Adaptação transcultural para uso no Brasil do Instrumento
Survey of Technology Use
(SOTU Br)
Cross-cultural adaptation for use in Brazil of Survey of Technology Use (SOTU Br)
Adaptación transcultural
para uso en Brasil del Instrumento Survey of Technology Use (SOTU Br)
* Ligia
Maria Presumido Braccialli
Professora
doutora na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, São Paulo,
São Paulo, Brasil.
ligia.braccialli@unesp.br
– https://orcid.org/0000-0002-2540-3725
**
Gabriele
Barbaresco Rabadan
Graduanda
pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, São Paulo, São
Paulo, Brasil.
gabibarbarescorabadan@hotmail.com
***
Marina
Gouvêa Malheiros
Graduanda
pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, São Paulo, São
Paulo, Brasil.
marinagmalheiros@hotmail.com
****
Marcia Scherer
Doutora
pela Universidade de Rochester, Rochester, Nova
Iorque, Estados
Unidos.
impt97@aol.com
– https://orcid.org/0000-0001-8374-6526
Recebido em 01 de outubro de 2018
Aprovado em 11 de janeiro de 2019
Publicado em 05 de junho de 2019
RESUMO
A taxa de abandono ou não uso de recursos de tecnologia assistiva adquirido é considerada alta, apesar dos esforços
dos profissionais no momento da prescrição. A literatura tem apontado que o uso
de instrumentos de avaliação padronizados e baseados em modelos conceituais tem
contribuído para maior aceitabilidade desses recursos. O estudo teve como
objetivo traduzir e adequar culturalmente o instrumento Survey of Technology Use (SOTU) que compõe o
modelo conceitual Matching Person and
Technology (MPT) para utilização no Brasil (SOTU Br).
Trata-se de uma pesquisa do tipo metodológica. Participaram do estudo
profissionais especialista em dispensação de recursos de tecnologia assisitiva e pessoas com deficiência que fazem uso de
tecnologia assistiva. O estudo foi dividido em cinco
etapas: 1) tradução para o português; 2) tradução conciliada; 3) retrotradução; 4) análise de equivalência de itens; 5)
pré-teste. Os resultados indicaram que a versão traduzida e adaptada para o
português do Brasil teve um alto índice de concordância e uma boa
aceitabilidade. Conclui-se que a versão em português do SOTU pode ser utilizada
por profissionais da educação e da saúde para avaliar a predisposição de uso de
tecnologia assistiva e tecnologia de comunicação e
informação, por adultos e crianças com deficiência, por meio de suas atitudes e
experiências.
Palavras-chave: Tecnologia
assistiva; Adaptação transcultural; Educação
especial.
ABSTRACT
The rate of abandonment or non-use of acquired
assistive technology resources is considered high,
despite the efforts of professionals at the time of prescription. The
literature has pointed out that the use of standardized assessment instruments
based on conceptual models has contributed to the greater acceptability of
these resources. The purpose of the study was to translate and culturally adapt
the Survey of Technology Use (SOTU) instrument that makes up the conceptual
model of Matching Person and Technology (MPT) for use in Brazil (SOTU Br). This
is a methodological research. Participating in the study were specialist
practitioners in dispensing assistive technology resources and people with
disabilities who make use of assistive technology. The study was
divided into five stages: 1) translation into Portuguese; 2) reconciled
translation; 3) back-translation; 4) analysis of equivalence of items; 5)
pre-test. The results indicated that the translated and adapted version of
Brazilian Portuguese had a high degree of agreement and good acceptability. It is concluded that the Portuguese version of SOTU can be used
by education and health professionals to assess the predisposition to use
assistive technology and communication and information technology for adults
and children with disabilities through their attitudes and experiences.
Keywords: Assistive technology;
Transcultural adaptation; Special education.
