Universidade Federal de Santa Maria
Ci. e nat., Santa Maria, v. 42
Commemorative Edition: Statistic, e31, 2020
DOI: http://dx.doi.org/10.5902/2179460X40385
Received: 11/10/2019 Accepted: 15/10/2020
Statistics
Ajuste de modelos para determinar a forma do tronco em Eucalyptus grandis Hill ex Maiden
Model fit to determine trunk Forms in Eucalyptus grandis Hill ex Maiden
Viviane Zampereti CogoI
Ivanor MüllerII
Fernando de Jesus Moreira JuniorIII
Angela Pelegrin AnsujIV
I Universidade Federal de Santa Maria, Brasil; e-mail: vivianecogo@hotmail.com;
II Universidade Federal de Santa Maria. Brasil. e-mail: ivanormuller@smail.ufsm.br;
III Universidade Federal de Santa Maria, Brasil; e-mail: fmjunior777@yahoo.com.br;
IV Universidade Federal de Santa Maria. Brasil. e-mail: angelaansuj@yahoo.com
Palavras-chave: análise de regressão, variáveis dendrométricas, modelos matemáticos
The objective of this paper was to test several mathematical models, based on the basic model used in Forest Biometry, to determine the shape of the trunk in Eucalyptus grandis Hill ex Maiden. For the present study, data on the dendrometric variables height (h) and diameter (d) of 54 trees available in the Cubage Reports of the Company Aracruz Celulose SA, in the state of Rio Grande do Sul were used. The statistical technique used was the analysis of regression. As a criterion for selecting the best model, the adjusted determination coefficient was used. The model that best fitted was r = 2.03-0.46(h/d) which can be used to determine the shape of the trunk of Eucalyptus grandis Hill ex Maiden. in this region, as well as for other regions that present characteristics similar to the one studied.
Key words: regression analysis, dendrometrics variables, mathematics models.
1. INTRODUÇÃO
A maioria dos problemas florestais, principalmente, quando se deseja obter estimativas dos parâmetros dendrométricos de florestas com baixo custo e menor tempo, normalmente utiliza-se a técnica da análise de regressão, obtendo-se através da mesma modelos matemáticos que possam ser utilizados para a estimação destes parâmetros (BRENA et al, 1978)
No Rio Grande do Sul, o Eucalyptus grandis Hill ex Maiden. é uma espécie importante para o setor madeireiro da região pelo seu desenvolvimento rápido, sendo muito utilizado nos florestamentos e reflorestamentos. Conhecendo a forma do tronco, do volume e dimensão dos seus sortimentos, o planejamento e estudo da viabilidade econômica do povoamento será facilitado.
A forma das árvores possui uma variação muito grande dentro da floresta. Essa variação ocorre, na maioria das vezes, devido à diminuição do diâmetro em direção ao topo da árvore, sendo conhecida como “taper”. Isso afeta diretamente o volume e varia conforme a espécie, a idade, o espaçamento entre árvores e as condições do sítio.
Nessa pesquisa, utiliza-se a técnica de regressão linear simples como estudo para determinar a forma do tronco das árvores, testar o modelo pré-estabelecido, definir e testar novos modelos, verificando qual o modelo matemático mais adequado para o povoamento da espécie Eucalyptus grandis Hill ex Maiden. Para isso, avaliar-se-á a equação ajustada através de testes estatísticos, permitindo conseguir uma equação com a melhor precisão possível.
2. FORMA DO TRONCO DA ÁRVORE
A árvore é constituída de quatro partes principais: raiz, tronco, fuste e copa. A parte mais importante, em termos de uso geral, é o fuste, tendo o toco e a copa sido desprezados por muito tempo. Com a escassez de madeira essas porções começaram a ganhar importância, sendo necessária a sua quantificação para uso como combustíveis e para estimar o volume de material deixado na exploração (FINGER, 1992).
O fuste, porção da árvore compreendida entre a superfície do solo (nível do solo) e a base da copa apresenta formas bastante variadas em razão do meio ambiente, da espécie, manejo, idade e de suas aptidões genéticas. Mesmo em povoamentos de uma única espécie observa-se diferentes formas entre as árvores.
As árvores da periferia, isoladas ou largamente espaçadas, sujeitas a maior intensidade de luz e, praticamente, livres de competição apresentam a forma natural, espontânea ou específica. Árvores do interior do povoamento, cuja sobrevivência se dá através da competição por água, luz e nutrientes, tendem à forma reta com pequena copa, sem ramificações laterais, conhecida como forma florestal típica.
