Fitossociologia do componente arbóreo de dois trechos de Floresta Estacional Perenifólia, Bacia do Rio das Pacas, Querência-MT

Autores

  • Sustanis Horn Kunz Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS
  • Natália Macedo Ivanauskas
  • Sebastião Venâncio Martins
  • Daniel Stefanello
  • Elias Silva

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509813317

Palavras-chave:

riqueza, diversidade, flora, Amazônia

Resumo

http://dx.doi.org/10.5902/1980509813317

Objetivou-se analisar a estrutura do componente arbóreo de dois trechos de Floresta Estacional Perenifólia na Bacia do rio das Pacas, Querência-MT. Foram distribuídos sistematicamente 200 pontos-quadrante em área preservada e 100 pontos em área alterada. Em cada ponto-quadrante foram medidos e identificados os quatro indivíduos mais próximos do ponto, adotando-se como critério de inclusão o diâmetro na altura de 1,30 m do solo ≥ 10 cm. Utilizou-se o estimador Jackknife 1 para estimar a riqueza específica e o índice de Jaccard para a similaridade florística entre os dois trechos. Embora os dois trechos apresentem históricos de alteração e preservação diferentes, com perfis fitossociológicos distintos, a similaridade florística entre eles foi alta (Cj=0,67), a riqueza específica foi similar (57 espécies na floresta preservada e 52 na alterada) e a espécie com maior Valor de Importância (VI) foi a mesma nos dois trechos - Ocotea leucoxylon (Sw.) Laness. Portanto, conclui-se que, apesar das alterações antrópicas sofridas no passado, o trecho de floresta alterado encontra-se em estágio avançado de regeneração para os padrões das florestas estacionais perenifólias, naturalmente menos diversas que as florestas ombrófilas amazônicas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALENCAR, A. et al. Desmatamento na Amazônia: indo além da “emergência crônica”. Belém: Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, 2004. 85 p.

ALMEIDA, S.S.; LISBOA, P.L.B; SILVA, A.S.L. Diversidade florística de uma comunidade arbórea na Estação Científica “Ferreira Penna”, em Caxiuanã (Pará). Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, série Botânica, Belém, v. 9, n. 1, p. 93-128, 1993.

AMARAL, I.L.; MATOS, F.D.; LIMA, J. Composição florística e parâmetros estruturais de um hectare de floresta densa de terra firme no rio Uatumã, Amazônia, Brasil. Acta Amazonica, Manaus, v. 30, n. 3, p. 377-392, 2000.

APG III. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG III. Botanical Journal of the Linnean Society, London, v.161, p.105–121, 2009.

CAMPBELL, D.G. et al. Quantitative ecological inventory of terra firme and varzea tropical forest on the Rio Xingu, Brazilian Amazon. Brittonia, New York, v. 38, n. 4, p. 369-393, 1986.

COLWELL, R. EstimateS: Statistical estimation of species richness and shared species from samples. Versão 8.2. Disponível em: < http://viceroy.eeb.uconn.edu/EstimateS>. Acesso em: 15 de novembro de 2011.

COTTAM, G.; CURTIS, J.T. The use of distance measures in phytosociological sampling. Ecology, v. 37, n. 3, p. 451-460, 1956.

DURIGAN, G. Métodos para análise de vegetação arbórea. In: CULLEN-JÚNIOR, L.; RUDRAN, R.; VALLADARES-PADUA, C. (orgs.). Métodos de estudos em biologia da conservação e manejo da vida silvestre. Curitiba: UFPR, 2003. p. 455-479.

FORMENTO, S.; SCHORN, L.A.; RAMOS, R.A.B. Dinâmica estrutural arbórea de uma floresta ombrófila mista em Campo Belo do Sul, SC. Cerne, Lavras, v.10, n.2, p.196-212, 2004.

GAMA, J.R.V. et al. Comparação entre florestas de várzea e de terra firme do Estado do Pará. Revista Árvore, Viçosa, v. 29, n. 4, p. 607-616, ju./ago. 2005.

HAUGAASEN, T.; PERES, C.A. Floritisc, edaphic and structural characteristics of flooded and unflooded forests in the lower Rio Purús region of central Amazonia, Brazil. Acta Amazonica, Manaus, v. 36, n. 1, p. 25-36, jan./mar. 2006.

HELTSHE, J.F.; FORRESTER, N.E. Estimating species richness using the jackknife procedure. Biometrics, Arlington, v.39, p.1-11, 1983.

IBGE. Mapa de vegetação do Brasil. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 1:5.000.000 Projeção Policônica. 1993.

