Universidade Federal de Santa Maria

Ci. e nat., Santa Maria, V. 42, Special Edition, e3, 2020

DOI: http://dx.doi.org/10.5902/2179460X40658

Received: 10/10/2019 Accepted: 10/10/2019

 

by-nc-sa

 


Special Edition

 

Componentes de rendimento de soja irrigada por aspersão em Cachoeira do Sul no ano agrícola de 2018/19

 

Yield of spray-irrigated soybean in Cachoeira do Sul in the 2018/19 crop year

 

 

Irajá Jantasch de SouzaI

Zanandra Boff de OliveiraII

Clarissa Moraes da SilvaIII

Heloisa de GoisIV

Larrissa Ribeiro Rodrigues V

Tiago Tondolo LinkVI

Leonardo Baldissera MalffiniVII

 

I    Universidade Federal de Santa Maria - Campus Cachoeira do Sul (UFSM-CS), Cachoeira do Sul, Brasil -  iraja_14@yahoo.com.b

II   Universidade Federal de Santa Maria - Campus Cachoeira do Sul (UFSM-CS), Cachoeira do Sul, Brasil - zanandraboff@gmail.com

III  Universidade Federal de Santa Maria - Campus Cachoeira do Sul (UFSM-CS), Cachoeira do Sul, Brasil - clarissamoraes37@outlook.com

IV  Universidade Federal de Santa Maria - Campus Cachoeira do Sul (UFSM-CS), Cachoeira do Sul, Brasil -  helodegois@gmail.com

V   Universidade Federal de Santa Maria - Campus Cachoeira do Sul (UFSM-CS), Cachoeira do Sul, Brasil -  larrissarodriguesmtm@gmail.com

VI  Universidade Federal de Santa Maria - Campus Cachoeira do Sul (UFSM-CS), Cachoeira do Sul, Brasil -  tiagotondololink@hotmail.com

VII Universidade Federal de Santa Maria - Campus Cachoeira do Sul (UFSM-CS), Cachoeira do Sul, Brasil - leomaffini79@gmail.com

 

 

Resumo

O objetivo do trabalho foi avaliar o desenvolvimento, os componentes do rendimento e o rendimento de grãos de diferentes cultivares de soja com e sem irrigação suplementar, na safra 2018/19, em solo de coxilha no município de Cachoeira do Sul – RS. O experimento foi conduzido na Estação Experimental Agronômica da UERGS. O delineamento experimental utilizado foi em faixas no esquema fatorial (3x2), com quatro repetições. Os tratamentos constituíram de: fator “A” três cultivares de soja: Nidera 6909 IPRO (NS 6909), Nidera 5909 RG (NA 5909) e Nidera 4823 RR (NS 4823; fator “B” dois regimes hídricos: irrigado e não irrigado. Observou-se as distribuições regulares de chuvas ao longo do ciclo da soja e volumes que somaram 655 mm superior a ETc acumulada de 413,19 mm. Foi necessária a irrigação suplementar de 134,5 mm que promoveu incremento de 18% no IAF, de 5,2% no PMG  e de 7,5%  no rendimento de grãos que foi de 4492,6 kg ha-1 para o regime hídrico irrigado e de 4158,2 kg ha-1 para o regime hídrico não irrigado. As cultivares NA 5909 e NS 4823 apresentaram rendimentos de grãos médios de 4659,05 kg ha-1 e a cultivar NS 6909 de 3658,2 kg ha-1.

