Os gritos do cárcere: relatos sobre as oprimidas na ditadura argentina

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1679849X35125

Palavras-chave:

Gênero, Cárcere, Dispositivo de Controle, Ditadura militar argentina

Resumo

O presente texto tem como objetivo discutir sobre o feminino nas relações de poder no interior dos movimentos revolucionários e do cárcere, fazendo uma construção das diferenças existente entre os gêneros em situação de tortura. A carga conceitual que leva a palavra “mulher” neste âmbito as faz ter tratamento diferenciados e, por conseguinte uma construção narrativa diferenciada, discurso que se faz questionador desde o interior da militância onde várias mulheres reclamavam do tratamento que recebiam por parte dos companheiros de luta. Judith Butler concebe a diferença tácita entre o discurso e a materialidade do feminismo, desassociando do palpável o valor do gênero. A mulher enquanto construção social é violável, torturá-la significa fazê-la minúscula enquanto gênero, o estupro por vários homens era comum e esse ato satisfazia o desejo masculino de inferiorizar a mulher, tratá-la como objeto descartável e medíocre.

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Biografia do Autor

Benedito Ubiratan Sousa Pinheiro Junior, Universidade Federal do Pará, Belém, PA

Possui graduação em Letras - Habilitação em Língua Portuguesa e Língua Espanhola, pela Universidade do Tocantins - UNITINS (2010), Pós-graduação em Letras. Língua Portuguesa e Literatura pela Escola Superior da Amazônia - ESAMAZ (2011), Mestrado em Letras - Linguagem e Saberes na Amazônia, Universidade Federal do Pará - UFPA campus Bragança e Doutorando em Letras - Estudos Literários pelo Programa de Pós-Graduação em Letras, Universidade Federal do Pará - UFPA Campus Belém. 

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Publicado

2019-08-25

Como Citar

Sousa Pinheiro Junior, B. U. (2019). Os gritos do cárcere: relatos sobre as oprimidas na ditadura argentina. Literatura E Autoritarismo, (21). https://doi.org/10.5902/1679849X35125