IMAZON. Transparência florestal – Mato Grosso. Disponível em: < http://www.imazon.org.br/novo2008/publicacoes.php?idsubcat=83&cat=Transparência Florestal - Mato Grosso> Acesso em: 20 de maio de 2009.

IPT. Sistema de Informações de Madeiras Brasileiras. São Paulo, 1989. Relatório n. 27078.

IVANAUSKAS, N.M.; MONTEIRO, R.; RODRIGUES, R.R.Classificação fitogeográfica das florestas do Alto Rio Xingu. Acta Amazonica, Manaus, v. 38, n. 3, p. 387-402, 2008.

IVANAUSKAS, N.M.; MONTEIRO, R.; RODRIGUES, R.R. Relações florísticas entre florestas deciduais, semideciduais e perenifólias na região Centro-Oeste do Brasil. In: CLAUDINO-SALES, V. (org.). Ecossistemas brasileiros: manejo e conservação. Fortaleza: Expressão Gráfica e Editora, 2003. p. 313-322.

IVANAUSKAS, N.M.; MONTEIRO, R.; RODRIGUES, R.R. Estrutura de um trecho de floresta amazônica na bacia do alto rio Xingu. Acta Amazonica, Manaus, v. 34, n. 2, p. 275-299, abr./jun. 2004a.

IVANAUSKAS, N.M.; MONTEIRO, R.; RODRIGUES, R.R. Composição florística de trechos florestais na borda sul-amazônica. Acta Amazonica, Manaus, v. 34, n. 3, p. 399-413, abr./jun. 2004b.

KÖPPEN, W.P. Climatologia: com um estudio de los climas de la tierra. México: Fondo de Cultura Economica, 1948. 478 p.

KUNZ, S.H. et al. Análise da similaridade florística entre florestas do Alto Rio Xingu, da Bacia Amazônica e do Planalto Central. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v.32, n.4, p.725-736, 2009.

KUNZ, S.H. et al. Aspectos florísticos e fitossociológicos de um trecho de Floresta Estacional Perenifólia na Fazenda Trairão, Bacia do rio das Pacas, Querência-MT. Acta Amazonica, Manaus, v.38, n.2, p.245-254, 2008.

KUNZ, S.H. et al. Fitossociologia de uma área de Floresta Estacional Perenifólia na Fazenda Amoreiras, Querência, MT. Revista Árvore, Viçosa, v.34, n.4, p.713-721, 2010a.

KUNZ, S.H. et al. Estrutura fitossociológica de um trecho de Floresta Estacional Perenifólia, Bacia do Rio das Pacas, Querência – MT. Cerne, Lavras, v.16, n.2, p.115-122, 2010b.

LIMA, A.; ROLLA, A. Mato Grosso, Amazônia (i) Legal: desmatamentos de florestas em propriedades rurais integradas ao Sistema de Licenciamento Ambiental Rural entre 2001 e 2004. Brasília: Instituto Socioambiental, 2005. 18 p.

LIMA-FILHO, D.A. et al. Aspectos florísticos de 13 hectares da área de Cachoeira Porteira-PA. Acta Amazonica, Manaus, v. 34, n. 3, p. 415-423, jul./set. 2004.

MACIEL, U.N.; LISBOA, P.L.B. Estudo florístico de 1 hectare de mata de terra firme no km 15 da rodovia Presidente Médici – Costa Marques (RO-429), Rondônia. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, série Botânica, Belém, v. 5, n. 1, p. 25-37, 1989.

MAGURRAN, A.E. Ecological diversity and its measurement. Princeton: Princeton University Press, 1988. 197 p.

MATOS, F.D.A.; AMARAL, I.L. Análise ecológica de um hectare em floresta ombrófila densa de terra-firme, Estrada da Várzea, Amazonas, Brasil. Acta Amazonica, Manaus, v. 29, n. 3, p. 365-379, 1999.

MORI, S.A. et al. Composition and structure of an eastern amazonian florest at Camaipi, Amapá, Brazil. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, série Botânica, Belém, v.5, n.1, p. 3-18, 1989.

MUELLER-DOMBOIS, D.; ELLEMBERG, H. Aims and methods vegetation ecology. New York: Jonh Wiley & Sons, 1974. 547 p.

MUNIZ, F.H.; CESAR, O.; MONTEIRO, R. Aspectos florísticos quantitativos e comparativos da vegetação arbórea da Reserva Florestal do Sacavém, São Luís, Maranhão (Brasil). Acta Amazonica, Manaus, v. 24, n. 3-4, p. 189-218, 1994a.

