http://dx.doi.org/10.5902/1984686X41510

 

Produção científica em avaliação motora: análise bibliométrica sobre a utilização da Escala de Desenvolvimento Motor

Motor assessment scientific production: bibliometric analysis on the use of the Motor Development Scale

Producción científica en evaluación motora: análisis bibliométrico sobre el uso de la Escala de Desarrollo Motor

 

Ricardo de Almeida Pimenta

Professor doutor na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, Rio de Janeiro, Brasil.

ricardopimentarp@gmail.com

ORCID – https://orcid.org/0000-0002-2432-1277

 

Lorenna Walesca de Lima Silva

Mestranda na Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil.

lorennalima1995@gmail.com

ORCID – https://orcid.org/0000-0001-5059-8168

 

Claudia Daniele Bianco

Doutoranda na Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil

cacau.bianco@gmail.com

ORCID – https://orcid.org/0000-0002-3152-6895

 

Mauricio Camaroto

Doutorando na Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil.

mcamaroto@gmail.com

ORCID – https://orcid.org/0000-0001-7721-2157

 

Francisco Rosa Neto

Professor doutor na Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil.

franciscorosaneto@terra.com.br

ORCID – https://orcid.org/0000-0003-1670-024X

 

Recebido em 12 outubro 2019

Aprovado em 21 de setembro de 2020

Publicado em 26 de outubro de 2020

 

RESUMO

A avaliação motora é essencial para acompanhamento do desenvolvimento infantil. No Brasil, a Escala de Desenvolvimento Motor (EDM) destaca-se como um instrumento de avaliação de crianças de 2 a 11 anos. O estudo teve como objetivo analisar a produção científica relacionada a utilização dessa escala através de uma análise bibliométrica, explorando dados nas publicações, autores e periódicos, com foco em indicadores e impactos científicos. Um total de 53 artigos foram considerados, selecionados nas bases de dados SciELO, SCOPUS, MEDLINE, SPORTDiscus, Web of Science e Portal de Periódicos CAPES. Como resultados, a produção científica aumentou a partir de 2010 e têm alcançado revistas nacionais e internacionais e publicações em três idiomas. As revistas com maior fator de impacto estão na área de medicina e as publicações contemplam profissionais da saúde e da educação. A rede de pesquisas envolve 32 Universidades com maior concentração em SC e SP. O autor da EDM e seus colaboradores institucionais são os que mais vezes publicaram com a escala. Por fim, os estudos têm focado na avaliação de crianças com transtornos do desenvolvimento ou dificuldades de aprendizagem.

Palavras-chave: Crianças; desenvolvimento infantil; bibliometria.

 

ABSTRACT

Motor assessment is essential for monitoring child development. In Brazil, the Motor Development Scale (EDM) stands out as an instrument when evaluating children 2 to 11 years old. The study aimed to analyze the scientific production related to the use of this instrument through a bibliometric analysis exploring data from publications, authors and journals, and focusing on scientific indicators and impacts. A total of 53 articles were considered, selected from the databases: SciELO, SCOPUS, MEDLINE, SPORTDiscus, Web of Science and Portal Capes. Results indicate that the scientific production using this scale has increased since 2010 and have achieved national and international journals  and publications in three languages. Journals with the greatest impact factor are in the medicine area and the publications include health and education professionals. The research network involves 32 Universities with greater concentration in the state of “SC” and “SP” - Brazil. The author of EDM and its institutional contributors are the ones that most frequently published with the scale. Finally, studies have focused on assessing children with developmental disorders or learning disabilities.

Keywords: Child; child development; bibliometrics.

 

RESUMEN

La evaluación motora es esencial para seguir el desarrollo infantil. En Brasil, la Escala de Desarrollo Motor (EDM) se destaca como un instrumento para evaluar a niños de 2 a 11 años. El estudio tuvo como objetivo analizar la producción científica relacionada con el uso de esta escala a través de un análisis bibliométrico, explorando datos en publicaciones, autores y revistas, enfocándose en indicadores e impactos científicos. Se consideraron un total de 53 artículos, seleccionados de las bases de datos: SciELO, SCOPUS, MEDLINE, SPORTDiscus, Web of Science y Portal CAPES. Como resultado, la producción científica aumentó desde 2010 y ha llegado a revistas y publicaciones nacionales e internacionales en tres idiomas. Las revistas con el mayor factor de impacto pertenecen al campo de la medicina, y las publicaciones incluyen profesionales de la salud y la educación. La red de investigación involucra a 32 universidades con la mayor concentración en “SC” y “SP” - Brasil. El autor de EDM y sus colaboradores institucionales son los que más publicaron con la escala. Finalmente, los estudios se han centrado en evaluar a los niños con trastornos del desarrollo o discapacidades de aprendizaje.

Palabras clave: Niño; desarrollo infantil; bibliometría.

 

Introdução

A avaliação motora desempenha papel importante no neurodesenvolvimento infantil, especialmente para a identificação de alterações que possam interferir no desenvolvimento global (CAON; RIES 2003; MEDINA-PAPST; MARQUES, 2010; ROSA NETO, 2015), além de obter esclarecimentos sobre estratégias intervencionistas quando necessário.

Instrumentos internacionais são conhecidos e padronizados para avaliação do desenvolvimento motor de crianças em idade escolar e pré-escolar, tais como o Movement Assessment Battery for Children, 2ª edição (MABC-2) (HENDERSON; SUGDEN; BARNETT, 2007) e o Bruininks-Oseretsky Test of Motor Proficiency, 2ª edição (BOT-2) (DEITZ; KARTIN; KOPP, 2007) e a Alberta Infant Motor Scale (AIMS) (PIPER; DARRAH, 1994), utilizando critérios de seleção variados, como a idade da criança e as áreas a serem avaliadas. Entretanto, esses instrumentos apresentam alto custo de compra e importação além de manuais e instruções gerais em língua inglesa. Como alternativa viável a avaliação do desenvolvimento infantil, no Brasil, encontra-se a Escala de Desenvolvimento Motor (EDM) (ROSA NETO, 2015). Essa escala foi desenvolvida com o objetivo de fornecer um instrumento de avaliação do desenvolvimento motor de crianças a partir da idade cronológica, idades motoras e quocientes motores, tendo como objetivo fornecer parâmetros de níveis de desenvolvimento e de identificar crianças com atrasos motores. Esse instrumento abrange uma faixa etária de 2 a 11 anos e avalia três pilares da motricidade humana: coordenação, propriocepção e percepção; e seis domínios específicos: motricidade fina, motricidade global, equilíbrio, esquema corporal, organização espacial e temporal. Em português, a EDM teve sua primeira publicação em 2002 (ROSA NETO, 2002) e encontra-se atualmente na terceira edição. Em espanhol (ROSA NETO, 2018a) e inglês (ROSA NETO, 2018b), edições publicadas em 2018.

