Universidade Federal de Santa Maria
Ci. e nat., Santa Maria, V. 42, Special Edition, e15, 2020
DOI: http://dx.doi.org/10.5902/2179460X40490
Received: 10/10/2019 Accepted: 10/10/2019
Special Edition
Revisão sistemática de literatura: tendências sobre a interiorização dos acidentes de trânsito no Brasil
Systematic literature review: trends on the interiorization of traffic crash in Brazil
Wantuil Rodrigues Dutra PradoI
Brenda Medeiros PereiraII
Alejandro Ruiz-PadilloIII
Carmen Brum RosaIV
I Laboratório de Mobilidade e Logística (LAMOT) – Universidade Federal de Santa Maria, Campus Cachoeira do Sul, Brasil - wantuilrodrigues21@gmail.com
II Laboratório de Mobilidade e Logística (LAMOT) – Universidade Federal de Santa Maria, Campus Cachoeira do Sul, Brasil - brenda.pereira@ufsm.br
III Laboratório de Mobilidade e Logística (LAMOT) – Universidade Federal de Santa Maria, Campus Cachoeira do Sul, Brasil - alejandro.ruiz-padillo@ufsm.br
IV Laboratório de Mobilidade e Logística (LAMOT) – Universidade Federal de Santa Maria, Campus Cachoeira do Sul, Brasil - carmenbrosa@gmail.com
Traffic crashes in Brazil represent a serious public health problem, representing the second leading cause of death in the country. Recently, a new trend of traffic accidents has been identified in relation to the places where they occur, called “interiorization of traffic accidents”, so that larger cities have decreasing rates of traffic deaths while smaller cities show increasing rates. This paper aims to analyze through a systematic literature review the main publications related to traffic crashes in order to identify the impacts generated by them, their trends, the variables used in studies and analyze studies that address the interiorization of traffic crashes in Brazil. The keywords combinations used in this review resulted in a list of 420 articles, 20 of which were selected based on titles, abstracts, and full texts and subsequently analyzed. Some studies show a change in the victims’ profile following the implementation of the Brazilian Traffic Code, male bikers aged 18 to 29 years, as well as a higher risk of death in cities with less than 100,000 inhabitants.
Keywords: Road safety; Fatalities; Small cities
1 Introdução
As mortes ocasionadas pelos acidentes de trânsito estão entre as principais causas de mortes no mundo, sendo um problema de saúde pública que aflige, principalmente, os países em desenvolvimento. Segundo o relatório da Organização Mundial da Saúde (2015), em 2013 os países de baixa e média foram responsáveis por aproximadamente 90% das mortes em acidentes de trânsitos registradas em todo mundo. Além disso, há uma estimativa da Organização Mundial da Saúde tal que os acidentes de trânsito podem ser responsáveis por até 1,9 milhões de mortes em 2020, se tornando a quinta maior causa de mortes em todo o mundo, caso nenhuma medida de minimizar este problema seja adotada Saúde (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2011).
A realidade dos acidentes de trânsito no Brasil não difere dos outros países em desenvolvimento, podendo ser considerada até mais grave, uma vez que o país ocupa a terceira posição dos países com maior número de vítimas fatais decorridas destes eventos ficando atrás somente da Índia e da China (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2018). O número de vítimas fatais devido aos acidentes de trânsito no Brasil em 2017 foi de 35.375, sendo a segunda maior causa de morte devido a fatores externos no país e a principal causa de morte entre jovens de 15 e 29 anos (BRASIL, 2019). Além disso, um estudo recente do Ministério da Saúde identificou uma tendência dos locais com maior ocorrência de acidentes de trânsito com vítimas fatais, no qual denomina esta tendência como “interiorização dos acidentes de trânsito” onde que as cidades de pequeno e médio porte apresentam taxas de óbitos crescentes enquanto as cidades de grande porte vêm apresentando taxas decrescentes (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017).
