Aplicação da gramática visual para a análise composicional de Janelas de Libras: designers-artesãos e suas soluções visuais

Application of visual grammar for compositional analysis of Brazilian sign language screens: designers-artisans and their visual solutions

Aplicación de la gramática visual para el análisis composicional de ventanas de lengua de señas brasileña: diseñadores-artesanos y sus soluciones visuales

 

Luiz Alexandre da Silva Rosado

Instituto Nacional de Educação de Surdos, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

alexandre.rosado@gmail.com

Elen Pereira Gomes

Instituto Federal de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil

elen.gomes@ifsp.edu.br

 

Recebido em 27 de fevereiro de 2024

Aprovado em 28 de maio de 2024

Publicado em 19 de junho de 2024

 

RESUMO

Junto às legendas em língua portuguesa, as Janelas de Libras são elementos requisitados pela comunidade surda, visando atender requisitos de acessibilidade linguística ao que é expresso majoritariamente de maneira oral nos veículos de comunicação. Observando as soluções visuais para as Janelas e os guias e manuais elaborados para orientar essas produções, percebemos desvios da normatização que salientam categorias capazes de trazer significações sensíveis para a comunicação do público surdo através da visualidade. Desta forma, o objetivo desse artigo é, através de um conjunto de vídeos selecionados de repositórios digitais, apresentar um conjunto de elementos visuais básicos observados nesses artefatos, assim como suas relações e variações obtidas a partir da análise da composição e princípios de gramática visual. Apresentamos os principais destaques de cada categoria, com foco nas soluções visuais atípicas definidas pelos designers e editores de vídeo, resultantes do jogo de negociações entre parâmetros preestabelecidos (legislação, guias e manuais de referência) e necessidades de mercado.

Palavras-chave: Análise composicional; Gramática visual; Janelas de Libras.

 

ABSTRACT

Along with subtitles in Portuguese, Janelas de Libras are elements requested by the deaf community, aiming to meet linguistic accessibility requirements for what is mostly expressed orally in communication vehicles. Observing the visual solutions for Windows and the guides and manuals created to guide these productions, we noticed deviations from the standardization that highlight categories capable of bringing sensitive meanings to the communication of the deaf public through visuality. Therefore, the objective of this article is, through a set of videos selected from digital repositories, to present a set of basic visual elements observed in these artifacts, as well as their relationships and variations obtained from the analysis of composition and principles of visual grammar. We present the main highlights of each category, focusing on atypical visual solutions defined by designers and video editors, resulting from negotiations between pre-established parameters (legislation, guides and reference manuals) and market needs.

Keywords: Compositional analysis; Visual grammar; Sign language screens.

 

RESUMEN

Junto a los subtítulos en portugués, Janelas de Libras son elementos solicitados por la comunidad sorda, con el objetivo de cumplir con los requisitos de accesibilidad lingüística de lo que se expresa mayoritariamente de forma oral en los vehículos de comunicación. Al observar las soluciones visuales para Windows y las guías y manuales creados para guiar estas producciones, notamos desviaciones de la estandarización que resaltan categorías capaces de traer significados sensibles a la comunicación del público sordo a través de la visualidad. Por lo tanto, el objetivo de este artículo es, a través de un conjunto de videos seleccionados de repositorios digitales, presentar un conjunto de elementos visuales básicos observados en estos artefactos, así como sus relaciones y variaciones obtenidas a partir del análisis de composición y principios de gramática visual. Presentamos los principales aspectos destacados de cada categoría, centrándonos en soluciones visuales atípicas definidas por diseñadores y editores de vídeo, resultantes de negociaciones entre parámetros preestablecidos (legislación, guías y manuales de referencia) y las necesidades del mercado.

Palabras clave: Análisis composicional; Gramática visual; Ventanas de lengua de señas.


 

Introdução

As inquietações sobre o processo composicional das Janelas de Libras se iniciam a partir da experiência de um dos autores deste artigo como intérprete/tradutor de Língua Portuguesa (LP) para Língua Brasileira de Sinais (Libras) em uma TV universitária paulista. Permaneceu como lembrança as escolhas efetuadas pelos produtores durante a inserção da Janela de Libras nos vídeos, a relação dessas escolhas com as demandas expressas pelos surdos, bem como os desvios às normas formais existentes para sua elaboração em guias e manuais no que tange não somente à técnica, mas também aos elementos de forma.

Soma-se a isto, o fato de que os trabalhos de pesquisa existentes têm tratado a Janela de Libras como elemento de acessibilidade (Araujo; Alves, 2017) com expressões como conteúdo acessível, produção acessível, acessibilidade comunicacional e filme acessível, analisando também, por vezes, a sua usabilidade. Este fato, adicionado ao longo período de leitura visual dos vídeos, nos levou a entender que o objeto de estudo tem se tornado símbolo de acessibilidade e que, por este motivo, suas composições visuais são repletas de significações.

As Janelas de Libras são previamente editadas (assíncronas) ou inseridas ao vivo (síncronas) pelos profissionais produtores e editores de vídeo, com ou sem orientação especializada. Em certas categorias de vídeos, como as campanhas eleitorais (política), as janelas se tornaram obrigatórias e bastante difundidas nos últimos anos (TSE, 2019), assim como em canais oficiais estatais (Senado, 2021; Monteiro, 2019). Conforme evidenciou nossa pesquisa, é notável a variedade de composições visuais adotadas pelas Janelas de Libras em variados programas, não sendo tão frequente a adoção estrita das recomendações básicas referentes a tamanho e posição dessas Janelas conforme apresentado na norma 15.290/2005 (atualizada em 2016) da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)[1].