Analisando-se uma árvore de forma típica encontra-se uma grande amplitude de variação de formas, desde as perfeitamente semelhantes a uma forma geométrica definida, até aquelas de difícil definição. Como exemplo podem ser citadas as espécies do cerrado que são tortuosas e de difícil comparação com uma forma geométrica (FINGER, 1992).
2.1. Estudo matemático das formas
Os modelos
dendrométricos visam analisar a cubagem das árvores através de recursos
matemáticos, comparando os sólidos geométricos de revolução às formas naturais
das árvores com o objetivo de determinar seu volume. Esses sólidos são chamados
de “protótipos dendrométricos” ou sólidos padrões, os quais são comparáveis com
a forma do tronco ou partes deste. Os protótipos dos sólidos geométricos são
obtidos pela rotação da curva geral ao redor do eixo x.
Para fins de estudo
na Biometria Florestal considera-se: .
De acordo com o valor assumido por “r”, a forma do sólido de revolução varia, conforme exemplificado na Tabela 1. Para diferentes valores do expoente da forma “r” gera-se diferentes sólidos de revolução, como pode-se observar na Figura 1.
Tabela 1 – Variação da forma geométrica com a variação de r.
r |
Designação |
0 |
Cilindro |
1 |
Parábola quadrática |
2 |
Cone |
3 |
Neilóide |
Figura 1 – Sólidos de revolução de acordo com a variação do parâmetro “r”
Fonte: Sterba (1986).
2.2. Forma do tronco
A forma do tronco de espécies florestais vem sendo estudada há vários anos o que é demonstrado pelo grande número de publicações encontrados na literatura técnica-científica (PEREIRA et al., 2005). Finger (1992) verificou que mesmo as árvores de forma florestal típica apresentam uma grande variação na forma do tronco, desde as formas que se assemelham a um sólido conhecido, àquelas de difícil definição.
Aliando-se certos sólidos geométricos de revolução às formas naturais das árvores, consegue-se determinar o seu volume comercial e que esses sólidos geométricos foram e são frutos de pesquisas realizadas por biometristas, numa tentativa de solucionar o problema da cubagem de árvores, através de recursos procedentes da matemática (SILVA, 1974).
Esses sólidos são
obtidos pela rotação da curva geral ao redor do eixo “x”, onde “p” é o
intercepto da equação geral. Sendo que de acordo com o valor assumido por “r”
(expoente de forma), varia a forma do sólido de revolução desde um: cilindro (r=0);
parábola quadrática (r=1); cone (r=2); e neilóide (r=3) (FINGER, 1992).
De acordo com Loetsch et al. (1973), um tronco não apresenta uma única forma geométrica, usando para descrevê-la o neilóide, o parabolóide e o conóide de forma associada. Husch et al. (1982) descreve o tronco de qualquer árvore como composto de vários sólidos de revolução, dividindo-o em quatro partes, entretanto acrescentam o cilindro ou hipérbole às três partes estudadas por Loetsch et al. (1973).
Hohenadl apud Silva (1974) mostrou que as árvores dominantes desenvolviam na base, maior incremento relativo em diâmetro para poderem suportar o peso do tronco. A partir desse conhecimento, várias pesquisas foram desenvolvidas para definir a forma do tronco das árvores procurando demonstrar como obter os diâmetros e os respectivos volumes a partir de alturas relativas (CAMPOS et al., 1982).
2.3. Funções de forma do tronco
As funções de forma do tronco são importantes ferramentas para prever o diâmetro em qualquer ponto do tronco a partir de uma ou mais variáveis mensuradas, onde essas funções passam a ser utilizadas também para estimar o volume do povoamento e construir tabelas de volume e sortimento para diferentes limites de dimensões de toras exigidas pelo mercado consumidor (AHRENS,1982; SCHNEIDER, 1993),
Höjer apud Figueiredo-Filho et al. (1996) foi o primeiro a fazer uma tentativa analítica para representar a forma de espécies florestais. A partir desse feito, vários métodos, modelos e formas do tronco foram testadas. Nesses processos, o computador com seus programas passou a ser uma ferramenta indispensável, estimulando o desenvolvimento de modelos mais complexos para representar a forma do tronco. O autor comenta que até meados de 1970 era muito difícil representar todo o tronco utilizando apenas uma equação. Alguns modelos eram bons, mas não descreviam todo o tronco satisfatoriamente.