MUNIZ, F.H.; CESAR, O.; MONTEIRO, R. Fitossociologia da vegetação arbórea da Reserva Florestal do Sacavém, São Luís, Maranhão (Brasil). Acta Amazonica, Manaus, v. 24, n. 3-4, p. 219-236, 1994b.

OLIVEIRA, A.A.; MORI, S.A. A central Amazonian terra firme Forest. I. High tree species richness on poor soils. Biodiversity and Conservation, Berlin, v. 8, p. 1219-1244, 1999.

OLIVEIRA, A.N.; AMARAL, I.L. Florística e fitossociologia de uma floresta de vertente na Amazônia Central, Amazonas, Brasil. Acta Amazonica, Manaus, v. 34, n. 1, p. 21-34, jan./mar. 2004.

OLIVEIRA-FILHO, A.T., et al. Diversity and structure of the tree community of a fragment of tropical secondary Forest of the Brazilian Atlantic Forest domain 15 and 40 years after logging. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v.27, n.4, p.685-701, 2004.

PANTALEÃO, J.C. et al. Avaliação da estrutura, crescimento, mortalidade e recrutamento em uma floresta estacional semidecidual submontana na Amazônia Mato-Grossense. Amazônia: Ciência & Desenvolvimento, Belém, v.4, n.7, p. 63-78, 2008.

PITMAN, N.C.A. et al. Dominance and distribution of tree species in upper Amazonian terra firm forests. Ecology, v. 82, n. 8, p. 2101-2117, 2001.

RANKIN-DE-MERÓNA, J.M. et al. Preliminary results of a large-scale tree inventory of upland rain forest in the central amazon. Acta Amazonica, Manaus, v. 22, n. 4, p. 493-534, 1992.

RIBEIRO, J.E.L.S. et al. Reserva Florestal Ducke: diversidade e composição da flora vascular. Acta Amazonica, Manaus, v. 24, n. 1/2, p. 19-30, 1994.

SALM, R. Tree species diversity in a seasonally-dry forest: the case of the Pinkaití site, in the Kayapó Indigenous Area, southeastern limits of the Amazon. Acta Amazonica, Manaus, v. 34, n. 3, p. 435-443, jul./set. 2004.

SALOMÃO, R.P.; SILVA, M.F.F.; ROSA, P.L.B. Inventário ecológico em Floresta Pluvial Tropical de Terra Firme, Serra Norte, Carajás, Pará. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, série Botânica, Belém, v. 4, n. 1, p. 1-46, 1988.

SANTOS, A.J. Estimativas de riqueza em espécies. In: CULLEN-JÚNIOR, L.; RUDRAN, R.; VALLADARES-PADUA, C. (orgs.). Métodos de estudos em biologia da conservação e manejo da vida silvestre. Curitiba: UFPR, 2003. p. 19-41.

SEPLAN. Zoneamento – Dados Secundários: dados secundários do projeto ZSEE – Divulga. Disponível em: <http://www.seplan.mt.gov.br/> Acesso em: 28 de março de 2009.

SHEPHERD, G.J. FITOPAC 2.1: manual do usuário. Campinas: UNICAMP, 2007. 93 p.

SILVA, A.S.L.; LISBOA, P.L.B.; MACIEL, U.N. Diversidade florística e estrutura em floresta densa da bacia do rio Juruá-AM. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, série Botânica, Belém, v. 8, n. 2, p. 203-258, 1992.

SILVA, M.F.F.; ROSA, N.A.; OLIVEIRA, J. Estudos botânicos na área do Projeto Ferro Carajás. 5. Aspectos florísticos da Mata do Rio Gelado, Pará. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, série Botânica, Belém, v. 3, n. 1, p. 1-20, 1987.

SILVA, M.F.F.; ROSA, N.A.; SALOMÃO, R.P. Estudos botânicos na área do Projeto Ferro Carajás. 3. Aspectos florísticos da Mata do Aeroporto de Serra Norte, Pará. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, série Botânica, Belém, v. 2, n. 2, p. 169-187, 1986.

STEFANELLO, D. et al. Síndromes de dispersão de diásporos das espécies de trechos de vegetação ciliar do rio das Pacas, Querência – MT. Acta Amazonica, Manaus, v.40, n.1, p.141-150, 2010.

Downloads

Publicado

30-03-2014

Como Citar

Kunz, S. H., Ivanauskas, N. M., Martins, S. V., Stefanello, D., & Silva, E. (2014). Fitossociologia do componente arbóreo de dois trechos de Floresta Estacional Perenifólia, Bacia do Rio das Pacas, Querência-MT. Ciência Florestal, 24(1), 1–11. https://doi.org/10.5902/1980509813317

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

<< < 1 2 

Artigos Semelhantes

1 2 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.