APTIDÃO EDAFOCLIMÁTICA PARA O MOGNO-AFRICANO NO BRASIL

Autores

  • Derblai Casaroli
  • Flávio de Oliveira Rosa
  • José Alves Júnior
  • Adão Wagner Pêgo Evangelista
  • Barbara Vieira de Brito
  • Diogo Silva Pena

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509831606

Palavras-chave:

manejo florestal, clima e solo, crescimento e desenvolvimento vegetal.

Resumo

O mogno-africano (Khaya ivorensis A. Chev.) é uma espécie arbórea, nativa do continente Africano, com boa qualidade de madeira, muito utilizada na confecção de móveis, na indústria naval, na construção de portas e portais, dentre outros. Tendo em vista que as condições de clima e solo são semelhantes entre a região de origem e o Brasil, pode-se inferir que o território brasileiro possui um grande potencial de cultivo. Este trabalho objetivou identificar zonas com aptidão edafoclimática para o mogno-africano no Brasil. A partir das variáveis, temperatura média, pluviosidade anual e tipos de solo, elaboraram-se critérios de seleção de regiões aptas, restritas e inaptas, para o adequado crescimento e desenvolvimento do mogno. Regiões que apresentaram temperaturas entre 23°C e 29°C foram consideradas aptas, com temperaturas entre 18°C e 23°C e de 29°C a 35°C, foram restritas, e valores de temperatura menores que 18°C e maiores que 35°C, inaptas. Com relação à pluviosidade, zonas consideradas aptas compreenderam uma quantidade de 830 a 3.000 mm ano‑1, sendo que valores menores que 830 e maiores que 3.000, foram inaptas. Para a aptidão edáfica, foram consideradas aptas as regiões contendo os mesmos tipos de solos existentes na região de origem do mogno (Argissolo, Latossolo, Neossolo, Quartzarênico, Litólico, Insular e Equatorial). A partir das características edafoclimáticas determinou-se que 55,62% da área brasileira foi considerada apta, 11,66 % apta com restrições leves, 25,00 % apta com restrições moderadas e 7,71 % restrita.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ABDELGALEIL, S. A. M.; HASHINAGA, F.; NAKATANI, M. Antifungal activity of limonoids from Khaya ivorensis. Pest Management Science, Sussex, v. 61, n. 2, p. 186 190, 2005.

AGBEDAHUNSI, J. M.; FAKOYA, F. A.; ADESANYA, S. A. Study on the anti-inflammatory and toxic effects of the stem bark of Khaya ivorensis (Meliaceae) on rats. Phytomedicine, Jena, v. 11, n. 6, p. 504 508, 2004.

BARBOSA, L. H. A. et al. Response of african mahogany trees to drip irrigation and fertilization levels. In: INOVAGRI INTERNATIONAL MEETING, 2., 2014, Fortaleza. Anais... Fortaleza: INOVAGRI, 2014. p. 2405-2413.

BRITO, B. V. et al. Aptidão edafoclimática da cultura do Mogno Africano para o Estado de Goiás utilizando uma ferramenta SIG. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO, 16., 2013, Foz do Iguaçú. Anais... São José dos Campos: INPE, 2013. p. 60-65.

BURGOS, J. J. Agroclimatic classifications and representations: report of the applications value of climatic and agroclimatic classification for agricultural purposes. Varsovia: WMO; Comission for Agricultural Meteorology, 1958. (CaMII/Doc., 18).

CASTRO F. S. Zoneamento agroclimático para a cultura do Pinus no Estado do Espírito Santo. 2008. 101 f. Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal) - Universidade Federal do Espírito Santo, Alegre, 2008.

COLE, M. M. The savannas: biogeography and geobotany. London: Academic Press, 1986. 438 p.

EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa em Solos. Sistema brasileiro de classificação de solos. 2. ed. Rio de Janeiro: EMBRAPA, 2006. 360 p.

