Descarte de Medicamentos e Problemas Ambientais: o Panorama de uma Comunidade no Município de Fortaleza/CE

Authors

DOI:

https://doi.org/10.5902/2179460X22249

Keywords:

Descarte, medicamento, meio ambiente,

Abstract

O Brasil está entre os países que mais consomem medicamentos. Ao perderem o prazo de validade, tais medicamentos são descartados no esgoto residencial, sem nenhum cuidado, contribuindo para a geração de um passivo ambiental. A pesquisa buscou conhecer o destino final de medicamentos vencidos e descartados pela população de uma comunidade presente na cidade de Fortaleza/CE. Na pesquisa foi possível avaliar que 78,16% dos entrevistados possuem medicamentos em casa, onde as sobras dos medicamentos são descartadas no lixo por 22,63% e 46,31% guardam para usarem outra vez. Dos entrevistados, 24,21% relatam ter medicamentos sem a bula e 12,10% não observam a aparência do medicamento antes de consumir. 3,95% possuem medicamentos vencidos em casa. 68,95% acreditam o descarte de medicamentos causam problemas ambientais, sendo que 58,87% julgam-se responsáveis pelo descarte e 5,34% acreditam que a responsabilidade é do governo. 81,58% relatam nunca terem recebido nenhuma informação sobre esse assunto. Com os resultados é possível afirmar que a maior parte dos usuários de medicamentos não sabe como descartar tais produtos, além de desconhecer os reais impactos ambientais provenientes do inadequado descarte e os respectivos riscos causados por ele.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biographies

Alexandra de Vasconcelos Feitosa, Universidade Federal do Ceará

Licenciatura em Química - Universidade Federal do Ceará

Mestrado em Ciências Físicas Aplicadas - Universidade Estadual do Ceará

Doutorado em Recursos Hídricos - Saneamento Ambiental - Universidade Federal do Ceará

Marisete Dantas de Aquino, Universidade Federal do Ceará

Graduação em Engenharia de Pesca Pela Universidade Federal do Ceará
Mestrado em Ciências e Técnicas de Meio Ambiente - Ecole des Ponts et Nationales chausses
Mestrado em Engenharia Civil - Universidade Federal do Ceará
Doutorado em Meio Ambiente Recursos Hídricos - Ecole des Hautes Études en Sciences Sociales -professora titular da Universidade Federal do Ceará.

References

ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. O que devemos saber sobre medicamentos. 2010. Disponível a partir de: http://www.paulinia.sp.gov.br/downloads/Cartilha_medicamentos.pdf.

ALVARENGA, L. S. V.; NICOLETTI, M. A. Descarte doméstico de medicamentos e algumas considerações sobre o impacto ambiental decorrente. Revista Saúde, v. 4, p. 34-39, 2010.

BALBINO, E. C.; BALBINO, M. L. C. O descarte de medicamentos no Brasil: Um olhar socioeconômico e ambiental do lixo farmacêutico. Âmbito Jurídico, Rio Grande, XIV, v. 86, 2011. Disponível a partir de: http://www.ambitouridico.com.br/site/index.php?artigo_id=9187&n_link=revista_artigos_leitura.

BILA, D. M.; DEZOTTI, M. Fármacos no meio ambiente. Quim. Nova, v. 26, n. 4, p. 523-530, 2003.

BOER, N; FERNANDES, B. O. Descarte de medicamentos: um modelo de logística reversa. In: Congresso Responsabilidade e Reciprocidade, Restinga Seca, 2011.

BRASIL. Lei N° 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei n° 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Brasília, 2010.

BRASIL. Resolução RDC N° 306, de 7 de dezembro de 2004. Ministério da Saúde. Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Dispõe sobre o Regulamento técnico para o gerenciamento de resíduos dos serviços de saúde. Brasília, 2004.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Fundação Oswaldo Cruz. Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas - SINITOX. Centro de Informação Científica e Tecnológica. Crianças são 25% das vítimas de intoxicação. Brasil, 2005. Disponível a partir de: http://portal.fiocruz.br/pt-br/node/1911.

BRASIL. Resolução N° 358, de 29 de abril de 2005. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências. Brasília, 2005.