A utilização do protocolo envolve crianças em idade pré-escolar (2 a 5 anos), do ensino fundamental (6 a 11) e da educação especial. A Escala EDM vem sendo utilizada para diagnóstico diferencial de transtornos, suspeitas de atrasos no desenvolvimento, complemento de avaliação clínica médica, alterações neurológicas e psiquiátricas, deficiências intelectuais, e outros (ROSA NETO; BIANCO, 2018). No campo científico, a EDM tem sido utilizada na avaliação de crianças com transtornos do desenvolvimento e de aprendizagens, assim como crianças com deficiências ou atrasos cognitivos e/ou motores (GOULARDINS et al., 2013; ROSA NETO et al., 2015; POETA et al., 2011; ROSA NETO, 2013; PAVÃO et al., 2014). 

 Análises bibliométricas têm sido utilizadas em diferentes contextos para avaliar dados sobre aumento no número de publicações, identificação dos principais autores e instituições envolvidas nas pesquisas, assim como locais e países que investigam um determinado tema (BRAMNESS et al., 2014; ANDRADE; DOMINSKI; COIMBRA, 2017). Em complemento, Hu et al. (2014) apontam que a literatura, de maneira geral, apresenta análises bibliométricas específicas de periódicos visando estabelecer tendências ou direções para pesquisas futuras. Dessa forma, entende-se que maior número de informações sobre instituições, autores e colaboradores, palavras-chave e periódicos devem ser acrescentados em estudos como as análises bibliométricas (ANDRADE; DOMINSKI; COIMBRA, 2017).

Mediante o exposto, este estudo tem como objetivo analisar a literatura especializada acerca da utilização da EDM na avaliação do desenvolvimento motor de crianças. A partir disso, o presente estudo visa apresentar e quantificar informações relevantes referente a utilização da EDM em pesquisas, explorando indicadores bibliométricos relativos à distribuição das publicações ao longo do tempo, periódicos, idioma, temáticas, redes de conexão entre publicações e indicadores de atividades. Explorar essas informações deve respaldar o impacto científico da utilização da escala e apontar tendências ou direções para pesquisas futuras.

Métodos

Estratégia de busca

O rastreio dos trabalhos científicos de interesse para esta pesquisa foi feito através de uma busca sistemática na literatura. Representando uma parte significativa da produção científica mundial, a pesquisa pelos artigos foi realizada nas seguintes bases de dados: Scientific Electronic Library Online, SciELO (≈ 1,285 periódicos e 745,182 artigos), SCOPUS (≈ 21.500 periódicos, de 5 mil editores internacionais), MEDLINE (via PubMed)  (≈ 5600 periódicos e ≈ 21,000,000 artigos), SPORTDiscus (≈ 500 periódicos), Web of Science (≈ 9.000 periódicos indexados) e Portal de Periódicos CAPES (≈ 45,000 publicações). Os termos de pesquisa utilizados nas bases de dados referem-se, respectivamente, aos nomes do protocolo de avaliação (Escala de Desenvolvimento Motor) e de seu autor (Francisco Rosa Neto). Estes descritores foram combinados com auxílio do operador booleano “OR”, da seguinte forma: (“Escala de Desenvolvimento Motor” OR “Motor Development Scale”) OR (“Rosa Neto, Francisco” OR “Neto, Francisco Rosa” OR “Rosa Neto, F” OR “Neto, FR” OR “Francisco Rosa Neto”). Essas estratégias foram comuns a todas as bases, com uma busca integrada nos campos title, abstract, subject, author, de cada banco de dados.

Critérios de inclusão e exclusão

Como critérios de inclusão, foram considerados: a) artigos originais em periódicos científicos; b) artigos que utilizaram a Escala de Desenvolvimento Motor; e, c) textos completos publicados em inglês, português ou espanhol. Não houve restrição quanto à data de publicação. Foram excluídos os artigos de revisão, pesquisas que não utilizaram a EDM para a análise do desenvolvimento motor, publicações que não disponibilizam texto completo, trabalhos em revistas não científicas, e os trabalhos publicados em revistas sem classificação para a área 21 do Qualis CAPES, obtidos através da consulta na “Plataforma Sucupira” (https://qualis.capes.gov.br).

Todos os estudos que preencheram os critérios de inclusão foram submetidos à coleta de dados para análise e discussão bibliométrica. As principais características foram sintetizadas de acordo com um modelo de extração de dados constituído por: autor; local da pesquisa; ano de publicação; universidades envolvidas, autores envolvidos, características das revistas e características dos artigos.

Análises

Os dados foram armazenados e analisados no programa estatístico SPSS versão 20.0. Os resultados são apresentados de forma descritiva com apresentação das frequências e percentuais.

Resultados

A busca sistemática nas bases de dados retornou um total de 392 estudos. Outros 12 artigos foram adicionados mediante consulta às listas de referências. Ao final das etapas de seleção, elegibilidade e inclusão, um total de 53 artigos preencheram os critérios de inclusão e foram considerados nesta pesquisa, como apresentado na Figura 1.

Figura 1 - Fluxograma ilustrando as etapas da revisão de literatura e seleção dos artigos

 

 

Fonte: Os autores (2019).

 

Sobre as publicações

As publicações científicas tiveram início no ano de 2003, um ano após a publicação da primeira versão do Manual de Avaliação Motora e tiveram um crescimento significativo a partir do ano de 2010, com 43 (81,1%) dos artigos publicados nesse período, como apresentado na Figura 2.