FALESI, I. C.; BAENA, A. R. C. Mogno-africano em sistema silvopastoril com leguminosas e revestimento natural do solo. Belém: Embrapa Amazônia Oriental, 1999. 52 p. (Documentos, 4).

FERREIRA, D. A. et al. Influência da posição das miniestacas na qualidade de mudas de cedro australiano e no seu desempenho inicial no pós-plantio. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 22, n. 4, p. 715-723, 2012.

FERREIRA, W. P. M.; VALLADARES, G. S.; HOTT, M. C. Estimativa da temperatura média mensal do ar para os estados de Minas Gerais e do Pará, utilizando-se Modelos Digitais de Elevação. Engenharia na Agricultura, v. 14, n. 4, p. 293-303, 2006.

FIGUEIREDO, E. O; OLIVEIRA, L. C.; BARBOSA, L. K. F. Teca (Tectona grandis L.F.): principais plantas do futuro empreendedor florestal. Rio Branco: Embrapa-AC, 2005. 87 p.

FONSECA, W. G. Manual para productores de Teca (Tectona grandis L.F.) en Costa Rica. Heredia: FONAFIFO, 2004. 121 p.

FREEMETEO. Tempo meteorológico e climas para cidades, vilarejos e topônimos no mundo. Disponível em: <https://freemeteo.com.br>. Acesso em: maio 2013.

FRITZSONS, E. et al. Zoneamento climático para plantio experimental de Pinus maximinoi no Estado de São Paulo. Pesquisa Florestal Brasileira, Colombo, v. 32, n. 69, p. 79-92, 2012.

GONÇALVES, J. L. M. et al. Estabelecimento de reflorestamentos mistos com espécies típicas da Mata Atlântica, em função do cultivo mínimo ou intensivo do solo e do controle de plantas invasoras. Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 23, n. 3, p. 259-70, 1999.

GREY, D. C. Site quality prediction for Pinus patula in the Glengarry area, Transkei. South African Forestry Journal, Pretoria, v. 111, n. 1, p. 44-8, 1979.

GROGAN, J.; BARRETO, P.; VERÍSSIMO, A. Mogno na Amazônia brasileira: ecologia e perspectivas Manejo. Belém: Imazon, 2002. 56 p.

GULLISON, R. E. et al. Ecology and management of mahogany (Swietenia macrophylla Ling) in the Chimanes Forest, Beni, Bolivia. Botanical Journal of the Linnean Society, London, v. 122, n. 1, p. 9-34, 1996.

IBAMA. Banco de dados meteorológicos. Disponível em: <http://www.ibama.gov.br/search/dados-meteorologicos>. Acesso em: jan. 2013.

IBGE. Mapas de solos brasileiros. Disponível em: <http://mapas.ibge.gov.br/tematicos/solos>. Acesso em: fev. 2013.

INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS (Brasil). Estimativas Anuais desde 1988: taxa de desmatamento anual (km2/ano). São José dos Campos: INPE, 2006. Disponível em: <http://www.obt.inpe.br/prodes/prodes_1988_2005.htm>.

KIEHL, E. J. Manual de edafologia: relações solo-planta. São Paulo: Agronomia Ceres, 1979. 264 p.

KÖPPEN, W.; GEIGER, R. Klimate der Erde. Gothia: Verlag Justus Perthes, 1928. (Wall map. 150 cm x 200 cm).

LAMB, F. B. Mahogany of Tropical America: its ecology an management. Ann Arbor: University of Michigan, 1996. 220 p.

MENDES, J. B. Incentivos e mecanismos financeiros para o manejo florestal sustentável na região Sul do Brasil. Curitiba: FAO, 2004. 136 p. (Relatório FAO - Food and Agriculture Organization of the United Nation).

MOSSINI, S. A. G.; KEMMELMEIER, C. A árvore Nim (Azadirachta indica A. Juss): múltiplos usos. Acta Farmmaceutica Bonaerense, Buenos Aires, v. 24, n. 1, p. 139-48, 2005.