Tal diversidade de composições visuais apresentadas pelas Janelas de Libras, aquilo que Dondis (2007) denomina soluções visuais, nos fez olhá-las com mais atenção no que diz respeito à forma delas. Visando qualificar as escolhas feitas pelos produtores dessas janelas (designers, publicitários, editores de vídeo e outros profissionais da área) que dão o acabamento aos vídeos (Nascimento, 2017) decidindo justamente as suas propriedades composicionais, o objetivo desse artigo é apresentar um conjunto de elementos visuais básicos observados nas Janelas de Libras, assim como suas possíveis relações e variações, obtidos a partir da análise da composição (Rose, 2010) e princípios de gramática visual (Dondis, 2007; Leborg, 2015), resultante da aplicação feita a um conjunto amostral de vídeos selecionados.

Buscamos coletar, em repositórios na internet, vídeos digitais contendo Janelas de Libras em sua composição. Estes repositórios convergem materiais audiovisuais de diferentes áreas de saber e cultura, em variados gêneros. Vale destacar que, do ponto de vista da materialidade comunicacional (Kittler, 2016), a existência dessa oferta é ainda muito recente, cerca de 20 anos, quando as primeiras redes sociais, como o Facebook (2004), e repositórios de vídeos digitais, como o YouTube (2005) e Vimeo (2004), começaram a se expandir e ofertar espaço para circulação massiva de produções não só profissionais, mas especialmente as semiprofissionais e amadoras, criadas em computadores pessoais junto a câmeras digitais e softwares de edição e pós-produção de vídeo economicamente mais acessíveis.

Este trabalho está em sintonia e dá continuidade a uma série de estudos a respeito da gramática visual dos vídeos digitais em línguas de sinais, focando-se, dessa vez, na Janela de Libras como elemento principal de estudo (Rosado; Taveira, 2019, 2020, 2022).

 

Gramática visual e seus fundamentos

A ideia de que a imagem visual[2] (Santaella, 2012; Mitchell, 1986) possui uma gramática própria não é algo recente, sendo discutida por Dondis (2007) em sua obra, quando propõe que as escolas deveriam ter o mesmo empenho em ensiná-la que aquele observado no estudo da gramática (e sintaxe) da escrita textual.

Da mesma forma que o texto escrito possui elementos básicos (substantivos, verbos, adjetivos, preposições, conectivos) que interagem e combinam-se através de regras especificas (sintaxe) estudadas e difundidas pelos linguistas, as imagens visuais também podem ter suas unidades básicas identificadas, assim como suas regras de interação e composição delimitadas e descritas. Tais elementos e regras não são conhecidos de modo espontâneo, mas necessitam de aprendizagem, ou seja, é preciso letrar ou alfabetizar visualmente os sujeitos para o que Santaella (2012) denomina "leitura de imagens".

Foi justamente este trabalho que Dondis e, antes dela, Rudolf Arnheim (2016) se debruçaram na segunda metade do século XX a fim de identificar as partes que compõe o todo de uma imagem visual, visando o ensino e a consequente alfabetização visual. Eles se inspiraram em princípios obtidos nos estudos de Psicologia da percepção e da forma (Gestalt) através da "apreensão de padrões estruturais significativos" (Arnheim, 2016, p. 14) operada pela "interação entre propriedades supridas pelo objeto e pela natureza do sujeito que observa" (idem). Esses autores se alinham ao estudo da forma (formalismo) e sua percepção, com a consequente busca de elementos universais da linguagem visual, ou categorias visuais básicas "mediante as quais a percepção deduz estruturas e o produtor de imagens elabora suas configurações" (Sardelich, 2006, p. 453).

Para esses autores, entender uma imagem é analisá-la decompondo suas unidades fundamentais e percebendo como as mesmas interagem, ou seja, uma abordagem analítica das “forças compositivas” que agem para a percepção do todo pelo sujeito observador. Esses modos de interação entre elementos da composição são resultado de formas específicas que o ser humano desenvolveu em seu ato de apreender imagens, identificando, por exemplo, padrões de contraste/segregação, de proximidade, de repetição/semelhança, de unidade, de simetria/harmonia, de forma/fechamento, mesmo que não saiba, a princípio, nomeá-los. Ser alfabetizado visualmente é ser capaz de "ver" e nomear esses padrões, identificando os elementos da imagem, compreendendo cada uma de suas relações internas e possibilidades de variações, o que permite ao sujeito exercer o processo criador de novas imagens visuais, aplicando, para isso, técnicas de comunicação visual (Dondis, 2007).

Tal atividade não precisa ser restrita às profissões "do visual", como o Design, as Artes visuais, a Publicidade ou a Arquitetura, mas pode ser democratizada ainda na fase escolar pelos educadores, uma vez que os mesmos tenham se tornado, também, visualmente letrados.

 

Metodologia do estudo

Realizamos um estudo de categoria indutiva (Gil, 2008), valorizando a experiência prévia de um dos autores deste trabalho como intérprete e tradutor de Língua Portuguesa/Libras, para a busca de materiais-fonte (documentos videográficos digitais) contendo modelos/exemplos de Janela de Libras. Em um primeiro momento, houve reflexões e estudos teóricos junto ao grupo de pesquisa do orientador visando a compreensão dos procedimentos de análise composicional (Rose, 2010), com estratégias para detecção de elementos básicos constantes no layout de uma peça gráfica e sua gramática própria.

Em um movimento inicial de coleta videográfica, foram selecionados cerca de 40 vídeos produzidos principalmente entre os anos 2005 e 2019, disponíveis em repositórios de imagens e vídeos da internet, principalmente da plataforma Youtube, mas também em outras como Vimeo, Facebook e Instagram. Nossas observações consideram para a coleta o ano de 2005 como marcante pela criação da plataforma de vídeos Youtube e pela proposição do conceito de Web 2.0 (O’Reilly, 2005), quando inicia-se a consolidação e o crescimento da banda larga no Brasil (CGI.Br, 2018), fator que revoluciona a tecnologia videográfica digital e incentiva a realização de produções contendo Janelas com tradutores-intérpretes e sua consequente disponibilização na internet.

