Universidade Federal de Santa Maria

Ci. e nat., Santa Maria, v. 42

Commemorative Edition: Statistic, e15, 2020

DOI: http://dx.doi.org/10.5902/2179460X40386

Received: 05/10/2019 Accepted: 10/10/2020

 

 

Descrição: Descrição: by-nc-sa



Statistics

 

Modelos volumétricos para o tronco da erva-mate (Ilex paraguariensis A. St.-Hil.): uma análise através das técnicas de regressão

Volumetric models for mate herb (Ilex paraguariensis A. St .- Hil.): through an analysis of techniques for regression

 

Gabriel Dalla Costa BergerI

Ivanor MüllerII

Fernando de Jesus Moreira JuniorIII

Angela Pelegrin AnsujIV

 

I Universidade Federal de Santa Maria, Brasil; e-mail: gabriel@gabrielberger.com.br;

II Universidade Federal de Santa Maria. Brasil. e-mail: ivanormuller@smail.ufsm.br;

III Universidade Federal de Santa Maria, Brasil; e-mail: fmjunior777@yahoo.com.br;

IV Universidade Federal de Santa Maria. Brasil. e-mail: angelaansuj@yahoo.com

 

 

RESUMO

Este trabalho teve como objetivos a modelagem volumétrica para erva-mate através da análise de regressão, selecionando o modelo que melhor se ajuste aos dados utilizados; bem como determinar o volume rigoroso ou real de cada árvore pelo método analítico. Foram avaliadas trinta (30) árvores. Em cada árvore foram medidas as variáveis biométricas altura total em metros (ht), diâmetro dos troncos a 0,60 metros acima do solo (d 0.6 metros), raio médio de copa em metros (rc), área de copa em metros quadrados (ac). Para a construção das equações para estimar o volume de madeira com casca e sem casca utilizou-se o pacote estatístico Statistical Analisys System versão 8. Foi utilizado o método Stepwise de seleção de variáveis independentes, em que se limitou ao máximo a inclusão de três variáveis nas equações selecionadas, e o R2 parcial da variável independente superior a 1% para considerá-la significativa. O teste de seleção de equações foi realizado com e sem intercepto. Os resultados apresentados pelas equações sem intercepto foram superiores às equações com intercepto, tendo sido então desprezado esses últimos. A média da altura, diâmetro, raio de copa, área de copa, volume com casca e volume sem casca foram respectivamente: 2,9650 m, 4,4696 cm, 1,1607 m, 4,1382 m2, 0,0139 m3, e 0,0108 m3. O desvio padrão para a altura, diâmetro, raio de copa, área de copa, volume com casca e volume sem casca foram respectivamente: 0,5600 m, 0,8997 cm, 0,2299 m, 1,5895 m2 , 0,0075 m3, 0,0050 m3 . O valor mínimo para a altura, diâmetro, raio de copa, área de copa, volume com casca e volume sem casca foram respectivamente: 2,0000 m, 2,9600 cm, 0,7502 m, 1,7789 m2, 0,0055m3, 0, 0,0042 m3. O valor máximo para a altura, diâmetro, raio de copa, área de copa, volume com casca e volume sem casca foram respectivamente: 4,5000 m, 6,1300 cm, 1,7600 m, 8,1433 m3, 0,0367m3, 0,0231m3. A equação selecionada para estimar o volume com casca foi a seguinte: vcc = 0,01273*ln(h). A equação selecionada para estimar o volume sem casca foi a seguinte: vsc = 0,00076*hd.

Palavras chave: Erva-mate, Análise de Regressão, Modelagem.

 

 