RESUMEN
La tasa de abandono o no uso de
recursos de tecnología de apoyo
es considera alta, a pesar de los esfuerzos
de los profesionales en el momento de la prescripción. La literatura ha
señalado que el uso de
instrumentos de evaluación estandarizados
y basados en modelos conceptuales contribuye a una mayor aceptabilidad de esos recursos. Este estudio tuvo como objetivo traducir y adecuar culturalmente el
instrumento Survey of
Technology Use (SOTU) que compone el
modelo conceptual Matching Person and
Technology (MPT) para ser utilizado en el Brasil (SOTU Br). Se trata de
una investigación del tipo
metodológico. Participaron del
estudio especialistas que distribuyen
recursos de tecnología de apoyo
y personas con discapacidad
que hacen uso de esas tecnologías. El estudio se dividió en cinco etapas: 1) traducción al portugués; 2) traducción conciliada; 3) retrotraducción;
4) análisis de equivalencia
de los ítems; 5) preprueba. Los resultados indicaron
que la versión traducida y adaptada para el portugués de Brasil tuvo un alto índice de concordancia y
una buena aceptabilidad. Se
concluye que la versión portuguesa del SOTU puede ser utilizado por los profesionales de la educación y la salud para evaluar la predisposición de uso de la tecnología de apoyo y la tecnología
de comunicación e información
para adultos y niños con discapacidad, a través de sus actitudes
y experiencias.
Palabras clave:
Tecnología de apoyo; Adaptación transcultural; Educación
Especial.
Introdução
As questões cruciais para implementação de
política de dispensação de tecnologia assistiva (TA)
são semelhantes em países com alta, média e baixa renda, tais como: serviços
mal estruturados; exclusão do usuário no processo de dispensação; e equipe
multiprofissional não treinada e não familiarizada com a política de
dispensação do país. Em países de baixa e média renda, soma-se a esses fatores
a inadequada oferta de produtos de TA (MACLACHLAN et al., 2018).
O termo “dispensação de tecnologia assistiva” envolve tudo o que é necessário para garantir
que uma pessoa com deficiência, que possa se beneficiar da TA, obtenha a
solução mais apropriada para ela. Para uma dispensação de TA ideal, no entanto,
alguns elementos são essenciais: 1) que a prestação de serviços, que é o
processo pelo qual um indivíduo vai obter uma solução de TA, atenda às
necessidades do usuário; 2) boa qualidade e preços acessíveis dos produtos; 3)
as pessoas envolvidas, usuários finais e profissionais, conheçam as soluções
existentes; 4) haver serviços profissionais para fornecer aconselhamento e
apoio; 5) políticas e procedimentos para decidir sobre a elegibilidade para
certas soluções e mecanismos de financiamento; 6) treinamento em uso; 7)
serviços de acompanhamento; 8) infraestrutura para manutenção e reparos. Todos
esses elementos podem ser organizados de maneiras diferentes, mas precisam
estar em vigor para que a dispensação seja efetiva (DE WITTE et al., 2018).
Sabe-se que os produtos de tecnologia assistiva (TA) funcionam melhor quando correspondem às
necessidades e aos objetivos do indivíduo e ao ambiente no qual as atividades
são ou serão realizadas, e torna-se crucial o envolvimento da pessoa com
deficiência de forma direta e abrangente em todas as fases do ciclo de vida do
produto, desde a geração de ideias até a medição dos resultados (SMITH et al., 2018).
Nessa perspectiva, dois modelos conceituais
de dispensação de TA se destacam na literatura: o Matching, Person & Technology (MPT) e o modelo Assistive
Technology Assessment Process
(ATA).
O modelo Processo de Avaliação de Tecnologia Assistiva propõe um conjunto sequencial de avaliações para
adequar uma pessoa à tecnologia assistiva (TA) com a
ajuda de profissionais de diferentes áreas de conhecimento e com experiência em
prestação de serviços especializados em tecnologia de reabilitação (FEDERICI et al., 2015). O modelo de processo ATA baseia-se em
alguns pilares: (a) fundamenta-se na CIF, sendo que todas as dimensões
propostas pela CIF que interferem na funcionalidade do usuário são consideradas
durante todo o processo de solicitação da TA pelo usuário, durante a escolha da
solução de TA mais apropriada, e durante o período de treinamento e
acompanhamento de uso; (b) incorpora os conceitos e utiliza os instrumentos de
avaliação proposto pelo modelo MPT; (c) segue as recomendações propostas pela Association for the Advancement of Assistive Technology
in Europe (AAATE) que preconiza que a superação
de uma incapacidade vai além da disponibilização de um dispositivo, deve haver
a adequação do dispositivo de TA às necessidades do usuário, e que essa
adequação pode depender do ambiente em que será utilizada; e (d) a necessidade
de uma equipe multiprofissional com formação em recursos humanos e em TA, que
tem como função analisar e avaliar a interação entre o usuário e a tecnologia (FEDERICI; BORSCI, 2016).
