USO DE ECTOMICORRIZAS NA BIORREMEDIAÇÃO FLORESTAL

Autores

  • Alvaro Boson de Castro Faria
  • Pedro Henrique Riboldi Monteiro
  • Celso Garcia Auer
  • Alessandro Camargo Ângelo

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509826444

Palavras-chave:

recuperação de áreas contaminadas, simbiose, fungos, biotecnologia.

Resumo

Este artigo apresenta uma revisão sobre as micorrizas e aspectos relacionados com seu uso em espécies florestais e na biorremediação. As informações obtidas na literatura já comprovaram que os fungos ectomicorrízicos podem ser muito importantes no estímulo ao crescimento de mudas e árvores. Quanto à biorremediação, estes fungos são promissores na capacidade de degradar poluentes em solos contaminados. Nesse sentido, são apresentados os benefícios e usos destes microrganismos e as características das ectomicorrizas (ECM), que são promissoras para uso nestes processos. Apresentam-se informações sobre o uso potencial de ECM para a remediação de poluentes orgânicos persistentes e de metais pesados, bem como alguns resultados já pesquisados. Demonstra-se que, internacionalmente, o enfoque das pesquisas sobre micorrizas tem se dado com novas perspectivas, além do uso convencional para o favorecimento do crescimento das plantas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AUER, C. G.; BETTIOL, W. Efeito da serapilheira de Eucalyptus grandis no crescimento micelial de Pisolithus tinctorius em meio de cultura. IPEF, Piracicaba, n. 32, p. 49-52, 1986.

AZEVEDO, J. L. Biodiversidade microbiana e potencial biotecnológico. In: MELO, I. S.; AZEVEDO, J. L. Ecologia microbiana. Jaguariúna: Embrapa-CNPMA, 1998. p. 445-461.

BEGA, O. A. Inoculação de mudas de Pinus taeda por Scleroderma. 1989. 48 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 1989.

BERTOLAZZI, A. A. et al. O papel das ectomicorrizas na biorremediação de metais pesados no solo. Natureza on line, Santa Teresa, v. 8, n. 1, p. 24-31, 2010.

BLAUDEZ, D. et al. Differential responses to ectomycorrhizal fungi to heavy metals in vitro. Mycological Research, Cambridge, v. 104, n. 11, p. 1366-1371, 2000.

CABELLO, M. N. Mycorrhizas and hydrocarbons. In: GADD, G. M. (org.). Fungi in Bioremediation. Cambridge: Cambridge University Press, 2001. p. 456-471.

CALDEIRA, M. V. W. et al. Efeito de fungos micorrízicos arbusculares no desenvolvimento de duas leguminosas arbóreas. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 9, n. 1, p. 63-70, 1999.

CAMPOS, D. T. S. et al. Colonização micorrízica em plantios de eucalipto. Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 35, n. 5, p. 965-974, 2011.

CANCINO, G. P. et al. Efecto del pH sobre el crecimiento in vitro de hongos ectomicorrícicos recolectados de plantaciones de Pinus radiata. Bosque, Valdivia, v. 28, n. 3, p. 215-219, 2007.

COSTA, M. D. et al. Ectomicorrizas: a face oculta da floresta. Biotecnologia Ciência e Desenvolvimento, Brasília, n. 29, p. 38-46, 2003.

FARIA, A. B. C. et al. Estudo sobre a viabilidade de remediação de pesticidas por ectomicorrizas e avaliação da sua tolerância em exposição ao glifosato. In: FERTBIO 2012: A RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL DA PESQUISA AGRÍCOLA, 2012, Maceió. Anais... Viçosa: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2012.

FINLAY, R. D. Mycorrhizal symbiosis: myths, misconceptions, new perspectives and future research priorities. Mycologist, Cambridge, v. 19, n. 3, 2005.

FINLAY, R. D. Ecological aspects of mycorrhizal symbiosis: with special emphasis on the functional diversity of interactions involving the extraradical mycelium. Journal of Experimental Botany, London, v. 59, n. 5, p. 1115-1126, 2008.