Cabe ressaltar que vídeos anteriores a 2005 consideramos como seminais ou históricos, como representantes das experimentações e propostas iniciais de inserção de Janelas de Libras com tecnologias derivadas, principalmente, de ilhas de edição analógicas, o que permitia pouca variação de forma. Em um segundo movimento de pesquisa, houve a coleta de mais 25 vídeos produzidos entre 2020 e 2022, período com tendências e características peculiares devido às demandas da pandemia de Covid-19 e momento de ocorrência dessa pesquisa de mestrado.

Em sua totalidade foram selecionadas e analisadas 65 produções audiovisuais nacionais (brasileiras) em formato de vídeo digital que possuem as Janelas com interpretação em língua de sinais. O critério principal para a cessação da coleta de vídeos foi a saturação dos dados da pesquisa, não havendo, em princípio, a definição de um número exato de produções audiovisuais a serem obtidas. Por saturação entende-se a repetição de padrões visuais (gramaticais), encerrando-se a detecção de novas variantes combinatórias entre os elementos visuais presentes nas Janelas de Libras.

Em paralelo, houve o interesse em investigar as normatizações constantes em documentos guias e manuais sobre Janelas de línguas de sinais, escritos nas línguas orais inglês, espanhol e francês, assim como em português. Percebemos os conteúdos destes guias e manuais organizados em torno de determinados padrões desejáveis (recomendáveis) e indesejáveis (não recomendáveis) de apresentação de Janelas, maturando a perspectiva utilizada pelos pesquisadores para a análise dos vídeos coletados. Os guias e manuais revelavam tendências de abordagens para determinados grupos de imagens de Janelas, em determinados contextos. Estes enfoques nos levaram a reler e reinterpretar os primeiros 40 vídeos coletados e a pesquisar de maneira mais consciente os demais 25 vídeos.

No primeiro momento da análise dos materiais foi realizada a identificação dos dados básicos da produção dos vídeos através de uma ficha de análise, com a reprodução (visualização) do material pelos pesquisadores e a redação sintético-analítica do conteúdo observado. A partir de comparações dos dados das fichas de análise com os enfoques apresentados pelas normas, guias e manuais para vídeos com Línguas de Sinais, foram encontradas tendências de soluções visuais de Janelas em áreas distintas de conhecimento, cabendo subdividir os vídeos coletados em subgrupos. Os vídeos foram agrupados, então, a partir de seis áreas/gêneros: político, jornalístico, educacional, artístico, religioso e publicitário. Cada categoria teve a marcação de seus itens justificada, compondo a defesa da escolha, para esclarecer o significado da categoria e verificar peculiaridades das mesmas quanto à composição visual.

Dentro de cada área/gênero, contamos com a separação desses vídeos, através das denominações históricos (seminais, antes de 2005), síncronos (resultantes de transmissões ao vivo) ou assíncronos (primeiramente editados e depois distribuídos), para organização das inferências temporais/organizacionais advindas da leitura visual, e para o auxílio das observações e comparações. Os vídeos históricos trazem distintas tendências de composições visuais, enriquecendo a percepção de evolução do artefato Janela e servindo às comparações e consequentes reflexões do próprio leitor. A divisão entre vídeos com inserção de Janelas de Libras em períodos síncronos e assíncronos, se refere ao momento de transmissão da gravação e se relaciona ao tempo de decisão de escolhas para as composições visuais (feitas ao vivo ou posteriores à gravação).

Essas separações são um convite  participação do leitor no processo de observação, obtendo suas próprias conclusões e sendo inserido no letramento visual através do método observacional-indutivo (Gil, 2008), a fim de que compreenda as visualizações a partir das perspectivas dos produtores, da comunidade surda e dos pesquisadores.

 

Composição visual: elementos básicos, suas variações e relações

A partir de Rosado e Taveira (2022), autores que propõe categorias de análise de composição visual para vídeos digitais em línguas de sinais, e princípios da gramática visual estabelecidos em Dondis (2007) e Leborg (2015), foram propostos itens de análise composicional específicos para nossa pesquisa, levando em conta estudos preliminares das Janelas de Libras ocorridos em fase inicial. Foram analisadas as composições visuais das Janelas de Libras materializadas nas escolhas de elementos visuais e sua disposição por seus produtores nos vídeos componentes de nossa amostra.

A análise das composições visuais ocorreu através da obtenção de quadros capturados dos vídeos selecionados, denominados frames. Dessa forma, o vídeo em movimento é transformado em conjunto de fotografias estáticas através de capturas de tela. Pretendeu-se obter um comparativo das tendências dos tipos de Janelas de Libras inseridos em cada uma das seis áreas/gêneros ou campos de saber mapeados. O quadro a seguir resume nossa proposta de (1) elementos básicos da Janela, (2) variações dos elementos básicos e (3) relações entre os elementos básicos a partir do estudo das Janelas de Libras presentes em nossa amostra, resultando em subcategorias devidamente numeradas e definidas:

Quadro 1 – Elementos básicos, variações e relações para as janelas de Libras.

1. Elementos básicos da janela

1.a. Tradutor/intérprete

Sujeito que sinaliza, surdo ou ouvinte.

1.b. Moldura

Contorno do cenário da tela da Janela de Libras que delimita o espaço utilizado pelo intérprete em relação ao restante da área do vídeo.

1.c. Cenário ou Fundo

Cenário da tela da Janela de Libras e se configura como o espaço utilizado pelo intérprete para sinalizar.

2. Variações dos elementos básicos da janela

2.a. Tamanho

Variação da proporção de um elemento visual em relação aos demais.

2.b. Corte ou Enquadramento

Variação dos cortes de elementos. São os planos de câmera utilizados no cinema/televisão.

2.c. Posição

Variação do local ocupado por um elemento visual.

2.d. Espaçamento

Variação da distância existente entre os elementos básicos.

2.e. Formato

Variação da forma dos elementos básicos.

2.f. Cor

Variação de tonalidades, cores e efeitos de iluminação.

