Caracterização da fauna edáfica em plantios de <i>Eucalyptus</i> spp.

Autores

  • Juliana Garlet Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS
  • Ervandil Correa Costa
  • Jardel Boscardin

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509810545

Palavras-chave:

entomologia florestal, organismos de solo, plantios florestais

Resumo

 

http://dx.doi.org/10.5902/1980509810545

Solos florestais propiciam boas condições para o desenvolvimento e estabelecimento da fauna edáfica, devido principalmente à deposição de serrapilheira. No entanto, sistemas conduzidos em monoculturas por fornecerem um único substrato alimentar, podem propiciar o desenvolvimento de determinados grupos faunísticos em detrimento de outros, ocasionando surtos de espécies-praga. O objetivo deste trabalho foi caracterizar a fauna edáfica e sua relação com as variáveis meteorológicas, em plantios de Eucalyptus spp. em Alegrete e São Francisco de Assis, Rio Grande do Sul. Este estudo foi conduzido em seis talhões de Eucalyptus, pertencentes a três espécies: Eucalyptus dunnii Maiden, Eucalyptus grandis Maiden e Eucalyptus grandis x Eucalyptus urophylla S. T. Blake (clone híbrido) e duas idades (plantio em 2006 e 2007). Os talhões estavam localizados nas fazendas Cabanha da Prata e Chica Barbosa município de Alegrete, e Taquari município de São Francisco de Assis, Rio Grande do Sul. Para a amostragem da fauna edáfica, foram utilizadas armadilhas de solo, sendo instaladas oito armadilhas distantes dez metros uma da outra, distribuídas em duas linhas de plantio no centro de cada talhão, totalizando 48 armadilhas. As coletas foram realizadas quinzenalmente, de setembro de 2008 a agosto de 2009. Após contagem e identificação dos grupos taxonômicos, foram determinados os parâmetros de Riqueza, Abundancia e Índice de Diversidade de Shannon. Os parâmetros determinados foram analisados segundo modelo fatorial 3 x 2 (três espécies e duas idades) em delineamento inteiramente casualizado pelo teste F. Durante este levantamento foram coletados 8.811 espécimes distribuídos em 12 grupos taxonômicos, sendo que os grupos, Coleoptera, Hymenoptera e Diptera apresentaram as maiores porcentagens de indivíduos coletados: 31,1, 23,2 e 19,6 %, respectivamente. Os plantios com três anos de idade apresentaram maior número de indivíduos coletados, quando comparados com os talhões de dois anos de idade. As espécies Eucalyptus grandis x Eucalyptus urophylla e Eucalyptus grandis apresentaram um número superior de indivíduos coletados, quando comparados com a espécie Eucalyptus dunnii, nas duas idades avaliadas. Assim, a espécie e a idade do plantio exerceram influência sobre os organismos coletados.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ANTONIOLLI, Z. I. et al. Método alternativo para estudar a fauna do solo. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 16, n. 4, p.407-417, out./dez. 2006.

BARETTA, D. et al.Fauna edáfica avaliada por armadilhas de catação manual efetada pelo manejo do solo na região oeste catarinense. Revista Ciência Agroveterinárias, Lages, v. 2, p. 97-106, jul./dez. 2003.

CANTO, A. C. Alterações da mesofauna do solo causadas pelo uso de cobertura com plantas leguminosas na Amazônia Central. Revista Ciências Agrárias, Recife, v. 4, n. 5, p. 79-94, out./dez. 1996.

CONNELL, J. H. Diversity in tropical rain forests and coral reefs. Science, Washington, n. 199, p. 1302-1310, 1978.

CORREIA, M. E. F.; ANDRADE, A. G. Formação de serapilheira e ciclagem de nutrientes. In: SANTOS, G. A.; CAMARGO, F. A. O., eds. Fundamentos da matéria orgânica do solo: ecossistemas tropicais e subtropicais. 1. Porto Alegre, Genesis, 1999. p.197-225.

CORREIA, M. E. F.; OLIVEIRA, L. C. M. Fauna do solo: Aspectos Gerais e Metodológicos. Seropédica: Embrapa Agrobiologia, 2000. 46 p.

FERREIRA, R. L; MARQUES, M. G. S. M. A Fauna de Artrópodes de Serrapilheira de Áreas de Monocultura com Eucalyptus sp. e Mata Secundária Heterogênea. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil. Curitiba, v. 27, n. 3, p. 395-403. set./dez. 1998.