Palavras-chave: Soja; Irrigação suplementar; Cultivares

 

Abstract

The objective of this work was to evaluate the development, yield components and grain yield of different soybean cultivars with and without supplemental irrigation, in the 2018/19 crop, in coxilha soil in Cachoeira do Sul - RS. The experiment was conducted at the UERGS Agronomic Experimental Station. The experimental design was in bands in factorial scheme (3x2), with four replications. The treatments consisted of: factor “A” three soybean cultivars: Nidera 6909 IPRO (NS 6909), Nidera 5909 RG (NA 5909) and Nidera 4823 RR (NS 4823); fFactor “B” two water regimes: irrigated and non-irrigated. Regular rainfall distributions were observed throughout the soybean cycle and volumes totaled 655 mm higher than the cumulative ETc of 413.19 mm. Supplementary irrigation of 134.5 mm was required, which promoted an increase of 18% in IAF, 5.2% in PMG and 7.5% in grain yield, which was 4492.6 kg ha-1 for the water regime. 4158.2 kg ha-1 for the non-irrigated water regime. The cultivars NA 5909 and NS 4823 presented average grain yields of 4659.05 kg ha-1 and the cultivar NS 6909 of 3658.2 kg ha-1.

Keywords: Soy; Supplementary irrigation; Cultivate

 

 

1 Introdução

A cultura da soja é de extrema importância econômica para o Brasil e para o estado do Rio Grande do Sul. O aumento da demanda mundial por alimentos mantém a soja como fonte principal de proteína vegetal. Trata-se de um componente básico para fabricação de rações animais e para a fabricação de inúmeros alimentos destinados ao consumo humano. Apesar do avanço científico em relação à produção de cultivares de soja, o desenvolvimento e rendimento dessa cultura podem ser limitados por déficit hídrico durante seu ciclo (PETTER et al., 2013; ZANDONÁ et al., 2015).

O Brasil é o segundo maior produtor mundial de soja, perdendo somente para os Estados Unidos. A produção na safra 2017/2018 foi de 116.996 milhões de toneladas numa área cultivada de 35.100 milhões de hectares e a produtividade média de 3.333 kg hectare-1. Já o Rio Grande do Sul é o terceiro maior produtor de soja, ficando atrás dos estados de Mato Grosso e Paraná. A produção na safra 2017/2018 foi de 16.968 milhões de toneladas em uma área de 5.444 milhões de hectares, com uma produtividade média de 3.503 kg hectare-1 (CONAB, 2018). No município de Cachoeira do Sul foram cultivados 142.700 hectares de soja, a produção total foi de 458.660 mil toneladas resultando em uma produtividade média de 3.230 kg hectare-1 (EMATER-RS, 2018).

De acordo com Concenço et al. (2017), no Rio Grande do Sul, a produtividade média da cultura de soja na década de 70 estava entre 1.000 a 1.600 kg hectare-1. Já, na safra 2013/2014 a produtividade média ficou entre 2.300 a 3.000 kg hectare-1, ou seja, a produtividade média no Rio Grande do Sul praticamente dobrou nos últimos 40 anos.  Todavia, essa produtividade oscila em função da disponibilidade hídrica nos diferentes anos.  Sentelhas et al. (2015), em estudo para a região Sul, identificou o intervalo de produtividade média entre 500 a 1.600 kg hectare-1 em função de déficits hídricos.

Segundo Nepomuceno et al. (2007), os fatores climáticos importantes para a cultura da soja são: a temperatura, o fotoperíodo e a disponibilidade hídrica. Estes fatores afetam diretamente o desenvolvimento da cultura e, consequentemente, a sua produtividade. A perda de turgor é a primeira reação do déficit hídrico, promovendo a diminuição da área foliar pelo fato da restrição do crescimento das folhas. Esta redução da área foliar compromete a fotossíntese que influenciará em menor acúmulo de fotoassimilados e isso impactará negativamente nos componentes do rendimento e produtividade (TAIZ e ZEIGER, 2006).

A relação do déficit hídrico com o desenvolvimento da soja é visualizada na lavoura com a presença de plantas de porte baixo, diâmetro do caule pequeno, folhas murchas e pequenas, entrenós curtos, redução da taxa de crescimento e da área foliar, atividade fotossintética reduzida e impactos na fixação de nitrogênio no solo. No período de pós-florescimento, a presença de déficit hídrico causa grandes reduções no rendimento de grãos, devido ao abortamento de flores e legumes, menor número de grãos vagem-1, menor período de enchimento de grãos, diminuição da qualidade de grãos e aumento da senescência foliar (GAVA, 2015).  De acordo com Zanon (2018), para que se tenha o rendimento máximo da soja, a necessidade de água durante todo o ciclo varia de 450 a 800 mm, dependendo do clima, manejo e cultivar.

Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o desenvolvimento, os componentes do rendimento e o rendimento de grãos de diferentes cultivares de soja com e sem irrigação suplementar, no ano agrícola 2018/19, em solo de coxilha no município de Cachoeira do Sul – RS.

 

 

2 Materiais e Métodos

O experimento a campo foi instalado na Universidade Estadual Rio Grande do Sul, Campus de Cachoeira do Sul - RS, localizado no distrito da Três Vendas (29°53’ S e 53° 00’ W e altitude de 125 metros). O clima da região é classificado como subtropical úmido, predominante na região Sul (ALVARES et al., 2014). O solo do experimento foi classificado como Argissolo Vermelho distrófico típico (EMBRAPA, 2013).

O delineamento experimental utilizado foi o de faixas no esquema fatorial (3x2), com quatro repetições. Os tratamentos constituíram de: fator “A” três cultivares de soja: Nidera 6909 IPRO (NS6909), Nidera 5909 RG (NA5909) e Nidera 4823 RR (NS4823); fator “B” dois regimes hídricos: irrigado e não irrigado. O experimento foi composto de 24 unidades experimentais, cada unidade experimental possuiu uma área de 12,5 m² (2,5 x 5 m).

A semeadura foi realizada no dia 21 de novembro de 2018, conforme indicação do zoneamento agroclimático para o município de Cachoeira do Sul - RS. A semeadura foi realizada com um conjunto trator/semeadora no sistema de plantio direto sob rotação de cultura com aveia branca e nabo.

A densidade de semeadura foi de 280.000 sementes hectare-1, com uma distribuição de 14 sementes por metro linear com espaçamento entrelinha de cultivo de 0,50 metros. A adubação de base constituiu da aplicação de 340 kg ha-1 da composição 02-30-15 de nitrogênio-fosforo-potássio (NPK), conforme análise química do solo previamente realizada. Demais tratos agronômicos e fitossanitários seguiram a recomendação agronômica para a cultura da soja.

Antes da instalação do experimento foram realizadas coletas de solo com amostras deformadas e indeformadas para a caracterização física-hídrica do solo da área experimental. Para a referida coleta de solo foi aberta uma trincheira de 0,80 metros de profundidade, as camadas do perfil do solo para análise foram coletadas de 0-20 cm, 20-40 cm e 40-70 cm. Para cada camada foram coletadas 3 amostras para repetição. As amostras com estrutura preservada foram coletadas com o auxílio de um extrator, no qual foi acoplado um cilindro de metal de 5,69 cm de diâmetro e 3 cm de altura (volume de 73,56 cm³). Após tais coletas, as amostras de solo foram enviadas para o Laboratório de análise física do solo do Sistema Irriga, no Departamento de Engenharia Rural da UFSM Campus Sede. Na Figura 1está apresentada a curva característica de água no solo para as diferentes profundidades do perfil do solo analisadas.

 

Figura 1 – Curva característica de água no perfil do solo da área experimental. Cachoeira do Sul, RS, 2019

 

O armazenamento total de água no solo (CTA) foi obtido pela diferença da umidade volumétrica do solo na capacidade de campo (CC)- umidade volumétrica no ponto correspondente a 10 kPa (Figura 1) e no ponto de murcha permanente (PMP) umidade volumétrica no ponto correspondente a 1500 kPa (Figura 1), multiplicada pela camada (mm), somando o total das camadas (de 0 a 60 cm).