ABSTRACT

This work aimed at the volumetric modeling for maté tea by the regression analysis, selecting the model that best fit the data used, and determine the volume of each tight or real tree by analytical method. Were evaluated thirty (30) trees. in each tree were measured variables biometric total height in meters (ht), the diameter of the trunks 0.60 meters above the ground (d 0.6 meters), medium radius of crown in meters (rc), the crown area in square metres (ac). For the construction of the equations to estimate the volume of wood with no bark and bark used in the statistical package Analisys Statistical System version 8. Stepwise was used the method of selection of independent variables, which limited the maximum the inclusion of three variables in the equations selected, and the R2 part of the independent variable over 1% to consider it significant. The test of selection of equations was performed with and without intercept. The results presented by the equations without intercept was higher than equations with intercept, and was then despised these latest. The average height, diameter, radius of crown, the crown area, volume and volume in shell shelled were respectively: 2.9650 m, 4.4696 cm, 1,1607 m, 4,1382 m2, 0,0139 m3, and 0.,0108 m3. The standard deviation for height, diameter, radius of crown, the crown area, volume and volume in shell shelled were respectively: 0,5600 m, 0,8997 cm, 0,2299 m, 1,5895 m2, 0,0075 m3, 0,0050 m3. The minimum value for height, diameter, radius of crown, the crown area, volume and volume in shell shelled were respectively: 2,0000 m, 2,9600 cm, 0,7502 m, 1,7789 m2, 0,0055 m3 , 0,0042 m3. The maximum value for the height, diameter, radius of crown, the crown area, volume and volume in shell shelled were respectively: 4,5000 m, 6,1300 cm, 1,7600 m, 8,1433 m3, 0,0367 m3 , 0,0231 m3. The equation selected to estimate the volume with bark was: vcc = 0,01273 * ln (h). The equation selected to estimate the volume without bark was: vsc = 0,00076 * hd.

Keywords: Mate tea, Regression Analysis, Modeling.

 


 

1. INTRODUÇÃO

O cultivo da erva-mate (Ilex paraguariensis A. St.-Hil.), na Região Sul do Brasil apresenta importância socioeconômica e ambiental (ROSSE; FERNANDES, 2002), sendo uma atividade importante para a geração de emprego e renda aos produtores e às propriedades rurais situados na região de cultivo da espécie (BERGER, 2006). As suas folhas são utilizadas para a fabricação de erva-mate para chimarrão enquanto que o tronco pode ser utilizado como fonte de matéria-prima para diversos fins. No entanto, as exigências ecológicas da erva-mate quanto às condições de solo, clima, fornecimento de água e nutrientes, para o cultivo da espécie ainda são pouco conhecidas, pois grandes variações de crescimento e produção de biomassa são observadas quando se cultiva e produz erva-mate em diferentes tipos de solo (BERGER, 2006).

Segundo Berger (2006), a erva-mate, bem como outras espécies nativas, ainda é carente de estudos e pesquisas que possibilitem aumentar os benefícios de sua exploração econômica, pois os estudos dendrométricos existentes são mais relacionados com espécies de rápido crescimento, principalmente os gêneros Pinus spp e Eucalyptus spp, embora a erva-mate quando cultivada para fins econômicos também apresenta um crescimento rápido, mas, apenas suas folhas juntamente com os talos apresentam importância econômica. A erva-mate, na maioria das vezes, deixa de ser estudada devido à inexistência de informações relativas ao seu crescimento e biometria, o que dificulta o seu correto manejo.

Embora o principal objeto de comercialização seja a folha (ROSSE; FERNANDES, 2002), o tronco da erva-mate também pode ser utilizado para diferentes fins com casca e sem casca. Dessa forma, torna-se importante mensurar o volume do tronco nessas duas situações. Assim, esse trabalho teve como objetivo ajustar o melhor modelo para determinar o volume do tronco com casca e sem casca através de modelos de regressão.

 

2. METODOLOGIA

Este estudo foi realizado na Fazenda Tupi, município de Nova Prata, RS, localizada na região nordeste do Estado, propriedade pertencente a Paludo Agropecuária S.A., empresa do grupo VIPAL. A propriedade possui 962 ha de área total, sendo 780 ha de Floresta Ombrófila Mista em estágio médio e avançado de desenvolvimento, onde há abundância de formas de vida vegetal, conforme Leite (2002). Quanto à infra-estrutura local, a Fazenda Tupi possui vias de acesso asfaltado até 2 km da sede, serraria para uso próprio na manutenção da fazenda, energia elétrica, telefone, e equipamentos básicos, necessários ao plantio, manutenção e colheita da erva-mate.

Segundo Herrmann e Rosa (1991), a unidade de relevo que ocorre na região é do tipo Planalto das Araucárias e o local está situado na parte intermediária da serra e as declividades médias do local não ultrapassam 30%.

A altitude média do local é de 750 m, e o solo da região classificado como latossolo vermelho distrófico típico, profundo e bem drenado, são solos que têm pouco incremento de argila e são imtemperizados (STRECK, 2002).