GONZÁLEZ, G.; ZOU, X.; BORGES, S. Earthworm abundance and species composition in abandoned tropical croplands: comparison of tree plantations and secondary forests. Pedobiologia, Berlin, v. 40, p. 385-391, 1996.

HAMMER, O.; HARPER, D. A. T.; RYAN, P. D. PAST: Paleontological Statistics Software Package for Education and Data Analysis. Palaeontologia Electronica v. 4, n.1, 2001. 9 p.

MOÇO, M. K da S. et al. Caracterização da fauna edáfica em Diferentes coberturas vegetais na Região norte fluminense. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 29, n. 4, p. 555-564, jul./agt. 2005.

MORENO, J. A. Clima do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Secretaria da Agricultura, 1961. 73 p.

MORSELLI, T. B. G. A. Biologia do Solo. Pelotas, Editora e Gráfica Universitária PREC-UFPel, 2009. 145 p.

ODUM, E. P. Ecologia. Rio de Janeiro, Guanabara, 1983. 434 p.

PERRANDO, E. R. Caracterização física e biológica do solo após aplicação de herbicidas em plantios de Acácia-Negra (Acacia mearnsii De Wild.) no Rio Grande Do Sul. 2008. 93 f. Tese (Doutorado em Engenharia Florestal) – Universidade federal de Santa Maria, Santa Maria, 2008.

ROVEDDER, A. P. et al. Fauna edáfica em solo susceptivel à arenização na região sudoeste do Rio Grande do Sul. Revista de Ciências Agroveterinárias, Lages, v. 3, n. 2, p. 87-96, jul./dez. 2004.

RUPPERT, E. E.; BARNES, R. D. Zoologia dos invertebrados. São Paulo, Roca, 1996. 1074 p.

SILVA, A. P. Estudo da diversidade de arthropoda em fragmentos de mata no distrito de Rolim De Moura Do Guaporé – RO. Revista Eletrônica da Facimed, Cacoal, v. 3, n. 3, p. 315-321, jan/jul.2011.

SILVA, F. DE A. S.; AZEVEDO, C. A. V. de. Principal Components Analysis in the Software Assistat-Statistical Attendance. In: WORLD CONGRESS ON COMPUTERS IN AGRICULTUMIDADE RELATIVAE, 7., 2009, Reno. Anais…American Society of Agriculal and Biological Engineers, 2009.

SOARES, M. I. J. Meso e macrofauna do solo sob diferentes coberturas vegetais. 1999. 105 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal) – Universidade federal de Santa Maria, Santa Maria, 1999, 1999.

STORK, N. E.; EGGLETON, P. Invertebrates as determinants and indicators of soil quality. American Journal of Alternative Agriculture, Cambridge ,v. 7, p. 38-47, Jan./Dec. 1992.

SYDOW, V. G. et al. Aspectos estruturais da fauna de solo em áreas sob influência do processamento do carvão mineral no Sul do Brasil. In: Congresso de Ecologia do Brasil, 8., 2007, Caxambu. Anais ... Caxambu :Sociedade Brasileira de Ecologia, 2007.

TEIXEIRA, C. C. L., HOFFMANN, M.; SILVA-FILHO, G. Comunidade de Coleoptera de solo em remanescente de Mata Atlântica no estado do Rio de Janeiro, Brasil. Biota Neotropica, v. 9, n. 4. out./dez. p. 91-96. 2009.

VITTI, M. R. et al. Estudo da mesofauna (ácaros e colêmbolos) em um pomar de pessegueiro conduzido sob uma perspectiva agroecológica. In: FERTBIO, 2004, Lages, Anais... Lages, SBCS, 2004.

WALKER, D. Diversity and stability. In: CHERRETT, J. M., ed. Ecological concepts. Oxford, Blackwell Scientific Public, 1989. p.115-146.

WARD, A. L; ROGERS, D. J. Oviposition response of scarabaeids: does ‘mother knows best’ about rainfall variability and soil moisture? Physiological Entomology, London, v. 32, n. 4, p. 357–366, Sept./Dec. 2007.

Downloads

Publicado

30-08-2013

Como Citar

Garlet, J., Costa, E. C., & Boscardin, J. (2013). Caracterização da fauna edáfica em plantios de <i>Eucalyptus</i> spp. Ciência Florestal, 23(3), 337–344. https://doi.org/10.5902/1980509810545

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

<< < 1 2 3 4 > >>