No mesmo sentido Leite e Guimarães (1992) e Garcia et al. (1993) citam que os modelos matemáticos para descrever o perfil de troncos das árvores passaram a ser ferramentas importantes na obtenção de estimativas mais realísticas do volume das partes do tronco. Dentre os principais modelos empregados, incluem-se:
a) Polinomiais: Baseados na comparação entre a variável dependente (di/DAP)2 e independente (hi/H);
b) Sigmoidais: Utiliza-se de transformações das variáveis de modo que o modelo se assemelhe à forma natural dos troncos;
c) Segmentados: Uso de submodelos justapostos (funções spline);
d) Modelos definidos por análise multivariada: Utilização de análise multivariada para definir o modelo de regressão.
Como procedimento alternativo, Max e Burkhart (1976) utilizaram a regressão para modelar a forma do tronco. Esse método separou o tronco em três partes, as quais foram representadas por três submodelos que acrescidos de duas constantes (join points) produziram uma função de forma polinomial global e segmentada.
A técnica de modelagem empregada para descrição do perfil de troncos vem sendo utilizada com êxito e um modelo poderia ser definido como compatível ou não, quando a estimativa do volume total, obtida por integração de segmentos de tronco, seja semelhante àquela dada pela equação do volume, da qual a equação de forma foi derivada (MUNRO; DEMAERSCHALK, 1974).
A forma do tronco
do Eucalyptus grandis Hill ex Maiden. foi estudada por Schneider et al.
(1996) para a determinação de volume e formação de sortimentos de madeira em
duas classes: serraria, com diâmetro superior a 30 cm na ponta mais fina, e
indústria, para madeira com diâmetro entre 7 a 30 cm. A forma do tronco foi
ajustada por um polinômio do quinto grau, tendo como variável dependente os
diâmetros relativos e independente as
alturas relativas
, apresentando bom
ajuste, boa precisão estatística, um coeficiente de determinação igual a 0,9857
e um erro padrão da estimativa de 5,14%.
3. ANÁLISE DE REGRESSÃO
A análise de regressão é utilizada para estimar um modelo estatístico que possa ser utilizado para prever os valores de uma variável dependente (Y), com base nos valores de pelo menos uma variável independente (X) (LEVINE, BERENSON, STEPHAN, 2000).
As regressões podem ser classificadas em linear e não linear, sendo que as lineares podem ser simples ou múltiplas. A regressão linear constitui um recurso estatístico da maior importância na Biometria, pois permite explicar as relações existentes entre variáveis dendrométricas como: diâmetro, altura, volume, área basal, idade, entre outras (SCHNEIDER, 1998).
O relacionamento linear entre duas variáveis é obtido pela equação (1).
(1)
onde:
X é a variável independente;
Y é a variável dependente;
b0, b1 são os coeficientes.
O coeficiente b0 é definido como o intercepto e b1 como coeficiente angular, que dá a inclinação da reta ou curva, como mostra a Figura 2.
Figura
2 – Representação de uma reta que passa pelo ponto médio ()
Fonte: Fonseca (1976)
Uma regressão é
dita linear múltipla quando a variável dependente é explicada por duas ou mais
variáveis independentes, ou seja, .
Como exemplo, pode-se citar a equação (2).
(2)
Uma regressão é considerada não linear quando os coeficientes da equação encontram-se na forma de produto ou fracionária e elevados ao expoente não unitário. Como exemplo, pode-se citar as equações (3) e (4).
(3)
(4)
As equações não lineares não têm solução pelo método dos mínimos quadrados, a não ser que possam ser linearizadas através de logaritmo.
(5)
(6)
A análise de regressão é composta por uma série de conjuntos de variáveis, examinando o comportamento (grandeza, média e variação) de cada variável do conjunto (Fonseca, 1976).
Essa análise é feita para que se possa encontrar alguma forma de medir a relação funcional entre as variáveis de cada conjunto, de tal forma que essa medida possa mostrar:
1) Se há relação entre as variáveis e, caso afirmativo, se é fraca ou forte;
2) Se a relação existir se estabelece um modelo que interprete a relação funcional existente entre as variáveis;
3) Constituindo o modelo, usá-lo para fim de predição. Considerando-se duas variáveis, X e Y, relacionadas por uma função matemática Y = f(X).
O diagrama de dispersão sugere a existência da relação funcional entre duas variáveis, mostrando através de uma linha construída no gráfico da Figura 3. Os pontos experimentais terão uma variação em torno da linha representativa da função, devido a existência de uma variação residual.