A adoção de medidas eficazes para reduzir o número de óbitos e feridos devido a acidentes de trânsito requer uma análise detalhada do problema e compreensão do mesmo (CHAGAS, 2011), onde estas análises devem ser baseadas em informações que permitam identificar os principais fatores de riscos e áreas perigosas, de forma a caracterizar a natureza e a magnitude dos acidentes de trânsito (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2010). Logo, a compreensão dos motivos e fatores contribuintes que influenciam na interiorização dos acidentes é de suma importância para adoção de medidas que possam mitigar os acidentes de trânsito, assim como a tendência destes eventos identificados pelo Ministério da Saúde.
Baseado nesta análise, este trabalho tem como objetivo identificar os impactos gerados pelos acidentes de trânsito, suas tendências e as variáveis utilizadas em estudos, e analisar os estudos que abordam a interiorização dos acidentes de trânsito no Brasil através de uma revisão sistemática de literatura. Assim, com base nos resultados obtidos, deseja-se explorar as lacunas encontradas para o desenvolvimento de estudos que contribuam para a diminuição dos acidentes de trânsito, e consequentemente, o número de vítimas, com enfoque em cidades de pequeno e médio porte.
2 Metodologia
O desenvolvimento deste trabalho baseia-se em uma Revisão Sistemática de Literatura (RSL). Esta ferramenta consiste em analisar as publicações científicas de um determinado tema a fim de identificar as principais contribuições científicas de forma estruturada e replicável, onde a pesquisa é guiada por uma questão norteadora para que a mesma seja respondida no final da pesquisa (TRANFIELD et al., 2003). De acordo com Cook et al. (1997), as RSL são investigações científicas realizadas de maneira criteriosa e replicável que abrangem publicações científicas relevantes em uma área de estudos, onde estes estudos são avaliados para posteriormente realizar uma síntese de dados e interpretá-los com o intuito de responder questões específicas, além de demarcar elementos que são conhecidos ou não.
A RSL permite um fácil gerenciamento de uma quantidade considerável de informações, permitindo a melhor compreensão de um determinado tema, possibilitando identificar áreas que foram exploradas ou não de um determinado tema, delimitando assim os limites de conhecimento a respeito de um determinado assunto. A melhor compreensão de um tema permite ao pesquisador elaborar novas abordagens para soluções de problemas devido ao conhecimento adquirido (LOUREIRO et al., 2016).
2.1 Estrutura da revisão sistemática
A estrutura da RSL busca caracterizar as principais etapas da pesquisa que será desenvolvida. Para Tranfield et al. (2003) uma RSL deve ser constituídas por três etapas: (1) Planejamento da revisão; (2) Realização da revisão; e (3) Comunicação e divulgação da revisão. Loureiro et al. (2016) abordam o estudo de Soni e Kodali (2011) onde a RSL é composta por seis etapas: (1) Definição do problema de pesquisa; (2) Definição da estratégia de pesquisa, mediante a escolha das bases de dados, do período de pesquisa, dos termos de busca e dos idiomas; (3) Definição de critérios para seleção de trabalhos que incluem os critérios de inclusão e exclusão; (4) Seleção dos trabalhos; (5) Análise dos trabalhos selecionados; e (6) Apresentação dos resultados, que consiste na identificação dos principais autores, periódicos e bases de dados que contribuem para a construção de um referencial teórico de pesquisa sobre um tema.
Baseando-se nas metodologias utilizadas por Tranfield et al. (2003) e Soni e Kodali (2011), a estrutura elaborada para esta revisão sistemática de literatura é constituída por sete etapas: (A) demarcação do problema; (B) definição das palavras-chaves; (C) definição das bases de dados; (D) definição do período das publicações a serem analisadas; (E) definição dos métodos de seleção (busca automática e snow-balling); (F) busca e seleção das publicações; e (G) análise e síntese dos resultados. As cinco primeiras etapas citadas estão diretamente relacionadas ao planejamento da pesquisa. As últimas etapas referem-se à realização da revisão e divulgação dos resultados da revisão, respectivamente. Assim, a Figura 1 ilustra a estrutura da RSL elaborada para o desenvolvimento deste trabalho.