O MPT foi desenvolvido por Scherer (SCHERER;
CRADDOCK, 2002) e tem sido considerado o conceito mais conhecido e utilizado
durante a seleção de produtos de TA (ALVES; MATSUKURA; SCHERER, 2017; BRACCIALLI,
2017; SCHERER, 2017). Esse modelo conceitual considera que o uso
apropriado de produtos de TA deve ser uma atividade pessoal, e sensível ao
contexto; com a devida consideração pelo ambiente social e físico. O MPT,
destaca que um único recurso e com um único tamanho não serve para todos os
usuários, atividades e situações. Assim, a combinação de um produto de
tecnologia assistiva com o usuário deve incluir um
processo de avaliação detalhada sobre as necessidades e predisposição de uso do
dispositivo (SMITH et al., 2018). Trata-se de uma abordagem
colaborativa em que o usuário de TA e o profissional, especialista no trabalho
com pessoas com deficiência, trabalham em conjunto, a fim de selecionar a
tecnologia mais apropriada para o usuário.
O MPT propõe que a predisposição de uso de
uma tecnologia por um indivíduo deve ser analisada em relação a três aspectos:
a) os fatores psicossociais; b) o ambiente no qual o usuário interage com o
recurso; e c) fatores específicos do recurso de tecnologia (SCHERER et al., 2005; ALVES; MATSUKURA;
SCHERER, 2017). A avaliação ocorre, tendo como base uma
abordagem individualizada e centrada no cliente e tem como objetivo realizar
uma combinação adequada do usuário com a tecnologia, por meio dos instrumentos:
Survey of Technology Use - SOTU, Assistive
Technology Device Presdiposition
Assesssment - TD-PA, Educational
Technology Device Predisposition
Assessment - ET PA, Workplace
Technology Device Predisposition
Assessment - WT PA, Healthcare
Technology Device Predisposition
Assessment - HCT PA (SCHERER;
FEDERICI, 2015).
Encontram-se disponíveis em língua portuguesa os instrumentos Assistive Technology Device Presdiposition Assesssment - ATD-PA (ALVES; MATSUKURA; SCHERER, 2017) e o Educational
Technology Device Predisposition Assessment - ET PA (BRACCIALLI,
2017).
Dentre os instrumentos que compõem o modelo
MPT, O SOTU tem sido utilizado em diferentes culturas para medir a atitude do
usuário em relação à tecnologia (SCHERER; GLUECKAUF, 2005). Na literatura, existem diferentes pesquisas
que utilizaram o SOTU para obter informações, de usuários adultos (FEDERICI et al., 2003; ARBERAS, 2017), idosos (VRKLJAN, 2010; VROMAN; ARTHANAT; LYSACK,
2015; ARTHANAT; VROMAN; LYSACK, 2016) e crianças (FEDERICI et al., 2015) com deficiência, em relação a predisposição
de uso de tecnologia assistiva e tecnologia de
comunicação e informação por meio de suas atitudes e experiências (SCHERER; CRADDOCK, 2002).
O SOTU destaca-se como um instrumento com boa
validade concorrente e discriminante (FEDERICI et al., 2003), assim o estudo teve como objetivo traduzir
e adequar culturalmente o instrumento Survey of Technology Use (SOTU) que compõe o modelo conceitual
Matching Person and
Technology (MPT) para utilização no Brasil (SOTU Br).
Método
Foi solicitada e autorizada a realização da
tradução e adaptação cultural para a língua portuguesa do instrumento Survey of Technology Use (SOTU).
O projeto foi encaminhado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
Faculdade de Filosofia e Ciências da Universidade Estadual Paulista (Unesp) com
parecer número 1399-306 e CAAE 52363815300005406.
Delineamento de Pesquisa
No Quadro 1 foram introduzidas as
características dos participantes para cada etapa da pesquisa. Todos os
participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Figura 1 – Etapas do estudo e características dos participantes
Fonte: os autores.
