QUANTIFICAÇÃO DA CONTAMINAÇÃO BIOLÓGICA POR ESPÉCIES ARBÓREAS EXÓTICAS EM UM FRAGMENTO DE FLORESTA OMBRÓFILA MISTA EM LAGES - SC

Autores

  • Fábio Rodrigues Spiazzi
  • Ana Carolina da Silva
  • Pedro Higuchi
  • Marcelo Negrini
  • André Luiz Guidini
  • Tiago de Souza Ferreira
  • Manoela Drews de Aguiar
  • Amanda da Silva Nunes
  • Vanessa Fátima Soboleski
  • Aline Pereira Cruz

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509827724

Palavras-chave:

fragmentos florestais, dinâmica florestal, estudo temporal.

Resumo

O presente trabalho objetivou avaliar a contaminação biológica ao longo do tempo em uma comunidade arbórea em estágio sucessional avançado/tardio da Floresta Ombrófila Mista Montana, adjacente a um plantio de Pinus taeda L. em Lages - SC. Para isso, foram alocadas 25 parcelas de 20 x 20 m, distribuídas em cinco transeções de cinco parcelas cada, alocadas perpendiculares à borda de contato com o plantio de pinus. Em cada parcela foram mensurados (DAP ≥ 5 cm, medido a 1,30 m do solo), coletados e identificados todos os indivíduos arbóreos vivos. Quatro anos após o primeiro inventário, os mesmos indivíduos foram novamente inventariados, quantificando-se os indivíduos mortos, sobreviventes e adicionando os recrutas. Para os dois períodos foram calculados os descritores fitossociológicos, quantificados os indicadores de invasão para a comunidade como um todo e grupos ecológicos e calculadas as taxas demográficas. No primeiro ano foram amostradas 73 espécies e no segundo 74 espécies, dentro das quais, duas foram exóticas: Pinus taeda e Ligustrum lucidum W.T. Aiton. Ambas tiveram baixos valores dos indicadores de invasão para a comunidade nos dois anos, no entanto, com aumento da participação de Pinus taeda entre as espécies pioneiras ao longo do tempo. Os resultados das taxas demográficas sugerem que, para os diferentes grupos ecológicos, o processo de invasão encontra-se em fases distintas. Conclui-se que o grupo das espécies pioneiras foi o componente mais afetado pela invasão biológica, o que reforça a necessidade de análise, considerando os diferentes grupos ecológicos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

HYLOGENY GROUP. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG III. Botanical Journal of the Linnean Society, London, v. 161, n. 2, p. 105-121, 2009.

BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Normais climatológicas 1961-1990. Brasília: Ministério da Agricultura e Reforma Agrária, 1992.

CATFORD, J. A. et al. Quantifying levels of biological invasion: towards the objective classification of invaded and invasible ecosystems. Global Change Biology, Hoboken, v. 18, n. 1, p. 44-62, 2012.

DALLA ROSA, A. et al. Diversidade e guildas de regeneração de espécies arbóreas na borda de uma floresta nativa em contato com plantio de pinus. Floresta, Curitiba, v. 45, n. 2, p. 273-280, 2015.

FALLEIROS, R. M. et al. Invasão e manejo de Pinus taeda em campos de altitude do Parque Estadual do Pico Paraná, Paraná, Brasil. Floresta, Curitiba, v. 41, n. 1, p. 123-134, 2011.

FLORY, S. L.; CLAY, K. Effects of roads and forest successional age on experimental plant invasions. Biological Conservation, Amsterdam, v. 142, n. 11, p. 2531-2537, 2009.

GENOVESI, P. Eradications of invasive alien species in Europe: a review. Biological Invasions, Nova York, v. 7, p. 127-133, 2005.

GUIDINI, A. L. et al. Invasão por espécies arbóreas exóticas em remanescentes florestais no Planalto Sul Catarinense. Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 38, n. 3, p. 469-478, 2014.

