USO DA TÉCNICA DE RESISTOGRAFIA E DE VARIÁVEIS DENDROMÉTRICAS NA MODELAGEM DA DENSIDADE BÁSICA DE POVOAMENTOS CLONAIS DE <i>Eucalyptus</i>

Autores

  • Donizete da Costa Dias
  • Jorge Luiz Colodette
  • Claudio Roberto Thiersch
  • Hélio Garcia Leite
  • José Livio Gomide

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509827746

Palavras-chave:

densidade básica, Eucalyptus, resistógrafo, amostragem não destrutiva.

Resumo

A densidade básica é uma propriedade-chave de qualidade da madeira para produção de celulose, mas sua determinação demanda muito tempo e altos custos. O desenvolvimento de ferramentas de amostragem não destrutiva, eficiente e de baixo custo torna-se importante, e o Resistógrafo pode ser uma alternativa. Este estudo teve o objetivo de utilizar dados de amplitude de resistência à perfuração coletados pelo Resistógrafo, associados a variáveis dendrométricas, para desenvolver modelos para estimativa de densidade básica em povoamentos clonais de Eucalyptus. Utilizaram-se quatro clones híbridos Eucalyptus grandis x Eucalyptus urophylla distribuídos em plantios comerciais no Vale do Paraíba com idade variando de 2 a 7 anos. Os materiais foram amostrados pelo Resistógrafo a 1,30 m do solo (DAP) e pela retirada de um disco na mesma altura para determinação da densidade básica em laboratório. Foram selecionadas equações lineares simples e múltiplas, iniciando pelo uso de dados do Resistógrafo (amplitude média) como variável preditora, e, posteriormente incluindo variáveis dendrométricas como DAP, idade, altura total, altura média das árvores dominantes e diâmetro médio quadrático. A inclusão destas variáveis aumentou a precisão das estimativas. A melhor equação selecionada para o conjunto dos 4 clones, ajustada, utilizando a amplitude média (Resistógrafo), associada à altura média das árvores dominantes, à idade das árvores e ao diâmetro médio quadrático, apresentou R2aj igual a 68,80%, com erro padrão residual de 0,0201 g/cm3 ou 4,31%. Para cada clone, isoladamente, as equações mais precisas também foram aquelas em que se associou o Resistógrafo às variáveis do indivíduo e da população. Equações ajustadas em função apenas de variáveis dendrométricas apresentaram medidas de precisão superiores às ajustadas em função apenas do Resistógrafo, no caso do conjunto dos 4 clones, e superiores ao Resistógrafo associado a variáveis do indivíduo, no caso de cada clone isoladamente. O Resistógrafo mostrou-se como uma ferramenta eficiente para predição da densidade básica. Entretanto, estimativas tão ou mais precisas podem ser obtidas sem uso do equipamento quando se têm variáveis individuais e da população.

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Publicado

29-06-2017

Como Citar

Dias, D. da C., Colodette, J. L., Thiersch, C. R., Leite, H. G., & Gomide, J. L. (2017). USO DA TÉCNICA DE RESISTOGRAFIA E DE VARIÁVEIS DENDROMÉTRICAS NA MODELAGEM DA DENSIDADE BÁSICA DE POVOAMENTOS CLONAIS DE <i>Eucalyptus</i>. Ciência Florestal, 27(2), 609–619. https://doi.org/10.5902/1980509827746

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