Para o manejo de irrigação suplementar, a evapotranspiração de referência (ETo) foi estimada pelo método FAO Penman-Monteith (ALLEN et al., 1998). Para o cálculo da ETo utilizou-se dados da previsão do tempo de: temperatura do ar (ºC) (T ar), umidade relativa média do ar (%) (UR) e velocidade do vento (ms-1) (vv), obtidos diariamente, às 21:00 h no site climatempo.com.br. A radiação solar foi estimada com dados de temperatura do ar, todos os procedimentos de cálculo estão descritos em OLIVEIRA (2015). Os valores de coeficiente de cultivo simples (Kc) necessários para o cálculo da evapotranspiração da cultura (ETc), basearam-se no proposto por (ALLEN et al., 1998).

As irrigações foram aplicadas quando o esgotamento de água no solo chegou a 35% do CTA na camada do perfil da camada de 0-40 cm na fase inicial e de 0-60 cm a partir da fase de desenvolvimento até o fim do ciclo. Tal fração foi denominada de capacidade de água disponível (CAD) (CAD = CTA * f), conforme a Tabela 1.

 

Tabela 1 – Valores de total de água armazenada e da capacidade de água disponível nas diferentes camadas do perfil do solo    e o somatório total. Cachoeira do Sul, RS, 2019.

Camadas (m)

Total de água armazenada - CTA (mm)

Capacidade de água disponível - CAD (mm)

0,0 - 0,20

33,03

11,56

0,20 - 0,40

37,65

13,18

0,40 - 0,60

41,34

14,47

Soma (0 - 0,40)

70,68

24,74

Soma (0 - 0,60)

112,02

39,15

 

Chuvas e irrigação foram consideradas como entradas de água do sistema e a ETc considerada como saída de água do sistema. As chuvas foram coletadas através de um pluviômetro instalado na área experimental. As chuvas que excederam a CAD (Tabela 1) não foram contabilizadas no balanço hídrico.

A Tabela 2 ilustra o cálculo do balanço hídrico realizado para a determinação da necessidade de irrigação. Sempre que a CAD calculada zerou foi realizada uma irrigação suplementar.

 

Tabela 2 – Representação do cálculo do balanço hídrico realizado para a determinação da necessidade de irrigação. Cachoeira do Sul, RS, 2019.

Dia

Etc (mm dia-1)

CAD calculada

Chuva (mm)

Irrigação (mm)

Dia 1

5

(24, 74 – 5) +(0+0) = 19,74

0

0

Dia 2

4

(19,74 – 4) + (9+0) = 24,74

70

0

 

As irrigações foram aplicadas por um sistema de aspersão convencional, sendo utilizados quatro aspersores espaçados de 6 em 6 metros, com uma taxa de aplicação de 12 mm hora-1. Para a aferição da CAD, o conteúdo de água no solo foi medido utilizado sensores FDR (Reflectometria no Domínio de Tempo) modelo CR100. Os sensores são constituídos por duas hastes paralelas de aço inoxidável, distantes 0,04 m, com 0,3 m de comprimento e 4,5 mm de diâmetro. Foram instalados 4 sensores no experimento: 2 sensores na área que recebeu irrigação e 2 sensores na área de sequeiro, nas camadas do solo de 0-30 e 30-60 cm. Os dados foram coletados semanalmente desde a semeadura até a colheita por meio de um datalogger modelo CR10X Campbell SCi. A partir dos valores observados de água no solo, calculou-se a CAD atual, subtraindo a umidade volumétrica medida da umidade volumétrica do PMP para cada camada, multiplicando-se pela camada em mm para obter como resultado o armazenamento de água no solo.

Nos dias 6 e 21 de janeiro, realizou-se as avaliações morfológicas das plantas: área foliar e altura. Foi coletada uma planta de cada unidade experimental e medidos o comprimento e a maior largura do folíolo central do trifólio de forma manual com o auxílio de uma régua. A área foliar foi estimada pela equação de Richter et al. (2014). O índice de área foliar (IAF) foi calculado pela razão entre a área foliar da planta (cm2) e a área de solo ocupada pela planta (cm2).

Quando a cultura apresentou estádio fenológico de maturidade fisiológica realizou-se a colheita manual das plantas da área central de cada unidade experimental, correspondente a 3,75 m². Foram coletadas 8 plantas para a análise dos componentes do rendimento: números de vagens planta-1; números de grãos vagem-1; peso de mil grãos (g).