Figura 1 – Estrutura da RSL
Fonte: os autores
A demarcação do problema pode ser definida através de perguntas de pesquisa ou na identificação dos temas de discussão, onde devem ser elaborados de forma clara e objetiva para que o propósito da pesquisa seja alcançado (TRANFIELD et al., 2003; LOUREIRO et al., 2016). Com isso, esta pesquisa objetivou os seguintes assuntos relacionados aos acidentes de trânsito: tendências, impactos gerados, perfil das vítimas envolvidas, características dos locais com maior ocorrência de acidentes, metodologias e variáveis utilizadas em outros estudos, custo gerado pelos acidentes de trânsito e existência de fatores contribuintes para a interiorização dos acidentes.
A seleção das palavras-chaves deve ser diretamente relacionada ao assunto que se deseja encontrar nos periódicos a serem analisados, pois a escolha equivocada destas palavras pode gerar resultados inadequados, além de contribuir para possíveis falhas na pesquisa. Com base nos resultados que se almeja obter nesta pesquisa, após um debate entre os autores, esta revisão sistemática utilizou as seguintes palavras-chaves: Segurança viária; Acidente de trânsito; Dados; Tendência; e Informação. Não foram utilizados na pesquisa os termos em outros idiomas, pois se entende que, de fazer assim, poderia aumentar consideravelmente o volume de trabalhos a respeito dos acidentes de trânsito, devido a busca automática retornar publicações científicas de outros países, não sendo relevante para esta pesquisa por se tratar de um estudo geograficamente restrito ao território brasileiro.
A etapa C objetiva a seleção das bases de dados utilizadas para a pesquisa dos trabalhos científicos: a base de dados principal escolhida para este trabalho foi o Portal de Periódicos da CAPES, pois ela exibe e permite o acesso de trabalhos científicos de outras bases de dados como a Science Direct, Scopus, Scielo entre outras. Além do Portal de Periódicos da CAPES, foram definidas, como base de dados auxiliares, as bases do Google e do Google Scholar. O Google foi escolhido devido à facilidade de encontrar manuais, relatórios e publicações de instituições governamentais e não governamentais. O Google Scholar foi selecionado por proporcionar acesso a trabalhos científicos como artigos teses e dissertações.
Contemplando a etapa que se refere à definição dos períodos das publicações, entende-se que estudos mais recentes apresentam resultados baseado em dados de períodos anteriores, de forma que foi definido que seriam analisados estudos publicados nos últimos dez anos. Destaca-se que a etapa de busca dos periódicos foi realizada em outubro de 2018, portanto, o período de análise das publicações dos periódicos foi de janeiro de 2009 até outubro de 2018.
Para realizar as buscas dos trabalhos a serem selecionados nesta revisão sistemática na etapa seguinte, foram utilizados dois métodos de pesquisa: a busca automática e o snow-balling. A busca automática consiste na inserção das palavras-chaves em bibliotecas virtuais com o intuito que estas retornem trabalhos científicos com o assunto que se deseja analisar. Já o snow-balling consiste na busca de palavras-chaves nos títulos dos trabalhos das referências bibliográficas de algum estudo selecionado na busca automática, de maneira a selecionar novas publicações para a pesquisa que está sendo desenvolvida, ou ainda, o título do trabalho analisado estivesse relacionado a algum objetivo da RSL.