MOURA, L. C.; ZANCHETTA, D.; LUCA, E. F. Gestão, sustentabilidade e enriquecimento da flora nativa em floresta plantada de eucalipto. In: CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO, 7., 2011, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: FIRJAN, 2011. 17 p.

PANDEY, D.; BROWN, C. La teca: una visión global. Revista Internacional de Silvicultura y Industrias Forestales, Roma, v. 51, n. 201, p. 3-13, 2000.

POLTRONIERI, L. S. et al. Detecção de Phamerochaete salmonicolor em Mogno Africano no Estado do Pará. Fitopatologia Brasileira, Brasília, v. 27, n. 3, p. 321-321, 2002.

RIBEIRO, A. O.; MORI, F. A.; MENDES, L. M. Características das dimensões das fibras e análise do ângulo microfibrilar de Toona ciliata cultivada em diferentes localidades. Floresta, Curitiba, v. 41, n. 1, p. 47-56, 2011.

RIBEIRO, C. A. D. Delimitação de zonas agroclimáticas para a cultura do Eucalipto no norte do Espírito Santo e sul da Bahia. 2009. 102 f. Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal) – Universidade Federal do Espírito Santo, Alegre, 2009.

ROCHA, J. M. Manual de projetos ambientais. Brasília: MMA, 1997. 446 p.

ROSA, F. O. et al. Crescimento e desenvolvimento do Mogno Africano cultivado em ambiente protegido e em campo. In: INOVAGRI INTERNATIONAL MEETING, 2., 2014, Fortaleza. Anais... Fortaleza: INOVAGRI, 2014. p. 2388-2393.

SEDIYAMA, G. C. et al. Zoneamento Agroclimático do cafeeiro (Coffea arábica L.) para o estado de Minas Gerais. Revista Brasileira de Agrometeorologia, Sete Lagoas, v. 9, n. 3, p. 501-509, 2001.

SIQUEIRA, J. D. P. et al. Estudo ambiental para os programas de fomento florestal da Aracruz Celulose S. A. e extensão florestal do Governo do Estado do Espírito Santo. Floresta, Curitiba, n. esp., p. 3-67, 2004.

SOARES, S. C.; MOTTA, A. L. T. S. Diminuição das florestas naturais no mundo. In: CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO, 6., 2010, Niterói. Anais... Rio de Janeiro: FIRJAN, 2010. 22 p.

SOUZA, C. A. S. et al. Exigências nutricionais e crescimento de plantas de mogno (Swietenia macrophylla King.). Acta Amazônica, Manaus, v. 40, n. 3, p. 515-522, 2010.

SOUZA, F. M. Caracterização socioeconômica e ambiental de produtos florestais não madeireiros de famílias agroextrativistas, em quatro municípios de Goiás. 2012. 60 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais) - Universidade de Brasília, Brasília, 2012.

UNITED STATES DEPARTMENT OF AGRICULTURE. Soil taxonomy: a basic system of soil classification for making and interpreting soil surveys. 2nd ed. Washington: USDA, 1999. 863 p.

WHITMORE, J. L. Swietenia macrophylla and S. humilis (caoba, mahogany). In: JANZEN, D. H. (Ed.). Costa Rica natural history. Chicago: University of Chicago Press, 1983. p. 331-333.

YAMAMOTO, J. K.; LANDIM, P. M. B. Geoestatística: conceitos e aplicações. São Paulo: Oficina de Textos, 2013. 215 p.

ZHANG, B. et al. Limonoids from Khaya ivorensis. Phytochemistry, New York, v. 70, n. 10, p. 1305-1308, 2009.

Downloads

Publicado

02-04-2018

Como Citar

Casaroli, D., Rosa, F. de O., Alves Júnior, J., Evangelista, A. W. P., Brito, B. V. de, & Pena, D. S. (2018). APTIDÃO EDAFOCLIMÁTICA PARA O MOGNO-AFRICANO NO BRASIL. Ciência Florestal, 28(1), 357–368. https://doi.org/10.5902/1980509831606

Edição

Seção

Nota Técnica

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

Artigos Semelhantes

1 2 3 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.