Por apresentarem grupo de maturidade relativa (GMR) diferentes as cultivares atingiram o estádio fenológico de maturidade fisiológica (R8) em datas diferentes. A cultivar NS 4823 foi colhida no dia 26 de março de 2019 e as cultivares NS 6909 e NA 5909 no dia 4 de abril de 2019. Para a análise do rendimento de grãos (kg ha-1) utilizou-se todas as plantas colhidas. O peso de mil grãos e peso total dos grãos unidade experimental-1 foram corrigidos para a umidade de 13% e peso total dos grãos unidade experimental-1 foi extrapolado para kg ha-1.

As variáveis respostas: IAF, altura de plantas, números de vagens planta-1, números de grãos vagem-1, peso de mil grãos (g) e rendimento de grãos (kg ha-1) foram submetidas a análise do teste F e teste de Tukey, utilizando o software Sisvar, ao nível de 5% de probabilidade de erro.

 

 

3 Resultados e Discussão

Os resultados do balanço hídrico da cultura da soja (Figura 2) demonstram que a disponibilidade hídrica no solo (CAD atual) foi elevada ao longo do ciclo da cultura em ambos os regimes hídricos, em função da  distribuição regular e volume de chuvas que somaram 669 mm, enquanto a ETc acumulada foi de 402,43 mm. Observa-se que, mesmo na fase reprodutiva da cultura em que a ETc foi elevada em média de 6,26 mm dia-1, as chuvas conseguiram manter o armazenamento de água no solo (CAD atual) em níveis superiores a CAD, em ambos os regimes hídricos. Baseado no manejo de irrigação proposto, a necessidade de irrigação suplementar foi de 134 mm para todo o ciclo de desenvovlimento da cultura.

 

Figura 2 – Balanço hídrico da soja da área experimental. Cachoeira do Sul, RS, 2019

 

O solo estudado possui uma CTA de 112 mm na camada de 0-60 cm de profundidade do perfil do solo (Tabela 1), valor muito próximo ao observado por Prevedello (2012), que observou CTA de 118 a 137 mm, na camada de 0-50 cm de profundidade do perfil do solo em Argissolo Vermelho de mesma unidade de mapeamento do solo da área experimental, sob diferentes usos. A capacidade de armazenamento de água no solo é determinada pelo tipo de solo (propriedades físicas) e pelo manejo empregado. Araujo et al. (2009) obteve CTA maior que as descritas em Latossolo Vermelho Distrófico típico, bem como obsevou diferenças na CTA entre os sistemas de manejo do solo (variações de 145,2 a 176,9 mm na camada de 0-40 cm de profunidade do perfil). Na tabelas 3, observa-se que a densidade do solo e a macroporosidade do solo, indicadores da compactação do mesmo, estão dentro de valores indictivos de boa qualidade para a faixa de argila (12 a 17%) do solo em estudo (MICHELON et al., 2009), o que impacta positivamento na CTA do solo.

 

Tabela 3 – Resultado da densidade e porosidade do solo da área experimental. Cachoeira do Sul, RS, 2019

Camada (cm)

Densidade (g cm-3)

Porosidade (cm³ cm-3)

Solo

Partícula

Macro

Micro

Total

 

0 – 20

1,51

2,56

0,13

0,29

0,42

 

20 – 40

1,46

2,53

0,12

0,32

0,44

 

40 – 70

1,33

2,61

0,14

0,35

0,49

 

 