Em virtude do Portal de Periódicos da CAPES disponibilizar duas opções para busca das palavras-chaves que indicam em que parte do texto deve ocorrer a busca das palavras e o critério da busca, foi possível realizar diferentes combinações de palavras-chaves para a busca de periódicos. A primeira opção disponibilizada na base de dados contém quatro opções que são: qualquer; no título contém; como autor; no assunto. Na segunda opção é possível selecionar uma das três opções disponíveis que são: contém; é (exato); começa com. Devido às inúmeras combinações de palavras-chaves, é necessário que seja definida uma metodologia para a busca dos trabalhos, de modo que exista um padrão nas buscas realizadas e, consequentemente, não exerça influência nos resultados gerados evitando que sejam errôneos ou tendenciosos. Com base nas opções disponibilizadas pela base de dados para a inserção palavras-chaves e suas combinações, foram utilizadas as combinações de palavras dispostas nas Tabelas 1, 2, 3 e 4.
Tabela 1 - Busca utilizando uma palavra-chave no título dos periódicos
No título contém |
Acidentes de Trânsito |
Segurança viária |
Tabela 2 - Busca utilizando combinações de palavras-chaves no título dos periódicos
No título contém |
No título contém |
Segurança viária |
Dados |
Segurança viária |
Informação |
Acidentes de Trânsito |
Tendência |
Acidentes de Trânsito |
Dados |
Acidentes de Trânsito |
Informação |
Tabela 3 - Busca no título e em parte do texto utilizando combinações de palavras-chaves
No título contém |
Qualquer |
Acidentes de Trânsito |
Informação |
Acidentes de Trânsito |
Tendência |
Acidentes de Trânsito |
Dados |
Segurança viária |
Dados |
Segurança viária |
Informação |
Tabela 4 - Busca em qualquer parte do texto do periódico utilizando combinações de palavras-chaves
Qualquer |
Qualquer |
Acidentes de Trânsito |
Tendência |
Devido este trabalho utilizar dois métodos de busca, busca automática e o snow-balling, foi necessário usar dois procedimentos diferentes para a seleção dos trabalhos. Os trabalhos científicos que retornaram na busca automática foram selecionados através de uma triagem dos trabalhos pela leitura do título e resumo. Caso ambos estivessem dentro do contexto da pesquisa, os mesmos eram selecionados para a próxima etapa da revisão sistemática, a classificação baseada na leitura completa do trabalho. As publicações que não apresentaram nenhum resultado relacionado aos objetivos da RSL ou que abordassem áreas distintas ou um grupo de vítimas específico foram descartadas. Por outro lado, no snow-balling, é realizada a análise da lista de referências dos trabalhos selecionados. Caso o título de algum trabalho contiver as palavras-chaves ou possuir alguma relação com o objetivo da pesquisa, retorna-se à classificação baseada no título e no resumo. É necessário destacar que as bases de dados Google e Google Scholar seriam utilizadas caso houvesse a seleção de algum documento pelo método snow-balling que não estivesse disponível no Portal de Periódico da CAPES. Ressalta-se que foi realizado um teste em todas as bases de dados para analisar se estas retornavam os trabalhos científicos conforme o desejado. Assim, a Figura 2 ilustra a metodologia utilizada para a busca e seleção dos trabalhos.
Figura 2 – Metodologia de busca de trabalhos
.
Fonte: os autores
Por fim, foi realizada a leitura completa dos trabalhos selecionados para análise dos mesmos e discussão dos resultados obtidos.
3 Resultados e discussões
Os resultados desta pesquisa podem ser divididos em duas partes: resultados quantitativos e resultados qualitativos. Os resultados quantitativos referem-se ao número de publicações encontradas e selecionadas segundo a metodologia apresentada. Os resultados qualitativos descrevem uma síntese dos conteúdos abordados nas publicações selecionadas.
Os resultados quantitativos das combinações de busca utilizadas e da seleção da literatura, com base na leitura do título e resumo estão apresentados nas Tabelas 5, 6, 7 e 8. Baseado nas combinações de palavras-chaves determinadas anteriormente, obteve-se um total de 401 artigos para serem analisados, dos quais 31 foram selecionados com base nos títulos e resumos.