Figura 3 –Linha de regressão
Fonte: Morettin e Bussab (2004)
3.1. Estimação dos parâmetros de regressão
Primeiramente,
na análise de regressão obtém-se as estimativas “a” e “b” dos parâmetros a e b da regressão e a reta estimada. Os
valores dessas estimativas serão obtidos a partir de uma amostra de n pares (xi,
yi); i = 1, 2, 3, n.
Deseja-se que a
reta seja tão próxima
quanto possível do conjunto de pontos marcados, isto é, deseja-se minimizar a
discrepância total entre os pontos marcados e a reta estimada. A Figura 4
ilustra tal situação:
Figura 04 – Estimação dos parâmetros
Fonte: Morettin e Bussab (2004)
3.1.1. O coeficiente de determinação R2
O coeficiente de determinação é igual à soma dos quadrados devida à regressão, dividida pela soma total dos quadrados.
(7)
O coeficiente de determinação mede a proporção da variação, que é explicada pela variável independente no modelo de regressão.
3.1.2. O
coeficiente de determinação
No modelo de
regressão linear simples, definimos como:
(8)
onde: k = número de variáveis independentes da equação;
N = número de observações;
R2 = coeficiente de determinação.
O coeficiente de
determinação é calculado para
refletir tanto o número de variáveis explicativas no modelo quanto o tamanho da
amostra.
3.1.3. Parâmetros de seleção do melhor modelo
Conforme Schneider
(1998), para selecionar o melhor modelo para as equações de forma do tronco,
podem ser utilizados os seguintes indicadores de ajuste: análise de variância,
erro padrão da estimativa absoluta (Syx), coeficiente de variação
(CV), coeficiente de determinação ajustado () e amplitude da distribuição gráfica
dos resíduos.
Neste trabalho, optou-se unicamente pelo critério de seleção do melhor modelo, ou seja o modelo que apresentar o maior coeficiente de determinação ajustado, desde que seus coeficientes sejam significativos.
4. METODOLOGIA
Para o presente
estudo foram utilizados os dados referentes ao diâmetro da forma do tronco de
54 árvores disponíveis nos Relatórios de Cubagem da Empresa Aracruz Celulose
S.A, no estado do Rio Grande do Sul. Inicialmente, foi utilizada a equação que através de
transformações logaritmas foi linearizada, resultando no seguinte modelo:
.
Posteriormente, a
partir do parâmetro forma do tronco das árvores estudadas e analisadas pela
equação será determinado esse
parâmetro em função das variáveis dendrométricas (h, d). De posse dessas
variáveis, elaborar-se-á várias combinações tanto para a variável dependente
como para a variável independente.
Para a variável
dependente, serão analisadas as seguintes combinações: r, 1/r, ln r, r2
e para a variável independente as seguintes combinações: h/d, ln d, h2,
h2/d, d/h, d2. De acordo com a significância de cada
variável, serão criados modelos, para que, a partir de uma análise mais
detalhada, seja selecionado o modelo mais adequado para o presente estudo. Será
utilizado o coeficiente de determinação ajustado () como critério para a
seleção do melhor modelo. Para a análise dos dados será utilizado o Programa Statgraphics.
5. RESULTADOS
Neste trabalho, utilizou-se a análise de regressão com o objetivo do ajustamento dos dados a um modelo matemático, para a forma do tronco do Eucalyptus grandis Hill ex Maiden. A Tabela 2 mostra os resultados das cinquenta e quatro árvores estudadas que corresponde a forma do tronco das árvores (r).