2.g. Grupo

Variação dos agrupamentos de elementos em termos de quantidade evidenciada por proximidade.

2.h. Rotação

Variação dos elementos básicos ao redor do próprio eixo.

3. Relações entre os elementos básicos das janelas

3.a. Repetição

Propriedade do elemento que se repete ao longo dos frames do vídeo.

3.b. Sobreposição

Ocorre quando um elemento está posicionado sobre outro elemento.

3.c. Atração/Proximidade

Conjuntos de elementos que por proximidade indicam a existência de relação entre eles.

3.d. Alinhamento

Grupos de elementos organizados por meio de um eixo central ou um eixo lateral esquerdo ou direito.

3.e. Peso

Tendência da posição dos elementos em determinado polo do frame, parecendo “pesar” mais em contrate com os demais polos.

3.f. Espaço

Áreas mais vazias ou em branco do frame de vídeo.

3.g. Simetria/Assimetria

Equilíbrio ou o desequilíbrio dos elementos na composição visual do frame do vídeo.

3.h. Quantidade / Predomínio

Área da composição visual do frame do vídeo em que existe a maior quantidade de elementos.

3.i. Ampliação / Redução

Elemento varia em tamanho ao longo do tempo, pesando mais ou pesando menos em relação aos outros elementos.

3.j. Movimento

Variação de posição de um elemento ou de um conjunto de elementos visuais no espaço do frame.

Fonte: Elaboração dos autores.

 

Aplicações e resultados

Começamos pelo que é mais típico nas Janelas de Libras. De modo geral, comum a quase todos os vídeos analisados, encontramos o uso do meio primeiro plano, ou seja, do corte/enquadramento (2.b)[3] da imagem corporal do intérprete de Libras (1.a) da cintura para cima. O intérprete (1.a) é o elemento mais estável e fundamental para a existência das Janelas de Libras, assim como a relação de sobreposição (3.b) da Janela em relação ao frame total do vídeo (uso do recurso picture in Picture ou PIP), podendo a Janela ter ou não ter os elementos moldura (1.b) e cenário/fundo (1.c). Da mesma forma, a solução mais frequente quanto à posição da Janela (2.c) é a inferior, seja na lateral esquerda ou direita do frame, e as proporções de tamanho (2.a) em relação à largura vídeo variaram, no geral, entre ¼ e .

Evidentemente, não há pretensão de esgotarmos em um único artigo todos os achados encontrados nos seis campos de saber estipulados para nossa análise de dados. Traremos, a seguir, somente os principais destaques de cada categoria, com foco nas soluções visuais atípicas (Rosado; Taveira, 2022, p. 132) identificadas em nossa amostra.

 

Análise dos dados por categorias

Nos vídeos da categoria “Política”, encontramos Janelas de Libras com algumas molduras (1.b) que saíram do padrão tradicional de cenário/fundo (1.c) em formato retangular/quadrangular e com preenchimento uniforme, adotando diversas e, eventualmente, formas e contornos peculiares. Além de variarem quanto ao formato (2.e), a exemplo da moldura em forma de estrela, vimos também molduras dotadas de movimento (3.j) e rotação (2.h), assim como molduras marcadas somente pelo contorno da forma através de linha grossa e de cor (2.f) contrastante, sem preenchimento. Podemos perceber que a moldura (1.b), junto ao cenário (1.c), são elementos básicos utilizados para a disputa por identidade visual partidária durante uma campanha eleitoral, sendo altamente personalizados pelos partidos políticos brasileiros.

 

Figuras 1a e 1b – Uso de linha grossa e forma de estrela com rotação para molduras.

Tela de computador com imagem de mulher olhando para o lado

Descrição gerada automaticamente com confiança médiaMenino de camisa azul

Descrição gerada automaticamente com confiança baixa

Fonte: Thronicke, 2022; Requião, 2022.

 

Nos vídeos da categoria “Jornalístico” destacou-se a padronização, ou seja, a pouca variação dos elementos básicos, em especial os cenários (1.c) com cor (2.f) neutra ou transparente e suas molduras (1.b) sem linhas de marcação, mantendo o formato (2.e) retangular e quadrangular e a posição (2.c) variando entre a lateral inferior direita e esquerda. Curiosamente, houve variedade de corte/enquadramentos (2.b), indo do plano americano até o primeiro plano. Foi comum encontrar as Janelas formando agrupamentos (2.g) por proximidade (3.c) com as barras inferiores (tarjas) contendo massa textual com destaques frasais da matéria e a logotipia do programa jornalístico, o que conferiu maior peso (3.e) para a parte inferior do frame do vídeo.

 

Figuras 2a, 2b, 2c e 2d – Janela na parte superior da tarja, janela sem tarja, janela com cenário transparente e tarja perpassando área do cenário da janela.

Interface gráfica do usuário

Descrição gerada automaticamente 

Homem de terno azul

Descrição gerada automaticamente 

Fonte: Record TV, 2014; TV Brasilgov, 2018; TV Brasil, 2022; TV Cultura, 2020.

 

Nos vídeos da categoria “Educacional” encontramos o aumento significativo de lives durante o período pandêmico da Covid-19, sendo que a Janela de Libras, de fato, era o quadrante da webcam do tradutor-intérprete (1.a), equivalente em área ocupada aos demais participantes da live, e o cenário (1.c) era aquele escolhido como fundo para a transmissão síncrona, podendo ser ou não neutro/uniforme. As propriedades da Janela eram condicionadas ao formato-padrão ofertado pelo software utilizado para a transmissão síncrona (StreamYard, por exemplo), que não diferencia transmissões feitas por falantes e por sinalizantes.