 

 

 

Figura 2 - Número de publicações por ano

 

 

Fonte: Os autores (2019).

 

Os artigos selecionados para essa revisão bibliométrica estão publicados em 26 revistas científicas diferentes, das quais 12 apresentam fator de impacto e índice H descritos no Scimago Jounal Rank (SJR). Percebe-se que existe uma prevalência de estudos publicados em revistas brasileiras, com destaque para a área da saúde, como apresentado na Tabela 1.

Tabela 1 - Publicações relativas a EDM: revista, fator de impacto, país e área da revista

 

REVISTA

SJR

ÍNDICE H*

PAÍS

ÁREA

N

Research in developmental disabilities

0,90

76

Reino Unido

Psicologia

1

Revista Brasileira de Psiquiatria

0,80

44

Brasil

Medicina

1

Revista Paulista de Pediatria

0,47

12

Brasil

Medicina

3

Arquivos de Neuro-Psiquiatria

0,45

42

Brasil

Medicina

1

Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum

0,25

17

Brasil

Fisiologia

5

MOTRIZ: Revista de Educação Física

0,25

9

Brasil

P. em Saúde

1

Psicologia Escolar e Educacional

0,22

5

Brasil

Psicologia

1

Revista de Neurología

0,22

36

Espanha

Medicina

2

Rev int med cienc act fís deporte

0,21

11

Espanha

P. em Saúde

1

Rev bras educ espec

0,20

8

Brasil

C. Sociais

8

Motricidade

0,19

8

Portugal

P. em Saúde

1

Journal of Physical Education

0,19

5

Brasil

Medicina

4

ABCS Health Sciences

-

-

Brasil

P. em Saúde

1

Cad Bras Ter Ocup

-

-

Brasil

TO

3

Ciências & Cognição

Distúrbios da Comunicação

-

-

-

-

Brasil

Brasil

Interdisciplinar

Fonoaudiologia

1

1

Fisioterapia e Pesquisa

-

-

Brasil

Fisioterapia

2

Fisioterapia em movimento

-

-

Brasil

Interdisciplinar

3

J. Hum. Growth Dev

-

-

Brasil

Interdisciplinar

3

Rev bras ciênc mov

-

-

Brasil

P. em Saúde

3

Rev Bras Educ Fís Esporte

-

-

Brasil

Ed Física

1

Revista Brasileira de Futsal e Futebol

-

-

Brasil

Futebol

1

Revista CEFAC

-

-

Brasil

Fonoaudiologia

3

Revista de Ciencias Del Deporte

-

-

Espanha

C. do Esporte

1

Revista de Educação Especial

-

-

Brasil

Educação Esp

1

 

Legenda: Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum: Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano; Rev int med cienc act fís deporte: Revista Internacional de Medicina y Ciencias de la Actividad Física y el Deporte; Rev bras educ espec: Revista Brasileira de Educação Especial; Cad Bras Ter Ocup = Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional; J. Hum. Growth Dev = Journal of Human Growth and Development; Rev bras ciênc mov = Revista Brasileira de Ciência e Movimento; Rev Bras Educ Fís Esporte = Revista Brasileira de Educação Física e Esporte; SJR = Scimago Jounal Rank; * = Índice H segundo consulta ao Scimago Jounal Rank; † = Área segundo consulta ao Scimago Jounal Rank. Nos casos em que a revista não apresenta SJR, a área foi consultada no escopo da própria revista; P. = Profissões; C. = Ciências; TO = Terapia Ocupacional; Ed Física = Educação Física; Educação Esp = Educação Especial; N = Número de publicações em cada revista.

 

Fonte: Os autores (2019).

 

Sobre os estudos

Os estudos foram realizados prioritariamente nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, especialmente nos estados de São Paulo e Santa Catarina. No entanto, podemos observar pesquisas realizadas no Nordeste e fora do Brasil, como apresentado na Figura 3. Dois artigos não informaram o local da pesquisa.

Figura 3 - Distribuição dos locais de realização das pesquisas com a EDM

 


Fonte: Os autores (2019).

 

Podemos observar também que a realização dessas pesquisas possibilitou a conexão e o trabalho conjunto entre 31 universidades e faculdades brasileiras e uma australiana. Essa rede de conexões está representada na Figura 4.

Figura 4 - Rede de conexões entre as Universidades para colaboração na pesquisa e publicação dos artigos. A direção da seta indica a Universidade do primeiro autor e as colaborações estabelecidas

 

 

Legenda: UDESC = Universidade do Estado de Santa Catarina; UNESP = Universidade Estadual de Paulista ; UNICAMP = Universidade Estadual de Campinas; USP = Universidade de São Paulo; UFSCar = Universidade Federal de São Carlos; FTGA = Faculdade de Taguatinga; UNIARA = Universidade de Araraquara; UNICSUL = Universidade Cruzeiro do Sul; UFSC =Universidade Federal de Santa Catarina; UNISUL = Universidade do Sul de Santa Catarina; PUC-PR = Pontifícia Universidade Católica do Paraná; UNIFESP = Universidade Federal de São Paulo; UNOESTE = Universidade do Oeste Paulista; UFC = Universidade Federal do Ceará; UFRN = Universidade Federal do Rio Grande do Norte; UNIMEP = Universidade Metodista de Piracicaba; UFTM = Universidade Federal do Triângulo Mineiro; UEL = Universidade Estadual de Londrina; Estácio = Faculdade Estácio de Sá; UENP = Universidade Estadual do Norte do Paraná; UFPR = Universidade Federal do Paraná; UFVJM = Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri; PUC-MG = Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais; UFSM = Universidade Federal de Santa Maria; UNIOESC = Universidade do Oeste de Santa Catarina; UFS = Universidade Federal de Sergipe; UNCISAL = Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas; UFRB = Universidade Federal do Recôncavo da Bahia; UCB = Universidade Católica de Brasília; UNIDERP = Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal; UCBD = Universidade Católica Dom Bosco.

Fonte: Os autores (2019).

