Educação e deficiência visual: uma revisão de literatura
Education and visual disability: a literature review
Educación y discapacidad
visual: una revisión de literatura
* Carla
Beatris Valentini
Professora
doutora na Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul, Rio Grande do Sul,
Brasil.
cbvalent@ucs.br
– https://orcid.org/0000-0003-0355-7712
**
Cláudia
Alquati Bisol
Professora
doutora na Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul., Rio Grande do Sul,
Brasil.
cabisol@ucs.br
– https://orcid.org/0000-0001-5090-5578
*** Luani dos Santos Paim
Graduada
pela Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil.
luani.paim@gmail.com
****
Ana
Paula Fachinetto Ehlers
Graduada
pela Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil.
apf.ehlers@gmail.com
Recebido em 20 de junho de 2018
Aprovado em 07 de maio de 2019
Publicado em 05 de junho de 2019
RESUMO
As políticas educacionais têm permitido avanços no
ingresso de pessoas com deficiência visual em escolas comuns. No entanto, no
cotidiano das escolas, ainda se encontram dificuldades no processo de
escolarização desses estudantes. O objetivo do presente estudo é analisar a
produção referente à deficiência visual na área da educação formal e
não-formal, a partir de artigos científicos publicados em periódicos nacionais
e internacionais. Foi realizada uma pesquisa de revisão bibliográfica que
abarcou 66 artigos nacionais indexados nas bases de dados SciELO,
Scopus e Portal de Periódicos da CAPES e 142 artigos
internacionais presentes no ERIC e no EBSCO Host, publicados entre 2005 e 2016.
Inicialmente, realizou-se análise estatística descritiva dos artigos nacionais
e internacionais e em um segundo momento, análise das referências
bibliográficas utilizadas nos artigos nacionais. Apresenta-se a distribuição
das publicações ao longo do período pesquisado, os delineamentos e métodos
encontrados, as características dos participantes e os periódicos que
publicaram esses estudos com mais frequência, comparando os dados nacionais e
internacionais. A análise das referências bibliográficas utilizadas nos artigos
nacionais, por sua vez, possibilitou identificar os principais autores
utilizados, o tipo de suporte e a língua predominantes. Percebe-se que as
pesquisas têm avançado nas últimas décadas, no entanto há desafios e tensões
que permitem novos estudos e articulação de temáticas ainda pouco exploradas.
Palavras-chave: Deficiência
visual; Cegueira; Inclusão educacional.
ABSTRACT
Educational policies have been
enabling improvements on the admission of people with visual impairment in
regular schools. However, in the daily life in schools, difficulties can still be found in the schooling process of these
students. The purpose of this study is to analyze the publications referring to
visual impairment in the field of formal and non-formal education from
scientific articles published in national and international journals. A
literature review was conducted, including 66
Brazilian articles catalogued in SciELO, Scopus and
Portal de Periódicos da CAPES databases and 142
international articles found in ERIC and EBSCO Host, published between 2005 and
2016. Initially, a descriptive statistical analysis of the national and
international articles was carried out and, in a
second moment, the analysis of the bibliographic references used in Brazilian
articles. The distribution of the publications through the period researched is
presented, as well as the designs and methods found, the characteristics of the
participants and the journals that published these studies more frequently,
comparing the national and international data. The analysis of the
bibliographic references used in Brazilian articles, by its turn, enabled the
identification of main authors cited and the predominant kind of support and
language. It can be noticed that the research have been making progress in the
past decades, although there are challenges and tensions that allow new studies
and the articulation of themes still little explored.
Keywords: Visual impairment; Blindness;
Educational inclusion.
RESUMEN
Las políticas educativas han
permitido avances en el ingreso de personas con discapacidad visual en escuelas regulares. Sin embargo, en el cotidiano de las escuelas, aún
se encuentran dificultades en el proceso
de escolarización de estos estudiantes. El objetivo de este estudio
es analizar la producción referente a la discapacidad visual en el área de la
educación formal y no formal, a partir de los artículos científicos publicados en
periódicos nacionales e internacionales.
Fue realizada una investigación
de revisión bibliográfica que abarcó
66 artículos brasileños indizados
en la bases de datos SciELO, Scopus
y Portal de Periódicos da CAPES y 142 artículos internacionales
presentes en ERIC y EBSCO Host, publicados entre 2005
y 2016. Inicialmente, se realizó análisis
estadístico descriptivo de los
artículos nacionales e internacionales
y, en un segundo momento, análisis de las referencias bibliográficas utilizadas en
los artículos nacionales. Presentase la distribución
de las publicaciones a lo largo del período investigado,
los delineamientos y
métodos encontrados, las características de los participantes y los periódicos
que publicaron eses
artículos con más frecuencia,
comparando los datos nacionales e internacionales. El análisis de las referencias
utilizadas en los artículos
nacionales, a su vez, posibilitó identificar los principales autores utilizados, el
tipo de suporte y la lengua
predominantes. Se puede percibir
que las investigaciones han avanzado en
las últimas décadas, entretanto, hay
desafíos y tensiones que permiten nuevos estudios y articulaciones de
temáticas aún poco
exploradas.