O instrumento SOTU é um questionário para realização
de pesquisas do tipo survey, utilizado com objetivo
de avaliar a predisposição geral da pessoa em usar tecnologia. Survey é um tipo de instrumento utilizado para coletar
informações de pessoas sobre suas ideias, sentimentos, planos, crenças, origem
social, educacional e financeira (PASQUALLI, 1996).
O questionário SOTU é composto por duas
versões, a versão respondida pelo profissional que irá prescrever a tecnologia
e a versão respondida pelo próprio usuário. O usuário deve preencher o
formulário SOTU consumidor (SOTU-C), que é composto por uma lista de itens, que
investiga as suas experiências e os seus sentimentos em relação as tecnologias
utilizadas no momento, são listadas todas as tecnologias utilizadas e o
sentimento em relação ao conforto de uso. A versão profissional SOTU
profissional (SOTU-P) é idêntica à versão do consumidor, no entanto são
informações obtidas sob óptica do profissional. As duas formas foram concebidas
para serem usadas em conjunto, de modo que as diferentes perspectivas, do
consumidor e do profissional, tornem-se evidentes e, assim, possam ser
resolvidas (SCHERER, 2008).
O SOTU examina os seguintes aspectos que
influenciam o uso ou não uso de dispositivos de tecnologia pelo consumidor: (1)
tecnologias frequentemente usadas pelo consumidor; (2) experiências do
consumidor com as tecnologias atuais; (3) perspectivas do consumidor sobre
novas tecnologias; (4) atividades típicas do consumidor; (5) características
pessoais/ sociais do consumidor. Todos os itens são apresentados em um formato
semântico de três pontos para que o consumidor possa expressar os seus
sentimentos em relação a essas influências (positivo, neutro, negativo). O
SOTU-C, pode ser auto preenchido ou pode ser utilizado em formato de
entrevista. Após o preenchimento do SOTU-C o profissional deve preencher o
SOTU-P. O SOTU-C e o SOTU-P são analisados exatamente da mesma maneira. Deve-se
totalizar o número de itens positivos, neutros e negativos para cada domínio,
em seguida, na seção de pontuação que se encontra no final do questionário, é
preenchido os respectivos valores. Por fim, totalize as três colunas (positivo,
neutro, negativo) na seção de pontuação (SCHERER, 2008).
O SOTU pode ser usado por qualquer
profissional que faça parte da equipe para prescrição de recursos de
tecnologia. A equipe deve ter um perfil multidisciplinar, com profissionais com
diferentes formação.
Desenvolvimento do estudo
O processo de tradução e adaptação cultural
seguiu recomendações internacionais (GUILLEMIN; BOMBARDIER; BEATON, 1993;
BEATON et al., 2000; MELCHIORS; CORRER; FERNÁNDEZ-LLIMOS, 2007; COSTER;
MANCINI, 2015; BRACCIALLI et al., 2016). Conforme as recomendações desses
autores o estudo foi dividido em cinco etapas: 1) tradução para o português; 2)
tradução conciliada; 3) retrotradução; 4) análise de
equivalência de itens; e 5) pré-teste.
Primeira Etapa: Tradução
para o português
Inicialmente as duas versões do instrumento
original foram traduzidas para o idioma português do Brasil por dois tradutores
juramentados. Foram realizadas duas traduções independentes por dois tradutores
cuja língua nativa era o português do Brasil e tinham fluência em inglês,
língua em que o instrumento original foi desenvolvido. O coordenador do projeto
tinha experiência na área de tecnologia assistiva, e
com instrumentos de avaliação, além de ter domínio do idioma inglês. O
coordenador do projeto teve como função realizar a mediação com os tradutores
de forma independente a fim de resolver dúvidas específicas em relação a
terminologia da área de tecnologia assistiva, mas não
realizou a tradução dos instrumentos.
Recomenda-se que a tradução inicial seja feita
por pelo menos duas pessoas que trabalhem de forma independente, sendo
importante que os dois tradutores ou equipes não se comuniquem durante o
processo para que possam ser comparadas as versões posteriormente (COSTER;
MANCINI, 2015) e para que se tenha mais opções para definir os termos a serem
utilizados na versão a ser posta em teste (REICHENHEIM; MORAES, 2007).