 

A Tabela 2 apresenta os dados referentes ao tipo de estudo, idioma de publicação, objetivo, população estudada e número de vezes que cada um dos 53 artigos selecionados foi citado. Podemos observar publicações em língua portuguesa, inglesa e em espanhol. Dois tipos de artigo apresentam maior prevalência: a) os de análise de um perfil motor de crianças; b) os de intervenção, onde o desenvolvimento motor é avaliado pré e pós intervenção. Na Tabela 2 também é possível observar que a maior parte dos estudos avalia população de crianças com desenvolvimento atípico, como com transtornos, deficiências ou dificuldades de aprendizagem.

Tabela 2 - Publicações relativas a EDM: referência, idioma, objetivo, população alvo e número de vezes que o artigo foi citado

(continua)

Referência

Id

Objetivo

População

NC

Caetano (2005)

Pt

Analisar as mudanças motoras no intervalo de 13 meses

35 (3 a 7 anos)

100

Rosa Neto (2010a)

Pt

Verificar a fidedignidade dos testes de motricidade fina da EDM

101 (6 a 10 anos)

79

Medina-Papst (2010)

Pt

Investigar se crianças com dificuldades de aprendizagem apresentam atraso no DM

30 crianças com dificuldades de aprendizagem (8 a 10 anos)

73

Silveira (2006)

Pt

Analisar a validade de construção dos testes motores de equilíbrio da EDM

76 (6 a 9 anos)

51

Goulardins (2011)

In

Avaliar a QV e o perfil psicomotor de crianças com TDAH

40 crianças com TDAH (7 a 10 anos)

38

Rosa Neto (2007)

Pt

Avaliar o DM e as características psicossociais de crianças

31 crianças com dificuldades de aprendizagem (6 a 13 anos)

38

Rosa (2008)

Pt

Analisar o DM de uma criança com PC e os efeitos de um programa de atividades motoras no meio aquático

01 criança com paralisia cerebral (10 anos)

36

Fonseca (2008)

Pt

Verificar a relação entre o nível de DM e variáveis do contexto de desenvolvimento

34 crianças (6 a 9 anos)

28

Okuda (2011)

Pt

Comparar o desempenho da coordenação motora fina em escolares

11 escolares com dislexia e 11 com TDAH (6 a 11 anos)

28

Suzuki (2005)

Pt

Avaliar se existe alteração do equilíbrio estático em crianças com diagnóstico clínico de TDAH

15 com TDAH e 15 sem TDAH (7 a 11 anos)

28

Goulardins (2013)

In

Avaliar o perfil motor de crianças com TDAH

34 crianças com TDAH e 32 crianças sem TDAH (7 a 11 anos)

26

Mansur (2006)

Pt

Avaliar o perfil motor de crianças com deficiência intelectual

20 crianças com DI moderado (7 a 15 anos)

22

Rosa Neto (2011)

Pt

Verificar o desenvolvimento do esquema corporal de escolares

39 com dificuldades de aprendizagem (6 a 10 anos)

22

Pavão (2014)

In Pt

Verificar o efeito de um protocolo terapêutico baseado em RV sobre o desempenho motor e o equilíbrio funcional

01 criança com Paralisia Cerebral (7 anos)

21

Torquato (2013)

Pt

Verificar a aquisição de marcos motores em crianças com SD na equoterapia ou fisioterapia

33 crianças com Síndrome de Down (4 e 13 anos)

21

Poeta (2011)

Pt

Avaliar o DM de crianças obesas

64 divididas em dois grupos: eutróficos e obesos (6 e 10 anos)

21

Amaro (2009)

Pt

Verificar a consistência interna dos testes de Motricidade Global e Equilíbrio da EDM

101 crianças (6 a 10 anos)

19

Santos (2013)

Pt

Avaliar o DM participantes de projetos sociais, esportivos e de não participantes em atividades estruturadas

136 crianças (8 a 9 anos)

19

Fernani (2013)

In

Avaliar o DM de crianças pré e pós-intervenção motora

28 com dificuldades de aprendizagem (6 a 11 anos)

16

Rosa Neto (2015)

In

Comparar o DM de crianças com TDAH com crianças com desenvolvimento típico

50 com TDAH e 150 com desenvolvimento típico (5 a 10 anos)

15

Poeta (2007)

Es

Avaliar o DM de crianças com TDAH

31 com indicativos de TDAH (7 a 10 anos)

14

Prestes (2010)

Pt

Investigar os benefícios da equoterapia no DM e autopercepção de escolares

02 com dificuldade de aprendizagem (10 e 11 anos)

13

Rosa Neto (2010b)

Pt

Investigar o perfil motor de escolares e analisar a confiabilidade da EDM

101 escolares (6 a 10 anos)

13

Rosa Neto (2013)

In Pt

Analisar a leitura e escrita em escolares com lateralidade cruzada

166 escolares (8 e 9 anos)

12

Alano (2011)

Pt

Avaliar o DM e o nível de aptidão física de escolares

52 com dificuldades na aprendizagem (7 a 11 anos)

11

Crippa (2003)

Pt

Verificar o perfil motor de crianças que praticam atividades recreativas

19 crianças (4 e 5 anos)

11

Santos APM (2015)

Pt

Avaliar o DM de uma criança com Síndrome de Williams e verificar os efeitos de um programa de intervenção motora

01 criança com Síndrome de Williams (9 anos)

11

Camargos (2011)

Pt

Comparar o DM de crianças nascidas pré-termo e a termo

13 crianças (7 e 8 anos) em cada grupo

10

Rocha (2010)

Pt

Investigar as contribuições da iniciação esportiva para o DM

80 crianças (6 a 9 anos)

10

Cardeal (2013)

Pt

Verificar o efeito da estimulação motora, nas respostas da função cognitiva de crianças

80 crianças (6 a 10 anos)

10

Rondon (2010)

Pt

Avaliar as contribuições de um programa de atividades rítmicas para o desenvolvimento motor de escolares

16 escolares (8 anos)

9

Barbosa (2014)

Pt

Verificar o efeito da equoterapia sobre o desenvolvimento psicomotor de crianças com TDAH

05 crianças com indicativos de TDAH (7 a 10 anos)

7

Lorenzo (2015)