Palabras clave: Discapacidad visual; Ceguera; Inclusión educativa.
Introdução
Entre os anos de 2001 e 2010, o Brasil adotou
mudanças conceituais e estruturais que moldaram a perspectiva inclusiva da
educação nacional. Trata-se do período em que, entre outras questões, a
educação especial foi formalmente inserida na educação básica e superior,
definiu-se o público alvo (alunos com deficiências, altas habilidades e
transtornos globais do desenvolvimento) e se estabeleceu a Sala de Recursos
Multifuncionais e o professor do Atendimento Educacional Especializado como
centrais aos processos inclusivos (GARCIA, 2013).
Esse conjunto de iniciativas permitiu avanços
no ingresso de pessoas com deficiência visual (DV) em escolas comuns. Por
exemplo, o uso, ensino, produção e difusão do sistema Braille em todas as
modalidades de ensino foi regulamentado através da Portaria nº 2.678/02
(BRASIL, 2002). Em 2008, a Política Nacional de Educação Especial na
Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008) passou a orientar os sistemas
educacionais no que tange à organização dos serviços e recursos da Educação
Especial. Entre outras questões, estabeleceu com clareza o atendimento
especializado na sala de recursos, detalhando os conhecimentos específicos que
os profissionais do AEE necessitam para atuar com estudantes com deficiência
visual.
Mais recentemente, a Lei Brasileira de
Inclusão da Pessoa com Deficiência (Brasil, 2015), assegurou o sistema
educacional inclusivo para a pessoa com deficiência em todos os níveis de
ensino e também nas instituições privadas, com condições de acesso,
permanência, participação e aprendizagem.
De acordo com o último Censo Escolar, 80.415
estudantes com DV estavam matriculados na Educação Básica no Brasil em 2013
(BRASIL, 2014). Para fins educacionais, as pessoas com DV são divididas em dois
grupos: cegos e com baixa visão. Considera-se cegueira uma alteração grave ou
total de uma ou mais das funções fundamentais da visão e que traz alguma
consequência irremediável para o sujeito (na percepção de cor, tamanho,
distância, forma, posição ou movimento). A baixa visão, por sua vez, deve ser
considerada caso a caso em função da variedade e intensidade dos
comprometimentos relacionados às funções visuais. Nesses casos, a execução de
tarefas e o desempenho geral do indivíduo se vê afetado devido a dificuldades
de percepção de luz, redução da acuidade e do campo visual (BRASIL, 2007). O
processo de ensino e aprendizagem de pessoas cegas deve se dar por meio dos
sentidos remanescentes, utilizando o Sistema Braille como principal forma de
comunicação escrita. Para estudantes com baixa visão, esse processo pode se dar
por meios visuais, recorrendo-se a recursos específicos tais como lentes ou
lupas (BRASIL, 2006).
No cotidiano das escolas, ainda são
perceptíveis o desconhecimento, os mitos e as dificuldades em lidar com os
estudantes com DV por parte dos professores. Apesar das mudanças nas
legislações e nos documentos produzidos na área, ainda encontramos dificuldades
no processo de escolarização desses estudantes (FERREIRA, 2007).
O desenvolvimento da pessoa com deficiência
visual tem particularidades que precisam ser conhecidas e consideradas.
Pesquisas sugerem que ao chegar à adolescência, a criança com deficiência
visual poderá apresentar desenvolvimento normal, desde que não seja privada de
experiências sensoriais, motoras, cognitivas e sociais significativas. Serviços
de detecção e intervenção precoce, assistência à criança e família,
instrumentalização dos professores para utilizar recursos que promovam a participação
plena nas atividades da escola estão entre os principais fatores que contam
para o sucesso escolar de crianças com deficiência visual (LAPLANE; BATISTA,2008).