Outras recomendações encontradas na
literatura para o processo de tradução inicial: (a) deve haver um coordenador
com fluência no idioma estrangeiro durante o desenvolvimento da tradução
independente (COSTER; MANCINI, 2015); (b) o idioma nativo do tradutor deve ser
o idioma para o qual o instrumento foi traduzido (BEATON et al., 2000), sendo
importante também que o tradutor tenha familiaridade com o contexto para o qual
o instrumento foi desenvolvido assim como com o próprio instrumento já que
determinados termos são facilmente compreendidos por profissionais da área, mas
não tão claros para pessoas de fora do campo (COSTER; MANCINI, 2015; BRACCIALLI,
2017).
Segunda Etapa: Tradução
conciliada
Nessa etapa foi realizada a comparação das
duas versões traduzidas para o português. Três pesquisadores cujo idioma nativo
era o português, com fluência em inglês e com domínio na área de tecnologia assistiva realizaram em conjunto a leitura de item a item
do instrumento, com objetivo de verificar os pontos em que havia diferenças,
decidir qual a melhor tradução, sugerir nova tradução caso necessário. Ao final
dessa etapa originou-se a versão um do instrumento em língua portuguesa.
A análise dessa etapa foi realizada por meio
da frequência absoluta e relativa em relação a opção selecionada pela equipe
para cada item do instrumento: tradução realizada pelo tradutor 1, tradução
realizada pelo tradutor 2, traduções iguais e sugestão de nova tradução.
Terceira Etapa: Retrotradução
Nesta etapa, a versão um do instrumento em
língua portuguesa foi retraduzida para o seu idioma original, o inglês, e
comparada à versão original. A retrotradução, nesse
estudo, foi realizada por um tradutor que tinha como língua nativa o inglês e
era fluente em português e as dificuldades foram discutidas e resolvidas com o
coordenador do estudo.
Ao finalizar a retrotradução
foi feito o encaminhamento dessa versão, por meio de e-mail, ao autor do
instrumento. Este analisou a versão e retornou para o pesquisador com suas
considerações. Após a análise pelo pesquisador e ajustes nos itens sugeridos
pelo autor teve origem a versão dois do instrumento.
A retrotradução ou
tradução-reversa é um tipo de verificação de validade por destacar
inconsistências grosseiras ou erros conceituais de tradução (BEATON et al.,
2000). O tradutor deve ter o inglês como primeiro idioma (COSTER; MANCINI,
2015).
Para resolver questões maiores, o coordenador
do processo de tradução e os tradutores-reversos podem discutir as diferenças
e, a partir das discussões, chegar a um acordo sobre a melhor tradução
(REICHENHEIM; MORAES, 2007).
O instrumento retrotraduzido
deve ser encaminhado ao autor e/ou editor original do instrumento para que faça
uma revisão, afim de garantir que a tradução esteja precisa e que a mesma
mantenha as características mais importantes do instrumento original (COSTER;
MANCINI, 2015). Busca-se ao final dessa etapa
a colaboração direta do autor com a equipe de tradução, assim, caso o autor
encontre termos que não sejam idênticos aos da versão original, ele pode
discutir com a equipe para determinar se o termo traduzido mantém o sentido
pretendido (COSTER; MANCINI, 2015).
Quarta Etapa: Análise de
equivalência dos itens e adequação do instrumento
Tem sido recomendada a revisão das seguintes
equivalências:
1) equivalência conceitual e de itens - para
que sejam obtidas tais equivalências, é necessária uma discussão com um grupo
de especialistas que possam avaliar a população-alvo em que o instrumento será
utilizado. Isto tem como finalidade explorar se os diferentes domínios
abarcados pelo instrumento original na definição dos conceitos de interesse
seriam relevantes e pertinentes ao novo contexto para qual foi adaptado. No
processo, avalia-se a pertinência dos itens para a captação de cada um desses
domínios.
2) equivalência semântica - a análise da
equivalência semântica consiste na capacidade de transferência de sentido dos
conceitos presentes no instrumento original para a versão que está sendo
desenvolvida.
3) equivalência operacional - refere-se a uma
comparação entre os aspectos de utilização de um instrumento nas
populações-alvo e fonte, de modo que a eficácia seja semelhante mesmo que os modus operandi não sejam os mesmos (REICHENHEIM; MORAES, 2007).