BRASIL. Manual de Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Ministério da Saúde. Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Brasília, 2006.

BUENO, C. S.; WEBER, D.; OLIVEIRA, K. R. Farmácia caseira e descarte de medicamentos no bairro Luiz Fogliatto do município de Ijuí – RS. Rev. Ciências Farm. Básica Apl., v. 30, n. 2, p. 75-82, 2009.

AUTOMEDICAÇÃO. Revista da Associação Médica Brasileira, São Paulo, v. 47, n.4, p. 269-270, 2001.

CARVALHO, E. V; FERREIRA, E.; SANTOS, C. Aspectos legais e toxicológicos do descarte de medicamentos. Rev. Bras. de Toxicologia, v. 22, p. 1-8, 2009.

EICKHOFF, P.; HEINECK, I.; SEIXAS, L. J. Gerenciamento e destinação final de medicamentos: uma discussão sobre o problema. Rev. Bras. Farm., v. 90, n. 1, p. 64-68, 2009.

FANG, T.-H; NAN, F. H; CHIN, T. S.; FENG, H. M. The occurrence and distribution of pharmaceutical compounds in the effluents of a major sewage treatment plant in Northern Taiwan and the receiving coast al waters. Marine Pollution Bulletin, v. 64, p. 1435-1444, 2012.

Fanhani, H. R. et al. Avaliação domiciliar da utilização de medicamentos por moradores do Jardim Tarumã, município de Umuarama – PR. Arq. Ciênc. Saúde Unipar, v. 10, n. 3, p. 127-131, 2006.

FORTALEZA, 2015. Disponível a partir de: http://www.fortaleza.ce.gov.br/regionais/regional-V.

GASPARINI, J. C.; GASPARINI, A. R.; FRIGIERI, M. C. Estudo do descarte de medicamentos consciência ambiental no município de Catanduva-SP. Rev. Ciência & Tecnologia, v. 2, n. 1, p. 38-51, 2011.

GROVER, D. P.; ZHOU, J. L.; FRICKERS, P. E.; READMAN, J. W. Improved removal of estrogenic and pharmaceutical compounds in sewage effluent by full scale granular activated carbon: Impact on receiving river water. Journal of Hazardous Materials, v. 185, p. 1005-1011, 2011.

HOPPE, T. R. G.; ARAÚJO, L. E. B. Contaminação do meio ambiente pelo descarte inadequado de medicamentos vencidos ou não utilizados. Rev. Monografias ambientais, v. 6, n. 6, p. 1248-1262, 2012.

JOÃO, W. S. J. Descarte de medicamentos. Pharmacia Brasileira, v. 82, n. 82, p. 14-16, 2011.

LOURENÇO, J.; FURTADO, B. M. A.; BONFIM, C. Intoxicações exógenas em crianças atendidas em uma unidade de emergência pediátrica. Acta Paul Enferm.,vol. 21, p. 282-286, 2008.

MARCHI, C. M. D. F. Cenário mundial dos resíduos sólidos e o comportamento corporativo brasileiro frente à logística reversa. Perspectivas em Gestão & Conhecimento, João Pessoa, v. 1, n. 2, p. 118-135, 2011.

MENDES, Z.; CRISÓSTOMO, S.; MARQUES, F. B; MARTINS, A. P.; RODRIGUES, V.; RIBEIRO, C. F. Desperdício de medicamentos no ambulatório em Portugal. Rev Port Clin Geral, v. 26, p.12-20, 2010.

MOURA, L. L.; SILVA, R. F. Avaliação do impacto ambiental gerado pelos resíduos de um hospital universitário de alta complexidade. In: Simpósio de excelência em gestão e tecnologia – IX SEGeT, 2012.

QUEIROZ, F. B; BRANDT, E. M. F.; AQUINO, S. F.; CHERNICHARO, C. A. L.; AFONSO, R. J. C. F. Occurrence of pharmaceuticals and endocrine disruptors in raw sewage and their behaviour in UASB reactors operated at different hydraulic retention times. Water Science and Technology, v. 66, n. 12, p. 2562-2569, 2012.