De acordo com a perspectiva proposta por Vigotski (2011), se por um lado a deficiência é uma
limitação, produzindo obstáculos e dificuldades para o sujeito, por outro, ela
rompe o equilíbrio normal e serve de provocação ao desenvolvimento de caminhos
alternativos que visam compensar a deficiência e conduzir todo o sistema de
equilíbrio rompido a uma nova ordem. A cegueira, segundo este autor, cria uma
configuração nova e peculiar da personalidade dando origem a novas
possibilidades, ou seja, não deve ser considerada somente um problema, mas
também uma fonte de manifestação das capacidades. A compensação da deficiência
não se dá por substituição sensorial, como se costuma pensar, e sim, pela
palavra (VIGOTSKI, 1997). Entende-se, dessa forma, que o desenvolvimento
cultural constitui “a principal esfera em que é possível compensar a
deficiência” (VIGOTSKI, 2011, p. 869).
O desenvolvimento cultural, para Vigotski (2011), não é mera continuação do desenvolvimento
natural, mas acontece por caminhos indiretos especialmente quando impossível
por caminhos diretos. A inserção na cultura promove caminhos para o
desenvolvimento das funções psíquicas superiores, como o pensamento e
linguagem, tanto para crianças sem deficiências como para crianças com
deficiências. Além disso, Vigotski (2011) também
considera que o desenvolvimento das formas culturais de comportamento não está
ligado a um aparato psicofisiológico específico. A
criança cega que lê em Braille também lê, embora com outro aparato psicofisiológico, utiliza as mãos e não os olhos para
acesso a leitura.
Retomando conceitos vigotskianos,
Nuernberg (2010) alerta para a necessidade de
transformação do mundo educacional, levando-se em conta a ideia de diversidade
humana e as políticas de educação inclusiva. Contudo, segundo esse autor, o
estereótipo socialmente compartilhado sobre a DV dificulta que as práticas e
materiais educacionais sejam condizentes com as reais necessidades desses alunos.
O planejamento educacional deveria, invariavelmente, levar em consideração os
distintos quadros através dos quais a DV se expressa e as variáveis sociais,
ambientais e educacionais que a eles se somam. Se não for assim, corre-se o
risco de fazer generalizações, as quais constituem barreiras à aprendizagem.
Para Camargo (2017), para que seja possível atender tanto o que é comum quanto
o que é específico de cada estudante, faz-se necessário que na educação se
garanta um lugar central aos conceitos de identidade, diferença e diversidade.
Isso é fundamental para a construção de metodologias, materiais e processos de
comunicação realmente inclusivos.
As possibilidades de desenvolvimento da
pessoa com DV estão diretamente relacionadas ao entendimento de como ela
aprende e de como é percebido seu valor social (RUIZ; BATISTA, 2014). Nunes e Lomônaco (2010) apresentam algumas dificuldades enfrentadas
por estudantes cegos, muitas relacionadas à não adaptação das estratégias de
ensino por parte dos professores e seu desconhecimento de como proceder. Os
autores questionam até que ponto os direitos das pessoas com deficiência são
garantidos quando esses aspectos não são considerados. Quando o professor
compreende a forma como a criança ou jovem com DV aprende, pode orientá-la de
modo mais específico e de acordo com suas necessidades.
Diante desse cenário complexo, a DV vem sendo
objeto de muitas pesquisas. O objetivo
do presente estudo é analisar a produção referente à deficiência visual na área
da educação formal e não-formal, a partir de artigos científicos publicados em
periódicos nacionais e internacionais.
Em um primeiro momento de análise e a partir
da comparação entre os cenários nacional e internacional, buscou-se investigar,
através de análise estatística descritiva, a distribuição dos estudos no
período de tempo pesquisado; o delineamento e os métodos mais utilizados; os
participantes mais usuais, sua quantidade e a inserção dos estudantes com DV
nas pesquisas; e quais são as revistas que mais têm publicado na área. Num
segundo momento realizou-se análise das referências bibliográficas dos artigos
nacionais, objetivando investigar quais os tipos de suporte utilizados, em que
língua foram escritos e quais os autores mais citados.
Método
A presente pesquisa analisou artigos
científicos publicados em periódicos nacionais e internacionais entre os anos
de 2005 e 2016. A busca por artigos nacionais foi realizada nas bases de dados SciELO, Scopus e Portal de
Periódicos da CAPES e os descritores utilizados foram: (“deficiência visual” OR
cegueira) AND (inclusão OR escola OR educação OR “educação inclusiva”). Nos
casos em que essa busca levou a artigos escritos em português e desenvolvidos
por pesquisadores brasileiros, porém publicados em revistas editadas no
exterior, considerou-se tais artigos como sendo internacionais. As bases de
dados utilizadas para acessar artigos internacionais foram ERIC e EBSCO Host,
sendo que esta última inclui as bases Academic Search Premier e MEDLINE. Os descritores utilizados foram: (“visual disability” OR “visual impairment” OR
blindness) AND (school OR education OR inclusion OR “inclusive education”).