Com base na literatura selecionada, foi realizado um refinamento da lista de trabalhos através da leitura das versões completas dos artigos, em que foram selecionados 14 artigos. A maioria dos artigos que foram excluídos abordavam acidentes de trânsito focados em um tipo de usuário específico (ex.: apenas motociclistas; apenas ciclistas), explanavam modelos de previsão de acidentes de trânsito ou já tinham sido selecionados através de outra combinação de palavras-chaves.
Tabela 5 - Número de artigos encontrados e selecionados utilizando uma palavra-chave no título dos periódicos
No título contém |
Resultados |
Selecionados |
Acidentes de Trânsito |
106 |
7 |
Segurança viária |
10 |
4 |
Tabela 6 – Número de artigos encontrados e selecionados utilizando combinações de palavras-chaves no título dos periódicos
No título contém |
No título contém |
Resultados |
Selecionados |
Segurança viária |
Dados |
0 |
0 |
Segurança viária |
Informação |
0 |
0 |
Acidentes de Trânsito |
Tendência |
0 |
0 |
Acidentes de Trânsito |
Dados |
4 |
1 |
Acidentes de Trânsito |
Informação |
0 |
0 |
Tabela 7 – Número de artigos encontrados e selecionados utilizando combinações de palavras-chaves no título e em partes do texto
No título contém |
Qualquer |
Resultados |
Selecionados |
Acidentes de Trânsito |
Informação |
14 |
5 |
Acidentes de Trânsito |
Tendência |
8 |
1 |
Acidentes de Trânsito |
Dados |
40 |
5 |
Segurança viária |
Dados |
1 |
1 |
Segurança viária |
Informação |
1 |
0 |
Tabela 8 - Número de artigos encontrados e selecionados utilizando combinações de palavras-chaves e pesquisando em qualquer parte do texto
Qualquer |
Qualquer |
Resultados |
Selecionados |
Acidentes de Trânsito |
Tendência |
217 |
7 |
Após isso, foi realizada a busca na lista de referências dos trabalhos selecionados (snow-balling). Foram selecionadas mais 20 publicações, das quais 8 foram escolhidas para posterior leitura do título, resumo e leitura completa do trabalho. Portanto, foram selecionadas ao todo 22 publicações.
Considerando os 22 trabalhos selecionados, as principais análises foram conduzidas para destacar quais são os principais temas de discussão relacionados aos acidentes de trânsito. Na Tabela 9, mostra-se a síntese dos três principais temas identificados e seus principais autores.
Tabela 9 - Classificação dos estudos por área
Área de estudo |
Autores |
Estudos locais |
Bertho e Aida (2015);Camargo e Iwamoto (2012); Almeida et al. (2013); Souza et al. (2008); Marín-León et al. (2012); Mandacarú et al. (2017); ; Maia e Aidar (2007); Barros et al. (2003); Bastos et al. (2005); |
Revisão Sistemática |
Aguilera et al. (2014); Bacchieri e Barros (2011) |
Análise geral |
Caiaffa e Friche (2011); Silva et al. (2015); Neto et al. (2012); Malta et al. (2011); Lima et al. (2008); Oliveira et al. (2008); Souza et al. (2007); Kilsztajn et al. (2000); Kilsztajn et al. (2001); Silva e Kilsztajn (2003); Jorge e Koizumi (2008); |
Os “Estudos Locais” foram trabalhos desenvolvidos em municípios específicos, geralmente com foco na análise dos acidentes no local, como a identificação do perfil das vítimas e os grupos envolvidos nos acidentes, assim como a análise das tendências dos acidentes no local de estudo. Os estudos classificados como “Revisão Sistemática” abordaram as intervenções de segurança viária e sua eficácia e a tendência dos óbitos dos ATT de 1998 a 2010. Os trabalhos classificados como “Análise Geral” foram estudos que analisaram as tendências dos ATT, assim como as características das vítimas e grupos envolvidos, contudo, estas análises foram feitas em nível nacional ou regional. Além disso, em este grupo de estudos contém trabalhos que relacionam os ATT com a infraestrutura viária e auditorias de segurança viária.