Encontramos variações de tamanho (2.a), posição (2.c), formato (2.e) e cor (2.f) nos materiais assíncronos (inserção de Janela após a gravação do material), indicando forte experimentação, pelos editores, de composições visuais com os três elementos básicos nessa categoria de vídeos. Em contraste às categorias “Jornalístico” e “Político”, a posição das Janelas (2.c) variou bastante em nossa amostra. As soluções visuais atípicas ficaram por conta da forte variação de formato (2.e) dos cenários das Janelas (1.c) (forma esférica e semiesférica) e a aplicação de moldura (1.b) em forma de linha esférica sobre cenário transparente.

 

Figuras 3a e 3b – Exemplos típicos de lives com formato determinado pelas opções padrão oferecidas pelo software de transmissão.

 

Fonte: Sousa; Schweickardt; Burd, 2020.

 

Figuras 4a, 4b, 4c, 4d, 4e e 4f – É marcante em nossa amostra a variação de tamanho, posição e formato nos materiais educacionais síncronos e assíncronos.

  

 

Fonte: Andrade, 2018; Ramos, 2012; Rutkoski, 2016; Oliveira, 2019; Machado, 2018 e Ferrinho, 2020.

 

Na categoria de vídeos “Artísticos”, é marcante a ausência dos elementos moldura (1.b) e cenário (1.c), com uso intenso de transparência, fenômeno que se repetiu nos vídeos da categoria “Publicitário/Comercial”. Pela ampla variedade de cores (2.f) e mudanças no cenário mais amplo (todo frame do vídeo), tal escolha, por vezes, não favoreceu a legibilidade da sinalização na Janela, contrário ao padrão mínimo recomendado pela norma ABNT 15.290. Em um dos casos analisados, a variação de tamanho (2.a) para menor, ocupando menos de um quinto da largura do frame, intensificou a sensação de ilegibilidade.

Nas transmissões síncronas, durante a pandemia de Covid-19, percebemos que os elementos inseridos no frame maior, como QR Codes, logotipos, marcas de patrocinadores e legendas, formando grupos (2.g) alinhados (3.d) nas laterais, concorreram com a Janela de Libras, colaborando para a escolha de proporção reduzida da mesma na tela.

 

Figuras 5a, 5b e 5c – Nas duas primeiras, destaca-se a ausência de cenário da janela e redução do tamanho, na última vemos o formato quadrangular tradicional das janelas.

 

Fonte: Costa; Leonardo, 2020; Marques, 2020; Lima, 2020.

 

Quanto à categoria “Religioso”, nossa amostra revelou uma variabilidade maior de tamanhos das Janelas de Libras (2.a), indo de ⅓ nas maiores e 1/6 nas menores, mas uma regularidade quanto ao formato (2.e) quadrangular/retangular dos cenários, com alguns casos de transparência total (2.f), e a posição (2.c) inferior na quase totalidade dos materiais.

Interessante notar que parte das Janelas foram inseridas como vídeo gravado sincronamente às conferências/palestras e mantendo, parte deles, o mesmo cenário (1.c) do ambiente onde se localizavam os palestrantes/oradores, sendo em um dos casos a imagem do intérprete em um ambiente não neutro, com diversos objetos aparentes.

 

Figuras 6a, 6b, 6c e 6d – Cenários idênticos ao do palestrante/orador.

 

 

Fonte: Padre Léo, S/D [~1990]; Braga, 2018; Bittencourt, 2018; Zanom, 2018.

 

Fugiu ao padrão geral dessa categoria um dos vídeos em que a solução visual adotada usou ampliação (2.a) significativamente maior da imagem do tradutor-intérprete (1.a), equivalendo-o à do palestrante/orador e adotando um cenário (1.c) neutro, em formato circular (2.e) e com moldura (1.b) esfumaçada (efeito blur).

 

Figuras 7a e 7b – Intérprete cujo atributo tamanho se diferenciou de todas as demais soluções visuais adotadas.

  

Fonte: Li, 2022.

 

Por fim, quanto à categoria “Publicitário/Comercial”, percebemos que a anulação do cenário da Janela (1.c) através da transparência total ou sutil (2.f) foi algo presente na totalidade das produções profissionais coletadas (uma tendência dessa categoria?), mantendo a posição inferior (2.c) da Janela próxima a massas textuais e legendas, formando agrupamentos (2.g) e pesando (3.e) mais o terço inferior do vídeo. Os enquadramentos (2.b) dos tradutores-intérpretes também se mantiveram estáveis em meio primeiro plano e primeiro plano. São vídeos em que há alta variação de cenários, tons e cores do frame maior, com muitos cortes e mudanças, o que pode justificar a simplificação de elementos aplicada às Janelas de Libras.

 

Figuras 8a, 8b, 8c, 8d, 8e e 8f – A transparência do cenário como solução visual recorrente entre os grandes anunciantes.

 

 

 

Fonte: Nova, 2022; BB, 2019; CEF, 2020; Bradesco, 2019; UNIFAL-MG, 2017; Sicredi, 2022.

 

Conclusão: o editor de vídeo como artesão digital e sua relação com guias e manuais normativos

Após analisar nosso corpus, percebemos como as soluções visuais, definidas pelos designers e editores de vídeo, se comportam no jogo de negociações entre parâmetros preestabelecidos (legislação, guias e manuais de referência) e necessidades de mercado para a realização dos mosaicos das Janelas de Libras. Elas possuem identidade e comunicam algo através de suas formas. Por isso, entendemos que os mosaicos são dados por essa configuração de profissionais atuantes na produção, e o resultado das soluções visuais escolhidas por eles para uma edição.

A nosso ver a Janela é um novo modelo de mosaico que retoma os primórdios da arte musiva. Segundo Calabria e Martins (1997) e outros historiadores, os primeiros mosaicos contavam narrativas, assim como a Janela de Libras também nos conta, podendo agregar em si a antiga e a nova definição da arte em questão. Ela é um mosaico digital realizado pela técnica picture-in-picture que precisa ser sobreposta em outro plano e harmonizar tanto externa quanto externamente com elementos visuais que a formam e a permeiam.