Após a exclusão dos artigos repetidos,
chegou-se a um total de 286 artigos nacionais e 359 internacionais. O universo
do presente estudo consiste em 66 artigos nacionais e 142 artigos
internacionais, pois foram incluídos apenas artigos com foco na educação formal
e não-formal de deficientes visuais e cujo texto completo estivesse disponível
gratuitamente nas bases de dados pesquisadas. Foram, ainda, critérios de
exclusão: ausência de resumo e/ou de referências bibliográficas, relatos de
experiência e artigos que não abordassem a temática da educação ou que o tema
deficiência visual fosse abordado em associação com outras deficiências.
Como mencionado anteriormente, a análise foi
organizada em dois momentos, sendo o primeiro com foco no total de artigos e o segundo
momento de análise teve como foco nas referências bibliográficas utilizadas nos
periódicos nacionais. Utilizou-se análise estatística descritiva do universo
por meio de planilhas no Microsoft Excel e do uso do software IBM SPSS Statistics 21. A identificação dos itens de análise se deu
a partir da leitura dos resumos, no entanto, foi realizada a leitura na íntegra
nos casos em que o resumo não ofereceu informações completas quanto ao foco,
delineamento, método e/ou participantes. O quadro 1 apresenta essa organização:
Quadro 1 – Organização da Análise
Momento de análise |
Artigos |
Itens de análise |
|
Primeiro |
Nacionais
e Internacionais |
Temáticas |
|
Número
e ano de publicação |
|||
Delineamento |
|||
Método |
|||
Participantes |
Tipo |
||
Quantidade |
|||
Revistas
de publicação |
|||
Segundo |
Nacionais |
Referências
|
Tipos
de suporte |
Língua |
|||
Autores |
Fonte:
Elaboração própria.
Panorama
nacional e panorama internacional: comparação
O trabalho de análise se iniciou com a
identificação dos objetivos das pesquisas descritas nos artigos, o que permitiu
a listagem das principais temáticas abordadas, a saber, formação de
professores; interação entre professores, estudantes com DV e estudantes sem
deficiência; tecnologia assistiva; orientação e
mobilidade dos estudantes com DV; componentes curriculares e atividades da vida
diária na escola.
Como se poderia esperar, o número de artigos
internacionais superou o número de artigos nacionais no período pesquisado. Não
obstante, observou-se que no ano de 2010 foram publicados 8 artigos nacionais e
7 internacionais. O fato de o Brasil ter publicado mais artigos que a soma dos
demais países, neste ano, chama a atenção. Esses artigos encontram-se dispersos
em diferentes periódicos e não se localizou nenhum dossiê específico sobre o
tema. No ano de 2012, houve um aumento dos artigos em ambos os contextos,
nacional e internacional. Após um período de quedas, em 2016 os artigos
internacionais voltaram a ter um crescimento importante (Figura 1):
Figura 1 – Número de artigos nacionais e internacionais publicados
em cada ano
Fonte: Elaboração própria.
Entre os textos publicados em revistas
internacionais, foram encontrados artigos escritos em português, de autoria de
pesquisadores brasileiros. Entre os anos de 2005 e 2015 apenas 5% dos artigos
internacionais (n=6 entre 120 artigos) tinham essa característica. Este cenário
muda de forma importante em 2016, quando se observa que 45,5% da produção
internacional (n=10 entre 22 artigos) é composta por textos escritos em
português, de autoria de pesquisadores brasileiros. Embora tenha decrescido o
número de artigos em veículos nacionais, pode-se pensar que alguns
pesquisadores brasileiros deram preferência por divulgar os resultados de suas
pesquisas em periódicos internacionais.
Quanto ao delineamento, observa-se que nas
pesquisas internacionais há certo equilíbrio entre os estudos qualitativos
(39,4%), quantitativos (36,6%) e quanti-quali
(23,9%). Nas pesquisas nacionais nota-se predominância do delineamento
qualitativo (64,6%), como pode ser observado na Figura 2:
Figura 2 – Percentual nacional e internacional dos tipos de
delineamentos de pesquisa
Fonte: Elaboração própria.
A presença incipiente da pesquisa
quantitativa nos artigos nacionais aqui analisados não surpreende, dado que há
muito se observa em nosso país o pouco investimento em pesquisas quantitativas
em Educação. Dados de natureza quantitativa permitem dimensionar e compreender
algumas questões sociais e educacionais, podendo orientar ações pedagógicas ou
políticas educacionais de cunho mais amplo (GATTI, 2012). Ainda segundo a
autora:
Atualmente, na área da
pesquisa educacional, excluindo análises de dados de avaliações de rendimento
escolar realizadas em alguns sistemas educacionais no Brasil, poucos estudos
empregam metodologias quantitativas. Há mais de duas décadas que na formação de
educadores e de mestres e doutores em educação não se contemplam estudos
disciplinares sobre esses métodos. No entanto, há problemas educacionais que
para sua contextualização e compreensão necessitam ser qualificados através de
dados quantitativos (GATTI, 2004, p.13).