REH, R.; LICHA, T.; GEYER, T.; NÖDLER, K.; SAUTER, M. Occurrence and spatial distribution of organic micro-pollutants in a complex hydrogeological karst system during low flow and high flow periods, results of a two-year study. Science of the Total Environment, v. 443, p. 438-445, 2013.

REIS FILHO, R. W.; BARREIRO, J. C.; VIEIRA, E. M.; CASS, Q. B. Fármacos, ETEs e corpos hídricos. Revista Ambi – Água, v. 2, n. 3, p. 54-61, 2007.

RIBEIRO, M. A.; BINSFELD, P. C. Descarte de medicamentos vencidos ou não utilizados: riscos e avanços recentes. 2013. Disponível a partir de: http://www.cpgls.pucgoias.edu.br/8mostra/Artigos/SAUDE%20E%20BIOLOGICAS/DESCARTE%20DE%20MEDICAMENTOS%20VENCIDOS%20OU%20N%C3%83O%20UTILIZADOS%20RISCOS%20E%20AVAN%C3%87OS%20RECENTES.pdf.

SANDESON, H.; BRAIN, R. A.; JOHNSON, D. J.; WILSON, C. J.; SOLOMON, K. R. Toxicity classification and e valuation of four Pharmaceuticols classes: antibiotics, antineoplastic, cardiovascular and sex hormones. Toxicology, v. 203, n. 1/3, p. 27-40, 2004.

SIQUEIRA, K. M.; BRANDÃO, J. R.; LIMA, H. F.; GARCIA, A. C. A.; GRATONE, F. M.; BRASILEIRO, M. S. E. Perfil das intoxicações exógenas infantis atendidas em um hospital especializado da rede pública de Goiânia-GO. Rev. Eletr. Enf., v. 10, n. 3, p. 662-72, 2008.

TESSARO, P. R.; ZANCANARO, V. Recolhimento e descarte dos medicamentos das farmácias caseiras no município de caçador – SC. Saúde Meio Ambiente, v. 2, n. 1, p. 118-128, 2013.

TESSEROLLI, D. A.; NEUBERN, F. J.; MACÊDO, J. T.; NAIDE, S. S. Descarte de medicamentos: a visão da comunidade acadêmica e das farmácias. Revista Ciências do Ambiente On-Line, v. 9, n. 2, p. 96 -101, 2013.

VARGAS, J. A. Descarte de medicamentos: desafios e possibilidades na implementação da logística reversa de medicamentos no município de vitória – ES. 2014. 110 f. Dissertação (Mestrado em políticas públicas e desenvolvimento local), ESCSM, 2014.

XU, N.; XU, Y. F.; XU, S.; LI, J.; TAO, H. C. Removal of estrogens in municipal waste water treatment plants: A Chinese perspective. Environmental Pollution, v. 165, p. 215- 224, 2012.

ZAPPAROLI, D.; CAMARA, M. R. G.; BECK, C. Medidas Mitigadoras para a Indústria de Fármacos Comarca de Londrina – PR, Brasil: Impacto Ambiental do Despejo de Resíduos em Corpos Hídricos. In: 3rd International Workshop | Advances in Cleaner Production, 2011.

ZHANG, X.; OAKES, K. D.; CUI, S.; BRAGG, L.; SERVOS, M. R.; PAWLISZYN, J. Tissue-specific in vivo bioconcentration of pharmaceuticals in rainbow trout (Oncorhynchusmykiss) using space-resolved solid-phase microextraction. Environ. Sci. Technol, v. 44, n. 9, p. 3417-3422, 2010.

ZUCCATO, E. et al. Pharmaceuticals in the environment in Italy: causes, occurrence, effects and control. Environ. Sci. Pollut. Res. Int., v. 13, n. 1, p. 15-21, 2006.

Published

2016-09-28

How to Cite

Feitosa, A. de V., & Aquino, M. D. de. (2016). Descarte de Medicamentos e Problemas Ambientais: o Panorama de uma Comunidade no Município de Fortaleza/CE. Ciência E Natura, 38(3), 1590–1600. https://doi.org/10.5902/2179460X22249

Issue

Section

Environment