Por conta desse cenário, há uma expectativa da comunidade surda em relação ao profissional editor de vídeo que o assemelha a uma espécie de artesão contemporâneo. Este artesão se vale de materiais, recursos digitais em incessantes experimentações (Dondis, 2007, p.210), pois planeja e faz escolhas que devem resultar em um produto de utilidade real e de boa qualidade para a clientela surda. Além disso, a preocupação tanto com a parte estética (boa forma) quanto o conteúdo (finalidade), também tem aproximado o produtor audiovisual da figura moderna/contemporânea do designer industrial.

A qualidade da apresentação visual para a melhor comunicação em Libras passa a ter um outro status, pois a Janela é utilizada como símbolo de acessibilidade, imagem destacada, até mesmo serve como elemento de destaque para várias organizações, não como mero serviço. Esse movimento leva à constante renovação das edições das Janelas e, consequentemente, culmina em modismos (ibidem. p. 212), que para o nosso caso denominamos tendências. Isto é resultante da intensa especialização pela qual passam as sociedades contemporâneas em todas as esferas de conhecimento.

Isso demonstra quão árdua tem sido a tarefa dos designers, ou dos editores de vídeo para nosso contexto, profissionais que necessitam atender a muitas demandas simultaneamente. Para Dondis (2007), a Revolução Industrial e suas invenções retomou os fundamentos, os materiais básicos e as regras do design, que são a base dos elementos básicos, variações e relações composicionais, em que a estrutura e o significado do estilo podem excedê-las (p. 178-180). No entanto, mesmo que as excedam é natural que recaiam na simplificação dos conceitos estilísticos e nas variações técnicas, fatores importantes para a compreensão do controle dos meios visuais.

A necessidade deste controle direciona instituições/organizações a inúmeras buscas por padronizações e regras, ou seja, normas que funcionam como premissas de produção, equivalentes a pontos de partida para os profissionais editores responsáveis pela inserção de Janelas de Libras. Neste sentido, entendemos que a funcionalidade postulada pela autora compreende a ideia de que um editor sem formação visual ou que não entenda a natureza do objeto ao qual servirá seu design, precisa de orientações de métodos que o leve às soluções visuais mais adequadas, considerando o design contemporâneo e as demandas do contexto socioeconômico.

Não se trata de domesticar a criatividade através de guias e manuais, mas sim de trazer um aporte teórico e prático para o que se deseja, como inovação e boa qualidade, direcionado à produção e entrega das Janelas de Libras. Seguindo este raciocínio, este trabalho auxiliou no entendimento de como essa análise pode ser realizada por produtores audiovisuais, de maneira consciente a favor de suas soluções visuais. Em lugar de propor algo para seguir, propomos explorar o que se tem: a leitura de diferentes vídeos já produzidos e como cada área de saber demonstra seguir tendências em suas produções se tornando, assim, passíveis de interessantes categorizações que se apresentaram no decorrer das observações e classificações.

A categorização de Janelas realizada neste trabalho é possível, pois as naturezas socioeconômicas a que elas servem são distintas. A partir deste ponto, é perceptível que as composições visuais escolhidas para cada área de saber possuem não o mesmo modelo dentro de uma categoria, mas preferências e formas de comportamento claramente distintas, de forma generalizada, às outras. Estas particularidades são como impressões digitais que fazem com que nenhuma Janela seja totalmente igual a outra, possuindo um caráter artesanal, mesmo que surjam por meio de novas tecnologias. Entendemos que mesmo que as Janelas constituam diferentes ambiências, sendo inseridas em diferentes contextos, são capazes de expressar distintos interesses, em empreendimentos individuais ou coletivos, trazendo diferentes significações para a comunidade surda.


 

Referências

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 15.290. Acessibilidade em comunicação na televisão (revisão 2016). Rio de Janeiro:  ABNT, 2016. 19 p. Disponível em: https://www.abntcolecao.com.br/mpf/norma.aspx?ID=365121. Acesso em: 20 jun. 2021.

 

ANDRADE, Vinicius. Espaço Urbano. XI Seminário Internacional: Espaço Livre na Cidade. São Paulo, SP: Escola da Cidade, 2018. 1 vídeo (67 min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=MFILuRefFc8&t=3s. Acesso em:  30 ago. 2022.

 

ARAUJO, Vera Lúcia Santiago; ALVES, Soraya Ferreira. Tradução Audiovisual Acessível (TAVa): Audiodescrição, Janela de LIBRAS e Legendagem para surdos e ensurdecidos. Trab. linguist. apl., v. 56, n. 2, p. 305-315, mai./ago. 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1590/010318138650164304021. Acesso em: 21 mai. 2021.

 

ARNHEIM, Rudolf. Arte e Percepção Visual: uma psicologia da visão criadora. Tradução: Ivone Terezinha de Faria. 7. ed. São Paulo: Livraria Pioneira Editora, 1992. 504 p.

 

BB – Banco do Brasil. BB Campanha Ourocard - Hábitos. Brasília, DF: Banco do Brasil, 2019. 1 vídeo (30 seg). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=QutBvKCwbDQ. Acesso em: 17 nov. 2022.

 

BITTENCOURT, Evaldo. O Egoísmo – Palestra Espírita. Araruama, RJ: SESF - Sociedade Espírita Sem Fronteiras, 2018. 1 vídeo (55 min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=P_VQwsrRviY&t=234s. Acesso em: 17 nov. 2022.

 

BRADESCO. Quando um pai está presente, tudo se transforma. Osasco, SP: Bradesco, 2019. 1 vídeo (1 min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=0tvnRbFbYi8. Acesso em: 17 nov. 2022.

 

BRAGA, Mayse. Prisões da liberdade. Comunhão Espírita de Brasília. Brasília: TV Comunhão, 2018. 1 vídeo (70 min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=m6qZYpvUQGw. Acesso em: 17 nov. 2022.

 

CALABRIA, Carla Paula Brondi; MARTINS, Raquel Valle. Arte, História e Produção. 1. ed. v. 2, Arte Ocidental. São Paulo: FTD, 2009. 208 p.