No que se refere à tendência dos óbitos de acidentes de trânsito, esta pode ser vista em dois cenários, tendo como marco a implementação do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) em 1998. A partir de 1998, houve uma diminuição do número de óbitos de pedestres e um aumento no número de óbitos de motociclistas, tendência esta que se mantém até os dias atuais. Em relação à taxa de óbitos no Brasil, a taxa de mortalidade por 100 000 habitantes apresentou um declínio entre 1998 e 2000, depois ocorreu um a aumento progressivo de 2001 a 2004 e, finalmente, se manteve estável nos anos seguintes (BACCHIERI e BARROS, 2011; NETO et al., 2012). O aumento do número de óbitos dos motociclistas assim como as taxas de mortalidade pode ser justificado pelo aumento significativo da frota de automóveis e motocicletas incentivado por financiamentos a juros baixos e pelo crescimento econômico do país após a implementação do CTB. Outros fatores também são atribuídos ao aumento da taxa de mortalidade no país, como a flexibilização da fiscalização e da aplicação de sanções, visto que a fiscalização é o método mais eficiente para a diminuição das lesões ocasionadas pelos ATT, indicando que outros tipos de estratégias devem ser adotadas para diminuir o número de vítimas envolvidas em acidentes de trânsito (BACCHIERI e BARROS, 2011; AGUILERA et al.; 2014).
O principal parâmetro utilizado nos estudos foi a taxa de óbitos por 100.000 habitantes, que pode ser relacionada aos óbitos no local de ocorrência ou no local de residência da vítima. A taxa de óbitos por 100.000 habitantes é um parâmetro proporcional ao número de habitantes, tal que permita a comparação com diferentes localidades, independentemente do tamanho da população. Em relação aos óbitos por ocorrência e os óbitos por residência, foram obtidas diferentes conclusões. Em relação ao óbito por residência, Maia e Aidar (2007) justificam que o uso desta variável pode ser utilizado pra a identificação de fatores socioeconômicos e demográficos importantes para a análise dos acidentes. Já a taxa de óbitos por ocorrência é utilizada quando se deseja analisar as áreas com maior índice de óbitos, contudo, esta taxa pode ser tendenciosa devido à concentração de mortes próximas a hospitais (SOUZA et al., 2008) e que este parâmetro está associado a fatores sociodemográficos (ALMEIDA et al., 2013). Além disso, a variável “óbitos por 100.000 habitantes” pode ser dividida em outras duas variáveis:
(1)
(2)
O n° de óbitos por 10.000 veículos é uma variável que distorce ou ameniza a realidade dos óbitos ocasionados por acidente de trânsito no Brasil, já que esta taxa é inversamente proporcional ao número de veículos. Além disso, esta taxa pode ser utilizada para isolar da violência do trânsito e analisar o efeito do desenvolvimento dos transportes por veículos a motor nas regiões mais desenvolvidas, já que estes locais apresentam índices mais elevados de violência no trânsito. Já a taxa de veículos por 10 habitantes pode ser utilizada para descrever o grau de violência no trânsito (KILSZTAJN et al., 2001). Ademais, as taxas que utilizam como parâmetro o número de veículos são alternativas disponíveis para comparações internas por diferentes tipos de veículo.
Além das taxas de óbitos, outros parâmetros foram utilizados nos estudos, tais como: classificação dos óbitos de acordo com o CID 10 (Código Internacional de Doenças), onde os acidentes de transporte são classificados de V01 a V99, e dentre eles os acidentes de transportes terrestres são classificados de V01 a V89; variáveis demográficas, utilizadas para descrever os perfis das vítimas em suas diferentes localidades; e variáveis econômicas, utilizadas para entender a tendência dos acidentes de trânsito.