GADD, G. M. Prefácio. In: ______ (org.). Fungi in Bioremediation. Cambridge: Cambridge University Press, 2001. p. 445-455p.

GROSS, E.; CASAGRANDE, L. I. T.; CAETANO, F. H. Ultrastructural study of ectomycorrhizas on Pinus caribaea Morelet. var. hondurensis Barr. & Golf. seedlings. Acta Botanica Brasilica, Brasília, v. 18, n. 1, p. 1-7, 2004.

KRÜGNER, T. L.; TOMAZELLO FILHO, M. Efeitos dos fungos ectomicorrízicos Pisolithus tinctorius e Thelephora terrestris e de fertilização mineral no crescimento e sobrevivência de Pinus caribaea var. bahamensis. em condições de campo, no litoral sul da Bahia. IPEF, Piracicaba, n. 21, p. 41-51, dez. 1980.

LAATIKAINEN, T.; HEINONEN-TANSKI, H. Mycorrhizal growth in pure cultures in the presence of pesticides. Microbiological Research, Jena, v. 157, p. 127-137, 2002.

MALONEY, S. E. Pesticide degradation. In: GADD, G. M. (org.). Fungi in Bioremediation. Cambridge: Cambridge University Press, 2001. p. 188-223p.

MEHARG, A. A. The potential for utilizing mycorrhizal associations in soil bioremediation. In: GADD, G. M. (Org.). Fungi in Bioremediation. Cambridge: Cambridge University Press 2001. p. 445-455.

MEHARG, A. A.; CAIRNEY, J. W. G. Ectomycorrhizas – extending the capabilities of rhizosphere remediation? Soil Biology e Biochemistry, Elmsford, v. 32, p. 1475-1484, 2000.

MEHARG, A. A.; CAIRNEY, J. W. G.; MAGUIRE, N. Mineralization of 2,4-dichlorophenol by ectomycorrhizal fungi in axenic culture and in symbiosis with pine. Chemosphere, Oxford, v. 34, n. 12, p. 2495-2504, jun. 1997.

MOREIRA, F. M. S.; SIQUEIRA, J. O. Microbiologia e bioquímica do solo. 2. ed. Lavras: UFLA, 2006. 729 p.

MUCHOVEJ, R. M. C. et al. Influência da inoculação com fungos ectomicorrízicos e MVA sobre o comportamento de mudas de Araucaria angustifolia (Bert.) O. KTZE. Hoehnea. São Paulo, v. 19, n. 1, p. 9-18, 1992.

PEREZ-MORENO, J.; READ, D. J. Los hongos ectomicorrízicos, lazos vivientes que conectan y nutren a los árboles en la naturaleza. INCI, Caracas, v. 29, n. 5, p. 239-247, 2004.

PEYRONEL, B. et al. Terminology of michorrhiza. Mycologia, Oregon, v. 61, n. 1, p. 410-411, 1969.

ROSSI, M. J. Tecnologia para produção de inoculantes de fungos ectomicorrizicos utilizando cultivo submerso em biorreator airlift. 2006. 188 f. Tese (Doutorado em Engenharia Química) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2006.

SALES, N. L. P. Modelo para estudo da diversidade genética em populações naturais de Pisolithus. 2001. 95 f. Tese (Doutorado em Agronomia) - Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2001.

SCHWAN-ESTRADA, K. R. F. et al. Utilização de fontes de carbono e caracterização esterásica de fungos ectomicorrizicos. Acta Scientiarum: Agronomy, Maringá, v. 25, n. 1, p. 237-241, 2003.

SILVA, R. F.; ANTONIOLLI, Z. I.; ANDREAZZA, R. Efeito da inoculação com fungos ectomicorrízicos na produção de mudas de Eucalyptus grandis W. Hill ex Maidem em solo arenoso. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 13, n. 1, p. 33-42, 2003.

SILVA, M. A. et al. Formação de ectomicorrizas por monocários e dicários de Pisolithus sp. e interações nutricionais em Eucalyptus grandis. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Campinas, v. 31, n. 5, p. 917-929, 2007.