Com base nessas premissas, nessa etapa do
estudo, foi realizada a avaliação da equivalência entre a versão dois do
instrumento e o instrumento original por uma equipe composta por cinco juízes
com experiência na área de tecnologia assistiva e com
mestrado ou doutorado em Educação com ênfase em Educação Especial.
Para a avaliação de equivalência foi
encaminhado aos juízes um formulário construído especificamente para esse fim e
denominado “Protocolo de avaliação de equivalência”. O protocolo seguiu as
recomendações sugeridas por Braccialli (2017).
Os juízes avaliaram o instrumento sob os
seguintes aspectos: (1) equivalência semântica; (2) equivalência experiencial;
(3) equivalência conceitual; (4) equivalência operacional. Foram orientados a
preencher seus dados de identificação no Protocolo de avaliação de
equivalência; a ler atentamente a versão do instrumento traduzido para o
português, item a item; imediatamente após a leitura de um item do instrumento
responder no Protocolo a alternativa que considerava mais adequada em relação a
equivalência semântica, experiencial, conceitual e operacional e caso não
concordasse com o item era solicitada sugestão par modificação.
Após a devolução dos protocolos, preenchidos
pelos juízes, foi realizada a análise por meio do índice de concordância, como
proposto por Fagundes (1999), por meio da fórmula:
Valores de Índice de Concordância maiores que
90% tem uma fidedignidade muito alta; entre 80% e 89% consideradas alta; entre
66% e 79% é aceitável e valores inferiores a 66% indicam que as questões são
difíceis de compreender (BAUER; GASKELL, 2002). Quando os valores forem
inferiores a 66% recomenda-se que os itens sejam revisados e substituídos por
outros com o mesmo conceito. Nessa situação deve ser utilizada as sugestões dos
próprios juízes (BRACCIALLI, 2017).
Quinta Etapa: Pré-teste
Esse processo compreende a aplicação do
instrumento traduzido em sujeitos alvos para analisar se os itens foram
compreendidos como esperado, pode também, ser usado um grupo de profissionais
que não estiveram envolvidos no processo de tradução (COSTER; MANCINI, 2015).
Para essa etapa, pesquisadores têm recomendado utilizar uma amostra pequena,
entre cinco e dez pessoas, pois permite recrutar participantes com perfil
específico e altamente crítico que favorecerá a qualidade da análise de itens
(FERREIRA et al, 2014).
Deve-se notar que, embora esse estágio
forneça informações úteis sobre como a pessoa interpreta os itens do
questionário, ele não aborda a validade de construto, a confiabilidade ou
padrões de resposta do item que também são críticos para descrever uma
adaptação transcultural bem-sucedida (BEATON et al., 2000). Quanto maior as
diferenças entre o idioma e a cultura, entre os países de origem e de tradução
do instrumento, mais crítica a avaliação deve ser (COSTER; MANCINI, 2015).O objetivo dessa etapa foi verificar quais partes do
instrumento podiam não estar com sentido claro ou termos que soassem
estranhos/não familiares.
A versão profissional foi respondida, no
formato autopreenchimento, por seis profissionais com experiência em
dispensação de tecnologia assistiva. Cada
profissional que participou do pré-teste, realizou uma entrevista com uma
pessoa com deficiência para preenchimento da versão consumidor. Nessa etapa os
participantes respondiam o questionário e verificavam, item a item, se havia
compreensão do conteúdo e caso surgisse alguma dúvida era feita a sugestão de
modificação. Após a coleta de dados foi realizada a análise por meio do índice
de concordância.
Resultados
Os resultados foram apresentados em tópicos
correspondentes a cada etapa do estudo: 1) análise da tradução conciliada; 2)
análise da retrotradução; 3) análise de equivalência
dos itens; e 4) pré-teste.
Análise
da tradução conciliada
Na Tabela 1 foi apresentada a análise de
frequência relativa e absoluta em relação a opção de tradução dos itens pelos
participantes do estudo para elaboração da primeira versão do instrumento na
língua portuguesa.
Tabela 1 – Frequência absoluta e relativa em relação a opção de
tradução
|
SOTU
- Consumidor N
(%) |
SOTU
– Profissional N
(%) |
Traduções iguais |
33 (37) |
41 (44) |
Tradutor 1 |
35 (39) |
34 (36) |
Tradutor 2 |
19 (22) |
11 (12) |
Nova tradução |
02 (02) |
08 (08) |
Total |
89
(100) |
94
(100) |
Fonte: os autores.
