Manoel de Barros - A paisagem e a linguagem

Autores

  • Dóris Helena Soares da Silva Giacomolli Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande, RS http://orcid.org/0000-0001-5699-0523
  • Antônio Carlos Mousquer Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande, RS

DOI:

https://doi.org/10.5902/1679849X29804

Palavras-chave:

Manoel de Barros, Michel Collot, Natureza-paisagem, Palavras, Poesia

Resumo

Nesta leitura da obra de Manoel de Barros, onde se sobressai a paisagem do pantanal mato-grossense, tentaremos identificar a relação que existe em seu trabalho, e sua apreensão dessa paisagem por uma nova combinação de palavras e figuras de linguagem. num  intentar não somente de representar o sujeito-lírico interior, mas que o percebe, por fim, derramar-se na paisagem; “liquefazejar-se”, num trabalho poético que  é mais a fixação de uma nova imagem do que o poeta vê que propriamente uma descrição dessa paisagem. Realçaremos, especialmente, o diálogo dos seus textos com as palavras, buscando conhecer alguns recursos utilizados pelo autor no seu fazer poético, no qual os objetos e seres rasteiros ao derredor “animizam-se.” O poeta desliza sobre as palavras, como as lesmas sobre seu líquido que, ao moverem-se, vão abandonando sob o corpo parte desse líquido, diminuindo, assim, o atrito por onde passam. Assim o faz o poeta Manoel de Barros: transforma o universo cotidiano em palavras, o lugar-comum em poesia e nesse espalhar-se, sossega das atribulações; espraia-se e projeta-se enquanto subjetividade lírica.

 

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Biografia do Autor

Dóris Helena Soares da Silva Giacomolli, Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande, RS

Doutoranda em História da Literatura na FURG

Antônio Carlos Mousquer, Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande, RS

Professor Associado da Universidade Federal do Rio Grande.

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Publicado

2017-12-31

Como Citar

Giacomolli, D. H. S. da S., & Mousquer, A. C. (2017). Manoel de Barros - A paisagem e a linguagem. Literatura E Autoritarismo, (30). https://doi.org/10.5902/1679849X29804