Pt

Avaliar os resultados de intervenções com uso da RV sobre parâmetros psicomotores de uma criança

01 com Síndrome de Down (10 anos)

7

Campos (2017)

In Pt

Avaliar um programa de intervenção para criança com atraso no DM

01 criança (4 anos)

5

Soares (2015)

In Pt

Avaliar e comparar o DM de crianças com e sem queixas de dificuldade de aprendizagem

22 com e sem de dificuldade de aprendizagem (7 a 14 anos)

4

 

 

 

 

 

Silva (2016)

In

Comparar o DM de crianças nascidas prematuras estimuladas precocemente e crianças nascidas a termo, na fase motora fundamental

20 crianças; 10 nascidas prematuras e 10 nascidas a termo (3 anos)

4

 

 

 

 

 

Santos LB (2015a)

Es In

Analisar o perfil das características motoras de crianças

284 eutróficas, com sobrepeso e obesas (6 a 10 anos)

3

Santos CR (2015)

Pt

Verificar o impacto do ballet clássico e do futsal sobre indicadores de motricidade global e de equilíbrio em crianças

160 crianças, pré-púberes, eutróficas (7 a 10 anos)

2

Santos LB (2015b)

Es

Descrever e comparar o DM de escolares que praticam atividades esportivas extraescolares

117 escolares espanhóis (6 a 10 anos)

2

Silva AZ (2017)

In

Avaliar os efeitos de um programa de intervenção no DM de escolares

91 escolares (8 a 10 anos)

2

Anjos (2018)

In Pt

Comparar o DM de crianças praticantes e não praticantes de dança educativa

85 do 1º ano do ensino fundamental

1

Cruz (2017)

Pt

Analisar a relação entre DM e nível de atividade física com o IMC de escolares com excesso de peso

50 crianças com sobrepeso e obesas e 35 crianças eutróficas

1

Iwabe (2010)

Pt

Relatar os aspectos funcionais de uma criança com mucopolissacaridose tipo 1

01 (34 meses)

1

Matsunaga (2016)

Pt

Avaliar o efeito de atividades psicomotoras no DM de crianças

16 crianças (5 anos)

1

Santos (2016)

In Pt

Analisar o perfil biopsicossocial de escolares com atraso no DM

17 escolares com atraso no DM (8 e 9 anos)

1

Trindade (2016)

Pt

Avaliar a idade motora em crianças com SD

07 crianças com Síndrome de Down

1

Arnoni (2018)

In Pt

Verificar o efeito de uma intervenção em RV no autoconceito, equilíbrio, desempenho motor e sucesso adaptativo de crianças com PC

08 crianças com Paralisia Cerebral (5 a 14 anos)

0

Del Agostini (2015)

Pt

Demonstrar a importância dos jogos pré-desportivos para o desenvolvimento da motricidade global de crianças

08 crianças (6 e 7 anos)

0

Laux (2016)

In Pt

Identificar a quantidade de sujeitos disgráficos em uma população específica e verificar o efeito de uma intervenção psicomotora

35 crianças disgráficas (9 e 10 anos)

0

Maronesi (2015)

Pt

Verificar o efeito da intervenção na motricidade global, fina e equilíbrio

01 criança com atraso no DM (4 anos)

0

Okuda (2010)

Pt

Caracterizar o perfil motor de escolares

6 escolares com TEA (5 a 10 anos)

0

Santos (2010)

Pt

Analisar o DM de uma criança com Síndrome de Down e verificar os efeitos de um programa de intervenção motora

01 criança com síndrome de Down (7 anos)

0

Silva (2014)

Pt

Traçar o perfil do desenvolvimento motor de crianças com baixo rendimento escolar

43 (9 a 11 anos)

0

Legenda: Id. – Idioma, In – Inglês, Pt – Português, Es – Espanhol; NC – número de citações; EDM – Escala de Desenvolvimento Motor; DM – Desenvolvimento Motor; QV – Qualidade de vida; TDAH – Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade; DI - Deficiência intelectual; RV – Realidade virtual; PC – Paralisia cerebral; TEA – Transtorno do Espectro Autista.

Fonte: Os autores (2019).

 

Dentre os estudos analisados, foram encontradas 94 diferentes palavras-chave que, quando observadas individualmente, podem indicar temas importantes relacionados com a Escala de Desenvolvimento Motor. Conforme representado no Figura 5, observa-se que o descritor “Desenvolvimento Infantil” foi o mais utilizado (14 vezes). Outras palavras relacionadas diretamente ao desenvolvimento motor também aparecem entre as mais citadas: Desenvolvimento Motor, Destreza Motora, Desempenho Psicomotor. Além disso, pode-se perceber que termos relacionados a grupos específicos de crianças, como TDAH, Síndrome de Down e Paralisia Cerebral, também foram comuns dentre as palavras-chave encontradas nesta pesquisa. Os quadros 1 e 2 apresentam as palavras-chave que aparecem apenas uma ou duas vezes.

Figura 5 - Número de vezes que cada palavra chave aparece nos artigos

 

 

Legenda: TDAH: Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Fonte: Os autores (2019).

 

Quadro 1 – Palavras que aparecem duas vezes nas palavras-chave

 

Aptidão Física; Dificuldade de aprendizagem; Realidade Virtual; Equoterapia; Educação Física e Treinamento; Obesidade; Movimento; Terapia Ocupacional; Pré-escolares; Motricidade global; Perfil motor; Fisioterapia; Avaliação; Reabilitação; Baixo Rendimento Escolar; Esquema corporal; Consistência interna; Coeficiente alpha.

 

Fonte: Os autores (2019).