Para identificar os métodos de coleta de
dados utilizados, foram agrupados os achados nas seguintes categorias: fontes
quantitativas (questionários, testes e escalas); fontes qualitativas (estudo de
caso, pesquisa-ação, entrevista e observação); fontes bibliográficas (ensaio e
revisão bibliográfica); fontes documentais (revisão sistemática e pesquisa
documental); e estudos experimentais (experimental e quase-experimental),
conforme a Figura 3:
Figura 3 – Percentual nacional e internacional dos tipos de
métodos de pesquisa
Fonte: Elaboração própria.
Em relação aos participantes que compuseram
as pesquisas, verifica-se que os estudos nacionais e internacionais têm
características semelhantes. Em ambos os contextos predominam os estudantes com
deficiência visual (60% nos estudos nacionais e 59,8% nos internacionais),
seguidos dos professores (33,8% nos estudos nacionais e internacionais). Os
familiares e colegas costumam ser pouco envolvidos nas pesquisas, o que revela
um potencial de investigação a ser melhor explorado. A participação dos
familiares nos estudos internacionais representa 5,6%, e nos estudos nacionais
é ainda menor, representando 3,1%. Quanto aos colegas dos estudantes com
deficiência visual, o percentual de participação é pouco maior nos estudos
nacionais (16,9 %) se comparado ao dos estudos internacionais (11,3%).
As pesquisas nacionais envolveram um número
menor de participantes em comparação com as pesquisas internacionais.
Observa-se que o número máximo de participantes dentro do universo nacional é
230, enquanto 14,08% das pesquisas internacionais superaram esse número.
Identificou-se que 40 pesquisas nacionais envolveram até 5 pessoas com DV, em
contrapartida apenas 19 pesquisas internacionais restringiram-se a esse número
total de participantes. Na maioria das pesquisas nacionais o número de
participantes com DV atinge no máximo 30, excetuando-se duas pesquisas, uma
envolvendo 58 e outra, 230. Nas pesquisas internacionais 28 estudos apresentam
número superior a 50 participantes com DV.
A tabela 1 apresenta em detalhe os
percentuais de pessoas com DV, professores, familiares e colegas que compõem as
amostras nas pesquisas nacionais e internacionais com até 50 participantes:
Tabela 1 – Pesquisas nacionais e internacionais
com até 50 participantes
Participantes |
Com DV (%) |
Professores (%) |
Familiares (%) |
Colegas (%) |
||||
Nac. |
Int. |
Nac. |
Int. |
Nac. |
Int. |
Nac. |
Int. |
|
De 1 a 5 |
40 |
19 |
21,5 |
7 |
1,5 |
1,4 |
3,1 |
0,7 |
De 6 a 10 |
7,7 |
5,6 |
4,6 |
4,2 |
1,5 |
0,7 |
1,5 |
1,4 |
De 11 a 15 |
4,6 |
4,9 |
4,5 |
2,1 |
- |
0,7 |
- |
0,7 |
De 16 a 20 |
3,1 |
5,6 |
- |
1,4 |
- |
2,8 |
- |
0,7 |
De 21 a 25 |
0 |
1,4 |
- |
0,7 |
- |
- |
3,1 |
0,7 |
De 26 a 30 |
4,6 |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
0,7 |
De 31 a 35 |
- |
0,7 |
- |
- |
- |
- |
7,7 |
2,1 |
De 36 a 40 |
- |
0,7 |
- |
4,2 |
- |
- |
1,5 |
4,2 |
De 41 a 45 |
- |
0,7 |
- |
0,7 |
- |
- |
- |
- |
De 46 a 50 |
- |
1,4 |
3,1 |
13,4 |
- |
- |
- |
- |
Fonte: Elaboração própria.
Cabe apontar que os percentuais apresentados
na tabela 2 foram calculados considerando a totalidade dos artigos. Os
participantes foram agrupados por intervalo e optou-se pela não inclusão de
duas pesquisas brasileiras, uma envolvendo 58 e outra, 230 professores, pois se
observa que a partir de 50, a dispersão entre o número de participantes aumenta
consideravelmente. Em concordância com o mesmo critério, não foram incluídas as
28 pesquisas internacionais cujas amostras excedem esse mesmo número. Algumas
pesquisas chamam atenção por incluírem acima de quatro mil pessoas com DV, de
500 professores, de nove mil familiares e de mil colegas com estudantes com DV.
