Figura 2 - Apresentação do Tema

Fonte: Canal sala 8

 

Dentre os vídeos do canal, a disciplina de Geografia é a disciplina que tem o menor número de produções, contando com 10 produções, porém, o vídeo selecionado é o mais acessado do canal e isso nos leva a constatar que, apesar da professora identificar na prática maior dificuldade em outras disciplinas, o público externo que acessa o canal tem um grande interesse nessa área.

É importante salientar a relevância do engajamento do público na plataforma do YouTube. Sabemos que o número de curtidas é um dos critérios utilizados pela plataforma para avaliar a importância do conteúdo. Essas interações servem como indicador do interesse do público em relação a determinado vídeo, influenciando diretamente na sua visibilidade. Em resumo, quando um usuário curte um vídeo, está indicando que o considera de qualidade, e é dessa maneira que o YouTube seleciona os vídeos mais bem avaliados para recomendar a um público mais amplo. Não se sabe, todavia, a aceitação do público surdo com relação ao vídeo, visto que não faz parte do escopo deste trabalho.

 O vídeo sobre a produção rural e urbana inicia com uma revisão da aula presencial e segue com a educadora introduzindo o tema proposto. Ao fornecer exemplos, ela menciona a cidade onde a escola das crianças está localizada. Essa abordagem visa atender às necessidades dos alunos surdos, uma vez que encontrar maneiras alternativas de exemplificar o conteúdo é essencial. É importante ressaltar que nossa cultura geralmente é direcionada para os ouvintes. Ao trazer exemplos familiares aos alunos, a educadora ajuda a conectar o conteúdo com suas experiências prévias, facilitando a compreensão e tornando o aprendizado mais confortável.

 

Figura 3 - Apresentação Zona Rural

Fonte: Canal Sala 8

 

Para essa produção a professora utiliza o espaço em Libras, cores na grafia da língua portuguesa para diferenciar conceitos e elementos visuais. Levando em consideração o público alvo do canal, todas as imagens são repletas de elementos que remetem à infância, com desenhos e cores. Ao apresentar o conceito de zona rural, a professora acrescenta uma imagem na tela de fundo que vai compondo a ideia de zona rural e zona urbana, como mostra o exemplo da Figura 3 e 4.

 

Figura 4 - Apresentação Zona Urbana

 

Fonte: Canal Sala 8

 

Ressalta-se que em sala de aula a utilização de recursos deste tipo é menos comum, e, por tradição, baseia-se na narrativa e/ou oralidade - neste caso, na sinalização. Como o material proposto tem a finalidade de complementar a aula presencial e servir como estudo, a professora explora bastante os recursos imagéticos, que podem auxiliar na apreensão e memorização visual do conteúdo.

 Além disso, a presença da comunicação visual torna os vídeos didáticos mais cativantes, especialmente quando se trata de crianças, que necessitam de estímulos para manter a atenção. Autores como Dondis (2007) e Santaella (2012) fornecem uma base teórica sólida na área da comunicação visual. Para essas pesquisadoras, o letramento visual é uma ferramenta poderosa que confere poder ao indivíduo, permitindo-lhe acessar um vasto universo de significados.

 

O alfabetismo visual implica compreensão, e meios de ver e compartilhar o significado a certo nível de universalidade. A realização disso exige que se ultrapassem os poderes visuais inatos do organismo humano, além das capacidades intuitivas em nós programadas para a tomada de decisões visuais numa base mais ou menos comum, e das preferências pessoais e dos gostos individuais (Dondis, 2007, p. 227).

 

No encerramento do vídeo, é disponibilizado um link para uma atividade adicional, apresentada no formato de desafio; esta proposta indica o objetivo didático da atividade, que como se observa não visa o aprendizado do português, mas do conteúdo de geografia. Dessa forma, observamos a aplicação de todos os elementos mencionados por diversos autores - e destacado pelas autoras deste estudo - como sendo importantes: além das imagens, cores, grafias, conceitos e Libras, o exercício proporciona uma prática leve, baseada nos conhecimentos prévios, o que, de certa forma, torna o canal interativo.

 

                                                      Figura 5 - Desafio Final

          Fonte: Canal Sala 8

 

Na figura acima, podemos notar a interação entre as línguas (Libras e português escrito, visto que a modalidade de ensino é bilíngue as línguas circulam em todas as atividades), além de imagens carregadas de informações, ainda que sem a mesma modalidade comunicativa. Trata-se de conteúdos que abordam um conceito aparentemente simples, mas que, para o aluno surdo, apenas o uso de narrativas teóricas pode torná-lo um tanto quanto abstrato.