O clima, segundo Moreno (1961), é classificado por Köeppen como Cfb, caracterizado como temperado, com temperatura do mês mais quente inferior a 22oC e a do mês mais frio entre –3oC e 18oC, sendo a temperatura média anual inferior a 18,5oC. A precipitação média anual oscila entre 1.750 e 2.468 mm, regularmente distribuída ao longo do ano.

A vegetação na região, segundo Veloso et al. (1991), é do tipo fitogeográfico: Floresta Ombrófila Mista, com o domínio de Myrtaceas e Nectandras no sub-bosque e, no extrato superior, destaca-se a araucária.

Foram escolhidas aleatoriamente 30 árvores em uma área de aproximadamente 400 hectares. As idades das árvores variavam de 10 a 12 anos de idade, com espaçamento entre as árvores de 1 m x 2,5 m. Em cada uma das 30 árvores, foram medidas as seguintes variáveis biométricas: diâmetro dos troncos a 0,60 m acima do solo (d0,6 m), altura total da erveira (h), e área de copa (ac).

O diâmetro foi obtido com auxílio de um paquímetro (precisão de 0,01 cm). Por causa das podas regulares que são submetidas as erveiras, não foi possível definir um tronco principal para cada planta, então definiu-se o d0,6 como sendo a média aritmética dos troncos à altura de 0,60 m acima do solo.

A altura de cada árvore foi determinada através de uma régua de 3 m, com precisão de 0,1 m, do solo ao ápice da árvore. O raio médio da copa (rc) em metros (m), foi obtido pela média aritmética de quatro medições à altura de 1,30 m acima do solo nos sentidos norte, sul, leste e oeste.

A área de copa (ac) das erveiras em m2 foi calculada partindo do raio médio da copa (rc) e aplicada a fórmula do círculo. Após medidas essas variáveis em todas as 30 árvores, foram cortadas ao nível do solo e separadas em cinco classes de diâmetros para facilitar a coleta de dados para mensuração do volume, como mostra a Tabela 1.

 

Tabela 1 – Divisão da madeira em classes de diâmetro.

Classe de Diâmetro

Diâmetro (cm)

CD1

0,1 – 1,09

CD2

1,1 – 2,09

CD3

2,1 – 3,09

CD4

3,1 – 5,09

CD5

> 5,1

 

O volume rigoroso com casca e sem casca de cada classe foi determinado por meio da cubagem de Newton e Huber. Pelo método de cubagem por Newton, em cada fuste foi realizado a leitura do diâmetro em três pontos distintos, uma no topo, uma no centro e uma na base. De acordo com Husch et al. (1982) apud Machado e Figueiredo Filho (2003), a fórmula de Newton é a mais acurada para todas as formas de fuste.

Com estas leituras, foi possível calcular o volume do tronco com casca de cada fuste. A seguir, nas mesmas posições onde foi feito a leitura do diâmetro do tronco com casca, foram retiradas as cascas para a leitura do diâmetro do tronco sem casca onde foi calculado o volume do tronco sem casca de cada fuste da erva-mate. Em galhos inferiores a 15 cm de comprimento, foi utilizado o método de Huber. Com os volumes do tronco com e sem casca, foi possível calcular o volume de casca e a porcentagem de casca existente na erva-mate obtido pela diferença entre os volumes.

As variáveis dependentes obtidas com base nas 30 árvores cortadas foram o volume do tronco com casca e o volume do tronco sem casca. As variáveis dependentes e as variáveis independentes (d0,6 m, h, ac) utilizadas na modelagem e suas transformações estão apresentadas na Tabela 2.