 

Quadro 2 – Palavras que aparecem uma vez nas palavras-chave

 

Estudos de Validação; Saúde escolar; Dança; Sobrepeso; Grupos etários; Prematuro; Brincadeira; Atividades recreativas; Obesidade infantil; Coordenação motora; Jogos coletivos; Crianças de 6 e 7 anos; Contexto de desenvolvimento; Qualidade de vida; Deficiências do desenvolvimento; Mucopolissacaridose I; Transtornos de Aprendizagem; Adolescentes; Deficiência mental moderada; Coordenação Motora Fina; Coordenação Motora Global; Transtorno da Coordenação Motora; Transtorno Autístico; Dislexia; Transtorno da Falta de Atenção com Hiperatividade; Equilíbrio postural; Terapia de exposição à realidade virtual; Alterações motoras; Desempenho motor; Autopercepção; Esporte; Impacto Psicossocial; Distúrbios da aprendizagem; Psiquiatria infantil; Relação interdisciplinar; Neurologia comportamental; Escala de desenvolvimento motor; Motricidade fina; Leitura; Escrita Manual; Lateralidade Funcional; Estudantes; Condições sociais; Síndrome de Williams; Projeto social; Prática esportiva; Atividade esportiva; Iniciação Esportiva; Nascimento a Termo; Nascimento Prematuro; Validade dos testes; Psicomotor; Transtorno de Déficit de Atenção; Hiperatividade; Controle postural; Movimento Humano; Educação Física; Função Executiva; Atividade Rítmica; Escola.

 

Fonte: Os autores (2019).

 

Com intuito de verificar a qualidade e confiabilidade dos termos utilizados como palavras-chave nos estudos analisados nesta revisão, os 94 descritores registrados foram consultados no vocabulário estruturado Descritores em Ciências da Saúde (DeCS, 2018), que servem como uma linguagem única na indexação de artigos de revistas científicas, dentre outros materiais. Sabe-se ser de extrema importância a utilização de termos incluídos no DeCS, visto que ampliam, em grandes proporções, a visibilidade dos estudos no resgate da produção científica mediante buscas em bases de dados.

A busca na plataforma DeCS foi realizada consultando-se: Descritor Exato, em Português, por Índice Alfabético. Dentre as 94 palavras-chave consultadas, apenas 42 aparecem como termos primários na hierarquia deste vocabulário (Tabela 3). Além destes, outros 10 termos surgem como sinônimos de descritores primários. Ao analisar os 16 termos-descritores que foram usados como palavras-chaves mais recorrentes nos artigos analisados (Figura 5), 11 estão contemplados no DeCS, sendo que 9 são descritores primários e 2 surgem como sinônimos de outro descritor.

Tabela 3 - Descritores primários na plataforma DeCS

 

Descritor português

Sinônimos – português

Desenvolvimento Infantil

D. dos Lactentes; D. das Crianças; D; das Crianças em Idade Pré-Escolar; D. dos Pré-Escolares; D. do Lactente; D. de Pré-escolares; D. da Criança em Idade Pré-Escolar; D. da Criança Pré-Escolar; D. do Pré-Escolar; D. da Criança; D. Pré-Escolar

Criança

Crianças                                              

Destreza Motora

Habilidades Motoras; Habilidade Motora 

Desempenho Psicomotor

Desempenho Perceptual-Motor; Coordenação Visiomotora; Desempenho Sensório-Motor 

Educação Especial

-

Síndrome de Down

Mongolismo; Trissomia do 21; Trissomia do Cromossomo 21 

Aprendizagem

Aprendizado; Fenomenografia

Paralisia Cerebral

Doença de Little; Diplegia Espástica; Paralisia Cerebral Diplégica Infantil;

Paralisia Cerebral Monoplégica; Paralisia Cerebral Quadriplégica Infantil

Atividade Motora

-

Aptidão Física

Forma Física; Habilidade Física

Realidade Virtual

Realidade Virtual Educativa; Realidade Virtual Instrucional; Realidades Virtuais Educativas; Realidades Virtuais Instrucionais.

Educação Física e Treinamento

Educação Física; Educação e Treinamento Físico

Obesidade

Tratamento da Obesidade 

Movimento

-

Terapia Ocupacional

Curso de Terapia Ocupacional 

Fisioterapia

Especialidade Fisioterapia; Curso de Fisioterapia 

Reabilitação

Habilitação

Baixo Rendimento Escolar

-

Estudos de Validação

-

Dança

Balé; Ballet; Dança em Linha; Dança Hip Hop; Dança Jazz; Dança Salsa; Dança Moderna; Danças; Hip Hop (Dança); Jazz (Dança); Salsa (Dança); Square Dance; Dança de Quadrilha; Sapateado 

Sobrepeso

-

Grupos Etários

Faixa de Idade; Faixa Etária; Faixas de Idade; Faixas Etárias; Grupo Etário; Grupo de Idade; Grupos por Idade 

Qualidade de Vida

Qualidade de Vida Relacionada à Saúde; HRQOL; QVRS

Deficiências do Desenvolvimento

Desvios do Desenvolvimento Infantil; Transtornos do Desenvolvimento Infantil; Transtornos Específicos do Desenvolvimento Infantil; Transtornos de Atraso do Desenvolvimento

Mucopolissacaridose I

Síndrome de Hurler; Síndrome de Pfaundler-Hurler; Lipocondrodistrofia; Síndrome de Hurler-Scheie; Mucopolissacaridose V; Síndrome de Scheie 

Transtornos de Aprendizagem

Deficiências do Aprendizado; Transtornos de Aprendizado; Transtorno do Desenvolvimento Acadêmico; Deficiências da Aprendizagem 

Transtorno Autístico

Autismo; Autismo Infantil; Síndrome de Kanner 

Dislexia

Dificuldade de Desenvolvimento de Leitura; Dislexia de Desenvolvimento; Transtorno da Leitura; Alexia; Transtorno do Desenvolvimento da Leitura 

Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade

Disfunção Encefálica Mínima; Síndrome Hipercinética; Disfunção Cerebral Mínima; Transtorno de Hiperatividade e Falta de Atenção; Transtorno de Hiperatividade e Déficit de Atenção; Transtorno do Déficit de Atenção; Transtorno da Falta de Atenção; Transtorno da Falta de Atenção com Hiperatividade; TDAH; ADHD

Equilíbrio Postural

-

Terapia de Exposição à Realidade Virtual

Terapia com Exposição à Realidade Virtual

Impacto Psicossocial

-

Psiquiatria Infantil

Pedopsiquiatria; Psiquiatria da Infância

Leitura

-

Escrita Manual

-

Lateralidade Funcional

Ambidestrismo; Lateralidade Comportamental; Lateralidade; Lateralidade de Controle Motor; Escrita em Espelho; Modalidades de Lados do Corpo; Sintomas Cruzados

Estudantes

Aluno; Alunos; Estudante

Condições Sociais

Condição Social; Condições de Vida

Síndrome de Williams

Síndrome de Fácies de Elfo; Síndrome do Gene Contíguo de Williams

Nascimento a Termo

Parto a Termo

Nascimento Prematuro

-

Função Executiva

Controle Executivo

 

Fonte: Os autores (2019).