HIGUCHI, P. et al. Influência de variáveis ambientais sobre o padrão estrutural e florístico do componente arbóreo, em um fragmento de Floresta Ombrófila Mista Montana em Lages, SC. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 22, n. 1, p. 79-90, 2012a.

HIGUCHI, P. et al. Floristic composition and phytogeography of the tree component of Araucaria Forest fragments in southern Brazil. Brazilian Journal of Botany, São Paulo, v. 35, n. 2, p. 145-157, 2012b.

HIGUCHI, P. et al. Florística e estrutura do componente arbóreo e análise ambiental de um fragmento de Floresta Ombrófila Mista Alto-montana no município de Painel, SC. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 23, n. 1, p. 153-164, 2013.

IBGE. Manual técnico da vegetação brasileira. Rio de Janeiro: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2012. 271 p.

INSTITUTO HÓRUS. Instituto Hórus de desenvolvimento e conservação ambiental. Disponível em: <http://www.institutohorus.org.br/> Acesso em: 17 dez. 2010.

IURK, M. C. et al. Levantamento florístico de um fragmento de Floresta Ombrófila Mista Aluvial do Rio Iguaçú, município de Palmeira (PR). Floresta, Curitiba, v. 39, n. 3, p. 605-617, 2009.

JARENKOW, J. A.; BAPTISTA, L. R. M. Composição florística e estrutura da mata com araucária na Estação Ecológica de Aracuri, Esmeralda, Rio Grande do Sul. Napaea, Porto Alegre, v. 3, p. 9-18, 1987.

KLAUBERG, C. et al. Florística e estrutura de um fragmento de Floresta Ombrófila Mista no Planalto Catarinense. Biotemas, Florianópolis, v. 23, n. 1, p. 35-47, 2010.

KOZERA, C. et al. Fitossociologia do componente arbóreo de um fragmento de Floresta Ombrófila Mista Montana, Curitiba, PR, BR. Floresta, Curitiba, v. 36, n. 2, p. 225-237, 2006.

LEYSER, G. et al. Regeneração de espécies arbóreas e relações com o componente adulto em uma floresta estacional no vale do rio Uruguai, Brasil. Acta Botanica Brasilica, Feira de Santana, v. 26, n. 1, p. 74-83, 2012.

LIEBERMAN, D. et al. Mortality patterns and stand turnover rates in a wet tropical forest in Costa Rica. Journal of Ecology, Hoboken, v. 73, n. 3, p. 915-924, 1985.

LINDENMAIER, D. S.; BUDKE, J. C. Florística, diversidade e distribuição espacial das espécies arbóreas em uma floresta estacional na bacia do rio Jacuí, Sul do Brasil. Pesquisas, Botânica, São Leopoldo, v. 57, p. 193-216, 2006.

MACK, R. N. et al. Biotic invasions: causes, epidemiology, global consequences and control. Issues in Ecology, Washington, v. 5, p. 1-20, 2000.

MORETTO, S. P.; NODARI, E. S. Parque Ecológico João José Theodoro da Costa Neto: conservação da floresta em Lages. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA, 4., Maringá. Anais… Maringá: Universidade Estadual de Maringá, 2009. p. 4001-4010.

MUELLER-DOMBOIS, D.; ELLENBERG, H. Aims and of vegetation ecology. New York: John Wiley & Sons, 1974. 547 p.

OLIVEIRAFILHO, A. T. et al. Effects of soils and topography on the distribution of tree species in a tropical riverine forest in south-eastern Brazil. Journal of Tropical Ecology, Cambridge, v. 10, n. 4, p. 483-508, 1994.

PRIMACK, R. B. et al. Growth rates and population structure of Moraceae trees in Sarawak, East Malaysia. Ecology, Washington, v. 66, n. 2, p. 577-588, 1985.