 

Tabela 2 – Variáveis dependentes e independentes utilizadas na modelagem.

variáveis dependentes

Y1

vcc

volume com casca

Y2

vsc

volume sem casca

variáveis independentes

X1

d 0,6 m

média dos diâmetros a 60 cm do nível do solo

X2

h

altura total da erveira

X3

ac

área de copa

X4

h2

altura total ao quadrado

X5

h3

altura total ao cubo

X6

d2

diâmetro ao quadrado

X7

d3

diâmetro ao cubo

X8

hd

altura vezes diâmetro

X9

ac2

área de copa ao quadrado

X10

ac3

área de copa ao cubo

X11

dh2

diâmetro vezes altura ao quadrado

X12

d2h

diâmetro ao quadrado vezes altura

X13

dh3

diâmetro vezes altura ao cubo

X14

hd3

altura vezes diâmetro ao cubo

X15

d2h2

diâmetro ao quadrado vezes altura ao quadrado

X16

d3h3

diâmetro ao cubo vezes altura ao cubo

X17

ach

área de copa vezes altura

X18

acd

área de copa vezes diâmetro

X19

ach2

área de copa vezes altura ao quadrado

X20

acd2

área de copa vezes diâmetro ao quadrado

X21

lnd

logaritmo neperiano do diâmetro

X22

lnh

logaritmo neperiano da altura

X23

lnac

logaritmo neperiano da área de copa

X24

lnac2

logaritmo neperiano da área de copa ao quadrado

X25

lnac3

logaritmo neperiano da área de copa ao cubo

X26

ln2d

logaritmo neperiano ao quadrado vezes diâmetro

X27

ln2h

logaritmo neperiano ao quadrado vezes altura

X28

1/h

inverso da altura

X29

1/d

inverso do diâmetro

X30

1/hd

inverso da altura vezes o diâmetro

X31

1/h2

inverso da altura ao quadrado

X32

1/d2

inverso do diâmetro ao quadrado

X33

1/h3

inverso da altura ao cubo

X34

1/d3

inverso do diâmetro ao cubo

X35

1/d2h

inverso do diâmetro ao quadrado vezes altura

X36

1/dh2

inverso do diâmetro vezes altura ao quadrado

X37

1/d2h2

inverso do diâmetro ao quadrado vezes altura ao quadrado

X38

1/d3h3

inverso do diâmetro ao cubo vezes altura ao cubo

 

Foi utilizado o método Stepwise Backward de seleção de variáveis independentes, em que se limitou ao máximo a inclusão de três variáveis nas equações selecionadas. Para verificar a qualidade do ajuste dos modelos foi utilizado o coeficiente de determinação ajustado (R2 aj), considerando nível de significância de 1%. Além disso, foi utilizado como critério que a uma variável independente só seria incluída no modelo se houvesse um aumento maior de 1% no valor do R2 aj. O teste de seleção de equações foi realizado com e sem intercepto. Para verificar a significância dos coeficientes do modelo utilizou-se o teste t, com nível de significância de 1%. Para construção das equações para melhor representar o volume do tronco com casca e sem casca utilizou-se o pacote estatístico Statistical Analisys System - SAS - versão 8.

 

3. RESULTADOS

A seguir são apresentados os modelos obtidos para estimar o volume do tronco da erva-mate com casca e sem casca, respectivamente.

 

3.1 Modelo para estimar o volume do tronco com casca

            Durante o procedimento Stepwise Backward, verificou-se que os resultados apresentados pelas equações sem intercepto foram superiores aos resultados das equações com intercepto, assim foram analisadas somente as equações sem intercepto.

A Tabela 3 apresenta os resultados obtidos para a variável selecionada. Observa-se que apenas a variável lnh foi inserida no modelo, pois não houve outra variável que aumentasse o valor do R2 ajustado em mais de 1%, consequentemente, foram excluídas. O modelo estimado para esta variável explica 75,31% das observações.

 

Tabela 3 – Resultados pelo método Stepwise Backward para o volume do tronco com casca.

Passo

variável inserida

R2aj

F

p-valor

1

lnh

0,7531

92,50

<0,0001

R2aj = coeficiente de determinação ajustado; F = valor de F para a equação, p-valor = nível de significância para F.

 

A Tabela 4 apresenta a variável independente selecionada com o seu parâmetro estimado e respectivo o resultado do teste t. Observa-se que variável é significativa (p<0,0001) para o modelo.

 

Tabela 4 – Resultado da estimativa dos parâmetros para o volume com casca.

variável

parâmetro estimado

t

p-valor

lnh

0,01273

9,62

<0,0001

t = valor de t para a equação, p-valor =  nível de significância para t.

 

A Tabela 5 mostra os resultados obtidos para a análise da variância para o modelo ajustado. Observa-se que o modelo ajustado é significativo (p-valor < 0,0001).