 

Sobre a autoria

A escala foi desenvolvida e publicada no ano de 2002 por Francisco Rosa Neto e esse aparece como autor em 23% dos artigos pesquisados, como observado na Figura 6. Desses, o autor aparece em 10% como primeiro autor e em 11% como orientador ou coordenador da pesquisa.

Figura 6 - Aparições como autor de Francisco Rosa Neto

 

 

Fonte: Os autores (2019).

 

Ressalta-se que 77% das pesquisas acontecerem sem a participação ou relação com Francisco Rosa Neto, autor da EDM. Entretanto, esse é o autor que mais vezes publicou estudos com a utilização da EDM (6 artigos), tendo como principais colaboradoras, mestrandos e doutorandos do Laboratório de Desenvolvimento Humano (LADEHU) da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).

Discussão

Considerando a importância da avaliação do desenvolvimento motor para identificação precoce de atrasos no desenvolvimento e a ampla aplicação da Escala de Desenvolvimento Motor como um instrumento viável de identificação e monitoramento desses riscos, o objetivo deste estudo foi analisar a produção científica relacionada à EDM (ROSA NETO, 2015) por meio de uma análise bibliométrica, analisando os dados referentes a publicações, estudos e autorias. 

Sobre as publicações

A primeira publicação ocorreu em 2003 (CRIPPA, et al., 2003) (Figura 2), com um estudo de avaliação motora de pré-escolares que praticam atividades recreativas. Um aumento nas publicações foi observado a partir do ano 2010, com 79,63% das publicações entre os anos 2010 e 2017.

Foi possível observar que a maioria dos artigos estão publicados em revista de medicina e das profissões em saúde (segundo consulta ao SJR - Tabela 1). Apesar dessa constatação, outros periódicos com especificidade nas áreas da saúde (como da psicologia, fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia) e educação (educação especial), também têm publicado artigos com a utilização da EDM, o que corrobora a afirmação do autor da escala, de que esse instrumento pode ser utilizado por profissionais de diferentes áreas, englobando a saúde, a educação e áreas afins (ROSA NETO, 2015).

Dentre as publicações, a Revista Brasileira de Educação Especial e a Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano foram as que mais publicaram artigos utilizando a EDM como instrumento de avaliação, com sete e cinco publicações respectivamente. A EDM é utilizada principalmente com crianças com desenvolvimento atípico, tentando identificar áreas motoras com maiores dificuldades, o que pode ter contribuído para esse número de publicações na Revista Brasileira de Educação Especial, responsável por cerca de 13% do total dos 54 artigos encontrados. Dentre as revistas incluídas nesta pesquisa, a Research in Developmental Disabilities e a Revista Brasileira de Psiquiatria apresentam o maior índice SJR, sendo (0,90) e (0,80) respectivamente. O portal SJR permite a publicação seletiva de relatórios dinâmicos com indicadores baseados nas citações entre os trabalhos científicos indexados no Scopus, que possibilitam classificar o desempenho e impacto de revistas científicas e de países. Entre os indicadores para medir o impacto, encontra-se o novo SJR e o H Index (SCIMAGO [s.d.]).

Esses dados apontam para a direção da avaliação de crianças com atrasos e transtornos no sentido de compreensão tanto das variáveis da saúde quanto da educação. A avaliação de atrasos e dificuldades motoras podem indicar relações significativas de desenvolvimento motor e cognitivo, ressaltados pelos paralelos existentes entre o desenvolvimento motor e o desenvolvimento cognitivo, destacando-se a estreita relação entre o que a criança é capaz de aprender com o que é capaz de realizar (ROSA NETO et al., 2010).

É na infância, particularmente no início do processo de escolarização, que ocorre um amplo incremento das habilidades motoras, e essas habilidades constituem componentes de domínio básico tanto para a aprendizagem motora quanto para as atividades de formação escolar (MEDINA; ROSA; MARQUES, 2006). Identificar e monitorar alterações e atrasos no desenvolvimento possibilita obter esclarecimentos sobre estratégias instrutivas e intervencionistas o que permite a profissionais da saúde e da educação a programação de intervenções condizentes, assegurando o caminho concreto entre a condição inicial apresentada pelo indivíduo e os objetivos propostos (SILVEIRA et al., 2006; VIEIRA; RIBEIRO; FORMIGA, 2009).

Sobre os estudos

As publicações acabam se destacando nas regiões sul e sudeste do Brasil (Figura 3), o que coincide com as regiões onde se concentram os cursos de pós-graduação com os maiores conceitos pela CAPES (2017). Dos 53 estudos, 38 foram realizados nos estados de Santa Catarina e São Paulo. Esse fato concorda e fica visível com as colaborações estabelecidas entre as Universidades apresentado na Figura 4, com destaque para a rede de conexões formada por pesquisadores participantes da UDESC, localizada na região sul do Brasil e instituição de origem do autor da Escala. A UNESP aparece com uma grande conexão, entretanto, ressalta-se que neste estudo foram unidas a UNESP de Rio Claro, Presidente Prudente, Marília e Botucatu, o que pode ter facilitado para a maior conexão desta instituição (Figura 4). Destaca-se a importância da conexão entre os pesquisadores de diferentes instituições, o que contribui para a ampliação da rede de conhecimentos e divulgação dos mesmos. 

