Relação da vegetação natural do estado do Rio Grande do Sul com as disponibilidades climáticas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509812382

Palavras-chave:

Fitogeografia, Floresta, Campo, Clima

Resumo

O clima do estado do Rio Grande do Sul (RS) é temperado úmido, condições de vegetação natural do tipo floresta temperada ou decidual, entretanto, em aproximadamente 46,3% de sua área, a vegetação é campestre. Assim, neste estudo, procurou-se colaborar no sentido de melhor entender as relações entre as condições climáticas e a vegetação natural do estado do RS. Para isso, relacionou-se a vegetação natural do estado do RS com as disponibilidades climáticas. Foram utilizados doze modelos fitoclimáticos e três classificações climáticas. Para o cálculo dos modelos e o enquadramento nas classificações climáticas, foram utilizadas as médias dos totais mensais e anuais da precipitação pluviométrica e evapotranspiração potencial, as médias, médias das máximas e médias das mínimas mensais e anuais das temperaturas do ar e as médias mensais e anuais das deficiências e excessos hídricos do solo de 41 estações meteorológicas, período 1931-1960 e, ainda, as médias mensais da radiação solar global de 25 estações meteorológicas, período 1957-1984. Pelos resultados obtidos para todas as estações meteorológicas utilizadas, as disponibilidades climáticas do estado são características de formação vegetal natural do tipo floresta. Dessa forma, tendo em vista que em torno de 46,3% da vegetação natural do estado é do tipo campestre, conclui-se que outros fatores, além do clima, interferem e/ou interferiram na formação da vegetação do Rio Grande do Sul.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Galileo Adeli Buriol, Centro Universitário Franciscano, Santa Maria, RS

Engenheiro Agrônomo, Dr., Professor de Climatologia Ambiental do Curso de Engenharia Ambiental e Sanitária, Centro Universitário Franciscano.

Valduino Estefanel, Centro Universitário Franciscano, Santa Maria, RS

Engenheiro Agrônomo, Dr., Professor de Estatística do Curso de Engenharia Ambiental e Sanitária, Centro Universitário Franciscano.

Álvaro Chagas de Chagas, Centro Universitário Franciscano, Santa Maria, RS

Acadêmico do Curso de Geografia. Bolsista de Iniciação Científica. 

Angélica Kuinchtner, Centro Universitário Franciscano, Santa Maria, RS

Graduação em Geografia Licenciatura Plena pelo Centro Universitário Franciscano, UNIFRA, Santa Maria/RS (2002). Especialização em Geociências pela Universidade Federal de Santa Maria/RS (2005). Mestrado em Geografia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul/RS (2006).

Referências

BERGAMASCHI, H. et al. Clima da estação experimental da UFRGS (e região de abrangência). Porto Alegre: UFRGS, 2003. 77 p.

BUDYKO, M. I. Atlas tieplobogo balansa zemnogo shara. Atlas do balanço calórico do globo terrestre. Moscou: [s. n.], 1963. 69 mapas.

BURGOS, J. J. El clima de la Provincia de Buenos Aires en relación con la vegetación natural y el suelo. In: CABRERA, A. L. Flora de la Província de Buenos Aires. Buenos Aires: INTA, 1969. p. 33-39.

BURGOS, J. J. El clima de la Región Noreste de la Republica Argentina con la vegetación natural y el suelo. Boletín de la Sociedad Argentina de Botânica, Buenos Aires, v. 11, p. 37-102, 1970.

BURIOL, G. A. et al. Clima e vegetação natural do estado do Rio Grande do Sul segundo o diagrama climático de Walter e Lieth. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 17, n. 2, p. 91-100, 2007.

CAMARGO, P. Classificação climática para zoneamento de aptidão agroclimática. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE AGROMETEOROLOGIA, 7., 1991, Viçosa, MG. Resumos... Viçosa, MG: Sociedade Brasileira de Agrometeorologia; Universidade Federal de Viçosa, 1991. p. 126-131.

GAUSSEN, H. L’indice xérothermique. Bulletin de l’Association de Géographes Français, Paris, p. 10-16, 1954.

HOLDRIDGE, L. R. Ecologia basada en zonas de vida. San José: IICA, 1978. 216 p.

INSTITUTO DE PESQUISAS AGRONÔMICAS. Atlas agroclimático do estado do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Secretaria da Agricultura e Abastecimento, 1989. v. 1.