Conhecer a disponibilidade de água no solo e optar por práticas de manejo para aumentar essa disponibilidade hídrica é importante para a redução dos efeitos de déficit hídricos na produtividade das culturas de verão no Estado do RS. De acordo com Vivan et al. (2013), o déficit hídrico é o principal agente limitador produtivo da soja no RS, além da variabilidade das chuvas (distribuição em volume) no verão do RS, deve-se considerar que a maior parte da área cultivada com soja é sob plantio direto e que, apesar dos benefícios, tem-se observado a ocorrência de compactação da camada superficial do solo (BERTOL et al., 2004; SALES et al., 2016). Essa compactação na camada superficial do solo, pode ser atribuída ao tráfego de máquinas na área sem o posterior revolvimento, e aumento do grau de empacotamento das partículas, reduzindo o volume de vazios e elevando a densidade aparente (GOZUBUYUK et al., 2014; PORTUGAL et al., 2012). Consequentemente, aumenta a resistência do solo à penetração e a redução da macroporosidade (GOZUBUYUK et al., 2014), influenciando na dinâmica de água no solo e na distribuição do sistema radicular. Isso faz com que a maioria das áreas cultivas com soja no Estado do RS apresentem perdas de produtividade em função do déficit hídrico.

Na Tabela 4, pode-se observar os indicadores estatísticos que demonstram os impactos dos tratamentos para as diferentes variáveis respostas analisadas. A irrigação proporcionou incrementos significativos no IAF, no PMG e no rendimento de grãos. Já para as variáveis resposta de: altura de plantas, e nº de vagem planta-1 não houve diferenças estatísticas significativas entre os regimes hídricos (Tabela 5).

 

Tabela 4 – Indicadores estatísticos para as variáveis respostas obtidas ao longo do ciclo de desenvolvimento da soja.  Cachoeira do Sul, RS, 2019

Variável Resposta

CV (%)

DMS

Pr>Fc

C

RH

CxRH

 

IAF máximo

27,73

2,27

0,95

0,04

0,16

 

Altura de plantas máxima (cm)

17,15

14,27

0,05

0,76

0,82

 

nº de vagem planta-1

10,55

7,14

0,00*

0,14

0,65

 

nº de grãos vagem-1

2,98

0,089

0,00*

0,01*

0,09

 

PMG (g)

4,03

9,04

0,00*

0,01*

0,21

 

Rendimento de grãos (kg ha-1)

6,48

364,48

0,00*

0,00*

0,83

 

Em que: CV: coeficiente de variação; DMS: difernça mínima significativa; C: cultivares; RH: regime hídirco;*Significativo pelo teste F em nível de 5% de probabilidade de erro. ns não significativo pelo teste F em nível de 5% de probabilidade de erro.

 

Tabela 5 – Variáveis resposta em função dos regimes hídricos avaliados. Cachoeira do Sul, RS, 2019

Variável Resposta

Tratamento (Regime Hídrico)

Irrigado

Não irrigado

 

Altura de plantas máxima (cm)

63,4

a

64,7

a

 

nº de vagem planta-1

53,8

a

50,4

a

 

nº de grãos vagem-1

2,4

a

2,3

b

 

PMG (g)

177,5

a

168,3

b

 

Rendimento de grãos (kg ha-1)

4492,6

a

4158,2

b

 

       Médias seguidas pelas mesmas letras não diferem entre si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade.

 

Os incrementos médios nas variáveis repostas em função da irrigação foram de:1,3 para IAF, 9,2g para PMG e de 334,4 kg ha-1 para rendimento de grãos. O IAF obtido no regime hídrico irrigado é um indicador de alto rendimento da cultura, pois de acordo com Zanon et al. (2018), para atingir altas produtividades é necessário um IAF maior que 6,3. O PMG é uma resposta muito sensível de ocorrência do déficit hídrico no estádio de enchimento de grão (SALINAS et al., 1996) e a irrigação suplementar ajuda no aumento do peso (THOMAS e COSTAS, 1994).

Valores mais elevados de PMG e maior númenro de grãos vagem-1 resultam em produtividades superiores utilizando a irrigação suplementar (5,5 sacas a mais ha-1). Ainda, cabe salientar que o rendimento de grãos obtido independente do regime hídrico adotado foi superior a 4.000 kg ha-1, superando a expectativa de rendimento médio da soja no RS de 3.196 kg ha-1 (EMATER-RS, 2019).