CEF – Caixa Econômica Federal. Comercial Precisou? Caixa Tem. Brasília, DF: CEF, 2020. 1 vídeo (1 min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=4BvNbyJDkB8. Acesso em: 17 nov. 2022.

 

CGI.BR - Comitê Gestor da Internet no Brasil. Banda larga no Brasil: um estudo sobre a evolução do acesso e da qualidade das conexões à Internet. São Paulo: CGI.br, 2018. E-book. 148 p. Disponível em: https://cetic.br/media/docs/publicacoes/1/Estudo%20Banda%20Larga%20no%20Brasil.pdf. Acesso em: 29 mai. 2023.

 

COSTA, Eduardo; LEONARDO. Live Cabaré Eduardo Costa e Leonardo. [S.l.]: Repertório Novo, 2020. 1 vídeo (124 min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=SBavB0mfDpE. Acesso em: 21 mai. 2020.

 

DONDIS, Donis A. Sintaxe da linguagem visual. Tradução: Jefferson Luiz Camargo. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.240 p.

 

FERRINHO, Alessandra Braz. TEA Transtorno do Espectro do Autismo. São Carlos, SP: Pastoral da Inclusão, 2020. 1 vídeo (22 min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=hpT5GvjkLao&t=835s. Acesso em:  30 ago. 2022.

 

GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008. 201 p.

 

KITTLER, Friedrich. Mídias ópticas: curso em Berlim. Rio de Janeiro: Contraponto, 2016.

 

LEBORG, Christian. Gramática visual. Tradução: Priscila Farias. 1. ed. São Paulo: Gustavo Gili, 2015. 98 p.

 

LI, Hui. A vida do Buda "em LIBRAS". Cotia, SP: Fgs Templo Zu Lai, 2022. 1 vídeo (14 min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=VALceaHyzTE&t=2s. Acesso em: 17 nov. 2022.

 

LIMA, Gusttavo. Live Gusttavo Lima Buteco em Casa II. Goiânia, GO: Canal Gusttavo Lima Oficial, 2020. 1 vídeo (447 min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=082yZgjuO-U. Acesso em: 30 ago. 2022.

 

MACHADO, Silmara. Aula Inaugural – Curso de Licenciatura em Pedagogia. Iracemápolis: TV Web UNIP, 2018. 1 vídeo (38 min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=_Sj2lGKeiFs&t=280s. Acesso em:  30 ago. 2022.

 

MARQUES, Bell. Live Arraiá Bell Marques. [S.l.]: Canal Bell Marques, 2020. 1 vídeo (175 min). Disponível em:  https://www.youtube.com/watch?v=rfG3h-vYfBo. Acesso em: 20 jun. 2020.

 

MITCHELL, William John Thomas. Iconology: Image, Text, Ideology. Chicago, EUA: The University of Chicago Press, 1986.

 

MONTEIRO, Thaís. TV Cultura cria estúdios para conteúdo acessível. Meio&Mensagem, São Paulo, 03 dez. 2019. Disponível em: https://www.meioemensagem.com.br/midia/tv-cultura-cria-estudios-para-conteudo-acessivel. Acesso em: 15 mai. 2023.

 

NASCIMENTO, Vinícius. Janelas de LIBRAS e gêneros do discurso: apontamentos para a formação e atuação de tradutores de língua de sinais. Trab. linguist. apl., v. 56, n. 2, p. 461-492, mai./ago. 2017. DOI  10.1590/010318138649203273941. Disponível em: https://doi.org/10.1590/010318138649203273941. Acesso em: 12 dez. 2022.

 

NOVA Casas Bahia. Tudo que a vida pede, pede Casas Bahia. São Paulo, SP: Casas Bahia, 2022. 1 vídeo (1 min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=xLwRqCK6MLU. Acesso em: 17 nov. 2022.

 

O’REILLY, Tim. What Is Web 2.0 Design Patterns and Business Models for the Next Generation of Software. O’Reilly Media, Sebastopol, CA, EUA, 30 set. 2005. Disponível em: http://www.oreilly.com/pub/a/web2/archive/what-is-web-20.html. Acesso em: 26 ago. 2021.

 

OLIVEIRA, Danrley. Sinalize como um profissional! [S.l]: Danrley Oliveira, 2019. 1 vídeo (6 min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=26Mlu95adT0. Acesso em:  30 ago. 2022.

 

PADRE LÉO. Palestra. Cachoeira Paulista, SP: TV Canção Nova, sem data. 1 vídeo (2 min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=QMxI3XQyLN8. Acesso em: 17 nov. 2022.

 

RAMOS, Ciro. Atualidades Online – 11 de Setembro. Iracemápolis: TV Web UNIP, 2012.1 vídeo (48 min). Disponível em: https://tvweb3.unip.br/player/importacao/index/?instituto=objetivo&midia=https%3a%2f%2ftvweb3.unip.br%2fvideos%2ftvweb%2fobjetivo%2fcurso%2fatualidades_online%2fbandalarga%2f181011_11desetembro_parte1_his.wmv. Acesso em: 30 ago. 2022.

 

RECORD TV. Hoje em dia - com janela. Rio de Janeiro: Record TV, 2014. 1 vídeo (31 min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=TFPMGlX53Z0. Acesso em:  30 ago. 2022.

 

REQUIÃO, Roberto. Qual o seu desejo? Partido dos Trabalhadores. [S.l.]: Canal Roberto Requião, 2022. 1 vídeo (2 min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=niaSoyQTyF0. Acesso em:  30 ago. 2022.

 

ROSADO, Luiz Alexandre da Silva; TAVEIRA, Cristiane Correia. Gramática visual para os vídeos digitais em línguas de sinais. Rio de Janeiro: INES, 2022. 202 p.