KLEIN, R. M. Southerm braziliam phytogeografhic features and the probable influence of upper quaternary climatic changes in the floristic distribution. Boletim Paranaense de Geociências, Curitiba, n. 33, p. 67-88, 1975.

KOEPPEN, W. Grundriss der Klimakunde. Berlin: Walter de Gruyter, 1931. 288 p.

KOEPPEN, W. Climatologia. México: Fundo de Cultura Economica, 1948. 466 p.

KUINCHTNER, A.; BURIOL, G. A. Clima do estado do Rio Grande do Sul segundo a classificação climática de Koeppen e Thornthwaite. Disciplinarum Scientia, Santa Maria, v. 2, n. 1, p. 171-182, 2001.

LANG, R. Versuch eiver exakten Klassifikation der böden in Klimatischer und geologischer Hinsicht. International Mitt. für Bdenkunde, Stuttgart, n. 8, v. 7, p. 312-346, 1915.

LAUER, W. Von Humide und aride Jahreszeiten in Afrika und Südamerica und ihre Beziehung zu den Vegetationsgürteln. Bonner geographische Abhanalungen, Hyft, v. 9, p. 83, 1952.

LEITE, P. F.; KLEIN, R. M. Vegetação. In: GEOGRAFIA do Brasil: Região Sul. Rio de Janeiro: Instituto de Geografia e Estatística, 1990. v 2. p. 113-150.

MAACK, R. Notas preliminares sobre o clima, solo e vegetação no Estado do Paraná. Arquivo Biológico Técnico, Curitiba, v. 3, p. 103-200, 1948.

MARCHIORI, J. N. C. Fitogeografia do Rio Grande do Sul: campos sulinos. Porto Alegre: Edições EST, 2004. 110 p.

MARCHIORI, J. N. C. Fitogeografia do Rio Grande do Sul: enfoque histórico e sistemas de classificação. Porto Alegre: Edições EST, 2002. 118 p.

MARTONNE, E. Une nouvelle fonction climatologique: l’indice d’aridité. La Météorologie, Paris, p. 449-459, oct. 1926.

MILLER, A. A. Climatologia. 3. ed. Barcelona: Ediciones Omega, 1966. 379 p.

MONEY, D. C. Climate, soils and vegetation. London: University Tutorial Press, 1974. 272 p.

ODUM, E. P. Ecologia. Rio de Janeiro: Guanabara, 1988. 434 p.

RAMBO, B. A fisionomia do Rio Grande do Sul: ensaio de monografia natural. Porto Alegre: Livraria Selbach, 1956. 456 p.

TCHEBAKOVA, N. M. et al. A global vegetation model based on the climatological approach of Budyko. Journal of Biogeography, oxford, n. 28, p. 129-144, 1993.

THORNTHWAITE, C. W. The climates of North according to a new classification. The Geographical Review, p. 633-655, oct. 1931.

THORNTHWAITE, C. W. An approach towards a rational classification of climate. Geographycal Review, London, v. 38, n. 1, p. 55-94, 1948.

THORNTHWAITE, C. W.; HARE, F. K. Climate classification in forestry. Unasylva, Roma, v. 9, n. 2, 1955.

THORNTHWAITE, C. W.; MATHER, J. R. Water balance. Climatology, New Jersey, v. 8, n. 1, p. 1-104, 1955.

VELOSO, H. P. Os grandes climas do Brasil. Considerações sobre a vegetação na Região Sul-brasileira. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v. 60, n. 2, p. 175-194, 1962.

WALTER, H. Vegetação e zonas climáticas. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária, 1986. 325 p.

WALTER, H.; LIETH, H. Klimadiagramm-Waltatlas. Jena: Gustav Fischer, 1960.

WHITTAKER, R. H. Communities and ecosystems, 2nd ed. New York: Macmillan, 1975.

YANLING, S.; XIAODONG, Y.; DETI, X. A new method of vegetation – climate classification in China. International Journal of Climatology, Londres, v. 28, p. 1163-1173, 2008.

Downloads

Publicado

04-04-2019

Como Citar

Buriol, G. A., Estefanel, V., Chagas, Álvaro C. de, & Kuinchtner, A. (2019). Relação da vegetação natural do estado do Rio Grande do Sul com as disponibilidades climáticas. Ciência Florestal, 29(1), 233–242. https://doi.org/10.5902/1980509812382

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)