A presença animal em "Surdos e cegos" e "Açougue", de Astrid Cabral

Autores

  • Ana Paula Cantarelli Universidade Federal de Rondônia, Porto Velho, RO

DOI:

https://doi.org/10.5902/1679849X35442

Palavras-chave:

Razão, Pathos, Poesia, Animalidade, Matadouros

Resumo

Este estudo visa discutir dois poemas de Astrid Cabral, “Surdos e cegos” e “Açougue”, pertencentes ao livro Jaula (2006), a partir da forma como os eu-líricos se posicionam em relação ao abate e à comercialização de bovinos destinados à alimentação humana. Para tal, ele encontra-se dividido em duas partes. A primeira aborda o distanciamento adotado pelos homens frente aos demais animais sob um viés histórico-sociológico, empregando como fundamentação teórica obras de Montaigne (2006) e de Nietzsche (1998, 2007). A segunda propõe uma relação entre as discussões estabelecidas na primeira parte e o conteúdo dos poemas selecionados alicerçada em dois pontos: a existência de matadouros em nossa sociedade e a oposição razão X pathos. Para o desenvolvimento dessa parte, foram utilizados textos de Derrida (2002, 2003), Maciel (2016), Nunes (2011) e Giorgi (2011).

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Biografia do Autor

Ana Paula Cantarelli, Universidade Federal de Rondônia, Porto Velho, RO

Licenciada em Letras-Português (2003) e em Letras–Espanhol (2009) pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Possui Mestrado em Letras (UFSM-2010) e Doutorado em Letras (UFSM-2013). É professora do Curso de Letras-Espanhol e do Mestrado Acadêmico em Estudos Literários, ambos da Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR). Atualmente, desenvolve seu Pós-Doutorado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

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Publicado

2019-01-31

Como Citar

Cantarelli, A. P. (2019). A presença animal em "Surdos e cegos" e "Açougue", de Astrid Cabral. Literatura E Autoritarismo, (32). https://doi.org/10.5902/1679849X35442

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