Com base nos estudos selecionados foi possível identificar que os principais impactos gerados pelos acidentes estão relacionados ao número de óbitos, ao número de pessoas lesionadas, à incapacidade física das pessoas por causa dos acidentes e a fatores econômicos. Por sua vez, os fatores econômicos estão relacionados aos custos gerados pelos acidentes e custos indiretos pela perda de produtividade das pessoas, seja devido a sua incapacidade física das pessoas ou pelo óbito das mesmas (MARÍN LEON et al., 2012; CAMARGO E IWAMOTO, 2012). Com isso, o desenvolvimento deste estudo permitiu estimar os custos causados pelos acidentes de trânsito. No trabalho desenvolvido por Silva et al. (2015), destaca-se que os custos gerados pelos ATT chegaram a representar em média 2,5% do PIB brasileiro em 2001, chegando a valores próximos de R$ 20 bilhões (ROSA e LINDAU, 2004). Já no estudo de Bacchieri e Barros (2011), os autores mencionam que, de acordo com os dados do IPEA, o custo estimado é de R$ 25 bilhões (IPEA, 2003). Além dos custos monetários ocasionados pelos ATT, existem outros impactos ocasionados pelos mesmos. Um desses impactos é mensurado pelos anos potenciais de vida perdidos (APVP). Tal indicador permite quantificar aspectos diferenciais na identificação da população com maior risco de óbitos devido a causas externas. Além disso, podem-se mensurar as perdas econômicas utilizando o APVP, onde essas perdas podem ser representadas pelos custos indiretos de perda de produtividade (CAMARGO e IWAMOTO, 2012).
Também foi possível identificar um padrão nos perfis das vítimas. A maioria dos estudos identificou que o perfil das vítimas de ATT está composto, principalmente, por motociclistas entre 18 e 29 anos (MARÍN LEÓN et al., 2012; BASTOS et al., 2005; MANDACARÚ et al., 2017). Outro item abordado foi em relação aos atropelamentos, onde alguns estudos apontam que os pedestres com mais de 60 anos são as vítimas mais comuns deste tipo de acidente e que os atropelamentos têm maiores concentrações em grandes centros urbanos e em rodovias com maiores fluxos de veículos (SOUZA et al., 2007; SOUZA et al., 2008).
Além das regiões centrais das cidades, também foi identificado que há um maior risco para alguns grupos em áreas periféricas das cidades e uma concentração de óbitos em rodovias que cruzam o município e vias principais (BERTHO e AIDAR, 2015; MAIA e AIDAR, 2007; MARÍN-LEÓN et al., 2012). Além disso, Jorge e Koizumi (2008) identificaram diferentes características dos ATT nas cinco regiões do Brasil.
Em relação às metodologias utilizadas nos trabalhos, destacam-se os desenvolvidos por Souza et al. (2008) e Mandacarú et al. (2017), onde os autores usaram, por um lado, ferramentas de georreferenciamento para análise espacial dos acidentes de trânsito e análise do banco de dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e, por outro, Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS) e ocorrências de acidentes de trânsito para análise dos perfis das vítimas e tendências, respectivamente. Outros estudos selecionados nesta revisão não utilizaram uma metodologia específica, apenas descreveram as informações analisadas em um banco de dados específico, como o estudo de Bastos et al. (2005) que estudaram as características epidemiológicas dos acidentes de trânsito e das vítimas atendidas pelo SIATE (Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência) de Londrina no período entre 1997 e 2000. Os autores identificaram que a maioria das vítimas da cidade eram motociclistas do sexo masculino com idade predominante entre 20 a 29 anos, perfil de vítima semelhante em outros locais do país.