 

Tabela 5 – Resultado da análise de variância para o modelo ajustado.

Fonte

GL

SQ

QM

F

p-valor

Modelo

1

0,0057

0,00573

92,50

<0,0001

Erro

29

0,0018

0,00006

 

 

Total

30

0,0075

 

 

 

GL = grau de liberdade SQ = soma dos quadrados; QM = quadrado médio; F = valor de F; p-valor = nível de significância.

 

Após a seleção das variáveis, chegou-se ao seguinte modelo para determinar o volume do tronco com casca:

vcc = 0,01273*lnh

em que:

vcc = volume com casca em metros cúbicos;

lnh = logaritmo neperiano da altura.

 

A distribuição dos resíduos do modelo ajustado para estimar o volume com casca pode ser observada na Figura 1. Pode-se observar que os resíduos do modelo ajustado são independentes e normalmente distribuídos com média zero e variância constante, o que comprova que o modelo ajustado é adequado.

 

Figura 1 – Distribuição dos resíduos da equação selecionada para estimar o volume com casca.

 

3.2 Modelo para estimar o volume do tronco sem casca

            Durante o procedimento Stepwise Backward, verificou-se que os resultados apresentados pelas equações sem intercepto foram superiores aos resultados das equações com intercepto, assim foram analisadas somente as equações sem intercepto.

A Tabela 6 apresenta os resultados obtidos para a variável selecionada. Observa-se que apenas a variável hd foi inserida no modelo, pois não houve outra variável que aumentasse o valor do R2 ajustado em mais de 1%, consequentemente, foram excluídas. O modelo estimado para esta variável explica 79,07% das observações.

 

Tabela 6 – Resultados pelo método Stepwise Backward para o volume do tronco sem casca.

Passo

variável inserida

R2aj

F

p-valor

1

hd

0,7907

114,31

<,0001

R2aj = coeficiente de determinação ajustado; F = valor de F para a equação, p-valor = nível de significância para F.

 

A Tabela 7 apresenta a variável independente selecionada com o seu parâmetro estimado e respectivo o resultado do teste t. Observa-se que variável é significativa (p<0,0001) para o modelo.

Tabela 7 – Resultado da estimativa dos parâmetros para o volume sem casca.

variável

parâmetro estimado

t

p-valor

hd

0,00076

10,69

<0,0001

t = valor de t para a equação, p-valor =  nível de significância para t.

 

A Tabela 8 mostra os resultados obtidos para a análise da variância para o modelo ajustado. Observa-se que o modelo ajustado é significativo (p-valor < 0,0001).

 

Tabela 8 – Resultado da análise da variância para o volume sem casca.

Fonte

GL

SQ

QM

F

p-valor

Modelo

1

0,00340

0,00340

114,31

<,0001

Erro

29

0,00086

0,00002

 

 

Total

30

0,00426

 

 

 

GL = grau de liberdade SQ = soma dos quadrados; QM = quadrado médio; F = valor de F; p-valor = nível de significância.

 

Após a seleção das variáveis, chegou-se ao seguinte modelo para determinar o volume do tronco sem casca::

vsc = 0,00076*hd

 

em que:

vsc = volume sem casca em metros cúbicos;

hd = diâmetro vezes altura.

 

A distribuição dos resíduos do modelo ajustado para estimar o volume com casca pode ser observada na Figura 2. Pode-se observar que os resíduos do modelo ajustado são independentes e normalmente distribuídos com média zero e variância constante, o que comprova que o modelo ajustado é adequado.

           

Figura 2 – Distribuição dos resíduos da equação selecionada para estimar o volume sem casca.

 

4. CONCLUSÃO

Após o estudo realizado, verificou-se que o modelo estimado que proporcionou melhor ajuste para o volume do tronco da erva-mate com casca foi vcc = 0,01273*lnh com um R2 ajustado de 75,31%. Para o volume do tronco sem casca, o modelo estimado que melhor representou essa variedade foi vsc = 0,00076*hd, com um R2 ajustado de 79,07%.

Este trabalho trouxe uma importante contribuição para o estudo dessa espécie pois pode-se estimar o volume do tronco da erva-mate, tanto com casca quanto sem casca, os quais pode ser utilizado como fonte de matéria prima para diferentes fins.

 

BIBLIOGRAFIA

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