Tabela 2 – Valores da forma do tronco (r) determinados
pela equação
Árvore |
r |
Árvore |
r |
Árvore |
r |
1 |
1,563767 |
19 |
1,625822 |
37 |
1,350820 |
2 |
1,544262 |
20 |
1,562332 |
38 |
1,295498 |
3 |
1,849208 |
21 |
1,649325 |
39 |
1,244702 |
4 |
1,556800 |
22 |
1,429943 |
40 |
1,250472 |
5 |
1,496300 |
23 |
1,675903 |
41 |
1,163960 |
6 |
1,542291 |
24 |
1,503540 |
42 |
1,273043 |
7 |
1,595939 |
25 |
1,416741 |
43 |
1,241758 |
8 |
1,522193 |
26 |
1,337856 |
44 |
1,173776 |
9 |
1,664672 |
27 |
1,489289 |
45 |
1,250990 |
10 |
1,482515 |
28 |
1,352988 |
46 |
1,318949 |
11 |
1,525729 |
29 |
1,445189 |
47 |
1,153633 |
12 |
1,563536 |
30 |
1,271957 |
48 |
1,259647 |
13 |
1,545414 |
31 |
1,269383 |
49 |
1,273470 |
14 |
1,430281 |
32 |
1,223310 |
50 |
1,729810 |
15 |
1,574886 |
33 |
1,235987 |
51 |
1,463431 |
16 |
1,618386 |
34 |
1,268211 |
52 |
1,313493 |
17 |
1,391119 |
35 |
1,308789 |
53 |
1,336087 |
18 |
1,629260 |
36 |
1,308272 |
54 |
1,263060 |
Os resultados constantes da Tabela 2 mostram que os valores da forma do tronco (r) de todas as árvores estão entre 1 e 2 que correspondem a forma entre parábola quadrática e cone, conforme mencionado na Tabela 1 e apresentado na Figura 1. A Tabela 3 nos apresenta os nove modelos testados com seus respectivos coeficientes e estatísticas.
Tabela 3 – Modelos testados com seus respectivos coeficientes e estatísticas
Modelo |
R2 |
|
Syx |
Coeficientes |
||
b0 |
b1 |
b2 |
||||
(1)
|
0,716569 |
0,711119 |
0,088801 |
2,032980 |
-0,463899 |
_____ |
(2) |
0,716638 |
0,691958 |
0,088790 |
_____ |
0,438589 |
- 0,000050 |
(3) |
0,609471 |
0,601960 |
0,104237 |
2,342548 |
0,018022 |
_____ |
(4) |
0,712360 |
0,693492 |
0,088610 |
_____ |
0,414607 |
_____ |
(5) |
0,544382 |
0,516389 |
0,055376 |
_____ |
0,011397 |
0,037747 |
(6) |
0,604498 |
0,596892 |
0,051594 |
0,261519 |
0,008828 |
_____ |
(7) |
0,500674 |
0,491071 |
0,082172 |
0,045020 |
0,013316 |
_____ |
(8) |
0,693415 |
0,668289 |
0,064388 |
_____ |
0,421289 |
-0,000006 |
(9) |
0,703020 |
0,678078 |
0,264013 |
_____ |
-0,015878 |
0,834405 |
Todos os modelos
ajustados foram significativos (p<0,05). Entretanto, utilizando-se o coeficiente de
determinação ajustado () como critério para a
seleção do melhor modelo, pode-se verificar que o modelo (1)
apresentou o
melhor resultado para o conjunto de dados que foi utilizado, onde 71,1% da variação
da forma do tronco (r) é explicada pelo quociente entre a altura e o diâmetro
da árvore. Os modelos (2) e (4) também apresentaram bons resultados do
coeficiente de determinação ajustado, 69,1% e 69,3%, respectivamente, por outro
lado, envolvem cálculos com logaritmos, sendo, portanto, não selecionados pelo
princípio da parcimônia. Os modelos (5) e (6) apresentaram os menores erro
padrão da estimativa absoluta (Syx), porém também apresentaram
valores mais baixos de coeficiente de determinação ajustado. Os demais modelos
apresentaram valores menores de coeficiente de determinação ajustado, entre
67,8% e 49,1%.
6. CONCLUSÃO
O estudo mostrou que a forma das árvores possui uma variação muito grande dentro da floresta (cilindro, parábola quadrática, cone e neilóide) e essa variação ocorre, na maioria das vezes, devido à diminuição do diâmetro em direção ao topo da árvore, afetando diretamente o volume e variando com a espécie, idade, espaçamento entre árvores e condições de sítio, o que vem a corroborar com a literatura.
Foram encontrados nove
modelos para analisar a forma do tronco da espécie estudada, através da
metodologia da análise de regressão que não geraram os mesmos resultados,
embora baseados no mesmo conjunto de dados. O modelo foi o que melhor coeficiente
de determinação ajustado (
), sendo, portanto, o modelo
mais adequado encontrado para modelar a forma do tronco das árvores d a espécie Eucalyptus
grandis Hill ex Maiden, no estado do Rio Grande do Sul , do Brasil.
A contribuição do presente estudo esta no fato de que com apenas duas variáveis dendrométricas medidas a campo (diâmetro e altura ) é possível determinar a forma do tronco das árvores de uma maneira rápida e eficiente.
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