Análise da Retrotradução
A versão 1 do instrumento foi retrotraduzida e encaminhada por e-mail para a autora do
instrumento original.
A autora fez a análise da retrotradução
e retornou suas considerações para a pesquisadora. Em sua análise ela não
apontou nenhum termo inadequado ou problema de conteúdo. Dessa forma, a versão
dois do instrumento manteve-se igual a versão um.
Análise de equivalência dos
itens
A análise de equivalência de itens foi
apresentada separadamente para versão consumidor e versão profissional.
Versão consumidor
Na análise de equivalência conceitual nove
itens tiveram 75% de concordância entre juízes e 80 itens tiveram 100% de
concordância, portanto não houve necessidade de modificação de nenhum item. Em
relação a análise realizada da equivalência experiencial seis itens tiveram 75%
de concordância entre juízes e 83 itens tiveram 100% de concordância, não sendo
preciso modificar nenhum item. A análise da equivalência operacional indicou
que os 89 itens tiveram 100% de concordância. Na análise de equivalência
semântica um item teve 50% de concordância, 30 itens tiveram 75% e 51 itens
tiveram 100% de concordância.
No Quadro 1 foram dispostas as informações
referente ao item que teve índice de concordância entre os juízes de 51% e
necessitou de revisão para a versão 3 do instrumento em língua portuguesa para
o pré-teste.
Quadro 1 – Equivalência semântica da versão inglês/português do
item que necessitou de revisão
Versão original |
Versão
1 português |
Sugestões |
List the technologies that you use most
frequently (for example, personal computer, VCR, bank ATM, CD player,
etc.) |
Liste as tecnologias que você usa
com mais frequência (por exemplo: computador, videocassete, caixa
eletrônico, leitor de CD etc.) |
Liste as tecnologias que você usa
frequentemente (por exemplo: computador, videocassete, caixa eletrônico,
leitor de CD etc.) Liste
as tecnologias que você usa mais frequentemente (por exemplo: computador,
videocassete, caixa eletrônico, leitor de CD e DVD etc.) |
Fonte: os autores.
Versão profissional
Na análise de equivalência conceitual da
versão profissional 78 itens tiveram 100% de concordância entre juízes, 15
itens tiveram 75% de concordância e um item teve 50% de concordância, sendo
necessário modificá-lo (quadro 2). Em relação a análise realizada da equivalência
experiencial 89 itens tiveram 100% de concordância entre juízes e cinco itens
tiveram 75% de concordância, não sendo preciso modificar nenhum item. A análise
da equivalência operacional indicou que os 94 itens tiveram 100% de
concordância. Na análise de equivalência semântica 69 itens tiveram 100% de
concordância, 25 itens tiveram 75%, portanto não foi preciso modificá-los.
Quadro 2 – Equivalência conceitual da versão inglês/português do
item que necessita de revisão
Versão original |
Versão
1 português |
Sugestões |
Poor sense of
well-being |
Não
sente uma sensação de bem-estar |
Pouca
sensação de bem-estar (não sente é nula, neste caso a sensação está
diminuída) |
Fonte: os autores.
Pré-teste
Os dados referentes ao
pré-teste, também, foram apresentados separadamente para a versão consumidor e
profissional.
Versão consumidor
A análise do índice de concordância entre os
participantes realizados no pré-teste indicou uma taxa alta de concordância,
sendo que, todos os itens tiveram valores superiores a 66%, indicando um
questionário de fácil compreensão.
Apesar do alto índice de concordância dois
juízes deram sugestões em alguns itens específicos (Quadro 3), os quais foram
considerados na versão final do instrumento.
Quadro 3 – Sugestões de modificações no instrumento.
Itens |
Sugestões |
“Pesquisa sobre as tecnologias” |
Foi realizada sugestão para a inclusão de um item sobre
experiências com tecnologia na reabilitação |
“Experiências gerais com
as tecnologias utilizadas atualmente” |
Foi relatada dificuldade
na compreensão das palavras: criatividade, motivadoras e autoestima |
“Algumas de suas
características pessoais/sociais |
Foi relatada dificuldade
do usuário na compreensão das palavras: tolerante, otimista, motivado,
perseverante. |
Fonte: os autores.