PADILHA, D. L.; LOREGIAN, A. C.; BUDKE, J. C. Forest fragmentation does not matter to invasions by Hoveniadulcis. Biodiversity and Conservation, Nova York, v. 24, n. 9, p. 2293-2304, 2015.

REITZ, R. Flora ilustrada catarinense. [s. l.]: Herbario Barbosa Rodrigues, 1970.

SAKAI, A. K. et al. The population of invasive species. Annual Review of Ecology and Systematics, Palo Alto, v. 32, p. 305-332, 2001.

SANTANA, O. A.; ENCINAS, J. I. Levantamento de espécies arbóreas e o seu impacto nas espécies nativas em áreas adjacentes a depósitos de resíduos domiciliares. Revista Biotemas, Florianópolis, v. 21, n. 4, p. 29-38, 2008.

SHEIL, D.; MAY, R. M. Mortality and recruitment rate evaluations in heterogeneous tropical forests. Journal of Ecology, Hoboken, v. 84, n. 1, p. 91-100, 1996.

SILVA, A. C. et al. Relações florísticas e fitossociologia de uma Floresta Ombrófila Mista Montana secundária em Lages, Santa Catarina. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 22, n. 1, p. 193-206, 2012.

SILVA, A. C. et al. Caracterização fitossociológica e fitogeográfica de um trecho de floresta ciliar em Alfredo Wagner, SC, como subsídio para restauração ecológica. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 23, n. 4, p. 579-593, 2013.

SOBRAL, M. E. G et al. Flora arbórea e arborescente do Rio Grande do Sul, Brasil. [s. l.]: RiMa, 2006.

SWAINE, M. D.; WHITMORE, T. C. On the definition of ecological species groups in tropical rain forest. Vegetatio, Nova York, v. 75, p. 81-86, 1988.

THEOHARIDES, K. A.; DUKES, J. S. Plant invasion across space and time: factors affecting nonindigenous species success during four stages of invasion. New Phytologist, Hoboken, v. 176, n. 2, p. 256-273, 2007.

TNG, D. Y. P. et al. Characteristics of the Psidium cattleianum invasion of secondary rainforests. Austral Ecology, Hoboken, 2015 (on line first).

WESTBROOKS, R. Invasive plants, changing the landscape of America: fact book. Washington: Federal Interagency Committee for the Management of Noxious and Exotic Weeds, 1998. 107 p.

ZANCHETTA, D.; DINIZ, F. V. Estudo da contaminação biológica por Pinus spp. em três diferentes áreas na estação ecológica de Itirapina (SP, Brasil). Revista do Instituto Florestal, São Paulo, v. 18, p. 1-14, dez. 2006.

ZANCHETTA, D.; PINHEIRO, L. S. Análise biofísica dos processos envolvidos na invasão biológica de sementes de Pinus elliottii na estação ecológica de Itirapina-SP e alternativas de manejo. Climatologia e Estudos da Paisagem, Rio Claro, v. 2. n. 1, p. 72-90, 2007.

ZILLER, S. R.; GALVÃO, F. A degradação da estepe gramíneo-lenhosa no Paraná por contaminação biológica de Pinus elliottii e Pinus taeda. Floresta, Curitiba, v. 32, n. 1, p. 42-47, 2002.

Downloads

Publicado

29-06-2017

Como Citar

Spiazzi, F. R., da Silva, A. C., Higuchi, P., Negrini, M., Guidini, A. L., Ferreira, T. de S., de Aguiar, M. D., Nunes, A. da S., Soboleski, V. F., & Cruz, A. P. (2017). QUANTIFICAÇÃO DA CONTAMINAÇÃO BIOLÓGICA POR ESPÉCIES ARBÓREAS EXÓTICAS EM UM FRAGMENTO DE FLORESTA OMBRÓFILA MISTA EM LAGES - SC. Ciência Florestal, 27(2), 403–414. https://doi.org/10.5902/1980509827724

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 3 4 > >> 

Artigos Semelhantes

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.