ARQUITETURA E ESTRUTURA VERTICAL DA COMUNIDADE ARBÓREA DE UMA FLORESTA ESTACIONAL SUBTROPICAL

Autores

  • Malcon do Prado Costa
  • Solon Jonas Longhi
  • Alessandro Abreu Fávero

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509835052

Palavras-chave:

ecologia funcional, ecologia vegetal, fitossociologia, silvologia, traço funcional.

Resumo

Arquitetura de uma árvore é a expressão do equilíbrio entre os processos de crescimento endógeno e as forças externas exercidas pelo ambiente. Objetivou-se delimitar e caracterizar os estratos verticais, observando a regularidade da distribuição de abundância de espécies no gradiente hipsométrico de árvores, em uma comunidade arbórea na Floresta Estacional Subtropical. A amostragem foi realizada usando catorze parcelas (20 m x 100 m), distribuídas sistematicamente, registrando os táxons e a altura total das árvores com circunferência a altura do peito ≥ 30 cm. Os estratos verticais foram delimitados a partir da análise de agrupamento (Bray-Curtis; ligação completa). Foram analisados a abundância de espécies e os modelos arquitetônicos. Realizou-se uma análise de redundância (RDA), da distribuição de abundância das espécies com os modelos arquitetônicos, nos estratos verticais delimitados. Para avaliar a distribuição de abundância nas classes de altura usou-se a análise de correspondência destendenciada (DCA). Constatou-se que a comunidade arbórea está formada por quatro estratos verticais. Ocorreu uma relação entre as espécies dos modelos arquitetônicos com a estrutura vertical da comunidade arbórea, observando, assim, a existência de estratégias de ocupação do dossel entre as espécies de acordo com o modelo arquitetural analisado. Os modelos arquitetônicos com ocupação preferencial por determinados estratos foram os de Aubréville para o sub-bosque e o de Prevost para os estratos emergentes. Outras espécies apresentaram ampla distribuição nos estratos verticais na comunidade arbórea, não possuindo distribuição preferencial na estrutura vertical. Sendo os modelos de arquitetura - Massart, Rauh, Roux, Champagnat e Troll, primordiais para a conformação arquitetural da comunidade arbórea local situada na floresta subtropical.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ANGIOSPERM PHYLOGENY GROUP. Angiosperm Phylogeny Group III. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG IV. Botanical Journal of the Linnean Society, London, v. 181, n. 1, p. 1-20, 2016.

BARTHÉLÉMY, D.; CARAGLIO, Y. Plant architecture: a dynamic, multilevel and comprehensive approach to plant form, structure and ontogeny. Annals of Botany, London, v. 99, n. 3, p. 375-407, 2007.

BORCARD, D.; GILLET, F.; LEGENDRE, F. Numerical ecology with R. New York: Springer, 2011. 306 p.

FINOL, H. Nuevos parâmetros a considerar-se em el análisis estrucutural de las sevas virgenes tropicales. Revista Forestal Venezolana, Merida, v. 14, n. 21, p. 29-42, 1971.

GIEHL, E. L. H. et al. Espectro e distribuição vertical das estratégias de dispersão de diásporo do componente arbóreo em uma floresta estacional no sul do Brasil. Acta Botanica Brasileira, Belo Horizonte, v. 21, n. 1, p. 137-145, 2007.

HALLÉ, F.; OLDEMAN, R. A. A.; TOMLINSON, P. B. Tropical trees and forests: an architectural analysis. Berlin: Springer-Verlag, 1978. 441p.

HELDWEIN, A. B.; BURIOL, G. A.; STRECK, N. A. O clima de Santa Maria, RS. Ciência & Ambiente, Santa Maria, v. 38, p.43-58, 2009.

HOSOKAWA, R. T.; MOURA, J. B.; CUNHA, U. S. Introdução ao manejo e economia florestal. Curitiba: Ed. UFPR, 2008. 164 p.

HUTCHINSON, G.E. Concluding remarks. Cold Spring Harb. Symp. Quant. Biol., 22, 415–427, 1957.

HUECK, K. As Florestas da América do Sul. São Paulo: Polígono, 1972. 466 p.