Observando as revistas em que os artigos
foram publicados, percebe-se que algumas, tanto nacionais quanto
internacionais, concentram um grande número de publicações. No caso das
pesquisas nacionais duas revistas de nicho concentram 36,9% das publicações: a
Revista Brasileira de Educação Especial (23,08%) e a Revista Educação Especial
(13,85%). A Revista Brasileira de Educação Especial é publicada desde 1993.
Possui publicação trimestral e é mantida pela Associação Brasileira de
Pesquisadores em Educação Especial (ABPEE), em parceria com a Unesp. A Revista
Educação Especial iniciou em 1986, tem publicação trimestral e é vinculada à
Universidade Federal de Santa Maria. Outras 17 revistas da área da educação
publicaram 38,46% dos artigos, de forma dispersa. Os 24,64% restantes dos
artigos são encontrados em periódicos correspondentes a outras áreas do saber,
que não a educação, como psicologia (15,4%), medicina (3,08%), fonoaudiologia
(1,54%), enfermagem (1,54%), biblioteconomia (1,54%) e ciências geodésicas
(1,54%).
No que tange às pesquisas internacionais, a
maioria dos artigos foi publicada pelo Journal of Visual Impairment & Blindness
(40,8%), seguido pelo International Journal of Special Education
(8,4%), o Journal of Research in Special Educational Needs (7%) e o RE:view: Rehabilitation Education for Blindness and Visual Impairment (4,2%).
O Journal of Visual Impairment & Blindness é
uma revista norte-americana fundada em 1907, atualmente com publicação
bimestral e vinculada à Fundação Americana para Cegos (American Foundation for the Blind). Outras 48 revistas
publicaram de um a quatro artigos ao longo dos anos pesquisados e a soma de
seus artigos alcança 38,7% do universo internacional. Destas 48 revistas, 35
são da área da educação, enquanto as demais se referem a áreas como
oftalmologia (publicação de 1,4% dos artigos), ciências da informação (1,4%),
saúde pública (0,7%), psicologia social (0,7%), engenharia e política (0,7%),
etc.
Por fim, cabe ainda ressaltar que parte
significativa dos resumos não trazia informações fundamentais como referencial
teórico-metodológico, composição da amostra e resultados principais, aspectos
essenciais de artigos acadêmicos. Essa fragilidade apareceu tanto em artigos
nacionais como em internacionais. Dificuldade semelhante foi encontrada por
Ferreira, Rosado e Carvalho (2017) em análise de literatura acadêmica na área
da Educação e Tecnologia.
Análise das referências dos
artigos nacionais
Uma produção científica é fruto da atividade
intelectual do seu autor, apresentada à comunidade científica de modo a afirmar
sua validade ao longo da argumentação, permitindo a elaboração do conhecimento
já produzido e, ao mesmo tempo, apoiando a busca de novos conhecimentos. A
produção de um autor implica, portanto, na confrontação de suas ideias com os
conhecimentos adquiridos a partir do estudo de outros autores. Para validar uma
argumentação, utilizam-se trabalhos de outros pesquisadores que são
representativos da área. Desta forma, um artigo científico pode ser
compreendido como a comunicação da produção intelectual individual e coletiva,
ou seja, as publicações científicas possuem relações entre si. Essas relações
permitem formular novas hipóteses, mapear o que já foi descoberto em um campo
particular, situar as teorias, autores e conceitos mais utilizados, as
controvérsias teóricas ou metodológicas e as questões em aberto.
Entende-se que mapear as referências
bibliográficas de uma área de estudo pode contribuir para a compreensão do
campo de relações que está se estabelecendo, bem como evidenciar possíveis
fragilidades. No presente estudo realizou-se análise das referências
bibliográficas utilizadas nos artigos brasileiros, com o objetivo de
identificar quais são os principais autores que têm dado sustentação às
pesquisas desenvolvidas no Brasil, também considerando os suportes e idiomas.
Essa análise possibilitou observar que,
quanto aos tipos de suportes utilizados, 47,5% trata-se de livros e capítulos
de livros; 36% de artigos; 6% de documentos oficiais; 5,5% de teses e
dissertações e 5% são sites e anais de congressos. Quanto ao idioma 75% está
publicado em língua portuguesa, 20,1% em língua inglesa, 4,7% em língua
espanhola e 0,2% em língua francesa. Estes dados demonstram que as pesquisas
brasileiras apresentam a tendência de utilizar produções nacionais ou traduções
em suas referências bibliográficas. Aponta-se, com isso, a possibilidade de
expandir e ampliar o alcance conceitual das pesquisas realizadas em nosso país
através do acesso a livros e artigos em língua estrangeira, potencializando o
campo por meio de diálogo mais consistente com o que vem sendo produzido em
centros de pesquisa de outros países.
