A “história a contrapelo” em Vista parcial da noite, de Luiz Ruffato
DOI:
https://doi.org/10.5902/1679849X27941Abstract
Pensar o lado avesso da história, remontando fatos com novos olhares, dando voz a atores tradicionalmente emudecidos tem sido uma das tendências da ficção brasileira contemporânea e, a nosso ver, é nesse sentido que se alinha o romance Vista parcial da noite (2006), de Luiz Ruffato. O referido romance faz parte de Inferno provisório (2005-2011), um painel romanesco que objetiva dar voz ao trabalhador brasileiro de classe média baixa, personagem, em geral, pouco representada pela literatura nacional.Considerando a premissa de Walter Benjamin, pensador alemão que em 1940 intuía que o progresso vigente estava prenhe de armadilhas e propunha ao materialista histórico que abordasse o avesso da história e valorizasse a voz dos oprimidos, realizando um processo de “escovar a história a contrapelo”, o intuito desse artigo é apresentar uma leitura de Vista parcial da noite como o avesso da história da modernização de nosso país. Para isso, consideramos, em nossa leitura, o contexto histórico representado no romance – a década de 1970 de regime ditatorial reconhecido pela história oficial como o período de grande progresso e do milagre econômico brasileiro. Queremos investigar como o autor mineiro trabalha a representação das personagens anônimas da história oficial dentro desse contexto social e histórico.Downloads
Literaturhinweise
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