A morte, um dispositivo de poder e controle dos corpos gays

Autores

  • Rubenil da Silva Oliveira Universidade Federal do Pará, Belém, PA
  • Maria do Perpétuo Socorro Galvão Simões Universidade Federal do Pará, Belém, PA

DOI:

https://doi.org/10.5902/1679849X33032

Palavras-chave:

Morte, Poder, Violência, Literatura gay

Resumo

O presente artigo pretendeu analisar o fenômeno da morte nas narrativas gays enquanto dispositivo de poder e controle dos corpos dos homoafetivos. Para isso, como corpus literário tomou-se os romances – Stella Manhattan (1991), de Silviano Santiago; O terceiro travesseiro (2007), de Nelson Luiz de Carvalho e Confissões ao Mar (2010), de Kadu Lago. Como corpus teórico, buscou-se fundamentar a argumentação em Foucault (2014 e 2017), Agamben (2005, 2010), Louro (2013), Hall (2014), Bhabha (2013), Mott (2003) e outros teóricos. O confronto entre a teoria e os textos literários selecionados leva à sustentação da tese de que a morte nas narrativas gays reproduz a voz da sociedade patriarcal que cerceia qualquer identidade ou comportamento contrário às normas por ela legitimadas. Portanto, a morte não é um fenômeno isolado, é resultado da não obediência à heteronormatividade e punição aos corpos gays que não anularam a sua identidade sexual.

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Biografia do Autor

Rubenil da Silva Oliveira, Universidade Federal do Pará, Belém, PA

Possui graduação em Letras pela Universidade Estadual do Maranhão (2004). Especialização em Mídias na Educação (UFMA) e em Educação de Jovens, Adultos e Idosos (UEMA). Mestre em Letras (UESPI). Doutorando em Letras - Estudos Literários (UFPA). Pesquisa Relações de Gênero na Literatura Afro-brasileira, sobretudo, homoafetividade, feminino e sexualidades, além de pesquisar sobre tecnologias educacionais no ensino de línguas e literaturas, leitura, análise do discurso e formação do léxico português brasileiro. 

Maria do Perpétuo Socorro Galvão Simões, Universidade Federal do Pará, Belém, PA

Possui graduação em Licenciatura em Letras (Português e Inglês) pela Universidade Federal do Pará (1969), mestrado em Letras (Letras Vernáculas) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1978) e doutorado em Letras (Letras Vernáculas) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1986). Atualmente é professora da Universidade Federal do Pará, coordenadora do Programa de Estudos Geo-BioCulturais da Amazônia - Campus Flutuante, da Universidade Federal do Pará . Tem experiência na área de Letras, com ênfase Literatura Portuguesa, História da Literatura e Estudo da Narrativa, atuando principalmente nos seguintes temas: amazonia, narrativa, literatura, oralidade e cultura.

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Publicado

2019-08-25

Como Citar

Oliveira, R. da S., & Simões, M. do P. S. G. (2019). A morte, um dispositivo de poder e controle dos corpos gays. Literatura E Autoritarismo, (21). https://doi.org/10.5902/1679849X33032