Por fim, a análise permitiu identificar que
43,5% (n=505) dos autores foram citados apenas uma vez; 23,4% (n=123) dos
autores foram citados de duas e três vezes; 10,2% dos autores foram citados de
quatro e cinco vezes e 6,2% dos autores foram citados entre seis e oito vezes.
Portanto, verifica-se que há um número grande de autores sendo pouco citados.
Ao voltar o olhar para os autores que se
destacam por serem utilizados com maior frequência, observa-se que Vigotski aparece como o mais citado, mencionado em 38
referências. Lev Semenovich Vigotski
foi um psicólogo bielo-russo que se dedicou à estudar e escrever sobre
aprendizagem, desenvolvimento e educação, incluindo estudos sobre crianças com
deficiência. Suas publicações originais datam da década de 1920 (NUERNBERG,
2008). Entre seus textos referenciados no universo desta pesquisa estão Fundamentos de defectologia
(citado 18 vezes), A formação social da
mente (7 vezes), A criança cega
(3 vezes), Pensamento e linguagem (3
vezes) e El problema de la edad (1 vez). A utilização
frequente dos trabalhos de Vigotski demonstra que as
contribuições desse autor estão muito presentes na formação desses
pesquisadores e que a perspectiva histórico-cultural permite um olhar profícuo
para a aprendizagem e desenvolvimento da pessoa com deficiência e oportuniza
situar o papel do professor no contexto educacional.
Eder Pires de Camargo foi mencionado 21 vezes
nas referências analisadas. Camargo é pesquisador brasileiro com DV,
livre-docente em ensino de física e docente na Unesp. Também atua orientando
trabalhos relacionados ao ensino de ciências e à inclusão de alunos com
deficiências, especialmente DV. Entre seus textos citados nas pesquisas
brasileiras estão sua dissertação de mestrado Um estudo das concepções alternativas sobre repouso e movimento de
pessoas cegas, de 2000; sua tese de doutorado O ensino de física no contexto da deficiência visual: elaboração e
condução de atividades de ensino de física para alunos cegos e com baixa visão,
de 2005; e seu relatório final de pós-doutorado A formação de professores de Física no contexto das necessidades
educacionais especiais de alunos com deficiência visual: o planejamento de
atividades de ensino de física, de 2006. Ainda, são citados cinco artigos
sobre ensino de física para cegos escritos em coautoria com Roberto Nardi.
Cecilia Guarnieri Batista aparece 13 vezes
nas referências. Batista é psicóloga, pós-doutora em
educação, docente na Unicamp e pesquisadora brasileira. Atua na área do
desenvolvimento humano e reabilitação, com estudos sobre deficiência visual.
Entre seus textos citados nas pesquisas brasileiras analisadas no presente
estudo estão os artigos Formação de
conceitos em crianças cegas: questões teóricas e implicações educacionais,
de 2005, Avaliação assistida de
habilidades cognitivas em crianças com deficiência visual e com dificuldades de
aprendizagem, de 2004, e Crianças com
deficiência visual: como favorecer sua escolarização?,
de 1998.
Marilda Moraes Garcia Bruno é mencionada 10
vezes nas referências. Bruno é pedagoga, doutora em educação, docente na
Universidade Federal da Grande Dourados e pesquisadora brasileira em educação e
diversidade. Possui muitos estudos na área da inclusão, políticas públicas para
inclusão e educação especial e formação de professores, contemplando também a
área específica da deficiência visual, por exemplo com o texto Desenvolvimento integral do portador de
deficiência visual, de 1993. Cabe ressaltar que Bruno tem uma série de publicações
vinculadas ao Ministério da Educação, Secretaria da Educação Especial. Contudo,
nessas produções sua autoria não fica evidente, visto que este tipo de
publicação é comumente referenciada como Brasil, Ministério da Educação.
Romeu Kazumi Sassaki é citado 10 vezes nas referências, com o texto Inclusão: construindo uma sociedade para
todos, de 1997. Sassaki é assistente social,
consultor em inclusão, autor de livros e participante de movimentos sociais de
luta das pessoas com deficiência.
Os pesquisadores espanhóis Esperanza Ochaita Alderete e Alberto Rosa Rivero
publicaram juntos todos os artigos a respeito dos quais foram citados nove
vezes nas referências brasileiras. Ochaita é
psicóloga, pós-doutora em psicologia, docente na
Universidade Autônoma de Madrid e atua nas áreas de educação e desenvolvimento.