Diferenças estatísticas significativas foram observadas entre as cultivares avaliadas para todas as variáveis respostas analisadas, com execeção ao IAF (Tabela 6).

 

Tabela 6 – Variáveis resposta em função das cultivares avaliadas. Cachoeira do Sul, RS, 2019

Variável Resposta

Tratamentos (Cultivares)

NS 6909

NA 5909

NS 4823

 

IAF máximo

6,2

a

6,3

a

6,4

a

 

Altura de plantas máximo

56,9

a

71,4

b

63,8

ab

 

nº de vagem planta-1

42,7

a

59,9

b

53,7

b

 

nº de grãos vagem-1

2,5

a

2,2

b

2,3

c

 

PMG (g)

185,0

a

160,2

b

173,5

c

 

Rendimento de grãos (kg ha-1)

3658,2

a

4465,4

b

4852,7

b

 

    Médias seguidas pelas mesmas letras não diferem entre si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade

 

Todas as cultivares apresentaram valores de IAF indicativos para altos rendimentos (IAF médio de 6,3) (Tabela 6), conforme ZANON et al., (2018). O IAF pode ser utilizado para representar a eficiência fotossintética, para análise do crescimento e, também, como fator condicionante da produtividade, pois através do IAF é definida a capacidade do dossel em interceptar a radiação solar, converter em matéria seca através da fotossíntese e determinar o potencial produtivo da cultura (SETIYONO et al., 2008; ZANON et al., 2015; TAGLIAPIETRA et al., 2018).

As cultivares NA 5909 e NS 4823 apresentaram altura de plantas (média 62,5 cm ) maior que a cultivar NS 6909, em que a altura média das plantas foi de 56,9 cm (Tabela 5 e 6). As variações na altura das plantas podem ser influenciadas por época de semeadura, espaçamento entre e dentro das fileiras, suprimento de umidade, temperatura, fertilidade do solo, resposta fotoperiódica da cultivar e outras condições do ambiente (ROCHA et al., 2012).

Em relação aos componentes do rendimento, a cultivar NA 5909 se sobressaiu por apresentar maior nº de vagem planta-1 (59,9) e a cultivar NS 6909 por apresentar maior de grãos vagem-1 (2,5) e PMG (185 g). A cultivar NS 4823 apresentou todos os componentes do rendimento intermediários aos observados nas demais: 53,7 vagens planta-1, 2,3 grãos vagem-1 e PMG de 173,5 g.

Com isso, verifica-se em termos produtividade, que o maior  nº de grãos vagem-1 e o maior PMG da cultivar NS 6909 não compensou o maior número de vagem planta-1 da cultivar NA 5909, consequentemente, as maiores produtividades (média de 4658, 5 kg ha-1) foram  para as cultivares NA 5909 (maior nº de vagem planta-1) e NS 4823 (todos os componentes do rendimento intermediários as outras duas), enquanto que a cultivar NS 6909 atingiu um rendimento de grãos inferior as demais,  de 3658,2 5 kg ha-1.

 

 

4 Conclusões

Observou-se para o ano agrícola 2018/19, para semeadura em meados de novembro, em Cachoeira do Sul, distribuição regular de chuvas ao longo do ciclo de desenvolvimento da cultura da soja, e volumes significativos que somaram 655 mm que superaram a evapotranspiração da cultura acumulada no ciclo de 413,19 mm.

A irrigação suplementar de 134,5 mm, utilizada ao longo do ciclo de desenvolvimento da soja, incrementou em aproximadamente 18% o índice de área foliar das plantas, em 5,2% o peso de mil grãos e, consequentemente, em 7,5% o rendimento de grãos que foi de 4492,6 kg ha-1 para o regime hídrico irrigado e de 4158,2 kg ha-1 para o regime hídrico não irrigado.

As cultivares NA 5909 e NS 4823 apresentaram rendimentos de grãos médios de 4659,05 kg ha-1 e a cultivar NS 6909 rendimentos de 3658,2 kg ha-1.

 

 

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