Versão profissional
Após a realização do pré-teste, foi feita a
análise de concordância entre os profissionais, a qual obteve um resultado de
100% de concordância. Houve apenas uma observação que relatava a dificuldade do
profissional em responder as questões sobre experiências anteriores do usuário
com tecnologia.
Discussão
A tradução e adaptação de um instrumento
padronizado para uma outra cultura envolve um processo complexo e sistemático e
deve seguir etapas preestabelecidas internacionalmente: tradução para o
português, tradução conciliada, retrotradução,
análise de equivalência de itens, pré-teste (GUILLEMIN; BOMBARDIER; BEATON, 1993;
BEATON et al., 2000; MELCHIORS; CORRER; FERNÁNDEZ-LLIMOS, 2007; COSTER;
MANCINI, 2015; BRACCIALLI et al., 2016). Os dados desse estudo indicaram que todas as
etapas previstas nesse tipo de pesquisa foram cumpridas integralmente.
Observa-se que na etapa de retrotradução não foram feitas considerações de
modificações de termos pela autora do instrumento original. Esses dados indicam
que a tradução de um instrumento para um outro idioma pode ser mais adequado e
com maior sucesso se alguns pontos forem considerados durante o processo: (a) a
seleção de um instrumento relevante e apropriado para a população e para o
contexto onde será utilizado; (b) trabalho conjunto entre autores do
instrumento e pesquisadores que trabalham no processo de tradução; (c)
pesquisador com conhecimento específico na área de conhecimento e com domínio
na língua do instrumento original (COSTER; MANCINI, 2015; BRACCIALLI, 2017).
A análise de equivalência de itens teve um
alto índice de concordância, tanto na versão do consumidor, quanto na versão do
profissional. No entanto, observou-se que na versão do consumidor do
instrumento SOTU-C um maior número de sugestões foi realizado. Outros estudos
têm indicado uma maior dificuldade na tradução de instrumentos em que o
respondente é a pessoa com deficiência, principalmente crianças, quando
comparado com instrumentos respondidos por profissionais ou cuidadores (BRACCIALLI et al., 2013; BRACCIALLI, 2017).
Em relação ao pré-teste somente para a versão
SOTU – C os participantes fizeram sugestões de modificações de itens,
principalmente devido à dificuldade de a pessoa com deficiência compreender
alguns termos. Além dessas dificuldades, foi feita a sugestão de incluir um
item sobre experiências com tecnologia em reabilitação. Em relação a essa
sugestão, deve-se considerar que o SOTU – C faz parte de um conjunto de
instrumentos que compõem o modelo conceitual MPT e que devem ser usados
concomitantes, e especificamente os instrumentos Assistive Technology Device Predisposition
Assessment (ATD PA) e o Healthcare Technology Device Predisposition Assessment (HCT
PA) abordam questões referentes a tecnologia em reabilitação e saúde (ALVES; MATSUKURA, 2014; ALVES; MATSUKURA;
SCHERER, 2017; BRACCIALLI, 2017).
Novamente, observou-se que para versão em que
o respondente é o profissional, SOTU – P, não houve dificuldades de
compreensão, talvez esse processo tenha sido facilitado, pois tanto os juízes e
participantes do pré-teste eram especialistas na área de TA e dispensação de
recursos.
Conclusão
A tradução e adaptação transcultural do
instrumento Survey of
Technology Use (SOTU) para uso no Brasil (SOTU Br)
mostrou-se adequada e de fácil compreensão pelos profissionais que prescrevem e
pelos usuários de TA.
Considera-se importante a elaboração de um
manual em língua portuguesa com informações referentes: (a) população a que
destina o instrumento; (b) forma de utilização do instrumento; (c)
preenchimento e pontuação do instrumento; (d) profissionais habilitados a
utilizar o instrumento.
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Agradecimentos
A
FAPESP pelo auxílio financeiro para desenvolver essa pesquisa.
Correspondência
Ligia Maria Presumido BracciallI – Universidade Estadual Paulista. Av. Hygino
Muzzi Filho, 737, Jardim Universitário. CEP: 17525900.
Marília, São Paulo, Brasil.
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