SMITH, S. E.; READ, D. J.; HARLEY, J. L. Mycorrhizal symbiosis. 2. ed. San Diego: Academic Press, 1997. 605 p.

SOARES, C. R. F. S. et al. Micorriza arbuscular e nutrição fosfática na toxidez de zinco para a trema Trema micrantha (L.) Blum. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Campinas, v. 30, n. 4, p. 917-929, 2006.

SOUZA, A. M. et al. Caracterização morfológica e isoenzimática de isolados de Pisolithus spp. Cerne, Lavras, v. 7, n. 2, p. 22-34, 2001.

SOUZA, A. M. et al. Seleção de genitores monocarióticos do fungo simbiótico Pisolithus microcarpus para estudos genéticos. Cerne, Lavras, v. 9, n. 2, p. 1-8, 2003.

SOUZA, F. A.; SILVA, I. C. L.; BERBARA, R. L. L. Fungos micorrízicos arbusculares: muito mais diversos do que se imaginava. In: MOREIRA, F. M. S. et al (Ed.). Biodiversidade do solo em ecossistemas brasileiros. Lavras: UFLA, 2008. p. 483-536.

STURMER, S. L.; SIQUEIRA, J. O. Diversidade de fungos micorrízicos arbusculares em ecossistemas brasileiros. In: MOREIRA, F. M. S. et al. (Ed.). Biodiversidade do solo em ecossistemas brasileiros. Lavras: UFLA, 2008. p. 537-584.

TOMAZELLO FILHO, M.; KRUGNER, T. L. Formação de ectomicorrizas e crescimento de mudas de Pinus caribaea var. bahamensis em solo de viveiro infestado artificialmente com Thelephora terrestris e Pisolithus tinctorius no litoral sul da Bahia. IPEF, Piracicaba, n. 21, p. 21-37, dez. 1980.

TOMAZELLO FILHO, M.; KRUGNER, T. L. Aspectos da associação micorrízica em Pinus ssp. IPEF, Piracicaba, v. 3, n. 9, p. 1-32, mar. 1982.

TRAJANO, M. A. B. et al. Suprimento de fósforo e formação de micorrizas em mudas de eucalipto em sistema de raízes subdivididas. Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 25, n. 2, p. 193-201, 2001.

TRESEDER, K. K.; TORN, M. S.; MASIELLO, C. A. An ecosystem-scale radiocarbon tracer to test use of litter carbon by ectomycorrhizal fungi. Soil Biology e Biochemistry, Elmsford, v. 38, p. 1077-1082, 2006.

TRINDADE, A. V. et al. Efeito de fungos ectomicorrizicos na resposta de mudas de Eucalyptus grandis a enxofre no solo. Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 25, n. 2, p. 175-181, 2001.

YOKOMIZO, N. K. S.; KRUGNER, T. L. Pisolithus tinctorius e ectomicorrizas em espécies de Eucalyptus.

Silvicultura em São Paulo, São Paulo, v. 17/19, p. 1-8, 1985.

YOKOMIZO, N. K. S.; MASUHARA, G. Termosensibilidade de propágulos de fungos ectomicorrízicosem Pinus luchuensis Mayr. Revista do Instituto Florestal, São Paulo, v. 8, n. 2, p. 123-130, 1996.

YOKOMIZO, N. K. S.; RODRIGUES, E. Associação ectomicorrízica entre Suillus luteus e Pinus elliottii var elliottii. Revista do Instituto Florestal, São Paulo, v. 10, n. 1, p. 73-79, 1998.

Downloads

Publicado

31-03-2017

Como Citar

Faria, A. B. de C., Monteiro, P. H. R., Auer, C. G., & Ângelo, A. C. (2017). USO DE ECTOMICORRIZAS NA BIORREMEDIAÇÃO FLORESTAL. Ciência Florestal, 27(1), 21–29. https://doi.org/10.5902/1980509826444

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 > >>