Durante nossa análise, foi evidente a relevância de escolhas adequadas na prática instrumental para viabilizar discussões e assimilações eficazes. Esse processo é viabilizado por meio de uma experiência significativa com os indivíduos, visando identificar suas necessidades e potencialidades a serem desenvolvidas. Mencionamos e fornecemos exemplos de métodos educacionais em materiais digitais que foram aplicados e/ou examinados para contribuir com o desenvolvimento educacional dos alunos surdos. Vídeos didáticos que incorporam estratégias metodológicas apropriadas podem ser uma ferramenta de apoio tanto em sala de aula quanto em estudos em casa, onde o aluno pode não contar com a assistência do professor ou intérprete. Além disso, a leitura de cadernos ou materiais didáticos em língua portuguesa pode apresentar obstáculos relacionados às dificuldades de aprendizagem da segunda língua.

No vídeo apresentado, percebe-se que contempla todos os aspectos mencionados pelos autores bases desse estudo. De modo geral, evidencia-se a fluência e contato com a surdez da criadora e professora bilíngue Doani, pois, muito além de estudo teórico sobre o tema, a prática, a vivência e a experiência com a língua, cultura e ensino, contribuem para que as estratégias utilizadas tenham muito valor para os alunos.     

Outro aspecto relevante é que, além de empregar os elementos mencionados, como o planejamento e a estética, chamou nossa atenção a estratégia adotada pela educadora para contextualizar os temas aos alunos. Ela utiliza desenhos infantis que representam cidades e fazendas para ilustrar as diferenças entre a zona rural e urbana.

O Infográfico abaixo demonstra cada elemento que engloba o letramento visual em vídeos didáticos:

 

 

Acredita-se também, para além dos elementos elencados neste estudo, que a contextualização proporciona melhores condições de aprendizagem ao aluno surdo que assiste a um vídeo; a partir de um conhecimento prévio deve ser levado em consideração. Como se pode perceber no vídeo, a professora parte de experiências visuais já vividas pelos alunos surdos e, então, acrescenta novos conceitos ressignificando o aprendizado do estudante. Conforme aponta Sordi (2022, p. 98)

 

A contextualização se mostra uma questão importante considerando que os alunos surdos têm poucas experiências linguísticas em Libras em seu cotidiano ao longo dos primeiros anos de vida. Trazer para a sala de aula – virtual ou presencial – ações, contextos e vivências em Libras que remetem a conhecimentos prévios pode fazer a diferença na compreensão e aprendizagem do conteúdo pretendido.

 

 

Considerações Finais

Com base na análise realizada, fica claro que a educação de surdos demanda uma abordagem diferenciada, que leve em consideração suas necessidades linguísticas e cognitivas específicas. A língua de sinais e a língua portuguesa desempenham papéis fundamentais no desenvolvimento da linguagem e do letramento visual desses alunos, especialmente em experiências educacionais que propõem bilíngues. 

A análise do vídeo didático do canal "Sala 8" demonstra que estratégias como a presença da Libras, o uso de elementos visuais e estéticos, a datilologia e as legendas em português são essenciais para facilitar o acesso à informação e promover a aprendizagem dos surdos. Além disso, a contextualização dos temas, partindo de experiências visuais vividas pelos alunos, ressalta a importância de considerar o conhecimento prévio do estudante como ponto de partida para o ensino eficaz.

No recorte escolhido pode-se perceber o vídeo sendo bem recebido pelo público que acessa na internet. Iniciando com uma revisão da aula presencial e a educadora introduz o tema, incluindo exemplos relevantes para os alunos surdos, usando a cidade onde a escola está localizada. Utiliza Libras, cores na grafia do português para destacar conceitos e elementos visuais para facilitar a compreensão. A presença da comunicação visual torna os vídeos atrativos, especialmente para crianças. No encerramento, é oferecido um desafio adicional, promovendo interatividade com o conteúdo; práticas como essa se fazem necessárias na atualidade, em que cada vez mais as crianças fazem uso de tecnologias, e usá-las no contexto educacional de forma adequada pode contribuir para o aprendizado. A figura final mostra a integração entre Libras e português, além de imagens informativas. O vídeo demonstra a aplicação eficaz de estratégias educacionais para alunos surdos, com fluência e experiência da professora Doani, evidenciando a importância da prática e vivência no ensino bilíngue.

A partir dessas observações, torna-se evidente a necessidade de desenvolver e promover materiais educacionais que valorizem e incorporem o letramento visual na educação de surdos. Isso inclui a formação de professores capacitados para utilizar ferramentas tecnológicas e digitais que auxiliem na produção de materiais acessíveis e eficazes. A criação de vídeos didáticos que atendam às necessidades específicas dos alunos surdos, contemplando a diversidade linguística e cultural, é fundamental para garantir uma educação acessível e de qualidade para todos.

Este estudo indica a relevância da temática para repensar práticas educacionais que façam uso de recursos imagéticos e vídeos didáticos para surdos, com base do letramento visual, e indicam a necessidade de pesquisas futuras que proponham a avaliação deste tipo de material junto ao público surdo, trazendo, assim, contribuições valiosas acerca do processos de ensino e aprendizagem para criança surdas.

 

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