KLEIN, R. M. Aspectos dinâmicos da vegetação do sul do Brasil. Sellowia, Itajaí, n. 36, p. 5-54, 1984.

KOHYAMA, T. Size-structure tree populations in gap-dynamic Forest-the Forest arquitecture hypotesis for the stable coexistent of species. Journal of Ecology, London, v. 81, n. 1, p. 131-143, 1993.

LAMPRECHT, H. Ensayo sobre la estructura floristica del parte sur-oriental del bosque universitário "El Caimital" Estado Baridas. Revista Forestal Venezolana, Merida, v. 7, n. 10/11, p. 77-119, 1964.

LEGENDRE, P.; GALLAGHER, E. D. Ecologically meaningful transformations for ordination of species data. Oecologia, Heidelberg, v. 129, n. 2, p. 271-280, oct. 2001.

LEITE, P. F.; KLEIN, R. M. Vegetação. In: IBGE. Geografia do Brasil: Região Sul. Rio de Janeiro: IBGE, 1990. p. 113-150.

MORENO, J. A. Clima do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Secretaria da Agricultura, 1961. 42p.

OKSANEN, J. et al. VEGAN: Community Ecology Package. R package version 1.17-8. Viena: [s.n.], 2011. Disponível em: <http://cran.r-project.org/package=vegan>. Acesso em: 21 abr. 2011.

OLDEMAN, R. A. A. Forests: elements of silvology. Berlin: Springer-Verlag, 1990. 624 p.

RAMBO, S. J. B. A fisionomia do Rio Grande do Sul: Ensino de monografia natural. 2 ed. Porto Alegre: Livraria Selbach, 1956. R DEVELOPMENT CORE TEAM. R: A language and envioronmental for statistical computing R. Foundation for Statistical Computing, 2012. Disponível em: < https://www.r-project.org/>.Acesso em: 07 dez. 2012.

SCCOTI, M. S. V. et al. Mecanismos de regeneração natural em remanescente de Floresta Estacional Decidual. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 21, n. 3, p. 459-472, 2011.

SOBRAL, M. et al. Flora Arbórea e Arborescente do Rio Grande do Sul, Brasil. 2.ed. São Carlos:

RiMa, 2013. 362 p.

STRECK, E. V. et al. Solos do Rio Grande do Sul. 2. ed. Porto Alegre: EMATER/RS; ASCAR, 2008. 222 p.

THE INTERNATIONAL PLANT NAMES INDEX (IPNI, 2012). Disponível em:<http://www.ipni.org>. Acesso em: 26 ago. 2012.

TOMLINSON P. B. Branching and axis differentiation in tropical trees. Tropical trees as living systems, 1932, Edited by P. B. Tomlinson and Martin H. Zimmermann, 2010. Cambridge University Press, London – New York – Melbourne. p.187 – 207, 2010.

VEGA, C. L. Observaciones ecologicas sobre los bosques de roble de la Sierra Boyacá, Colombia. Turrialba, Turrialba, v. 16, n. 3, p. 286-296, 1966.

VESTER, H. F. M. The trees and the forest. The role of tree architecture in canopy development; a case study in secondary forests (Araracuara, Colombia). 1997. 180 f. Tesis (Doctoral) - Universiteit van Amsterdam, Amsterdam, 1997.

VESTER, H. F. M.; SALDARRIAGA, J. Algunas características estructurales, arquitectónicas y florísticas de la sucesión secundaria sobre Terrazas Bajas en la región de Araracuara (Colombia). Revista de La Facultad Nacional de Agronomía, Medellín, v. 1, n. 2, p. 15-45, 1993.

Downloads

Publicado

16-12-2018

Como Citar

Costa, M. do P., Longhi, S. J., & Fávero, A. A. (2018). ARQUITETURA E ESTRUTURA VERTICAL DA COMUNIDADE ARBÓREA DE UMA FLORESTA ESTACIONAL SUBTROPICAL. Ciência Florestal, 28(4), 1443–1454. https://doi.org/10.5902/1980509835052

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

<< < 1 2 3 4 5 6 > >>