 

ROSADO, Luiz Alexandre da Silva; TAVEIRA, Cristiane Correia. Proposta de uma gramática visual para descrição e análise composicional de vídeos digitais em línguas de sinais. Revista Bras. Ed. Esp., v. 25, n. 3, p. 355-372, jul./set. 2019. DOI: 10.1590/s1413-65382519000300001. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rbee/v25n3/1413-6538-rbee-25-03-0355.pdf. Acesso em: 22 mai. 2021.

 

ROSADO, Luiz Alexandre da Silva; TAVEIRA, Cristiane Correia. Soluções visuais atípicas em vídeos digitais em línguas de sinais: proposta de um catálogo para os produtores de vídeo. Revista Ed. Esp., Santa Maria, v. 33, p. 1-22, 2020. DOI: 10.5902/1984686X44073. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/educacaoespecial/article/view/44073/pdf. Acesso em: 22 mai. 2021.

 

ROSE, Gillian. Visual Methodologies: an introduction to the interpretation of Visual Materials. 2. ed. Londres, Reino Unido: SAGE Publications Ltd, 2010. 288 p.

 

RUTKOSKI, Cecília Rafaelly de Oliveira. Educação Especial e Inclusão Escolar - Unidade 1. Guarapuava, PR: NEAD UNICENTRO, 2016. 1 vídeo (8 min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=4p4efMsVFys&t=37s. Acesso em:  30 ago. 2022.

 

SANTAELLA, Lucia. Leitura de imagens. 1. ed. São Paulo: Melhoramentos, 2012. 184 p.

 

SARDELICH, Maria Elimia. Leitura de imagens, cultura visual e prática educativa. Cad. Pesqui., São Paulo, v. 36, n. 128, mai./ago. 2006, p. 451-472. Disponível em: https://www.scielo.br/j/cp/a/tQws4zsftqmGxhq3XqVJTWL/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 25 jul. 2022.

 

SENADO NOTÍCIAS. TV passa a transmitir sessões de Plenário e CAS com tradução simultânea em Libras. Brasília, DF, 09 fev. 2021. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2021/02/09/tv-passa-a-transmitir-sessoes-de-plenario-e-cas-com-traducao-simultanea-em-libras. Acesso em: 29 mai. 2023.

 

SICREDI. Parceria 2022. Porto Alegre, RS: Canal Sicredi, 2022. 1 vídeo (30 seg). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=N6KiBgRMnYc. Acesso em: 17 nov. 2022.

 

SOUSA, Zevaldo; SCHWEICKARDT, Kátia; BURD, Leo. Live "Educação e Tecnologia - Ensino Híbrido”. Manaus, AM: SEMED MANAUS Fala Semed, 2020. 1 vídeo (84 min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=IQ8KGYgrti4&t=129s. Acesso em:  30 ago. 2022.

 

THRONICKE, Soraya. 1 Imposto Só. [S.l.]: União Brasil. Poder 360, 2022. 1 vídeo (40 seg). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=DlMvAQZ7Mqo. Acesso em:  30 ago. 2022.

 

TSE - Tribunal Superior Eleitoral. Resolução n. 23.610, de 18 de dezembro de 2019. Dispõe sobre propaganda eleitoral, utilização e geração do horário gratuito e condutas ilícitas em campanha eleitoral. Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral (DJE/TSE): Brasília, DF, n 147, p. 343-386, 04 ago. 2022. Disponível em:  https://www.tse.jus.br/legislacao/compilada/res/2019/resolucao-no-23-610-de-18-de-dezembro-de-2019. Acesso em: 15 abr. 2023.

 

TV BRASIL. LIBRAS: Escolas ainda carecem de material e interpretes. Brasília, DF: Repórter Brasil, 2022. 1 vídeo (3 min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=qO85uTyroSg. Acesso em: 30 ago. 2022.

TV BRASILGOV. Boletim repórter NBR 12h - 14 de maio de 2018. Brasília, DF: Repórter NBR, 2018. 1 vídeo (8 min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=0A5sc9uWEQs. Acesso em:  30 ago. 2022.

 

TV CULTURA. COVID 19 em SP 340 mortes em 24h Governador prorroga quarentena e aperta restrições no interior. São Paulo, SP: Jornal Cultura, 2020. 1 vídeo (3 min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=orxLkbF3rhM. Acesso em:  30 ago. 2022.

 

UNIFAL-MG. Vídeo institucional da UNIFAL-MG ganha janela de Libras. Alfenas, MG: UNIFAL-MG, 2017. 1 vídeo (4 min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=8IF8A01hxNQ. Acesso em: 17 nov. 2022.

 

ZANOM, Eduardo. Minuto do evangelho. Palmas, TO: Catedral de Palmas, 2018. 1 vídeo (1 min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=9MUiHKwRe2Y. Acesso em: 17 nov. 2022.

 

Modalidade do artigo: Relato de pesquisa (x) Revisão de Literatura (  )



[1] A norma 15.290 da ABNT estipula que as janelas de Libras devem ter bom contraste entre tons claros e escuros (cenário, tom de pele e roupas), contraste entre o fundo/cenário e o tradutor-intérprete, o plano de câmera deve permitir ver toda movimentação e gesticulação do tradutor-intérprete, a iluminação deve evitar sombras no tradutor-intérprete e em relação deste com o fundo/cenário, a janela deve ter pelo menos metade da altura (1/2) e a quarta parte (1/4) da largura do frame do vídeo (tela) e não ser coberta pelas legendas do closed caption quando estas forem ativadas.

[2] Santaella (2012), a partir das categorias propostas por Mitchell (1986), traz uma classificação geral das imagens, situando a imagem visual como uma das formas de produção de imagem (as outras são: imagens mentais, imagens perceptíveis, imagens verbais e imagens ópticas). A imagem visual é a representação fixada em suportes, como a fotografia, o desenho, as pinturas, a imagem da TV e da tela do computador.

[3] As numerações do tipo 2.a, 3.c, 1.a são referentes aos códigos de subcategorias apresentados anteriormente no Quadro 1.