Finalmente, pouco foi encontrado a respeito da interiorização dos acidentes de trânsito, onde apenas o estudo desenvolvido por Neto et al. (2012) aborda o assunto, mencionando que o maior número de mortes devido a ATT está em municípios com população menor que 20.000 habitantes e municípios com população entre 20.000 e 100.000 habitantes. Esse resultado demonstra que apesar da constatação de um novo problema relacionados aos acidentes de trânsito no Brasil, esse é um assunto pouco explorado, o que dificulta a compreensão e elaboração de estratégias para solucionar a migração dos acidentes para cidades de pequeno e médio porte, e consequentemente, reduzir o número de vítimas envolvidas nestes eventos.
4 Conclusões
O desenvolvimento desta revisão sistemática teve o objetivo de identificar os impactos gerados pelos acidentes de trânsito, suas tendências e as variáveis utilizadas em estudos, e analisar os estudos que abordam a interiorização dos acidentes de trânsito no Brasil. Para alcançar este objetivo, esses foram os temas de discussão utilizados como guia para o desenvolvimento deste trabalho.
Foi possível identificar que os principais impactos gerados pelos acidentes estão relacionados ao número de óbitos, a incapacidade física das pessoas por causa dos acidentes e fatores econômicos, sendo que os fatores econômicos estão relacionados aos custos gerados pelos acidentes e custos indiretos pela perda de produtividade das pessoas, seja devido a sua incapacidade física das pessoas ou pelo óbito das mesmas.
A presente pesquisa foi desenvolvida devido ao elevado número de óbitos decorridos dos acidentes de trânsito e à hipótese da interiorização dos acidentes de trânsito. Foi possível identificar que o número de mortes ocasionadas pelos acidentes de trânsito ainda é um grande problema de saúde pública, e este caso se agrava ao analisar que medidas rigorosas para mitigar os ATT já foram utilizadas, contudo, não apresentaram o resultado esperado. Em relação à interiorização dos acidentes de trânsito, somente um estudo mencionou este caso, além disso, identificou-se que a maioria dos estudos realizados em municípios, tratavam-se de capitais ou cidades bem desenvolvidas, evidenciando que poucos estudos são desenvolvidos em cidades de pequeno e médio porte.
Além disso, foram observado nos estudos as tendências dos acidentes de trânsito. A maioria dos estudos apontam o decréscimo da taxa de óbitos de pedestres a partir da implementação do CTB e o aumento da taxa de óbitos de motociclistas, de tal modo que o perfil das vítimas com maior número de óbitos são motociclistas do sexo masculino com idade entre 18 e 29 anos, perfil este similar de outros estudos de outros órgãos públicos, como o Ministério da Saúde. No que diz respeito aos locais com maior número de acidentes, observou-se que a maior quantidade de acidentes acontece em rodovias de maior movimento. Alguns atributos dos locais ainda podem ser destacados. Também foi possível estimar os custos gerados pelos ATT, onde estes valores podem chegar a 25 bilhões por ano.
Como sugestão para replicações deste trabalho, sugere-se a utilização da palavra-chave “acidentes de transporte”, visto que este foi bastante utilizado em alguns trabalhos, além de explorar as possíveis combinações de palavras-chaves. Além disso, este trabalho evidenciou áreas de estudos pouco exploradas, como é a identificação e compreensão dos fatores que contribuem para a interiorização dos acidentes de trânsito, o que também levanta a necessidade de desenvolvimento de pesquisas em cidades de pequeno e médio porte que estejam relacionadas à segurança viária.
Agradecimentos
O acadêmico Wantuil Rodrigues Dutra Prado agradece o apoio do Programa Institucional de Voluntários em Iniciação Científica (PIVIC) da Universidade Federal de Santa Maria. O professor Alejandro Ruiz-Padillo agradece ao CNPq pelo apoio financeiro (Processo 308870/2018-2 e Processo 422635/2018-9).
Referências
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ALMEIDA RLF, FILHO JGB, BRAGA JU, BRASILEIRO FM, MACEDO MCM, SILVA KA. Via, homem e veículo: fatores de risco associados à gravidade dos acidentes de trânsito. Rev. Saúde Públ. 2013;47(4): 718-731.
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