Rivero, por sua vez, é filósofo com especialização em
psicologia, doutor em filosofia, docente da Universidade Autônoma de Madrid e
atua nas áreas de medidas em psicologia e psicologia do desenvolvimento. Esses
autores são citados nos artigos pesquisados em função de seu texto Percepção, ação e conhecimento em crianças
cegas, de 1995 (disponível no livro Desenvolvimento
psicológico e educação: necessidades educativas especiais e aprendizagem
escolar, de Coll e Palacios) e de seu livro Psicología de la Ceguera, de 1993.
Annemarie Mol aparece nove vezes nas referências
brasileiras. Mol é médica e filósofa holandesa. Tem contribuído com estudos
envolvendo antropologia do corpo, política ontológica, lógica do cuidado e
também estudos pós-feministas (MORAES; ARENDT, 2013). Alguns de seus estudos
são voltados a pessoas com deficiência visual, por exemplo, Modos de intervir com jovens deficientes
visuais: dois estudos de caso, de 2007.
Maria Cecília Rafael de Góes é mencionada
nove vezes na amostra analisada. Góes é psicóloga e livre-docente brasileira.
Trabalha como professora na Universidade Metodista de Piracicaba, atuando na
área da educação, psicologia do desenvolvimento humano, ensino-aprendizagem e educação
especial. Embora a autora não tenha publicações específicas no campo da DV, é
característico que seus estudos se baseiem no referencial teórico vigotskiano, com preocupações sobre construção de
conhecimentos e linguagem.
A identificação dos autores mais utilizados
permite também lançar uma hipótese em relação à teoria da aprendizagem que
predomina no universo dos artigos que compõem este estudo. A perspectiva
histórico-cultural predomina (além de Vigostki, seu
colaborador Alexander Luria é citado duas vezes), enquanto Urie
Broenfenbrenner (abordagem ecológica) é citado três
vezes e Jean Piaget (abordagem construtivista) é citado duas vezes.
Considerações finais
Analisar a produção referente à deficiência
visual na área da educação formal e não-formal permitiu lançar um olhar
reflexivo sobre as características do fazer pesquisa sobre DV e inclusão
educacional no Brasil. A análise dos
artigos científicos permitiu visualizar uma produção consistente no cenário
nacional, embora com oscilações em termos da quantidade de artigos publicados
no período analisado. Percebe-se características bem definidas, tais como maior
número de pesquisas qualitativas e com número reduzido de participantes. O fato
de estudos qualitativos revelarem-se predominantes no contexto nacional pode
estar relacionado a diversos fatores, dentre eles, concepções
teórico-metodológicas que prevalecem nas pesquisas no campo da educação e
dificuldade em realizar estudos longitudinais ou com número maior de
participantes, pois exigem financiamentos mais vultosos e de longo prazo.
Destaca-se também a importância da abordagem histórico-cultural, o uso de
referencial predominante em língua portuguesa e publicações em revistas de
nicho, tanto nacionais quanto internacionais.
Ao longo do processo de leitura e análise dos
artigos, uma dificuldade encontrada refere-se à falta de clareza nos resumos e
na explicitação do delineamento e métodos utilizados em alguns artigos
nacionais e internacionais. Tais aspectos mereceriam maior atenção por parte da
comunidade científica. Resumos completos são importantíssimos para a circulação
das produções científicas. Clareza em identificar e descrever os métodos
utilizados, por sua vez, contribuem para com o rigor necessário à produção do
conhecimento, em qualquer área de estudo.
Por meio da análise das referências
bibliográficas utilizadas nos artigos nacionais, pode-se concluir que os
pesquisadores têm se situado a partir de paradigmas teóricos que contemplam um
modo de compreender a deficiência cujo olhar enfatiza o potencial dos sujeitos
e a responsabilidade dos educadores em desenvolver práticas que contemplem as
especificidades da deficiência visual.
A produção e sistematização do conhecimento
sobre deficiência visual e escolarização têm avançado nas últimas décadas.
Percebe-se, no entanto, que as possibilidades de aprofundamento são várias. No
universo dos artigos pesquisados os estudos têm contemplado a participação de estudantes
com deficiência visual e professores e há potencial para explorar a
participação de colegas e familiares. Estudos quantitativos talvez pudessem ter
um espaço maior nas pesquisas nacionais. Além disso, outras temáticas tais como
o desenho universal e a audiodescrição poderiam
trazer subsídios importantes para escolarização de pessoas com DV.
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V: Fundamentos de defectología. Madrid: Visor,
1997. p. 99-113. Tradução de Julio Guilhermo Blank.
Correspondência
Carla Beatris
Valentini – Universidade de Caxias do Sul. Campus Sede, R. Francisco
Getúlio Vargas, 1130 – Petrópolis. Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil.
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