Dentre os temas abordados, os estudos avaliaram crianças com e sem dificuldade no rendimento escolar, com deficiência intelectual, com TDAH, crianças obesas e praticantes de alguma modalidade esportiva, além de estudos de acompanhamento/intervenção. Dos artigos encontrados, o primeiro que relatou a utilização da escala (CRIPPA et al., 2003) foi o único que avaliou crianças com desenvolvimento típico em idade pré-escolar, mostrando que essa é uma área que pode ser bastante explorada ainda. Vale destacar que a maior parte dos estudos foi realizada com crianças em idade escolar (Ensino Fundamental) e a EDM permite avaliar crianças a partir dos dois anos de idade (ROSA NETO, 2015).

O interesse em pesquisas sobre o tema justifica-se com base na literatura internacional, a qual aponta que de 5% a 6% das crianças em idade escolar apresentam diagnóstico clínico de transtorno motor (APA, 2013). Em complemento, pesquisas recentes no contexto brasileiro mostram que essa prevalência pode ser maior. Silva AP (2017), ao avaliar 265 crianças de 3 a 5 anos, encontrou déficits motores em 14,3% dos indivíduos avaliados. Maggi e colaboradores (2014) encontraram um percentual de 19% de crianças com atrasos do desenvolvimento motor. Ainda, Valentini e colaboradores (2012), a partir da avaliação de 152 crianças dos três estados na Região Sul, encontraram uma prevalência de 35% de crianças de 4 a 6 anos com indicações de transtorno motor. Essas desordens ou atrasos motores podem interferir na maturidade global da criança, afetando o desenvolvimento de suas relações sociais, execução nas tarefas de vida diária, aspectos cognitivos, aprendizagem e linguagem (LAMÔNICA; PICOLINI, 2009).

Vale destacar que a maioria dos estudos foram realizados em crianças com desenvolvimento atípico. As crianças com transtornos do desenvolvimento, síndromes ou dificuldades de aprendizagem foram as mais avaliadas, como descrito nos objetivos dos estudos apresentados na tabela 2. Essa avaliação é compreensível tendo em vista que a Escala pode apontar as áreas com maior dificuldade apresentada pela criança e com isso direcionar intervenções e auxiliar diagnósticos. Essa preocupação com crianças com transtornos e dificuldades de aprendizagem também fica visível nas palavras-chave apresentadas. O descritor “Desenvolvimento infantil” foi o mais utilizado nas pesquisas analisadas, seguido por descritores específicos, que caracterizam a população estudada, como nos casos de “TDAH”, “obesidade”, “Síndrome de Down”, “paralisia cerebral” e “dificuldade de aprendizagem”, por exemplo.

Sobre a autoria

O autor da escala, Francisco Rosa Neto, aparece como primeiro ou último autor em 21% dos artigos analisados e totaliza 23% de autoria dos artigos selecionados para este estudo. Este dado era esperado, já que na instituição de origem do autor, há curso de pós-graduação em nível de mestrado e doutorado, viabilizando pesquisas utilizando a EDM como o instrumento principal do estudo. Por outro lado, ressalta-se que nos 77% restantes, o autor da escala não fez parte da autoria dos estudos, o que sugere um desprendimento do idealizador da mesma e uma larga utilização da EDM nas Universidades, especialmente as brasileiras. Ainda sobre a autoria, os artigos mostram que a escala tem sido utilizada por profissionais e pesquisadores de diversas áreas, como a psicologia, fisioterapia, psiquiatria, entre outras, o que sugere que esses profissionais têm agregado a EDM em sua prática profissional e de pesquisa, ampliando a gama de utilização e a população estudada com a mesma.

Cabe ressaltar que o distanciamento entre as publicações com a EDM e seu autor propositor parece dar identidade própria a escala e assim, favorecer a exploração de diversas possibilidades de associação da avaliação motora com outras escalas (GOULARDINS, 2011), a outras áreas do desenvolvimento infantil (CAMARGOS et al., 2011; CARDEAL et al., 2013), a contextos específicos (FONSECA; BELTRAME; TKAC, 2008), entre outros que podem significar resultados científicos em diferentes áreas de conhecimento.     

Limitações

Como limitações, a pesquisa apresentou foco nas publicações, estudos e autores, deixando para próximos estudos aprofundamentos sobre a qualidade e objetivos específicos das pesquisas. Outro ponto relevante, podemos observar que a maioria dos estudos incluídos foi conduzido nas regiões Sul e Sudeste, deixando uma hipótese a ser aprofundada da relação com a distribuição de recursos para ensino e pesquisa e a qualidade dos programas de pós-graduação.

Conclusões

A partir da abordagem bibliométrica no esforço de analisar a literatura especializada sobre a utilização da EDM na avaliação do desenvolvimento motor de crianças, foi possível constatar um aumento da abrangência quanto a utilização da escala em pesquisas e um aumento em números absolutos de publicações a partir de 2010. Esses dados se mostram condizentes com o aumento no número de publicações em revistas nacionais e internacionais e com maior relevância científica para as áreas da saúde e da educação.

As publicações de maior impacto nos periódicos da área da saúde revelam uma aceitação da EDM como ferramenta de avaliação do desenvolvimento motor infantil, especialmente em crianças com transtornos do desenvolvimento. As publicações na área da educação, especialmente relacionadas a educação especial, reforçam a tendência em utilização da EDM na avaliação de crianças com deficiências, transtornos ou dificuldades de aprendizagem. Esses achados, associados aos descritores observados, apontam, como citado por Silva (2013) para uma preocupação da comunidade acadêmica em analisar essa temática. Espera-se que esses dados publicados possam apresentar o respaldo científico necessário para o favorecimento da constituição de programas de avaliação e intervenção que atinjam utilização diária de profissionais das áreas da saúde e educação.

Por fim, cabe ressaltar que, apesar da maior concentração de pesquisas realizadas nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, a teia de conexões entre autores e Universidades aqui observada, assim como o desprendimento das publicações de seu autor original, mostram uma aceitação do campo acadêmico e científico quanto a EDM, fortalecendo a utilização de uma escala viável e condizente com a realidade brasileira.

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Correspondência

Ricardo de Almeida Pimenta – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Instituto de Educação, Departamento de Educação Física e Desporto, Rodovia BR - 465 Km7, Seropédica, Rio de Janeiro – Brasil.

CEP: 23897-000

 

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